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Clássicos: Death –“The Sound Of Perseverance” (1998)

Há muito tempo quero escrever sobre “The Sound Of Perseverance”, o sétimo e último full lenght do Death. Porém, encontrei na data de hoje, aniversário de 24 anos de seu lançamento, o momento ideal para fazê-lo.

Há aqueles que vão dizer que ele está longe dos clássicos mais relevantes do Death. Sim, inegavelmente, “Scream Bloody Gore”, “Leprosy” e “Spiritual Healing” são de longe os mais importantes e “Human”, “Individual Thought Patterns” e “Symbolic” marcaram outra fase de consideráveis mudanças na banda, as quais se encerraram, infelizmente, no referido álbum de hoje.

“The Sound Of Perseverance”

Talvez chama-lo de clássico seja pretensão do redator que vos escreve, mas não consigo tratar esse disco de outra forma. Pois ele é bastante cultuado pelos fãs do Death, embora, por incrível que pareça, haja alguns poucos haters do mesmo.

CHUCK SCHULDINER / Homenagem / Art By Fan: Chuck Alex Artbstrd

Em primeiro lugar, aqui encontramos composições que misturam muitos elementos. Death Metal, Prog Death Metal, Thrash Metal e até Heavy.

“Scarvenger Of The Human Sorrow”

Tudo isso reunido em uma sonoridade elaborada com genialidade e executada com excelência. Tanto a parte instrumental quanto a lírica exalam o maravilhoso perfume da perfeição. Mas, o que dizer da sensacional canção de abertura, “Scarvenger Of The Human Sorrow”.

Cada um dos instrumentistas deu o seu máximo ali e Chuck a cada disco buscava o aprimoramento de sua voz, inclusive buscando novas formas de utiliza-la.

“Que dor vai demorar / Para satisfazer seu apetite doentio / Vá para a matança / Sempre à vista – presa / A hora sempre certa – festa / Alimente-se da dor – saboreie / Tristeza feita carne – doce / Viva como quiser / Só não se alimente de mim / Se você duvida do que eu digo / Eu vou fazer você acreditar / Rasas são as palavras daqueles que passam fome / Para um sonho que não é seu para cortar e cicatrizar.”

“Bite The Pain”, “Spirit Crusher” e “Story To Tell”

A tríade que é obra de arte, “Bite The Pain”, “Spirit Crusher”, assim como “Story To Tell”, já provava, desde 1998, que é possível que muitíssima melodia se mescle que Metal extremo sem torná-lo fraco, pois, existe o equilíbrio, basta optar por ele e, obviamente, ter capacidade para fazê-lo.

Aproveito o ensejo para elogiar a produção fabulosa de Jim Morris. Pois, simplesmente, ele extraiu o melhor de todas as execuções e transformou tudo isso em som cristalino que mantém toda a intensidade do peso.

“Flesh And The Power It Holds”

“Flesh And The Power It Holds” em português significa “A Carne e o Poder que Ela Envolve”. Eis mais uma canção dos meus sonhos, a qual trata, concomitantemente, de forma complexa e simples, de toda a podridão humana e ao mesmo tempo de como isso poderia ser aproveitado para evolução do homem como espírito.

“Paixão é um veneno misturado com prazer agridoce / Um dos muitos rostos que se escondem nas profundezas / Vai te levar / Vai te cuspir / Contemple a carne e o poder que ela envolve.”

O lindíssimo tema instrumental “Voice Of The Soul”, atualmente, soa como a despedida e o funeral do Death, que naquele momento, nenhum de nós sabia que iria acontecer com a triste morte de Schuldiner dois anos depois.

“To Forgive Is To Suffer” é o que podemos chamar de Progressive Metal. Além disso, mais uma temática profundamente inspirada na natureza cheia de conflitos do homem.

“Perdoar é sofrer / Para aceitar outro dia nós escolhemos dar de presente outro pedaço de vida / Perdoar é sofrer / Uma ou duas vezes é gentil / Três ou quatro é cegar / Não é o fim ainda uma maneira de começar / O poder das palavras boas e ruins.”

CHUCK SCHULDINER / Reprodução / Facebook Death Official

“A Moment Of Clarity” (Um Momento de Clareza) encerra as composições próprias do disco mesclando, mais uma vez, Thrash, Death e Prog. Dessa forma, temos aqui, um bando de virtuosos que sabem soar magníficos e não são enfadonhos em segundo algum que seja. O cover da clássica canção do Judas Priest, “Painkiller”, encerra o álbum apresentando mais um lado que sempre funcionou para Chuck Schuldiner, que é o de fazer covers agradáveis, utilizando a própria forma de interpretar músicas de outros artistas renomados e que de alguma forma o influenciaram.

Chuck sempre fará falta e a única forma de diminuirmos esse vazio é contemplando masterpieces feito essa.

Ouça no máximo!

Nota 10,0

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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