Frontier Records
Conhecido por ser o vocalista do Vanden Plas, banda de Prog Metal da Alemanha, Andy Kuntz é mais um daqueles caras de talento incrível, incansável e persistente quando o assunto é criar/compor.

Embora não faça parte da lista dos “paparicados”, já que numa lista de 10 vocalistas de Prog Metal é quase certo que seu nome sequer seja mencionado, Andy é um cantor acima da média dentro do que se propõe. A longevidade do já citado Vanden Plas é um bom exemplo e diz muito sobre suas aptidões como músico extraordinário que é.

Uma de suas melhores performances aconteceu no projeto Abydos, no álbum “The Little Boy’s Heavy Mental Shadow Opera About The Inhabitants Of His Diary”, editado em 2004, onde ele dá um show de interpretação mostrando que independente do prestígio maior que deveria ter, soube construir uma história brilhante como vocalista.

Recentemente o músico anunciou o álbum de estreia do All My Shadows, sua nova banda, ao lado do guitarrista Stephan Lill e do baterista Andreas Lill, companheiros de longa data em sua banda principal.

Intitulado “Eeries Monsters” e lançado em 17 de fevereiro via Frontiers Records, o disco apresenta nove faixas inéditas calcadas no Hard/Heavy, embora em alguns momentos as influências de sua banda principal dêem as caras, porém, nada que tire o All My Shadows de seu caminho principal já que o disco traz uma proposta mais voltada ao Hard Rock.
Além de Andy, Stephan e Andreas, completam o line up o tecladista Markus Teske e o baixista Franky R.
Hora de conferir a nova aposta de Andy e seus asseclas. Vem comigo!
A abertura fica por conta de “Silent Waters“, faixa single que antecedeu o álbum e de cara é possível perceber que Andy se deu muito bem em sua nova empreitada. Aqui a fórmula é simples: melodias, linhas sutis de teclados, refrão grudento e solos simples sem frescuras ou cheios de virtuoses.
Hard Rock como deve ser.
Acelerada e com uma dose extra de peso nas guitarras, “A Boy Without Name” dá prosseguimento ao disco e aqui é possível encontrar linhas sutis de Prog Metal, principalmente nas linhas de contrabaixo e também nos teclados. A verdade é que a banda flerta com o Prog, adicionando algumas pitadas de Heavy Metal, embora no final o que se sobrepõe é o Hard Rock.
É bem provável que ao compor “Syrens”, os músicos tenham se inspirado na sonoridade de sua banda principal, o Vanden Plas, haja visto que a canção poderia facilmente estar em qualquer disco deles. Mas isso é ruim? Não! de forma alguma já que temos aqui uma música bem construída, com linhas de vozes espetaculares e backing vocals perfeitos.

Já que falei em vocais, são eles a cereja do bolo em “Lifeforms”, excelente power ballad onde as guitarras de Stephan Lill fazem companhia aos vocais excepcionais de Andy.
Heavy Metal faz-se presente em “Wolverinized”, talvez a faixa mais pesada do disco em mais um momento espetacular do quinteto numa canção surpreendente onde todos os músicos, sem exceção, fazem a lição de casa. Aqui, destaco o belíssimo trabalho de Stephan Lill. O cara é de fato um exímio guitarrista.

De volta ao Hard Rock com “The Phantoms Of The Dawn“, segundo single e mais uma canção excelente onde mais uma vez as guitarras são os grandes destaques. Embora renegar os trabalhos brilhantes dos backing vocals e a voz espetacular de Andy Kuntz seria no mínimo um pecado. Que música espetacular!
Os segundos iniciais de “Farewell” dão pistas de que estamos diante uma canção espetacular, e de fato estamos. Apresentando aquela fórmula onde o piano faz um contraponto com as vozes, arrisco a dizer que temos aqui o momento mais belo do disco, onde é possível destacar principalmente os trabalhos de guitarras lembrando Mark Knopfler (Dire Straits), além das linhas de vozes que preparam a entrada triunfal dos backing vocals que por sua vez atuam como um grande coral. Que música grandiosa e que interpretação perfeita de Mr. Andy Kuntz.
Em sua reta final temos mais um momento Vanden Plas representado por “Devil ‘s Ride”, faixa que traz absolutamente todos os elementos do Progressive Metal.
Por se tratar do estilo peculiar e característico de Andy, Andreas e Stephan, não será preciso dizer o quão perfeita a música soa, embora seja necessário descrever a precisão musical de todos os envolvidos (baixo, bateria, guitarras e teclados).

O encerramento vem com “All My Eeries Monsters“, faixa que batiza o disco apresentando a fusão entre o Heavy e o Prog Metal, finalizando em alto estilo um álbum que se mantém num patamar musical satisfatório, feito para fãs dos estilos supracitados bem como aos fãs dos trabalhos capitaneados pelo cantor..
Por ser um projeto, é bem provável que um novo capítulo demore para ser lançado, porém seria interessante ter o All My Shadows como uma banda de fato, visto que os músicos envolvidos terão a liberdade de flertar e explorar novos horizontes musicais, mostrando ainda mais o talento e a diversidade musical de Andy Kuntz, músico que dispensa comentários e que figura na minha lista de melhores vocalistas de Prog Metal dos últimos tempos.

Por fim, “All My Eeries Monters” é um disco honesto, bem produzido, repleto de belos temas e agradável de se ouvir e ainda traz uma bela capa. Vale a pena ouvir.

Nota: 8,5
Integrantes:
- Andy Kuntz (vocal)
- Stephan Lill (guitarra)
- Andreas Lill (bateria)
- Franky R (baixo)
- Markus Teske (teclado)
Faixas:
- 1. Silent Waters
- 2. A Boy Without A Name
- 3. Syrens
- 4. Lifeforms
- 5. Wolverinized
- 6. The Phantoms Of The Dawn
- 7. Farewell
- 8. Devil’s Ride
- 9. All My Eerie Monsters