O novo álbum do Arch Enemy se chamará “Blood Dynasty” e chegará às lojas e plataformas de streaming no próximo dia 28 de março através da Century Media Records.
Desde o ano passado, o grupo vem compartilhando algumas faixas novas e parece ser algo bem palpável afirmar que o novo trabalho deverá seguir agradando a enorme base de fãs conquistada pela banda.
Se você ouviu com atenção os 4 singles disponibilizados, deve ter percebido que o Arch Enemy nunca esteve tão livre para se arriscar. Na verdade, tratam-se de riscos calculados e jamais fugindo daquela essência principal inegociável. E apesar disso, seria normal que nos questionássemos sobre como algumas bandas relatam problemas com gravadoras que supostamente se envolvem demais e tentam manipular sua arte. Enquanto isso, há bandas como o Arch Enemy, que tem total liberdade para fazer o que quiser.
Em uma nova entrevista a David E. Gehlke do Blabbermouth, o guitarrista Michael Amott falou sobre diversos temas, inclusive este. Questionado se a Century Media deixa a banda fazer o que quiser sem interferências, Amott disse:
“Basicamente, sim. Eles licenciam a música e é isso. Todo o resto é por nossa conta. Acho que as gravadoras, hoje em dia — e isso não é novidade — dependem das bandas para fazer todo o trabalho. As bandas que estão sendo contratadas são aquelas com muitos seguidores nas redes sociais. É isso que eu ouço. Você tem que ter tudo isso ao seu favor. Temos um pé no velho mundo e outro no novo, por assim dizer. Vendemos muitas cópias físicas; vendemos toneladas de vinil e CDs. Então, estamos fazendo todo esse novo jogo com os streamings. Para nós, esse relacionamento funcionou muito bem. Eu me pergunto como a Century Media se sente sobre isso.”
Sobre como foi trabalhar com o produtor Jens Bogren e lidar com sua fama de mexer muito nas músicas dos artistas, Amott disse:
“Tentei manter a calma (Risos). Foi difícil para ele também. Criamos tantas versões das demos, experimentando diferentes andamentos, transições e mudanças de tom. Nós circulamos essas músicas por muito tempo enquanto trabalhávamos nelas. Às vezes, ele sugeria uma ideia, e eu respondia: ‘Tentamos isso e decidimos fazer isso’. Estamos muito bem preparados quando entramos no estúdio, o que pode ser um pouco frustrante. Um dos nossos produtores anteriores, Andy Sneap, mencionou que estávamos muito bem preparados como banda. Ouço dos meus amigos produtores que algumas bandas chegam com um álbum que está talvez sessenta por cento completo, contando com ideias que desenvolvem no estúdio. Com o Arch Enemy, não operamos dessa forma.”
Sobre o uso cada vez maior de vocais limpos da vocalista Alissa White-Gluz e outras experimentações que estão acontecendo nos discos mais recentes, Michael disse:
“Nós experimentamos vocais limpos com ela desde que ela entrou. Em ‘Will To Power’ havia uma música, ‘Reason To Believe’, que era uma balada e era algo bem extremo para nós isso. Essa música era cantada limpa principalmente nos versos, pelo menos. Houve outras músicas, como ‘Handshake With Hell’. Agora, esta nova música apresenta vocais limpos bem no refrão. Eu não sou realmente contra eles. Se soa bem, então é bom — aquele velho clichê. Você tem que pensar, ‘Queremos permanecer fiéis ao som central da banda, mas ao mesmo tempo, queremos introduzir algumas coisas novas e diferentes’. Precisa haver alguns elementos interessantes acontecendo em nosso 12º álbum de estúdio.
Nosso objetivo era mantê-lo interessante para nós mesmos. Não se trata do que os outros podem pensar; se é divertido para nós, é algo como, ‘Não temos nada parecido com isso em nenhum de nossos discos; pode ser legal’. Tenho muito respeito por bandas que tocam a mesma coisa ano após ano e seguem uma fórmula. Há força nisso. Com o Arch Enemy, o som da banda evoluiu.”
Quando foi confrontado a responder o que o Michael Amott dos anos 90 diria a si mesmo ao saber que estaria tocando em arenas 35 anos mais tarde, ele disse o seguinte:
“Eu nunca poderia ter imaginado esse cenário. Quando comecei a tocar em bandas aos 14 anos, nunca pensei que seria assim. Nunca foi meu objetivo ganhar dinheiro com a banda ou evitar um emprego regular; nunca considerei isso. Naquela época, tudo parecia tão underground. Eu via bandas surgindo e pensava: ‘É, tenho vários álbuns dessa banda, mas eles estão tocando neste porão com apenas cem pessoas aqui’. Essas eram as bandas que eu adorava. Na minha mente, elas pareciam enormes. Não percebi que elas chegaram em uma van (Risos). Eu não via isso como uma carreira, mas queria fazer isso de qualquer maneira. Eu amo a música e toda a experiência em torno dela — toda a subcultura, os fanzines, as fitas, a camaradagem, os shows e tudo mais. Para mim, é vital permanecer conectado a isso. Falando de um ponto de vista pessoal, é essencial para mim permanecer nessa mentalidade e me lembrar disso.”
Veja a entrevista completa no Blabbermouth clicando AQUI.
Ouça as novas músicas do Arch Enemy: