Alice Cooper, o rei do Shock Rock, é uma das figuras mais respeitadas e admiradas do Rock and Roll. Ao longo de uma trajetória de 57 anos na música, ele já viveu altos e baixos, desfrutou dos prazeres do sucesso e da fama, enfrentou seus próprios demônios, e venceu uma longa batalha contra o alcoolismo, e se encontrou no cristianismo. Em uma entrevista recente para a revista Forbes, Alice Cooper se abriu sobre como ele descobriu que a música não era a coisa mais gratificante que ele poderia ter em sua vida:
“Eu vi o que estava perdendo. A música não é tão gratificante quanto você imagina. Eu tinha a melhor esposa do mundo, a melhor banda, o maior sucesso, mas não a coisa mais importante, Jesus Cristo. Ele não estava na minha vida. Foi um milagre que, quando fui para o hospital, saí e nunca mais bebi, nem tive vontade. Já se passaram 42 anos. O médico até disse que foi um grande milagre.”
Alice contou que percebeu que tinha se tornado um alcóolatra quando se deu conta que qualquer coisa era justificava para beber:
“Eu era o clássico, alguém que usa álcool como remédio. Eu saía e tomava três ou quatro drinques, e fazia isso todas as noites porque precisava, não porque queria. ‘Ah, tenho duas entrevistas, é melhor eu tomar um drinque.’ Logo, você cai no alcoolismo. Você só percebe quando é tarde demais. Eu nunca ficava bêbado, mas sempre tinha um drinque na mão, aquele efeito dourado do Dean Martin. Não parecia que eu tinha um problema. Nunca perdia um show. Se eu estivesse atuando, sabia todas as minhas falas. Mas meu estômago dizia: ‘Ei, estamos morrendo aqui dentro.’ Uma manhã, acordei e vomitei sangue. Hora de ir para o hospital.”
Indagado se o álcool o ajudava de alguma maneira quando estava no palco, ele disse:
“Eu tive um ótimo psiquiatra. Ele me perguntou quanto eu bebia no palco. E eu respondi: ‘Eu nunca bebo no palco’. Ele então perguntou quanto eu bebia quando estava filmando ou gravando. Eu disse a ele que nunca bebia naquela época. ‘Então’, ele disse, ‘Alice não é o problema, você é.’ Eu nem percebi isso. Era eu nas outras 22 horas, quando eu não era Alice.
Uma luz se acendeu. Agora, como qualquer outra criança, nós fumávamos maconha na banda quando éramos jovens. Aliás, Jimi Hendrix foi o primeiro a me passar um baseado [risos]. As drogas [de verdade] nunca foram um problema, mas o álcool, que na verdade é uma droga, era legal. Eu não queria ir para a cadeia por causa de uma droga, então eu bebia.”