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Álbuns Injustiçados: Deep Purple – “Come Taste The Band” (1975)

Deep Purple - Come Taste The Band

Deep Purple - Come Taste The Band (EMI / Warner)

“Come Taste The Band” é o décimo full lenght da banda britânica de Hard Rock, Deep Purple.

Lançado no dia 10 de outuro de 1975, Há exatos 47 anos, pelos selos EMI/Warner, “Come Taste The Band” é uma salada de musicalidades e divergentes opiniões.

O encrenqueiro guitarrista Ritchie Blackmore havia deixado a banda para montar o Rainbow, tendo sido substituído pelo jovem americano, Tommy Bolin, guitarrista virtuoso que tocava com James Gang e Billy Cobham, sendo especialista em Fusion, Blues, Funk e Soul e já que, desde “Stormbringer” (1974), as referências em Blues e Soul haviam tomado conta da sonoridade do quinteto, principalmente pela influência musical dos recém chegados Glenn Hughes e David Coverdale, portanto, nem seria necessário mencionar que a entrada de Tommy Bolin fez com que essa tendência tomasse conta em definitivo da música do Deep Purple.

COPENHAGEN, DENMARK – DECEMBER 9: Jon Lord, Glenn Hughes, Ian Paice, David Coverdale, Richie Blackmore of Deep Purple pose for a group portrait on December 9th 1973 in Copenhagen, Denmark. (Photo by Jorgen Angel/Redferns)

A guitarra de Tommy Bolin

As duas primeiras canções, “Comin’ Home” e “Lady Luck”, trazem um prenúncio do que seria o Whitesnake pouco tempo depois. Afirmo, sem medo, que um dos principais passos para a criação da futura banda de David Coverdale foi dado aí e, dessa forma, nem é necessário dizer que Coverdale é quem comanda a voz em ambas as faixas. “Gettin’ Tighter”, por sua vez, nos brinda com o swing e o magistral vocal de Glenn Hughes, assim como os riffs que impõe um ritmo alucinante que mescla Funk (nada parecido com essa merda que vem do Rio de Janeiro) e Hard Rock. Bolin dá show tanto nos riffs, quanto nos solos, Hughes comanda a cozinha com a genialidade de Ian Paice, ditando um ritmo no qual é impossível ficar inerte.

“Dealer”

“Dealer” também tem certo swing, porém bem mais cadenciado que o da música anterior. A voz que comanda é a de Coverdale, porém Bolin manda um lindo trecho, mostrando que também sabia cantar, que a musicalidade era completa em seu sangue. Em seguida, vem “I Need Love”, que é mais uma canção que caberia em qualquer disco do Whitesnake sem que houvesse qualquer desconfiança por parte do ouvinte de que seria Deep Purple.

Mais um Hard swingado, “Drifter” abre o lado B da bolacha, misturando a conhecida sonoridade do Deep Purple com essa tendência pré-Serpente Branca presente no registro.

“Love Child”

Se o disco é imperdível até aqui, imagina a trinca final que é fabulosa. Primeiramente, “Love Child” tem aquela pegada Led Zeppelin do início dos anos 70 e esse tipo de música combina perfeitamente com a interpretação de David Coverdale. O mestre Jon Lord, do qual falamos pouco até então, começa a dominar as ações e o faz até o final da bolacha. Logo após, “This Time Around/Owen To ‘G'” mistura quase todos os ingredientes dessa deliciosa receita a um saboroso tempero de Prog Rock.

Não sei dizer como Glenn Hughes emociona mais, se é com a sua voz ou sua linha de baixo ou o piano de Lord que intensifica todos os fortes sentimentos emanados por essa obra de arte musical.

Quando a bateria chega, a parte com vocal se encerra e começa um instrumental de preço imensurável e ao final, o saudoso guitarrista Tommy Bolin usa todo o seu talento em prol da beleza musical.

“You Keep On Moving”

A minha favorita ficou para o encerramento. O baixo dinâmico tocado com o absoluto feeling de Hughes introduz a maravilhosa “You Keep On Moving”. Coverdale e Hughes executam suas vozes em uníssono, fazendo qualquer fã arrepiar todos os pelos do corpo. Quando a bateria aumenta a intensidade da canção, Glenn Hughes canta uma parte solo, a qual introduz o exímio solo de teclado de Jon Lord. Assim que termina o solo do maestro, é a vez de Coverdale cantar uma parte. Enfim, a canção retorna na mesma pegada do início com as duas vozes, mais uma vez, unidas em coro.

O solo mais lindo gravado por Tommy Bolin enfeita a parte final da canção, dando certo ar de despedida dele, que morreria aproximadamente um ano depois de overdose de heroína, com somente 26 anos.

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“Come Taste The Band” iniciou um hiato que durou até o lançamento de “Perfect Strangers” em 1984. É certo que esse álbum não recebeu a atenção merecida, pois muita gente não aceitou o fato de não ser Ritchie Blackmore o guitarrista. Porém, se dessem uma chance e ouvissem o disco com atenção, talvez desfizessem o preconceito. Trata-se de um ótimo disco.

Bom demais!

Nota 8,7

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Faixas:

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