DO PIOR AO MELHOR: DEEP PURPLE
A sessão “DO PIOR AO MELHOR” foi criada há alguns anos com o objetivo de ranquear os álbuns de determinadas bandas. Esta análise é feita listando os trabalhos do menos expressivo ao mais significativo.
Porém, os critérios usados neste quadro são diversos, como aceitação crítica dos registros, importância para a época, nível técnico em comparação a outros discos da banda e, obviamente, o fator diversão, entre outros.
Note que não estamos impondo certezas ou leis, já que esta é apenas uma análise feita por um criador de conteúdo do site para estabelecer a ordem em que os álbuns são posicionados neste ranking, baseando-se nas informações acima descritas.
Se o seu álbum favorito estiver em uma posição abaixo do que você esperava ou se aquele disco que você não gosta estiver bem posicionado, lembre-se que a música é uma forma de arte subjetiva e pessoal, e não uma ciência exata.
Neste episódio, teremos os britânicos do Deep Purple!
Uma breve apresentação:
Eis um dos maiores nomes do Rock de todos os tempos. Formado em 1968, o quinteto começou buscando uma sonoridade muito parecida com a que faziam as bandas dos anos 60, com pouquíssimas características do que eles se tornariam pouco tempo depois.
O vocalista e o baixista originais, Rod Evans e Nick Simper, deixaram a banda, sendo substituídos por Ian Gillan e Roger Glover, desse modo, foi dado início a verdadeira história de sucesso do Deep Purple.
Com vocês, Deep Purple – Do Pior Ao Melhor:
22 – Bananas (2003)
“Bananas”, lançado em 2003, foi o primeiro registo da história do Deep Purple sem seu tecladista e maestro, o saudoso Jon Lord, que havia se aposentado, vindo a falecer em 2012, vítima de câncer.
O renomado Don Airey assumiu o seu lugar, mas as doze faixas, com exceção de “House Of Pain”, entusiasmam pouco ou quase nada. Talvez tenha sido a falta de Lord? Pouca inspiração? A resposta correta, eu não sei qual é, mas ele merece segurar essa lanterna.
21 – Deep Purple (1969)
Quando escrevi o quadro “Dois Melhores e Dois Piores”, cometi uma injustiça.
Coloquei “Slaves And Masters” (1990) como penúltimo lugar e, definitivamente, me equivoquei nessa análise.
Essa posição é merecida pelo homônimo de 1969, terceiro registro da banda. Embora os dois primeiros não sejam nada convincentes, eles ainda carregam faixas que fizeram parte do set list em algumas oportunidades, todavia, nem sequer isso aconteceu com o “Deep Purple” de 69.
20 – Abandon (1998)
Assim como o primeiro disco sem Lord, o último com ele, tampouco, agradou. “Abandon” é longo demais e pouco inspirado. Não é péssimo, mas passou despercebido.
Nem a regravação de “Bloodsucker” do “In Rock” empolgou. Ele também é o segundo com Steve Morse na guitarra, que debutou no empolgante “Purpendicular”, porém dois anos após, ele gravou essa “água de salsicha”. Disco que não faz falta.
19 – The Battle Rages On (1993)
Com poucas exceções, vamos concluir que despedidas não deram bons resultados para o Deep Purple? “The Battle Rages On” é a despedida definitiva do guitarrista Ritchie Blackmore.
Fora a faixa título e “Anya”, todo o resto não significou muito nem na época do lançamento.
18 – Shades Of Deep Purple (1968)
O debut “Shades Of Deep Purple” teve os seus hits. “Hush”, cover de Joe South, “One More Rainy Day”, que tem uma pegada Beatles, mas a melodia é bem interessante e “Mandrake Root”. Fora isso? Nada a acrescentar.
Esse ainda não era o Deep Purple que o mundo gostaria de ver.
17 – The Book of Taliesyn (1968)
“The Book of Taliesyn” é o melhor disco da Mark I e, convenhamos, isso não significa quase nada.
O tema instrumental “Wring That Neck”, que foi executado por um bom período, já lembra um pouco do que eles se tornariam brevemente.
“Kentucky Woman”, cover de Neil Diamond, “Listen, Learn, Read On”, “Shield” e “Anthem” são razoáveis.
16 – Slaves And Masters (1990)
Enfim, aqui entra “Slaves And Masters”.
Quando Blackmore saiu do Deep Purple pela primeira vez, ele formou sua própria banda, Rainbow, gravando três clássicos com Ronnie James Dio.
Após a saída de Dio, o excêntrico e temperamental guitarrista decidiu buscar se encaixar na sonoridade AOR, a qual estava bombando na segunda metade da década de 70.
Ele tentou gravando um disco com Graham Bonnet e não atingiu o que queria.
No entanto, foi quando Joe Lynn Turner se tornou o cantor e três álbuns no estilo AOR saíram, não fazendo o mesmo sucesso que a era DIO, mas chamando atenção de um público diferente.
Quando Ian Gillan saiu pela segunda vez da banda (a primeira havia sido em 1973), Ritchie Blackmore chamou Turner para o Deep Purple e isso resultou em “Slaves And Masters”.
Definitivamente, AOR e Deep Purple não combinam. Alguns amigos diziam que esse era o “oitavo disco do Rainbow” (rs)
Curiosidade: Foi na turnê desse disco que o Deep Purple veio pela primeira vez ao Brasil, em 1991.
15 – Infinite (2017)
“Infinite” de 2017, produzido por Bob Ezrin, embora bem produzido, não conseguiu repetir o nível do seu antecessor, o qual vem a seguir na avaliação.
Nota: Desse ponto em diante, não há álbuns que possam ser considerados ruins.
14 – Now What?! (2013)
Após um hiato de oito anos, desde “Rapture Of The Deep”, “Now What?!” é lançado em 2013, sendo até um bom disco, porém não tem nada de surpreendente, exceto a canção “Vincent Price”, dedicada a um dos mestres do terror.
13 – Rapture Of The Deep (2005)
Dois anos após o débil “Bananas”, “Rapture Of The Deep” veio para lavar a alma de Don Airey, pois essa foi a sua primeira boa gravação.
“Money Talks”, “Girls Like That” e “Rapture Of The Deep” são grudantes e tem a alma do Deep Purple.
12 – The House Of Blue Light (1987)
Após nove anos com as atividades encerradas, o Deep Purple teve sua volta triunfal com a Mark II. Dela nasceu seu único clássico dos anos 80, “Perfect Strangers”.
Três anos após o retorno, veio “The House Of Blue Light”, que não alcançou o mesmo nível de seu antecessor, mas agradou com canções como:
“Bad Atittude”, “The Unwritten Law”, “Call O The Wild”, “Hard Lovin Woman” e “Dead or Alive”.
11 – Purpendicular (1996)
Tão logo Blackmore deixou a banda, em definitivo, havia muitas dúvidas de como seria a sonoridade com quem o substituiria. Após Joe Satriani ter feito alguns shows, Steve Morte (ex-Kansas) assumiu o posto.
“Purpendicular” impressionou, pois o Purple foi experimentalista e tais experimentações agradaram.
“Vavoom: Ted the Mechanic”, “Loosen My Strings”, “Soon Forgotten” e “Sometimes I Feel Like Screaming”, que tem o solo mais lindo que Morse gravou com a banda, fizeram a cabeça até de alguns fãs mais conservadores.
10 – Whoosh! (2020)
Apresento a vocês o melhor disco da era Morse, “Whoosh!”, que foi lançado no ano passado.
É incrível como Airey e Steve atuaram nesse disco. Dessa forma, a banda conseguiu trazer de volta as suas raízes mais agradáveis, adaptadas a Don e Morse.
Foi o primeiro álbum realmente empolgante em muito tempo. “Throw My Bones”, que é maravilhosa, “Drop The Weapon”, que é foda demais, “Nothing at All”, que faria Jon Lord ficar orgulhoso, “Man Alive”, que é pura viagem e a regravação do tema instrumental “And The Adress”, primeira faixa do debut (1968), construíram um full lenght que dá vontade de ouvir sempre.
9 – =1
O viségimo segundo full lenght da carreira do Deep Purple saiu no dia 19 de julho de 2024, trazendo uma novidade no line-up, já que o guitarrista de longa data, Steve Morse, deixou a banda em 2022. Simon McBride (ex-Sweet Savage) o substituiu logo depois. Dessa forma, “=1” marca a sua estreia nas seis cordas do Deep Purple. Assim como nos últimos três discos, Bob Ezrin foi o responsável pela produção. McBride é um misto entre os estilos de Morse e Blackmore, dessa forma, abriram-se as possibilidades sonoras do Deep Purple dentro das composições do seu mais recente full lenght. Como resultado, a banda soube aproveitar muito bem o seu sangue nova, trazendo 13 faixas que alternam de boas a excelentes.
Destaques para: “Show Me”, “Sharp Shooter”, “Portable Door”, “Lazy Sod”, “No Money To Burn”, “I’ll Catch You” e “Bleeding Obvious”.
8 – Come Taste The Band (1975)
Quando Ritchie saiu pela primeiras vez, por divergências pessoais, para variar, ele foi substituído pelo jovem e virtuoso Tommy Bolin. Logo depois, veio “Come Taste The Band”, um disco que misturou os elementos Hard Rock com Blues, Jazz, Soul, Funk, tudo isso na bagagem de Glen Hughes, David Coverdale e Tommy Bolin.
