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Clássicos: Alice Cooper – “ Killer” (1971)

“Killer” é o quarto álbum de Alice Cooper, enquanto banda que levava o seu nome, que saiu em novembro de 1971, tendo como produtor o genial Bob Ezrin (Pink Floyd, Kiss, Deep Purple).

Junto com “Billion Dollar Babies” (1973), “Killer” faz parte dos discos perfeitos da carreira do senhor Vincent Furnier, pois é um registro no qual pular alguma faixa deveria configurar crime. Anteriormente, mais precisamente em março do mesmo ano, Alice Cooper lançara “Love it to Death”, o qual emplacou “I’m Eighteen” e nenhuma outra música. Mais do que um disco perfeito, temos aqui um dos cartões de visita do portfólio de Bob Ezrin, pois tudo funciona absolutamente nessa masterpiece.

Alice Cooper – “Killer” contra-capa

“Under My Wheels”, uma expressão americana!

As boas-vindas do Killer ficam por conta de “Under My Wheels”, que foi single e se eternizou como clássico, tornando-se obrigatória nos set lists em toda a carreira da Titia Alice, inclusive, atualmente. “Under My Wheels”, em português, “embaixo das minhas rodas”, é a expressão americana equivalentes as nossas “na minha cola”, “pegando no meu pé” ou “no grude”, mas, por que estou dizendo isso? Para mostrar a letra que é pura diversão em forma de Rock’n’Roll.

“O telefone toca, ‘ Você me pegou de saída / ‘Estou dirigindo meu carro agora’ / ‘indo atrás de diversão’ / ‘Estou dirigindo até você, querida (pode acreditar, rs) / “Eu acho que você não conseguiu ver, sim, sim” / “Mas você está embaixo das minhas rodas, querida / Por que você não me deixa em paz? Porque quando você me liga dizendo ‘Leve-m ao show’ / E então eu digo: ‘Querida, eu simplesmente não posso ir A velha está doente e não posso deixá-la em casa’”

“Under My Wheels” tem a cara da juventude de muitos de nós e isso, inegavelmente, tem um valor imensurável. Em seguida, outro single, “Be My Lover”. Alguém tem que ser simplesmente ausente de alma para permanecer indiferente a esse riff delicioso, a linha de baixo e a melodia mágica da interpretação do senhor Furnier.

“Amor, se você quiser, seja meu amante / É melhor você me levar para casa / Porque é um longo caminho até o paraíso / E ainda estou sozinha”.

Halo of Flies e a maravilhosa veia Prog Rock

Se você nunca ouvir falar do baixista Dennis Dunaway, ouça essa canção como sua apresentação, pois sua genialidade é explícita até para os mais leigos em técnica musical. Ao contrário das duas primeiras faixas que exalam o delicioso perfume da diversão, “Halo of Flies” é uma aula de música e uma distribuição de arrepios de pleno êxtase, dessa forma, o ouvinte sente como se uma energia divina tivesse tocado a sua pele e preenchido o seu espírito de luz.

“Desperado”, na introdução, parece que vai seguir a mesma linha de “Halo of Flies”, porém, ele acaba por se transformar em uma mescla entre a veia Prog/Rock e a clima divertido do Rock’n’Roll do início da tracklist.

Alice Cooper – line-up 1971 / Acervo / Reprodução

“Você me deixa nervoso…”

Lembro até hoje da primeira vez que escutei “You Drive Me Nervous”. Eu estava ouvindo uma fita-cassete que o meu tio gravou para mim e lembro quando ela começou a tocar, eu pensei, a guitarra tenta ficar “nervosa” para combinar com a letra. Só sei que a paixão invadiu meu coração, ao passo que, nem se eu quisesse, eu teria como fazer aquilo deixar de ser parte da minha vida. Além disso, a ginga do baixo é algo que deveria ser estudo pela NASA.

A canção “Yeah, Yeah, Yeah” vaga no mesmo espaço cósmico musical que “Under My Wheels” e “Be My Lover”, mas, estou querendo dizer que há algo de mal nisso? Negativo, ao contrário, ela se encaixa perfeitamente nesse contexto “louco de pedra” da obra, estando no lugar que deveria estar.

O final é a parte sombria do disco

“Dead Babies” dá abertura à parte mais voltada ao Shock Rock do “Killer”, contudo, era exatamente isso que faltava para que a primeira obra prima de Alice Cooper chegasse ao topo da perfeição.

“Papai é um agrófilo no Texas / Mamãe está no bar quase todas as noites / A pequena Betty está dormindo no cemitério / Morando lá em Borgonha e Branco / Bebês mortos / Não conseguem cuidar de si mesmos / Bebês mortos/ Não conseguem tirar as coisas da prateleira / Bem, nós não queríamos você de qualquer maneira Lalala-la, lalala-la, la la la.”

Não consegui encontrar nada a respeito, se por acaso Alice Cooper se baseou em algum caso real para escrever “Dead Babies”, mas o que eu sei é que os arrepios que a letra causa são bem macabros.

“Killer”, a canção que intitula o álbum, é também aquela que o encerra. Curiosamente, eu conheci não somente o disco, mas Alice Cooper através dela. Adorei essa canção desde a primeira vez que a ouvi e, acreditem vocês ou não, eu já sabia que um dia iria escrever sobre ela. E não é que esse dia chegou?! Bom, na primeira vez que a ouvi, sem ter acesso a tradução da letra, achei que falasse sobre os crimes de um assassino, que relatava o seu julgamente, sua extrema-unção e, enfim, o som de descarga elétrica que se escuta em seu encerramento fosse a sua execução na cadeira elétrica. Hoje, portanto, saberei se eu estava ou não com a razão:

“O que eu fiz para merecer tal destino / Eu realmente não queria me envolver nisso / Alguém me entregou esta arma e eu / Eu dei tudo / Sim, eu dei tudo / Eu vim para esta vida, olhei ao redor / Eu vi exatamente o que gostei e peguei o que encontrei / Nada veio fácil, nada veio de graça / E nada aconteceu até que eles vieram atrás de mim / Yeah, yeah / O que eu fiz para merecer tal destino? Eu realmente não queria me envolver nisso / Alguém me entregou uma arma e eu / Eu dei tudo/ Eu dei tudo.”

Assim que terminei de ouvir a música lendo a letra, percebi que continuo em dúivida se a minha percepção sobre “Killer” estava certa ou não (rs), mas, o que realmente importa, é que o quarto álbum de Alice Cooper é mais do que um clássco, é o que chamamos de clássico absoluto.

Nota: 10,0

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REDIGIDO POR: CRISTIANO “BIG HEAD” RUIZ

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