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Clássicos: Grand Funk Railroad – “E Pluribus Funk” (1971)

“E Pluribus Funk” é o quinto full lenght da banda americana, Grand Funk Railroad.

A década de 1970 é um caso a parte na história da música, principalmente, quando falamos de sua primeira metade. Embora os maiores nomes do Hard Classic Rock estivessem no Reino Unido (Deep Purple, Black Sabbath, Led Zeppelin, Uriah Heep, Nazareth, U.F.O, etc…), havia muita coisa boa acontecendo do outro lado do oceano, nos Estados Unidos da América.

Desde 1969, finalzinho da década anterior, a Capitol Records estava investindo pesado no super power trio Grand Funk Railroad. Essa aposta pesada era gerenciada pela genialidade de um homem, o produtor, manager, designer e booker, Terry Knight. Inegavelmente, a importância do seu papel é fundamental no sucesso de Mark Farner, vocalista, guitarrista, gaitista e tecladista; Don Brewer, vocalista e baterista; além de Mel Schacher, baixista.

Knight, que os comandou durante seus cinco primeiros discos, fazia com que esses competentes músicos voassem baixo no palco e fossem criativos em suas composições, tudo funcionava absurdamente perfeito.

GRAND FUNK RAILROAD / Rperodução / Acervo

O DISCO DA MOEDA

“E Pluribus Funk”, ou “Disco da Moeda”, como é conhecido aqui no Brasil, é, indubitavelmente, o mais técnico, criativo e louco lançamento da era Terry Knight no comando do trio.

Como clássico, ele só fica atrás em relevância do “We’re An American Band”, lançado em 1973, que é o álbum mais comercial e com mais canções clássicas da banda.

BOM, VAMOS ÀS MÚSICAS?

“Footstompin’ Music”:

Em primeiro lugar, a faixa de abertura tem uma sonoridade que transita entre o que acontecia no final da década de 60 e início de 70’s. Se analisarmos o ano de lançamento do disco, ela soa como se esperaria que soasse, sem maiores surpresas.

“People, Let’s Stop the War”:

Aqui tenho um dos hinos da minha juventude e que me incentivaram a tocar baixo, aliás, Mel Schacher só faltou fazer nevar nesse full lenght e o timbre produzido pelas suas quatro cordas é inalcançável nos dias atuais, podem acreditar no que eu digo.

No mesmo ano em que Geezer Butler me impressionaria com o seu som sombrio e intenso no “Master Of Reality”, Mel faria em sua gravação algo que moldaria minha personalidade musical.

Aguns preferem o som de seu baixo no debut, ou “Red Album”, como é apelidado, porém ainda prefiro o que foi produzido no “E Pluribus Funk”. Embora, eu esteja destacando Mel, Mark Farner e Don Brewer são tão sensacionais quanto ele, porém nessa resenha estou deixando o meu ego de baixista falar mais alto. A letra de “People, Let’s Stop The War” é sensacional e o “Música & Letra” que escrevi sobre ela pode ser conferido abaixo:

“Upsetter”:

Desde que escutei esse disco pela primeira vez, tive a impressão que “Upsetter” mescla suas duas antecessoras, formando uma única. Mas é claro que, analisando profundamente concluo que isso é apenas viagem minha e como é bom viajar com músicas que rompem a barreira da mesmice.

GRAND FUNK RAILROAD / Reprodução / Acervo

“I Come Tumblin’”:

Até hoje, espero pelo dia no qual eu ouça “I Come Tumblin’” e não fique impressionado, boquiaberto e não sonhe estar no lugar de Mel Schacher executando o seu fabuloso solo. Essa canção e “Lord Of This World” do Black Sabbath, cada qual em sua característica, são os meus tutoriais de como o contra baixo deve soar de maneira linda e excitante.

Portanto, se alguém tivesse me perguntado quando eu tinha 17 anos, o que você quer ser quando crescer?

Eu teria respondido, prontamente, que queria ser o Schacher tocando “I Come Tumblin’” ou o Geezer tocando “Lord Of This World”, pois, isso é mais do que um sonho, é um puro devaneio juvenil que jamais deixará de habitar a minha alma juvenil. Eu imagino que essa composição estava tão à frente do seu tempo, que, aliás, deve ter sido referência para Rush, Dream Theater, Opeth, Mr. Big, Dr. Sin e outras bandas que esbanjam o uso de técnica em suas músicas.

OUÇA “I COME TUMBLIN’” QUANTAS VEZES FOREM NECESSÁRIAS PARA QUE VOCÊ ENTENDA QUÃO PODEROSA ELA É.

“Save The Land”

A abertura do lado B permanece no mesmo nível técnico da faixa anterior, pois até parece que Don Brewer se esqueceu de desligar o modo “I Come Tumblin’” na hora de gravar “Save The Land”. Além disso, outro ponto sempre marcante é a voz do Mark Farner com seu agradável e inconfundível timbre médio agudo.

“No Lies”:

Em resumo, se algum desavisado me dissesse para citar uma única canção que justifique o rótulo Hard Rock da sonoridade do Grand Funk Railroad, logicamente, a resposta seria “No Lies”, dessa forma, estamos falando de um disco que estaria dentro do meu ranking pessoal de Hard, caso eu o fizesse.

GRAND FUNK RAILROAD / Reprodução / Acervo

“”Loneliness”:

Lembro até hoje, o dia que escutei “E Pluribus Funk” na casa do meu tio, fiquei surpreso quando “Loneliness” começou a soar seus primeiros acordes. Eu jamais iria imaginar que uma balada fosse encerrar um registro tão caloroso quanto esse. Contudo, tenho que deixar bem claro que se trata de uma canção que rompe o limite do incrível, do fantástico e do exuberante.

Aqui temos Soul Music, Blues, Hard Rock, Prog e temos até som de orquestra. Há algo de 60’s, talvez Beatles ou Animals, só sei que esse encerramento é avassalador assim como “E Pluribus Funk” em sua íntegra. Se existe alguém que por desastre do destino, ainda não conhece esse disco, faça a reparação dessa atrocidade agora mesmo!

Nota: 10,0

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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