A sessão “do pior ao melhor” foi criada há alguns anos com o objetivo de ranquear os álbuns de determinadas bandas. Esta análise é feita listando os trabalhos do menos expressivo ao mais significativo. Os critérios usados neste quadro são diversos, como aceitação crítica dos registros, importância para a época, nível técnico em comparação a outros discos da banda e, obviamente, o fator diversão, entre outros.
Note que não estamos impondo certezas ou leis, esta é apenas uma análise feita por um criador de conteúdo do site para estabelecer a ordem em que os álbuns são posicionados neste ranking, baseando-se nas informações acima descritas. Se o seu álbum favorito estiver em uma posição abaixo do que você esperava ou se aquele disco que você não gosta estiver bem posicionado, lembre-se que a música é uma forma de arte subjetiva e pessoal, e não uma ciência exata.
UMA BREVE APRESENTAÇÃO:
Muitos nomes vêm à mente quando falamos sobre Metal extremo. É impossível mencionar o termo e não pensar em bandas clássicas como Death, Possessed, Obituary, Deicide, Cannibal Corpse, dentre outras. A cena do tal “Death Metal” na Flórida no final dos anos 80 era realmente fortíssima e nos presentou com inúmeros álbuns antológicos do estilo, presentes nas vidas de milhões de headbangers até os dias de hoje, 3 décadas depois.
O segredo? Nenhum que não saibamos. Um tipo de som inovador para a época e, acima de tudo, autêntico.
Assim sendo, é óbvio que não podemos deixar de mencionar outro nome fortíssimo desse mesmo cenário: Morbid Angel.
O quarteto liderado pelo guitarrista Trey Azagthoth é bem antigo no cenário, pois sua primeira demo, “Abominations Of Desolation”, foi gravada em 1986, porém o primeiro álbum oficial , “Altars Of Madness”, só saiu 3 anos depois, em 1989.
Se você é fã da banda, já sabe muito bem da trajetória, da cronologia e das diversas mudanças de formação ao longo de todos esses anos, então vamos partir pro que interessa aqui no quadro que é o ranking dos álbuns, DO PIOR AO MELHOR.
9- Illud Divinum Insanus (2011)
Sem surpreender ninguém, obviamente, o último colocado é o polêmico “Illud Divinum Insanus”. Para contextualizar um pouco, esse álbum foi lançado no distante ano de 2011. Em cima dele havia muita expectativa, pois seria a primeira vez que Trey Azagthoth e David Vincent (vocal e baixo) lançariam algo juntos em 16 anos. Infelizmente todas essas expectativas foram praticamente destruídas pela sonoridade, que traz um excesso de “experimentalismo” em várias de suas faixas, tornando-as quase músicas eletrônicas com “pitadas” de Metal. O registro foi extremamente mal recebido tanto pelos fãs quanto pela mídia especializada, e alguns anos após o seu lançamento a banda se separou novamente.
8- Heretic (2003)
O terceiro full lenght com o vocalista e baixista Steve Tucker é um pouco indigesto até os dias de hoje. Não podemos negar bons momentos dele, com músicas como “Curse The Flesh” e “Enshrined By Grace”, porém pouco se salva além disso. É um álbum denso e de audição cansativa e passa a impressão de algo feito de última hora, sem muita inspiração. Não é à toa que, após o seu lançamento, a banda entrou em um hiato de 8 anos sem nenhum álbum de inéditas, e quando o fez, soltou o fatídico disco previamente mencionado.
7- Formulas Fatal To The Flesh (1998)
Aqui as coisas começam a melhorar pro nosso querido quarteto barulhento. Lançado em 1998, “Formulas Fatal To The Flesh” foi o primeiro disco com o (até então) novo vocalista Steve Tucker, que entrou no lugar de David Vincent. Antes do álbum sair, Trey Azagthoth afirmou em uma entrevista que o público poderia esperar o Morbid Angel de sempre: rápido e pesado. Bom, ele estava certo.
O álbum é realmente muito pesado e muito rápido. A bateria do icônico Pete Sandoval faz jus ao apelido de “batera metranca” e em certos momentos é difícil acreditar que tudo aquilo é tocado por um ser humano.
Ótimas músicas como “Prayer Of Hatred”, “Chambers Of Dis”, “Heaving Earth” e “Covenant Of Death” mostraram aos fãs que apesar de uma significativa mudança na formação, o Morbid Angel não tinha perdido um milímetro sequer da sua essência maldosa.
6- Domination (1995)
“Domination” foi a última parceria de estúdio entre David Vincent e Trey Azagthoth até o lançamento do “Illud Divinum Insanus” em 2011. O quarto álbum, lançado em 1995, tinha uma difícil tarefa: manter o altíssimo nivel de qualidade padronizado pelos três lançamentos anteriores à ele.
Não era uma tarefa fácil.
Com uma produção mais crua e com uma voz ainda mais gutural, a sonoridade cadencia mais do que o normal ao longo das músicas. Por sinal, o maior sucesso desse disco, “Where The Slime Live”, é uma música extremamente cadenciada. Além dela, temos outras ótimas canções como “Dominate” e “Inqusition (Burn With Me)”.
“Domination” é um bom álbum, tem inúmeros bons momentos, porém musicalmente falando, estava um pouco abaixo do esperado, mesmo tendo uma técnica cada vez mais aprimorada por parte de seus músicos.
5- Kingdoms Disdained (2017)
Após o “papelão” feito em “Illud Divinum Insanus”, houve um outro hiato de novos trabalhos, que se estendeu de 2011 até 2017. É importante lembrar que nesse meio tempo houve uma nova separação dos únicos membros originais remanescentes, Trey Azagthoth e David Vincent. Steve Tucker foi mais uma vez convidado para preencher o lugar do vocalista e assim a banda encontra-se atualmente.
Novamente criaram-se muitas expectativas em cima do álbum, pois o próprio Tucker fez declarações que permitiam com que isso acontecesse.
Eis que no final de 2017, o Morbid Angel lança o seu mais recente disco até o presente momento. Causando grande impacto pela bela (e assustadora) capa, notamos que a banda “estava de volta” após muitos anos (afinal, antes da decepção em 2011, o último álbum era o mediano “Heretic”, lançado em 2003).
Recheado de excelentes riffs e solos, “Kingdoms Disdained” retoma toda a fúria que foi parcialmente deixada de lado no “Illud Divinum Insanus”. Traz letras que atacam diretamente a questão do fanatismo religioso, como já podemos esperar, e também uma excelente performance técnica.
É um álbum que não decepciona o fã de Morbid Angel, especialmente o fã que aprecia os trabalhos com a voz de Steve Tucker. Se esse nível de peso, técnica e fúria se manter, o Morbid Angel ainda vai quebrar muitos pescoços por aí.
4- Gateways To Annihilation (2000)
“Formulas Fatal To The Flesh” foi bem recebido pelo público e pela mídia especializada na época. Era um alívio, afinal, trocar de vocalista é sempre uma tarefa difícil e muito arriscada para qualquer banda. Trey fez a escolha certa e o trabalho seguinte (lançado apenas dois anos depois, em 2000) provou isso.
Se “Formulas Fatal To The Flesh” já era pesado, denso e brutal, “Gateways To Annihilation” não ficava nada atrás. Tínhamos aqui novamente a presença do guitarrista Erik Rutan, o que ajudou o disco a soar como soa.
Sua produção é impecável e as músicas são absurdamente pesadas (mesmo as mais cadenciadas como “He Who Sleeps”). Pauladas como “Summoning Redemption”, “Opening Of The Gates” e “God Of The Forsaken” estão aí para comprovar essas palavras. Trata-se pura e totalmente de um disco de Metal extremo, com tudo que tem direito: guturais fechados, riffs e solos alucinantes, blast beats e letras blásfemas. Ora, descrevemos a essência do Morbid Angel.
3- Blessed Are The Sick (1991)
Bom, tenho certeza que o ranking até agora já gerou muita polêmica e discussões nos comentários.
“Como assim, Kingdoms Disdained na frente do Domination?!”
“Não sabe de nada, álbum X é o melhor”.
Fique à vontade para despejar o seu ódio e revolta, caro leitor, pois nada vai mudar a opinião desse que vos escreve aqui (a não ser a própria percepção e releitura dos álbuns conforme o passar dos anos, o que é totalmente natural).
Enfim, vamos prosseguir.
Sem dúvidas, essa é a hora mais polêmica, pois nunca houve e nunca haverá um consenso sobre o “top 3” de melhores álbuns do Morbid Angel, pois os três são absolutamente, perfeitos, porém muito diferentes entre si.
Coloco “Blessed Are The Sick” em terceiro lugar com dor no coração. Pois se trata de um álbum maduro em se tratando de uma banda relativamente nova na época (1991), cheio de riffs cadenciados e inspirações de outros tipos de música (“Desolate Ways” não me deixa mentir). Ao mesmo tempo, trazia o Morbid Angel que ja havia sido previamente apresentado ao mundo alguns anos antes: brutal. “Fall From Grace”, “The Ancient Ones”, “Abominations” e “Day Of Suffering” são apenas alguns exemplos da brutalidade e genialidade desse registro. Com uma produção bem superior ao de seu antecessor, “Blessed Are The Sick” terminou de cravar o Morbid Angel no cenário mundial das bandas de Metal extremo (com razão). Infelizmente, foi o último álbum a contar com a formação “clássica” da banda, ou seja, com o falecido guitarrista Richard Brunelle.
2- Covenant (1993)
Mantendo um bom tempo entre um lançamento e outro, “Covenant” saiu em 1993, apenas dois anos após “Blessed Are The Sick”. Mais uma vez, o Morbid Angel mantinha a sua essência, porém trazia uma produção totalmente nova. Muito disso pode se dar ao fato de Trey Azagthoth passar a utilizar uma guitarra de 7 cordas, trazendo um som mais grave às músicas. Além disso, David Vincent mostrava uma maturidade vocal gigantesca, mesclando vozes guturais, rasgadas e até limpas em alguns momentos do álbum. Se você ouve as quatro primeiras músicas desse disco e continua sem dores no pescoço, você é um guerreiro. Faixas como “Blood On My Hands”, “Angel Of Disease” e claro, a clássica “God Of Emptiness” também podem colaborar para danos físicos ao ouvinte.
Assim como os dois anteriores, “Covenant” também traz uma belíssima capa, mas disso você já sabe muito bem, né?
1- Altars Of Madness (1989)
Para a surpresa de ninguém, quem lidera o ranking é o clássico e atemporal álbum de estreia do quarteto americano: “Altars Of Madness”. Estamos falando de um disco absolutamente unânime entre os fãs de Metal extremo, e não é pra menos.
Até hoje ele soa atual, mesmo tendo mais de 30 anos “de idade”. Muitas coisas mais pesadas foram lançadas posteriormente, mas “Altars Of Madness” jamais vai perder seu brilho e sua brutalidade.
Vocais rasgados e guturais, riffs absurdamente rápidos e com tempos quebrados trabalhando junto da bateria e claro, letras que assustam as avós religiosas até os dias de hoje.
Sem dúvidas se trata de um dos melhores álbuns de estreia de todos os tempos, sem o menor exagero.
Para encerrar a matéria e assistir a polêmica nos comentários, vamos mencionar as melhores músicas presentes no track list do “Altars Of Madness”:
- Immortal Rites
- Suffocation
- Visions From The Dark Side
- Maze Of Torment
- Lord Of All Fevers And Plague
- Chapel Of Ghouls
- Bleed For The Devil
- Damnation
- Blasphemy
- Evil Spells