Ícone do site Mundo Metal

A ÁRVORE GENEALÓGICA DO DEEP PURPLE – PUBLICAÇÃO DA REVISTA SOM 3 NOS 80’S

DEEP PURPLE / MARK II / Reprodução / Acervo

A Árvore Genealógica do Deep Purple foi uma publicação de uma antiga revista sobre música, SOM 3, que tive a sorte e o prazer de conhecer, embora eu tenha lembrança de poucas matérias entre suas publicações. No entanto, entre essas poucas lembranças que tenho guardadas em minha mente, me lembro de um artigo sobre a Árvore Genealógica do Deep Purple, que acompanhava um poster gigante da Mark II de brinde, no qual Ian Gillan está fazendo um sinal nada politicamente correto com suas mãos.

A ÁRVORE GENEALÓGICA DO DEEP PURPLE – PUBLICAÇÃO DA REVISTA SOM 3 NOS 80’S

Mais afinal de contas, o que é a Árvore Genealógica do Deep Purple?

De acordo com as minhas lembranças, fazem parte da genealogia do Deep Purple:

Assim sendo, todos os acidentes de percurso na história do Deep Purple serviram para aumentar ainda mais sua atmosfera influenciadora.

Vamos lá?

Capitan Beyond

CAPITAN BEYOND / Reprodução / Acervo

Rod Evans foi o primeiro vocalista do Deep Purple, gravando: “Shades of Deep Purple” (1968), “The Book of Taliesyn” (1968) e “Deep Purple” (1969). Ainda que a banda não tenha atingido muito sucesso na Mark I, “Hush”, cover de Joe South, é o primeiro sucesso dos britânicos.

Quando ele e o baixista Nick Simper foram demitidos, Rod passou a fazer parte do supergrupo americano Capitan Beyond. Evans gravou seus dois primeiros full lenghts, “Capitan Beyond” (1972) e “Sufficiently Breathless” (1973). Completavam o line-up, Bobby Caldwell, baterista do Johnny Winter, Larry Reinhardt na guitarra e Lee Dorman no baixo, ambos ex-integrantes do Iron Butterfly.

Episode Six

EPISODE SIX / Reprodução / Acervo

Quando Rod Evans e Nick Simper foram, oficialmente, dispensados do Deep Purple, em 1969, os principais integrantes da banda, Jon Lord e Ian Paice, já tinham o nome dos dois substitutos em mente, o baixista Roger Glover e o vocalista Ian Gillan, ambos fazim parte do Episode Six, que havia lançado vários singles, embora sem um único full lenght, ou mesmo EP, os quais só saíram muito posteriormente. Creio que seja desncessário explicar a importância dessa mudança para a história do quinteto inglês, dessa forma, podemos considerar que Episode Six fez parte das raízes fundamentais do Deep Purple.

Trapeze

Antes de substituir Roger Glover no Deep Purple, o vocalista/baixista Glenn Hughes fazia parte do Trapeze. Essa banda contava em sua formação com o saudoso baterista Dave Holland (Judas Priest) e o, igualmente saudoso, vocalista/guitarrista Mel Galley. Hughes gravou os três primeiros full lenghts do Trapeze, “Trapeze” (1970), “Medusa” (1970) e “You Are the Music… We’re Just the Band” (1972), em seguida, no final de 1973, foi chamado para o Deep Purple, estreando no álbum “Burn”, em 1974.

Rainbow

RAINBOW / Reprodução / Acervo

Podemos dizer que o “segundo filho” do Deep Purple é também o mais influente dos três. Que o guitarrista Ritchie Blackmore tem um temperamento que extrapola o nível insuportável, todos nós, que acompanhamos a história do Rock/Metal, estamos carecas de saber. No entanto, as discordâncias e confusões dele no Deep Purple na década de 70, que acarretaram em sua saída, fizeram nascer o lendário Rainbow. Inegavelmente, Rainbow fez, por exemplo, com que o nome do vocalista Ronnie James Dio ganhasse defitivamente as atenções. A banda, no início, se chamava “Ritchie Blackmore’s Rainbow”, inclusive sendo esse o título do debut. A partir do clássico absoluto, “Rising”, o quinteto passou a se chamar, definitivamente, apenas Rainbow.

Mesmo com a saída de Dio, posteriormente ao álbum “Long Live Rock’n’Roll”, Rainbow já havia deixado sua marca na história. Após o divisor de águas, “Down to Earth”, que tem Graham Bonnet (Alcatrazz) no vocal e Roger Glover, na época ex-Deep Purple, no baixo e produção, surge o vocalista Joe Lynn Turner para satisfazer a vontade do chefe, Ritchie Blackmore, em flertar com o AOR, movimento musical que inflenciava muito o Hard Rock nesse período.

Ainda que os três álbuns com Turner tenham ido, relativamente, bem, não se compararam a era DIO, e logo após “Bent Out of Shape”, lançado em 1983, surgira o projeto de retorno da Mark II do Deep Purple, que aconteceu no ano seguinte com seguinte com o lançamento do clássico “Perfect Strangers”. Dessa forma, Rainbow encerrava suas atividades, voltando logo após a saída definitiva de Blackmore do Deep Purple na década de 90, lançando mais um único full lenght, “Stranger in Us All“, mas estando em atividade até os dias de hoje.

Whitesnake

WHITESNAKE / 1987 / Foto: George Rose

Se Capitan Beyond é o “primogênito” do Deep Purple e Rainbow o “filho mais influente”, indubitavelmente, Whitesnake é o “filho que mais enriqueceu”, podemos dizer, inclusive, que em certo momento, foi mais rico que o próprio “pai”. Quando o Deep Purple encerrou suas atividades em 1976, logo depois do termino da Mark IV, o vocalista David Coverdale buscou formar sua própria banda. Seu primeiro disco solo, “White Snake”, ajudou a encontrar o nome que precisava. Ainda nos anos 70, Ian Paice assumiu a bateria e o saudoso Jon Lord, o teclado, assim sendo, tínhamos 60% das Marks III e IV atuando no Whitesnake, o que acabou em 1983, quando Lord voltou ao Deep Purple para a gravação de “Perfect Strangers”, pois Ian Paice já havia saído um pouco antes.

Inclusive, Jon Lord chegou a gravar “Slide it In”, que saiu em 1984, contudo, o tecladista já havia retornado ao Deep Purple, Ainda assim, esse foi o pontapé inicial para a decolagem do Whitesnake rumo ao sucesso, o que aconteceu definitivamente no homônimo lançado no ano de 1987, que fez com que a banda de David Coverdale se tornasse tão grande ou, até certo ponto, maior que a banda que o revelara. A exemplo do Rainbow, Whitesnake também continua na ativa, embora Coverdale esteja claramente pensando em como fará a sua aposentadoria.

Black Sabbath – “Born Again”

GILLAN no BLACK SABBATH / Born Again line-up 1983 / Acervo

Antes que alguém questione, não, Black Sabbath nunca dependeu do Deep Purple, nem de alguém que seja, para ser o que ele foi, Black Sabbath é gigante e independente. Dito isso, após a saída de Ronnie James Dio do quarteto, quando ele embarcou em sua carreira solo, Tony Iommi e Geezer Butler ficaram, por algum tempo, sem referências para saber como iriam seguir. Foi então, em uma histórica bebedeira que ambos tiveram com Ian Gillan que surgiu o convite para que ele entrasse na banda. Gillan aceitou, assinou um contrato, mas diz não se lembrar, até hoje, de como isso aconteceu, pois, segundo dizem, os rumores de retorno do Deep Purple já estavam até rolando na época.

Bebedeiras à parte, dessa junção nasceu “Born Again”, considerado por parte dos fãs como o álbum mais pesado da carreira do Black Sabbath e, nitidademente, nele, você consegue sentir como se, de alguma maneira, Deep Purple tivesse invadido a sonoridade do Black Sabbath e o resultado dessa invasão é fantástica. Inclusive, na turnê, Black Sabbath incorporou “Smoke on the Water”, do “Machine Head”, em seu repertório e, obviamente, ela agradava demais quando era executada.

Black Sabbath – “Seventh Star”

BLACK SABBATH / Acervo

Houve um tempo em que Tony Iommi ficou sendo o único membro remanescente do Black Sabbath e foi ai que ele decidiu fazer um disco solo. Para este trabalho, Iommi convidou Glenn Hughes (ex-Deep Purple, ex-Trapeze) para ser o vocalista, porém, a gravadora achou melhor que essa formação escolhida para a gravação do álbum fosse, de algum modo, Black Sabbath, dessa maneira, o disco foi batizado de “Black Sabbath – featuring Tony Iommi – Seventh Star”. Apesar do som ser muito mais voltado ao Hard Rock, há a presença da veia Black Sabbath ali por conta de Tony Iommi e a voz de Glenn Hughes ajudou a criar essa obra maravilhosa, que infelizmente não é tão valorizada quanto merecia ser.

A Árvore Genealógica do Deep Purple

A ÁRVORE GENEALÓGICA DO DEEP PURPLE – PUBLICAÇÃO DA REVISTA SOM 3 NOS 80’S – Reprodução / Acervo

Ninguém, em absoluto, duvida do tamanho do Deep Purple em termos de influência no Hard Rock e, também, no Metal. Mas, na época que eu vi esse artigo, talvez eu não tivesse a ideia exata das dimensões que tais influências tivessem atingido e essa leitura, conforme me lembro até hoje, me ajudou a mensurar o real tamanho do Deep Purple, conquistado em pouquíssimo anos de real relevância.

Mesmo os haters, que não são tantos, que afirmam não gostar do Deep Purple, o que é absolutamente normal, podem gostar de alguma outra coisa que tenha muito de Deep Purple, mesmo que eles não saibam disso.

Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz

Sair da versão mobile