A história do Memento Mori remonta ao ano de 1992 na Suécia, mais precisamente na capital Estocolmo, quando o Hexenhaus, que na época era a banda do guitarrista Mike Wead (Mercyful Fate, King Diamond), entrou num hiato, Mike convidou, nada mais nada menos, que Messiah Marcolin (ex-Candlemass) para formar um novo grupo. Porém após dois álbuns e um split, o difícil temperamento do vocalista o leva a deixar a banda no meio da gravação do terceiro álbum, “La Dance Macabre”, no ano de 1996. O grupo encontra em Kristian Andren um substituto para o registro. Eis que no ano seguinte, Marcolin, num típico ataque de “Prima Donna”, resolve voltar e então, nesse “vai e vem”, eles acabam por registrar o mais conhecido e recheado de clássicos de sua curta, porém, prolifera carreira.
Os trabalhos abrem com a faixa “The Things You See (And The Things You Don’t)”. Essa música começa com um andamento impossível de não bater a cabeça, para em seguida cair num dos melhores refrãos do álbum, nos quais brilham as vocalizações de Marcolin. A sonoridade do disco foge um pouco dos padrões tradicionais, a bateria tem um som mais agudo, porém casa perfeitamente com as canções.
“Under My Blackened Sky” se destaca por uma interpretação magistral nos vocais. Como canta Messiah Marcolin! Os riffs do guitarrista Mike se fundem à bateria de Tom Björn dando um andamento inusitado, novamente com um refrão memorável, essa música já justifica a presença desse álbum numa seção de clássicos. “One Sign Too Many” introduz com guitarras pesadíssimas e andamento mais cadenciado, onde temos um som de bateria mais encorpado. Nessa canção me peguei pensando na incrível capacidade do Memento Mori em criar um som Doom/Prog com uma identidade única.
“Burned By Light” é guiada pelas guitarras de Mike e Nikkey Argento e pelos vocais de Messiah, que nessa música assumem um tom de ópera, porém sombrio, com solos mágicos e inesquecíveis, essa faixa é uma das minhas preferidas desse registro.
Na sequência vem a faixa homônima, “Memento Mori”, a qual é puro Doom Metal tradicional. Nela brilham todos os integrantes da banda. Essa canção tem riffs que grudam no cérebro por dias! Dotada de um peso absurdo, méritos da cozinha composta por Tom Björn ( bateria ) e Marty Marteen ( baixo) . Os solos alçam essa música à estratosfera, e nela mais uma vez podemos comprovar que Marcolin é um dos maiores vocalistas de todos os tempos!
“I Prayed” segue com o estilo Doom mais tradicional, com o baixo batendo no peito do ouvinte com todas as forças. Essa faixa é umas das mais marcantes do disco, com atuação fantástica de Messiah. Então chega a vez do cover “Animal Magnetism” da lenda do Hard Rock alemão, Scorpions, tirada do álbum homônimo de 1980, ela se encaixa de maneira sobrenatural ao estilo dos suecos, que fizeram uma leitura fiel da canção.
“Out Of Darkeness” finaliza, de forma épica, esse petardo, o qual vem sendo subestimado por uma boa parcela de fãs de Doom Metal, injustamente. Nesse álbum temos a prova de que nem só na trindade profana, My Dying Bride, Anathema e Paradise Lost, é que o Doom Metal de qualidade é feito.
Nota 9,3
Integrantes:
- Mike Wead (guitarra)
- Marty Marteen (baixo)
- Messiah Marcolin (vocal)
- Tom Björn (bateria)
- Nikkey Argento (guitarra)
Faixas
- 1.The Things You See (And The Things You Don’t)
- 2.Under My Blackened Sky
- 3.One Sign Too Many
- 4.Burned By Light
- 5.Memento Mori
- 6.I Prayed
- 7.Animal Magnetism (Scorpions Cover)
- 8.Out Of Darkness
Redigido por Jonatan Gorehead Silva