Cannibal Corpse: “sinto falta da mística dos velhos tempos”, diz Mazurkiewicz

Paul Mazurkiewicz, baterista do Cannibal Corpse, falou sobre os novos modelos de negócios virtuais.

Muita gente não percebe, mas se olharmos para o que foi o Metal no passado e o que ele é hoje, podemos observar uma infinidade de mudanças.

Não somente na parte musical ou comportamental, mas principalmente no que diz respeito a indústria da música em si.

Aconteceram tantas revoluções depois do advento da internet que poderíamos ficar dissertando sobre o tema durante parágrafos infindáveis.

Mas a questão é que algumas pessoas se adaptaram bem ao modelo que temos hoje e outras nem tanto.

Em uma nova entrevista concedida ao podcast “Nothing Shocking”, o baterista do Cannibal Corpse, Paul Mazurkiewicz, abordou justamente este tema e comentou se existe algum tipo de preferencia pessoal pela época pré-internet. Ele disse o seguinte:

“É difícil, porque obviamente eu amo o que a Internet e a tecnologia nos trouxeram, onde você tem tudo ao seu alcance, as bandas estão sendo capazes de fazer tanto e somos capazes de saber tanto sobre elas. É legal, mas acho que minha mentalidade old-school, sendo da geração anterior a essa, eu meio que sinto falta da mística dos velhos tempos, onde não sabiamos muito sobre bandas e tinhamos que obter as informações comprando uma revista. as poucas informações que conseguiamos era o que tinhamos, era o tipo de coisa boca a boca. Então eu meio que sinto falta da velha mística do metal nos velhos tempos. não sabíamos tudo e não tínhamos tudo ao nosso alcance. era difícil, porque por outro lado, é bom ficar conectado com os fãs. Não estaríamos fazendo isso agora se não fosse por essa tecnologia… Então é difícil. Mas eu teria que dizer, apenas olhando para trás, a forma como eu cresci e tudo mais, tinha uma certa mística. talvez quando eu era mais jovem, eu gostaria que fosse como é agora, porque você pode pensar no passado e pensar o que eu teria ou poderia ter adquirido de conhecimento, as coisas que não conheço melhor porque simplesmente nem pensamos nisso. é claro, quando tudo isso está surgindo no futuro e você está apenas vivendo o agora, não costumamos nos importar. Mas eu olho para trás e vejo como cresci, e foi divertido ir às lojas de discos e encontrar novas bandas dessa forma. é assim que você conhece muitas bandas ou lê sobre elas em uma revista. Caso contrário, você entraria em uma loja de discos e diria: ‘Oh, olhe para este disco. Uau. Isso parece legal. Vamos colocar. Uau. Isso é incrível’, E foi assim que você descobriu novas músicas e encontrou novas bandas. Agora, é claro, quem vai fazer isso? Isso nunca mais vai acontecer. Então eu sinto falta daquela mística e daquele jeito de como costumava ser. Mas isso é coisa do passado, eu acho. Acho que estou feliz por fazer parte disso.”

Ele continua:

“Eu sempre digo às pessoas que estou feliz … tive sorte, suponho. Todo mundo nasce em uma época e eu nasci em toda aquela era de transição para o metal… sendo um adolescente naquela época no início dos anos 80 e depois crescendo com a música e a mudança da cena diariamente. Veja quanta mudança aconteceu na cena do metal de 80 a 90. É inacreditável. Ou de 82 a 85, ou de 85 a 88. E nós fizemos parte disso, eu era um adolescente faminto que nem tinha certeza do que queria, eu estava entrando nas bandas e nem mesmo estava certo do que eu queria, porque eu ainda estava sendo moldado e tudo mais. Eu me sinto muito sortudo por fazer parte de tudo isso e ter essas transições e fazer parte do movimento, por assim dizer. Foi uma ótima época para crescer. E se não fosse por isso, o CANNIBAL ‘não seria o que é hoje, e obviamente eu não seria o baterista que sou e o músico que sou. Então tudo aconteceu por uma razão e é assim que acontece. Mas, sim, houve momentos emocionantes. Definitivamente.”

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