Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, vem nos preparando para o lançamento de “The Mandrake Project”, seu primeiro disco solo em mais de 19 anos, desde que ele lançou “Tyranny Of Souls”. Em entrevista a “A Radio Rock”, Bruce disse algumas coisas sobre o seu disco, dessa maneira:
“Em 2014, eu ia fazer um álbum solo, continuação de ‘Tyranny Of Souls’. E se chamaria ‘If Eternity Should Fail’. E da faixa-título que escrevi, fizemos uma demo dela, que na verdade está no single ‘Afterglow Of Ragnarok’. Na verdade, coloquei a demo de ‘If Eternity Should Fail’ no single, no outro lado do single, para que as pessoas pudessem conferir, junto com a faixa principal, como ela evoluiu desde a demo, desde o início até a versão do MAIDEN. Ela foi parar no álbum do Maiden porque eu decidi não usa-la. Eu tinha outras faixas em que estávamos trabalhando com Roy. Então, no final de 2015, fui diagnosticado com câncer na garganta. Então isso foi um ano antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. E a primeira coisa que tive que fazer foi sair em turnê com o IRON MAIDEN para compensar o tempo que perdemos. Isso foi em 2017. E então eu pensei: ‘Quer saber? Vamos voltar para a América.’ Mas, aí veio a COVID. E isso foram três anos sem permissão para entrar na América. Então foram cinco anos — mais de cinco anos. Perdi sete anos da minha vida durante isso.”
Bruce falou mais em seguida:
“Enquanto isso, a ideia da história em quadrinhos… Originalmente, seria apenas uma história em quadrinhos relacionada ao álbum, mas a história cresceu e mudou, e então se tornou esse monstro de 12 episódios. E eu estava passando ideias para um cara chamado Kurt Sutter, que escreveu ‘Sons Of Anarchy’ e ‘The Shield’ e outras coisas. Ele é um incrível escritor de Hollywood…. ‘Sons Of Anarchy’ foi a inspiração para os quatro motociclistas do apocalipse no vídeo do IRON MAIDEN ‘The Writing On The Wall’. Eu escrevi o roteiro para isso e estive muito envolvido na produção e, enquanto fazia isso, estava conversando com Kurt e apresentei a ele a ideia de ‘The Mandrake Project’. Na época não se chamava ‘The Mandrake Project’. Estávamos fazendo esse álbum e eu não tinha ideia de como ele se chamaria. E eu tinha essa história e não sabia como chamá-la. De verdade não tenho ideia de como criei o ‘The Mandrake Project’.”
Sobre o título do disco, Bruce ainda fala:
“Em algum lugar, eu tenho um pedaço de papel com algumas ideias absolutamente ridículas para o título do álbum. Estou anotando: ‘Que tal chamar assim? Que tal chamá-lo assim?’, e apenas olhar para todos eles e dizer: ‘Qual deles parece certo?’ E nenhum deles parecia certo. E então… ‘Mandrake’ é uma palavra tão bonita. E, na verdade, alguém fez algo usando ‘Mandrake’? A resposta é não. Eu fiquei maravilhado. Havia uma música do DEEP PURPLE, ‘Mandrake Root’. Há um quadrinho francês chamado Mandrake The Magician. E havia algo chamado The Mandrake Project, mas era como uma coisa única de bateria e baixo. E eu pensei: ‘Bem, isso não será um problema.’ Eu pensei: ‘Isso parece muito legal. eu poderia chamar o álbum e a história em quadrinhos de ‘The Mandrake Project’. Eu tinha a história, mas agora tenho o nome – brilhante. Então foi assim que evoluiu – peça por peça.”
Bruce conta como o disco se torna uma continuação das ideias de 2014, já que muitas músicas estavam prontas, ele explica:
“‘Shadow Of The Gods‘ estava quase finalizada. ‘Sonata (Immortal Beloved)’, a última faixa do álbum, tem mais de 20 anos. E eu até esqueci que havíamos feito isso. E foi apenas uma demonstração. E uma noite, Roy estava tocando para mim como se ele tivesse feito uma jam. Ele tinha visto o filme ‘Immortal Beloved’, com Gary Oldman, sobre Beethoven, e disse: ‘Quer saber? Vou pegar um pequeno loop da sonata ‘Moonlight’ [de Beethoven] e apenas brincar com ela e colocar alguns teclados e algumas guitarras e criar um pouco de vibração ambiente.’ E ele tocou para mim e disse: ‘O que você acha disso?’ E eu disse, ‘Oh, parece muito alucinante. Não sei o que cantaria sobre isso. Deixe-me tentar. Então entrei. Não tinha letra, não tinha melodia, não tinha ideia do que iria cantar. E eu cantei 80% daquela música – inventei na hora. Letras, palavras faladas – tudo. Eu estava apenas cantando livremente. E nós dissemos, ‘Oh, isso é legal.’ E eu esqueci disso. E então Z me deu algumas coisas. Ele disse: ‘Tenho um monte de demos aqui. Encontrei mais alguns. E isso estava lá. Então Leana, minha esposa, ouviu. Ela disse: ‘O que é isso?’ Eu disse, ‘Bem, é apenas uma demo que fizemos.’ Ela diz: ‘É incrível!’ Eu disse, ‘Sério?’ Eu disse: ‘Você não acha que está um pouco estranho aí?’ Ela diz: ‘Não! É fantástico! Você precisa deixar isso registrado. Então eu disse: ‘Ok. Tudo bem.’ Então tivemos que fazer alguns reparos, já que não havia segundo verso. Porque eu cantei a primeira estrofe e pensei, ‘Uau, isso parece ótimo. Oh, há um refrão! Eu cantei o refrão. Deus, isso parece brilhante. (…) em geral, 80% desse take é o primeiro e o único take, sem nada escrito. Na verdade, tive que ouvir a música para escrever qual era a letra. Eu não os tinha anotados em lugar nenhum. Estava simplesmente lá.”
“The Mandrake Project“ será lançado dia 1º de março via BMG, contando com o seguinte time:
Bruce nos vocais, Roy “Z” nas guitarras, Mistheria nos teclados, assim como Dave Moreno na bateria. Esse foi o mesmo time que gravou o ótimo “Tyranny of Souls” de 2005. Mais novidades sobre o novo álbum de Bruce Dickinson chegarão posteriormente.
Clique no link abaixo, a fim de conferir o single “Afterglow of Ragnarok”: