Hoje o “DO PIOR AO MELHOR” analisa a discografia da banda alemã de Power Metal, Gamma Ray.
A sessão “do pior ao melhor” foi criada há alguns anos com o objetivo de ranquear os álbuns de determinadas bandas. Esta análise é feita listando os trabalhos do menos expressivo ao mais significativo. Os critérios usados neste quadro são diversos, como aceitação crítica dos registros, importância para a época, nível técnico em comparação a outros discos da banda e, obviamente, o fator diversão, entre outros. Note que não estamos impondo certezas ou leis, esta é apenas uma análise feita por um criador de conteúdo do site para estabelecer a ordem em que os álbuns são posicionados neste ranking, baseando-se nas informações acima descritas. Se o seu álbum favorito estiver em uma posição abaixo do que você esperava ou se aquele disco que você acha uma porcaria estiver bem posicionado, lembre-se que a música é uma forma de arte subjetiva e pessoal, e não uma ciência exata.
Neste terceiro episódio após o retorno do quadro, teremos os alemães do Gamma Ray!

Uma breve apresentação:
Após o início espetacular do Helloween, o membro fundador, compositor, guitarrista e vocalista, Kai Hansen, decidiu abandonar o barco em 1988, alegando desgaste físico e mental gerados pela agenda de shows frenética da banda. Em 1989, recrutou o amigo e vocalista Ralph Scheepers e começou a trabalhar em um novo álbum. A princípio, o Gamma Ray seria uma espécie de projeto e não se tornaria uma banda de fato, mas devido a ótima performance dos músicos recrutados para gravar o debut “Heading For Tomorrow”, tudo mudou. Com Ralph à frente dos vocais, foram lançados mais dois trabalhos: “Sigh No More” e “Insanity And Genius”.

Com a saída do cantor, Kai resolve atender ao pedido dos fãs e assume os vocais, lançando o magistral “Land Of The Free”. Depois disso e com alguns ajustes na formação, o Gamma Ray daria início a sua fase mais produtiva. Com uma sequência de trabalhos bem recebidos por público e crítica, a banda cresceu e se tornou uma potência dentro do Power Metal mundial. Até o lançamento de seu último registro, “Empire Of The Undead”, em 2014, Kai Hansen e seus comparsas foram referência para uma infinidade de outras bandas. Como uma verdadeira exceção à regra, os alemães se orgulham de possuir uma discografia extremamente concisa e praticamente sem pontos baixos.
Senhoras e senhores, com vocês: Gamma Ray – Do pior ao melhor!
11. Empire Of The Undead (2014)

Importante frisar que o Gamma Ray não possui nenhum disco que realmente desabone sua carreira, portanto, o termo “pior” aqui é simplesmente um subterfúgio narrativo para ranquear os trabalhos. “Empire Of The Undead” foi o último lançamento da banda até o momento e nem de longe desapontou os fãs. Faixas como “Avalon”, “Pale Rider”, “Master Of Confusion”, “I Will Return” e outras, são de extremo bom gosto. Assim sendo, o disco só ocupa a última posição pois apesar de seu bom conteúdo não emplacou tantos acertos quanto seus antecessores.
10. To The Metal (2010)

Com o Power Metal em baixa, em 2010 o Gamma Ray concebeu “To The Metal”, um trabalho que teria recebido muito mais atenção se tivesse sido lançado na década de 90 ou no início dos anos 2000. Desde a faixa título que “homenageia” o Judas Priest, até em ótimas composições como “All You Need To Know”, “Rise”, “Mother Angel”, “Deadlands” e “No Need To Cry”, o disco não derrapa e, assim como de costume, atinge seu objetivo colecionando muito mais elogios do que críticas.
9. Sigh No More (1991)

Segundo registro de estúdio da banda, “Sigh No More” traz um Kai Hansen tentando se afastar da sonoridade de sua ex-banda e expandindo seus horizontes. Este é, sem dúvida, o disco mais diferente musicalmente de toda a trajetória da banda e, talvez por isso, alguns fãs o reneguem. Obviamente, isto é um erro crasso e juvenil já que o mesmo contém alguns dos grandes clássicos do grupo. Músicas como “Changes”, “Dream Healer” e “One With The World” são essenciais e a bolacha. Além disso, ela ainda reúne alguns outros momentos no mínimo interessantes, destaco “Rich And Famous”, “Countdown” e “The Spirit”.
8. Land Of The Free Part II (2007)

“Land Of The Free” foi o álbum divisor de águas da carreira e moldou a sonoridade característica da banda. Tentar fazer uma sequência de um clássico como este geralmente dá errado, pois as comparações são inevitáveis. Foi justamente o que aconteceu aqui. Muitos perderam mais tempo comparando com o registro de 1995 do que se atentando na sequência matadora contida em “Land Of The Free Part II”. Apesar de não superar de forma alguma a obra original, poderia estar melhor ranqueado caso os fãs não tivessem ficado reclamando sem motivos. Músicas do porte de “Into The Storm”, “From The Ashes”, “To Mother Earth”, “Empress”, “Real World” e “Inssurrection” são fabulosas.
7. Majestic (2005)

