“Taken By Force”, quinto full-lenght da banda alemã Scorpions, é o último álbum de estúdio a contar com o guitarrista Ulrich Roth, que fechou seu ciclo na banda com a gravação do duplo ao vivo, “Tokyo Tapes”, no ano de 1978. Apesar de não chegar, comercialmente, aos pés da era Matthias Jabs, a fase Roth foi marcada por sua musicalidade, feeling e criatividade.
“Steamrock Fever” abre o disco de forma matadora, já que o refrão, “Steamrock Fever Thrilling Rock Believers… Steamrock Fever In L.A” é um convite a cantar junto, é agradável e não sai da cabeça de forma alguma.
“We´ll Burn The Sky”
Umas das melhores canções do Scorpions vêm logo na sequência, “We´ll Burn The Sky” é um dos hinos da banda, tanto que raramente esteve fora de seu set list e permanece executada nos shows, atualmente. O que falar dessa música, a qual, nitidamente, serviu de referência sonora para gerações posteriores, tanto de Hard Rock, quanto de Heavy Metal? Fantástica e impecável, ela está entre as obras primas musicais de todos os tempos.

“I’ve Got To Be Free” é um Hard Rock puro e agressivo. Os vocais de Meine exibiam sua melhor forma e os riffs são simplesmente desconcertantes. O Scorpions tinha a cara dos anos setenta, porém de maneira própria. “The Riot Of Your Time” encerra o lado A. Trata-se uma faixa muito boa, que se parece mais com fases atuais da banda, mas não mantém o nível das três primeiras canções.

A genialidade de Uli Roth surge definitivamente em “Sails Of Charon”, a qual foi single e vídeo clipe do álbum. Nenhuma canção na história da banda teve uma guitarra tão mágica, épica e envolvente quanto essa. O guitarrista sueco Yngwie J. Malmsteen chegou a gravar uma versão dessa música em um disco que continha suas principais influências, “Inspiration”. “Your Light” continua a demonstrar os impressionantes timbres que Roth conseguia produzir através de seu instrumento. A interpretação de Klaus Meine faz a diferença até os dias de hoje, apesar dos problemas de saúde que enfrentou por causa de sua voz. Enquanto isso, Francis Buchholz, que teve uma saída polêmica da banda anos depois, gravou o melhor baixo do álbum nessa faixa.
“He’s A Woman – She’s A Man” é outra canção marcante do “Taken By Force”.
Quando a escutei as primeiras vezes, o refrão “chiclete” fazia meu cérebro bugar e eu invertia o sujeito das duas frases, “She’s A Woman, He’s A Man”, mas logo me acostumei com o trocadilho.
A balada tipicamente Scorpions, “Born to Touch Your Feelings”, encerra o álbum em um ritmo diferente do qual ele iniciou, porém nunca é demais ouvir a voz de Meine nesse tipo de música. Na versão remasterizada do álbum, “Suspender Love” termina o disco de uma forma completamente diferente, um Hard Rock alto astral dá a apoteose ao “Taken By Force”, ficando bem melhor dessa forma.
Assim como outros álbuns do Scorpions, essa capa também causou polêmica. Pois, a arte contendo duas crianças apontando arma uma para a outra em um cemitério foi censurada em alguns países, fazendo com que uma capa alternativa apenas com os integrantes da banda fosse lançada.

Muitos fãs mais novos simplesmente ignoram ou desconhecem essa brilhante fase musical do Scorpions 70’s. Não deveriam, pois muito do que a banda se tornou nasceu justamente nesses álbuns.
“Taken By Force” é indicado para todos os amantes de Hard Rock e da boa música.
Nota 9,0
Integrantes:
- Ulrich Roth (guitarra)
- Francis Buchholz (baixo)
- Klaus Meine (vocal)
- Herman Rarebell (bateria)
- Rudolf Schenker (guitarra)
Faixas
- 1.Steamrock Fever
- 2.We’ll Burn The Sky
- 3.I’ve Got To Be Free
- 4.The Riot Of Your Time
- 5.The Sails of Charon
- 6.Your Light
- 7.He’s a Woman – She’s a Man
- 8.Born to Touch Your Feelings
- 9.Suspender Love
Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz