Poderíamos muito bem tratar “Tyr” como mais um álbum injustiçado da era Tony Martin no Black Sabbath, porém, acreditamos que logo a história lhe dará o devido valor. Dito isso, em 20 de agosto de 1990, logo após “Headless Cross”, o mais bem sucedido álbum da banda britânica a contar com a voz de Martin, chegou “Tyr”. Assim como seu sucessor, a distribuição ficou por conta do selo I.R.S Records. Além disso, como novidade no line-up, somente o baixista, ex-Whitesnake, Neil Murray.
Lado A – (Anno Mundo (The Vision)
Desde quando ouvimos “Anno Mundi (The Vision)” pela primeira vez, ela jamais saiu de nossa cabeça e já sabíamos que seria uma importantíssima canção para que contassem esse momento da história do Black Sabbath. Tanto que o pacote de remasterização da era Tony Martin no Black Sabbath recebeu justamente o nome de “Anno Mundi”. Se alguém ainda não consegue entender a razão, tão logo a ouça com atenção e se envolva em sua atmosfera épica, compreenderá no mesmo instante.
“O vento da noite sopra frio / Seus olhos estão queimando / À medida que as areias do nosso tempo envelhecem / Anno Mundi”
“The Law Maker”, que vem em seguida, por exemplo, poderia estar em qualquer um dos discos da era DIO, pois combinaria perfeitamente com sua voz poderosa. Tony Martin, por sua vez, foi igualmente capaz de torná-la uma das melhores músicas do “Tyr”. Já em Jerusalem, é a vez dos lindos solos de Tony Iommi fazerem a diferença, não que algum dia eles não a tenham feito, mas agora somos capazes de ouvir tudo com nitidez em uma produção que a grandeza do nome Black Sabbath merece.
O Heavy Doom se faz presente em “The Sabbath Stones”, um linda canção na qual todos os instrumentistas nos presenteiam colocando o seu feeling a fim de nos proporcionar o melhor de si. É um pena só podermos perceber isso depois de tanto tempo, embora antes tarde do que nunca.
Lado B – “The Battle of Tyr”
O pequeno tema instrumental “The Batlle of Tyr” introduduz o lado B, sendo a primeira parte de três canções que formam uma única, ou seja, o lado B tem um pequeno trecho conceitual. A segunda parte é um tema acústico, “Odin’s Court”, a qual conta com a intepretação vocal impecável de Tony Martin, se transformando, finalmente, em “Valhalla”, a nossa canção favorita do disco em questão. Anteriormente, não era possível sentir o poder dessa parte do disco, que agora, felizmente, conseguimos. Essas versão remasterizadas foram um tiro certeiro do Black Sabbath para o reconhecimento desses trabalhos.
A linda balada “Feels Good to Me” já era fantástica desde que o disco saiu, em 1990, e agora soa ainda melhor. Ao ouvir, atenciosamente, a interpretação divina de Martin, não é possível entender como ainda há quem lhe menospreze como vocal, já que isso parece logicamente impossível. Voltando a “Feels Good to Me”, ela recebeu uma versão em videoclipe maneira, mas sabemos de muita gente que sequer viu. O solo de Iommi nessa canção serve ao propósito de demonstrar a grandeza de sua genialidade. Em outras palavras, ele não é comum, não é qualquer um, mas sim o mestre Iommi.
Encerrando “Tyr”, temos “Heaven in Black”, mais uma faixa que caíria muito bem na interpretação de nosso saudoso Ronnie James Dio, mas ganhou com a voz de Tony Martin, exatamente, o que demandava. A sensação de poder, atualmente, ouvir tudo isso de outra forma é inexplicavelmente boa. Resumindo, se você não achava la essas coisas os discos do Black Sabbath com Tony Martin, deveria dar mais uma chance, ouvindo essas versões masterizadas. Talvez provavelmente, você poderá mudar de opinião.
Nota 8,8
Integrantes:
- Tony Iommi (guitarra)
- Tony Martin (vocal)
- Cozy Powell (bateria)
- Neil Murray (baixo)
- Geoff Nicholls (teclado)
Faixas:
- 1.Anno Mundi (The Vision)
- 2.The Law Maker
- 3.Jerusalem
- 4.The Sabbath Stones
- 5.The Batlle of Tyr
- 6.Odin’s Court
- 7.Valhalla
- 8.Feels Good to Me
- 9.Heaven in Black
Redigido por: Cristiano “BIG HEAD” Ruiz
