Vamos relembrar como surgiu “Rock Of Ages”, um dos maiores hits da banda Def Leppard, e que pertence álbum de sucesso “Pyromania” de 1983. Se você é um daqueles curiosos que amam saber sobre as histórias por trás dos grandes clássicos do rock, então possivelmente você irá se interessar por esta matéria.
O lendário produtor Mutt Lange trabalhou com a banda na criação da canção no Battery Studios em Londres. Ele coescreveu as músicas do álbum com a banda e sempre preferiu dar maior destaque aos vocais principais. O próprio Joe Elliott falou sobre o brilhantismo de Mutt Lange:
“Sendo o brilhante compositor e arranjador que é, Mutt sabia onde você deveria deixar espaço para os vocais.
Ele nos dizia: ‘Não precisamos de enfeites – essas músicas soarão muito mais poderosas se você deixar espaços nelas.’”
O vocalista também falou sobre como Mutt Lange dirigiu os guitarristas Steve Clark (R.I.P.) e Phil Collen no clássico “Rock Of Ages”:
“Mutt disse, ‘Não fique apenas passando por isso. Deixe cair aqui e ali, para que quando as guitarras entrem, elas sejam como explosões.’”
Mas o que você não imagina é que um elemento surpresa entraria em cena… E ele digamos, poderia ser chamado de “intervenção divina”, ou um “empurrãozinho dos céus”, ou qualquer coisa do tipo. Elliot explicou como isso aconteceu e de que forma isso influenciou em “Rock Of Ages”:
“Na maioria das vezes, se você conseguir fazer um refrão primeiro, o resto é fácil. Com esta, tínhamos a faixa básica, mas eu não tinha nenhuma letra escrita – apenas melodias ‘da da da, doo doo doo’.
Então recebemos um pedido dos caras do estúdio: ‘Tudo bem se o coral da igreja local vier gravar por um dia?’”
Todos da banda concordaram prontamente. E o coral pôde usar o estúdio por um determinado período naquele dia. Na manhã seguinte, a banda retornou ao estúdio e um dos membros do coral havia esquecido um hinário no local.
“Eu estava sentado em um sofá perto da mesa de mixagem, e havia um hinário que um dos membros do coral havia deixado para trás.
Não me lembro se estava aberto nesta página exata, ou se eu folheei o livro e o encontrei – mas vi o nome deste hino: Rock Of Ages.
Foi um acaso completo. Chamei Mutt e disse: ‘Que tal isso?’ Comecei a cantar: ‘Rock of ages! Rock of ages!’ – e o olhar em seu rosto era eufórico.
Então sim – graças a Deus deixamos o coral da igreja entrar!”
Elliot relembra que eles ainda tiveram mais um pouco de sorte com relação à introdução da música, quando Mutt pronunciou quatro palavras que soavam germânicas e sem nenhum nexo: “Gunter gleiben glauchen globen!”. Ele chama isso de “febre de cabine”, que é quando você passa muito tempo dentro do estúdio e começa meio que delirar e dizer coisas aleatórias sem pé nem cabeça. Veja o que ele contou durante a entrevista:
“Quando você fica preso dentro de um estúdio dia após dia, você fica com febre de cabine. E quando isso se instala, coisas engraçadas acontecem – como aquela introdução. Não foi fabricado. Começou como uma deixa para quando as guitarras entrassem, porque não tínhamos uma linha vocal.
Mutt contava com quaisquer palavras que lhe vinham à cabeça, e houve várias versões que acabaram sendo gravadas. Uma delas era sobre poppadoms, porque Mutt amava comida indiana. Então pensamos que seria engraçado ter uma dessas coisas como contagem para a música – e “Gunter gleiben glauchen globen” ganhou o cara ou coroa!
Eu amei o humor nele. Sabíamos que as pessoas iriam ouvir e dizer, ‘Que diabos é isso?’”