Alguns músicos possuem certas dificuldades e limitações. No caso de Glenn Danzig, ao que tudo indica, o músico não se atualizou totalmente no que diz respeito a própria indústria da música ao qual está inserido. E estamos mencionando isso por conta de alguns motivos, Danzig critica o modelo de negócios atuais ainda se baseando em downloads de arquivos de música.
A indústria da música mudou (e já faz bastante tempo!)
Todos nós sabemos que hoje em dia as pessoas utilizam as famigeradas plataformas de streaming. E eu sei que você pode argumentar sobre o pagamento irrisório que estas plataformas fazem aos artistas, mas o ponto não é este. Estamos nos referindo a leitura de cenário equivocada.
Vários artistas que tiveram seus picos midiáticos na era das vendagens de milhões de discos físicos, não conseguiram entender que o negócio da música mudou. Se você não vende mais milhões de álbuns, mas possui milhões de streamings, você precisa fazer shows. Os ingressos hoje estão mais caros por conta disso, as bandas fazem eventos como Meet & Greet, campanhas publicitárias, vendas de shows em formato de streaming. Aconteceu uma adaptação a nova era e alguns não conseguiram desvendar este novo mecanismo.
Um fato é: o artista precisa tocar ao vivo e lançar material novo para se manter em evidência ao menos que seja o Kiss ou o Metallica. E venhamos e convenhamos, Danzig já disse um milhão de vezes que não gosta de turnês e prefere alguns shows isolados de vez em quando. É uma opção dele e entendemos, mas não deixa de ser broxante ver estas mesmas declarações.
Como assim: “do ponto de vista empresarial, você não pode ganhar dinheiro”?
Em uma nova entrevista a Dennis Huff da estação de rádio KOMP 92.3 FM, Glenn novamente argumentou sobre não gravar mais material novo. E são as velhas frases sobre as pessoas baixarem músicas e não comprar os materiais físicos. Veja o que ele disse:
“É o que eu sempre disse, quando tenho algo a dizer vou para o estúdio e gravo. Agora mesmo, eu realmente não tenho muito a dizer musicalmente. Eu lancei tantos discos, com todos esses jovens — e quando digo jovens, quero dizer pessoas em geral — apenas baixando as coisas em vez de comprá-las, do ponto de vista empresarial, você não pode ganhar dinheiro porque custa uma quantia X para gravar um disco. E eu não vou fazer um disco idiota do Pro Tools na sala de estar de alguém. Então, tudo se resume a, se eu tiver coisas suficientes em breve, talvez eu faça algo novo, mas agora, não… Não é um bom modelo de negócio, se você me entende.”
Os tipos de gravações mudaram, hoje existem tecnologias suficientes para que se grave um álbum com alta qualidade sem necessariamente gastar milhões de dólares como era antigamente. É necessário entender o universo de 2025 e sair de uma vez por todas de 1992.
Se o modelo de negócios não fosse bom o suficiente, as bandas já teriam todas parado de gravar. Só veríamos discos antigos sendo tocados ao vivo. Definitivamente, não é isso que estamos vivendo, a roda segue girando. O que tem acontecido são bandas ou músicos que não conseguiram adaptar seus trabalhos ao sistema vigente.
A esperança é a última que morre
Quando questionado se, de repente, um single poderia ser lançado, Danzig diz:
“É o que estou pensando. Se eu puder encontrar tempo para realmente fazer isso — porque logo depois desses shows da banda Danzig no final de março, será isso e vamos ter terminado por um tempo. Tenho alguns shows do Misfits que preciso fazer em 2025, mas depois disso, basicamente, quero fazer outras coisas. Então, veremos nesse período se eu escrever mais algumas músicas, talvez eu faça um EP ou algo assim.”