O Power Metal como um todo teve uma saturação em meados dos anos 2000. Dessa forma, o Gamma Ray foi uma das poucas bandas do gênero que conseguiu manter certo destaque. “Majestic” é o quarto trabalho que traz a formação clássica em ação. Mais entrosados do que nunca, puderam dar vida a faixas inesquecíveis como “My Temple”, “Blood Religion”, “Fight”, “Hell is Thy Home”, assim como a canção título.
6. Heading For Tomorrow (1990)

Álbum de estreia emblemático. Ao mesmo tempo em que faz muitas referências a musicalidade do Helloween, também aponta para novos direcionamentos musicais. A faixa “Heading For Tomorrow” era uma antiga composição dos primórdios do Helloween que não havia sido aproveitada, mas Hansen a resgatou. O disco contém hinos da banda como “Lust For Life”, “Heaven Can Wait” e a caricata “Money”. Ao passo que flerta com o Hard Rock em “Free Time” e “Space Eater”. Ele traz também elementos inusitados como na fabulosa balada “The Silence”. Enquanto a porrada “Hold Your Ground” tem um solo estonteante que faz menção a elementos de música clássica.
5. Insanity And Genius (1993)

“Insanity And Genius” é o mais veloz e pesado da fase com Ralph Scheepers nos vocais. O terceiro full dos alemães é uma mescla muito bem feita do Power com o Heavy Metal tradicional e resulta no disco mais “porra louca” da discografia. Com faixas frenéticas como “Future Madhouse”, “Last Before The Storm”, “Tribute To The Past” e a canção título, ao lado de obras de arte maravilhosas como “The Cave Principle”, “Heal Me” (com vocais de Kai Hansen) e a baladinha ‘brizada’ “18 Years”, este é um trabalho que inesperadamente acerta o alvo em cheio.
4. No World Order (2001)

Considerado por muitos como o último trabalho da “era de ouro”, alguns fãs ousaram dizer que “No World Order” soa como um Judas Priest turbinado. E não é pra menos já que temos aqui músicas do porte de “Dethrone Tyranny”, “The Heart Of The Unicorn”, “Damn The Machine” e a ‘Rapid Fire’ alemã “Solid”. Além disso ainda há espaço para a ‘happy happy Helloween’ “Heaven Or Hell”, a majestosa “Eagle” e o Hino “New World Order”. Disco para ouvir e reouvir até a exaustão.
3. Somewhere Out In Space (1997)

Depois de roubar a cena com o mítico “Land Of The Free”, Kai Hansen aposta em temas futurísticos e de ficção científica para seu próximo álbum. Com um tracklist longo que abrange 14 composições, “Somewhere Out In Space” consegue não soar cansativo e, ao invés disso, traz uma variedade musical poucas vezes vista no Power Metal. Destaque para as porradas “Beyond The Black Hole”, “Somewhere Out In Space” e “The Winged Horse”, para as estonteantes “Men, Martians And Machines” e “Watcher In The Sky”, para as melodiosas “The Guardians Of Mankind” e “Shine On”, e claro, para o hit “Valley Of The Kings”. Vale mencionar que o lado B do single “Valley Of The Kings” contém um cover IMPECÁVEL para “Victim Of Changes” do Judas Priest.
2. Powerplant (1999)

Com dois discos exuberantes lançados em sequência após Kai Hansen assumir os vocais, o Gamma Ray crava seu nome em todas as listas possíveis de melhores bandas de Power Metal com o fantástico “Powerplant”. Aqui tudo é acertado, mesmo no cover inusitado do Pet Shop Boys para “It’s A Sin” e até na ‘totalmente Manowar’ “Heavy Metal Universe”, a banda se dá muito bem. Os destaques se estendem as belíssimas “Anywhere In The Galaxy”, “Razorblade Sigh”, “Gardens Of The Sinner”, “Wings Of Destiny” e na destruidora “Armageddon”. Obrigatório!
1. Land Of The Free (1995)

Este é daqueles trabalhos tão perfeitos que é até apelação mencionar. No Hall dos 5 melhores discos de Power Metal de todos os tempos (na minha opinião é o primeiro da lista com sobras), certamente deveria ser tombado como patrimônio histórico da comunidade Heavy Metal. Desde a abertura desconcertante com a épica “Rebbellion In Dreamland”, passando por momentos memoráveis como “Man On A Mission”, “Land Of The Free”, “Abyss Of The Void”, “Time To Break Free” (com vocais de Michael Kiske) e finalizando com a homenagem póstuma ao baterista Ingo Schwichtenberg “Afterlife”, este é um álbum necessário e acima de críticas. Kai Hansen é um gênio e se você não acredita, ouça “Land Of The Free”.

Atualmente, o Gamma Ray está em stand by devido ao retorno de Kai Hansen ao Helloween. As últimas atualizações à respeito de um novo álbum vieram há alguns anos atrás e, segundo Kai Hansen, o disco estaria basicamente pronto, porém, a banda estaria aguardando um momento mais oportuno para lançar. No ano passado, o Gamma Ray realizou um show em formato de Live para comemorar os seus 30 anos de existência. O vocalista Ralph Scheepers participou do evento como convidado e a banda tocou por cerca de 3 horas revisitando clássicos de toda a carreira. Se você gostou deste tipo de quadro, comente em nossa página do Facebook e nos diga quais as bandas que você gostaria de ver mencionadas aqui.