Ícone do site Mundo Metal

Dica Rápida: Eval Mess Insane – “Mercyless” (2021)

Evil Mess Insane: Mercyless (Gravadora: Independente)

Quando encontramos um trabalho sendo colocado como projeto, dá a entender que se trata de algo em segundo plano e com menos recursos a serem inseridos neste mesmo. Porém, o que acontece com o Eval Mess Insane, banda da região de Nova Odessa, São Paulo, que reúne integrantes do Metalizer, vai totalmente ao contrário. Afinal, o que podemos averiguar neste primeiro disco dessa nova banda, é um empenho total dos integrantes em apresentar um papel digno com músicas bem trabalhadas, escritas e embasadas em algo vivo. A sonoridade viaja entre os caminhos pertencentes ao Thrash e ao Death Metal, conforme mencionado em suas redes de divulgação.

Todas as músicas possuem temas de abertura que intercalam com cada canção e cada tema representa um acontecimento envolvendo personagens baseados na trama “Yulcan Lefuet, Sonhos, Pesadelos e Premonições”, escrita por Sandro Maués (Metalizer, Titania), que também toca bateria na banda. Completam o power trio paulista, o guitarrista/vocalista Thiago Cruz (Metalizer) e o baixista Andrey Cardoso (Cavaleiro Dragão).

Créditos: Facebook / Divulgação

Tendo o conceito do álbum calcado no livro de Maués, podemos colocar “Mercyless” como um verdadeiro conto e trilha sonora de terror. E não somente isso, pois a sonoridade da banda é boa o bastante para fazer frente a qualquer outra banda que arrisque se enveredar por terrenos inóspitos e sangrentos. Cada canção possui uma característica especial em si, ainda mais devido às vinhetas iniciais e individuais de cada uma delas. Os melhores momentos ficam por conta das partes mais ríspidas e os momentos em que o baixo de Andrey se destaca. Sem contar os riffs seguros e precisos de Thiago, que divide os vocais com Sandro. E este último, por sua vez, se destaca nos momentos mais acelerados de seu kit, e sem exagerar ou se arriscar muito nas viradas, optando por algo mais simples e condizente com a proposta. Os pontos regulares são as variações sonoras mais previsíveis durante a audição e os solos de guitarra, que se não soam tão desafiadores, preenchem bem o espaço oferecido para a pequena abordagem e exploração das cordas mais agudas do instrumento. E além de tudo isso, ainda temos boas abordagens que encarnam muito bem o Heavy tradicional, mas a espinha dorsal segue dentro do plano Thrash/Death.

Uma curiosidade em específico é sobre a letra “y” em “Mercyless”. Maués conta sobre este motivo:

“O título foi grafado com a letra “y” propositalmente para retratar um fato que ocorre no segundo volume do livro, quando um viajante estrangeiro tem um infeliz encontro com o personagem Maximillian Wodahs. Na ocasião, já impossibilitado de falar devido a brutal agressão que sofrera, o referido viajante junta, do chão de uma viela onde estava encurralado, um pedaço de madeira que era usado como tocha e escreve na parede a palavra “mercy” (misericórdia) enquanto o assassino aproximava-se. O mesmo não toma conhecimento, derruba mais uma vez o viajante, pisa em seu torso e arranca seu braço na altura do ombro. Usando o sangue como tinta, Maximilian escreve as letras “less”, complementando pedido inútil do homem que se esvaia em sangue. Mercyless (Impiedoso)”.

Agora, para derrotar o assassino em cada caso, ouça em alto e bom som o debut do “Evaldo, Messi e Sônia”. Brincadeira! Digo, Eval Mess Insane!

Nota: 8,4

Integrantes:

Faixas:

Redigido por: Stephan Giuliano

Sair da versão mobile