O nível das canções é riquíssimo em musicalidade. “Coming Home”, “Getting Tighter”, “Love Child”, “This Time Around/Owed To G” e “You Keep On Moving” são fantásticas e viciantes.
Infelizmente, Bolin estava com problemas demais com seu vício em heroína e acabou morrendo de overdose com apenas 26 anos. A banda encerrou suas atividades, voltando só em 1984 com a formação clássica. David Coverdale formou o Whitesnake, aonde atua até hoje.
7 – Who Do We Think We Are (1973)
“Who Do We Think We Are” é um ótimo disco, porém Roger Glover e Ian Gillan não estavam tendo boa convivência com Blackmore (que surpresa).
Durante a turnê do disco, a banda não fez questão de executar as suas músicas, ou seja, ela própria acabou por queimar um álbum com muito potencial. Ainda assim, “Woman From Tokyo”, “Mary Long”, “Super Trouper”, “Smooth Dancer”, “Rat Bat Blue” e “Place In Line” falam por elas mesmas.
Tempos depois, “Woman From Tokyo” começou a fazer parte dos set lists, mas, somente ela.
6 – Fireball (1971)
Após o destruidor “In Rock”, gravado no ano anterior, o “Fireball” mostrou que o Deep Purple havia mesmo se tornado outra banda e continuaria quebrando tudo que encontrasse pela frente.
A icônica introdução de bateria da faixa título ajudou a transformar Ian Paice em uma lenda.
“No, No, No” e “Strange Kind Of Woman” também foram hits quentíssimos na época.
5 – Stormbringer (1974)
Poucos meses depois do lançamento do clássico “Burn”, a Mark III deixou sua segunda grande marca na história. “Stormbringer” tinha um pouco do “Burn” e um pouco do que seria o “Come Taste The Band”. Glen Hughes cantou sua primeira música como lead vocal, a balada “Holy Man”.
A dupla de vocalistas fez o seu melhor disco no quesito dueto de suas vozes. Sem exceção, todas as canções são fenomenais. “Stormbringer”, a já citada “Holy Man”, “Hold On”, “Lady Double Dealer”, “The Gypsy” e a balada “Soldier Of Fortune”, eternizada na voz de Coverdale, são os destaques dessa obra de arte.
4 – Perfect Strangers (1984)
Após nove anos em hiato, com fim anunciado em 1976, Deep Purple planejou, finalmente, sua volta lançando “Perfect Strangers”. Os singles “Knocking at Your Back Door”, com um solo magistral de Blackmore, e “Perfect Strangers” estouraram nas paradas. Ou seja, não poderia ter dado mais certo do que deu.
“Under The Gun”, “Nobody’s Home”, “Mean Streak”, “A Gypsy’s Kiss”, “Wasted Sunsets” e “Hungry Daze” empolgam tanto quanto os singles.
3 – Burn (1974)
Logo que Gillan e Glover deixarm o quinteto em 1973, os fãs ficaram receosos quanto aos novos integrantes, Coverdale e Hughes. No entanto, o receio de cada um deles terminou assim que eles colocaram para tocar os primeiros segundos de “Burn”.
A Mark III deu aos admiradores um disco antológico como seu cartão de visitas. Além da faixa título, “Mistreated”, outro hino, “Might Just Take Your Life” e “You Fool No One” também ajudavam a esquentar o set list. A fim de comprovar tudo isso, assista ao vídeo do festival California Jam’74.
2 – In Rock (1970)
Quando Evans e Simper deixaram a banda era o fim da Mark I. Gillan e Glover chegaram, em seguida, e o Purple foi em busca de sua verdadeira sonoridade.
Depois do fracassado single “Halleluja” e o exitoso “Black Night”, “In Rock” ou “Deep Purple In Rock” veio a luz trazendo um disco estrondoso.
Um verdadeiro petardo atemporal. “Speed King”, “Bloodsucker”, “Child In Time”, “Into The Fire” e “Hard Lovin’ Man” marcaram o início de um dos maiores monstros sagrados da música pesada.
1 – MACHINE HEAD (1972)
É necessário explicar o porquê do “Machine Head” figurar em primeiro nessa lista? Não deveria ser, mas vamos lá: “Highway Star”, “Maybe I’m Leo”, “Pictures Of Home”, “Never Before”, “Smoke On The Water”, “Lazy” e “Space Truckin'” te dizem alguma coisa?
Qualquer uma dessas quando tocada ao vivo leva o público ao delírio e todas já passaram pelo set da banda. Além do sucesso musical, há todo o misticismo que envolve as ocorrências na gravação do disco na Suiça. Além disso, há o incrível som que Martin Birch conseguiu tirar em condições nada favoráveis.
Em resumo, um clássico além de absoluto. Da mesma forma, um disco obrigatório para qualquer que ouse dizer que curta Rock pesado.
Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz