O lendário guitarrista do Black Sabbath, Tony Iommi, conversou recentemente com a Music Radar sobre aspectos que envolvem diversos momentos da carreira do gigante britânico. Em algum momento, Iommi falou sobre o início difícil que a banda teve e o trabalho de persistência que os músicos tiveram que executar para conseguir um contrato. Segundo Iommi, a gravadora não acreditava de fato no potencial da banda e indicou um produtor inesperiente para gravar o mítico debut homônimo. Segundo Iommi:
“Acho que sempre tivemos que lidar com isso. Desde que começamos, no primeiro dia, já tivemos que lidar com isso. E foi o mesmo com os produtores. Lembro-me de quando chegamos a Londres, tocamos no Speakeasy Club e nunca tínhamos tocado em um lugar assim antes. E tinha um cara que vinha de uma gravadora e achava que éramos uma porcaria. Nós nunca apelamos para ninguém. Então, nós continuávamos até encontrar a coisa certa e alguém que gostaria.
Eventualmente, ele ligou para a Phonogram e envolveu Rodger Bain (produtor), que era muito novo para eles e nós éramos como seu projeto de teste, eu acho. Não sabíamos nada sobre gravação, então tudo o que fizemos foi entrar e tocar. O primeiro álbum foi como fazer um show para nós. Literalmente, não demorou nada. Não tivemos semanas para trabalhar nisso, foi algo como entrar e sair do estúdio. Então sempre tivemos que forçar as coisas até o limite, mas isso te faz forte, faz você acreditar no que faz. Isso faz você trabalhar mais para alcançar o que quer que esteja almejando. Nós tínhamos esse sentimento que nos impulsionava a continuar.”
Em um outro momento desta entrevista, o mestre dos riffs falou sobre seu parceiro de longa data, o baixista Geezer Butler. Iommi refletiu sobre como a música do Black Sabbath não tem tanta relação com a técnica, mas destacou a importância fundamental do feeling. Veja o que ele disse:
“Geezer é insubstituível. Ele foi muito importante, porque ele me acompanhava e sabia o que eu ia tocar. Eu nunca tive nenhuma dúvida de que Geezer sempre tocaria a coisa certa. Esse tipo de músico não existe muito por aí. Fiquei um pouco irritado, certamente, durante o período dos anos 80, que se tornou mais sobre o número de bandas surgindo e ter o baixo ali apenas para acertar algumas notas. Não são bons músicos para mim.
Geezer criava uma parte melódica e era o baixista ideal para nós. Acho que extraímos o melhor um do outro. Porque nenhum de nós era um músico brilhante, mas como banda funcionava. Não fomos bons tecnicamente, mas tocávamos e gostámos do que fazíamos. Criamos um tipo de som e criamos riffs básicos que as pessoas gostaram. Bem, nós gostávamos deles de qualquer maneira!
Eu toquei com outras pessoas que eram muito técnicas e aprendi durante o período de estar sozinho trazendo bateristas e baixistas para a banda que, por melhor que você seja, isso não significa dizer que você pode tocar o que nós tocamos. E isso me provou um ponto porque alguns desses músicos eram realmente ótimos músicos, mas você dizia, ‘você pode tocar War Pigs ou Black Sabbath?’ e eles não conseguiam. Nenhum feeling. E a quantidade de vezes que eu tinha bateristas para tocar e eles diziam, ‘nós conhecemos todas as coisas do Sabbath’, e aí eles tocavam e eu falava, ‘pare! Não está nada parecido’. O feeling não estava lá. Mas tecnicamente eles eram ótimos. Isso realmente abriu meus olhos. É simples… mas não é.”