Prestes a lançar o décimo sétimo disco de estúdio da carreira, “Humanoid”, os alemães do Accept ainda são questionados, principalmente, sobre como o líder e guitarrista, Wolf Hoffmann, lida com os assuntos internos da banda.
Com fama de ter o ego avantajado, Wolf não parece ligar mais para certas críticas e demonstra certeza dos seus planos para a banda.
Em uma recente entrevista ao Blabbermouth, o guitarrista conta como o início do Accept foi absolutamente despretensioso e ocasional:
“Não tínhamos ideia do que viria depois. Não tínhamos planos de longo prazo. O Metal ainda estava em sua infância. Ninguém tinha planos de dez anos, planos de cinco anos ou mesmo planos de dois anos. Nós diziamos: ‘tudo bem, vamos fazer esse disco e veremos o que acontece’. Sempre quisemos conhecer o mundo. Queríamos sair da Alemanha e tudo mais, mas não tínhamos ideia de como fazer nada disso e de quanto tempo isso iria durar. Você tem que entender que quando o Accept começou, os Rolling Stones não tinham nem 30 anos (Risos). Não havia ninguém que você pudesse admirar na casa dos 50 ou 60 anos que estivesse fazendo Rock ou Metal. Nós pensávamos, ‘no futuro, teremos que fazer outra coisa da vida’. Nunca imaginei que chegaria aos 60 anos tocando Metal. Era inimaginável isso!”
Ao lembrar de como tudo começou, Wolf da pistas de como a convivência acabou destruindo alguns relacionamentos internos na banda:
“Lembro-me dos dias em que tínhamos 16 anos e nos encontrávamos todos os dias. Ensaiávamos quase todos os dias. Fazíamos muitas coisas juntos para a banda. Nos víamos sem parar. Mas tínhamos o sonho comum de nos tornarmos músicos profissionais. Isso realmente nos uniu naquela época. Éramos apenas adolescentes na Alemanha, todos com o mesmo sonho e pensávamos que éramos nós contra o mundo. Queríamos deixar nossa marca no mundo. O som que era feito no início da nossa carreira era tão fora do mainstream. Era quase como se fôssemos estranhos de propósito. Houve um pouco de rebelião contra a idade adulta e o que nossos pais gostavam. Agora somos músicos profissionais, somos todos experientes e um pouco mais velhos. É uma vibração completamente diferente agora.”
Após tantos anos de banda, Wolf afirma ter descoberto a fórmula mágica da boa convivência. Ele explica:
“Mark Tornillo e Christopher Williams estão conosco há mais de dez anos. Faz muita diferença se alguém está na banda há dez ou vinte anos? Na verdade não. A menos que você esteja desde o começo com aquela pessoa e diga: ‘começamos tudo isso quando eramos adolescentes’. Então, nesse caso, há uma conexão diferente porque seria uma conexão de “cidade natal”. Fora isso, depois de um tempo, todos se conhecem muito bem. Acho que estamos motivados e nos damos muito bem. Descobrimos o segredo: nós não saímos juntos o tempo todo, principalmente, na estrada. Acho que esse é o segredo para nos darmos bem. Aliás, nos damos muito bem. Se eu imaginar que viajaríamos juntos no mesmo carro todos os dias, compartilhando todas as refeições e esse tipo de coisa, as brigas poderiam começar mais cedo, mas o fato é que durante o dia, nós andamos separados. Todo mundo vai para o hotel, assiste Netflix e liga para a família. Quando chega a hora de fazer o show, é tipo, ‘ei, cara! Como você está?’. Então estamos muito animados para fazermos nossas coisas juntos.”
“Humanoid” será lançado no próximo dia 26 de abril, através do selo Napalm Records. Será o sexto registro da chamada era Mark Tornillo.
Ouça os singles “Humanoid”, “The Reckoning” e “Frankeinstein”:
