A discografia do Rainbow está no DO PIOR AO MELHOR de hoje.
A sessão “DO PIOR AO MELHOR” foi criada há alguns anos a fim de ranquear os álbuns de determinadas bandas. Acima de tudo, esta análise é feita listando os trabalhos do menos expressivo ao mais significativo. Porém, os critérios usados neste quadro são diversos, como aceitação crítica dos registros, importância para a época, nível técnico em comparação a outros discos da banda e, obviamente, o fator diversão, entre outros.
Note que não estamos impondo certezas ou leis, pois esta é apenas uma análise feita por um criador de conteúdo do site para estabelecer a ordem em que os álbuns são posicionados neste ranking, baseando-se nas informações acima descritas. Portanto, se o seu álbum favorito estiver em uma posição abaixo do que você esperava ou se aquele disco que você não gosta estiver bem posicionado, lembre-se que a música é uma forma de arte subjetiva e pessoal, e não uma ciência exata.
Uma breve apresentação:
Depois de sair do Deep Purple, pela primeira vez, logo após a turnê do álbum “Stormbringer” (1974), o guitarrista Ritchie Blackmore formou sua própria banda. A princípio chamada de Ritchie Blackmore’s Rainbow o quinteto fez história em apenas poucos anos de estrada. Assim como fizera com o Deep Purple, Blackmore conseguiu lançar clássicos absolutos do Hard Rock e que influenciaram as bandas que vieram depois, inclusive em alguns subgêneros do Metal.
Com vocês, Rainbow, Do Pior Ao Melhor:
8) “Stranger in Us All” (1995)
Rainbow encerrou suas atividades pela primeira vez em 1983, logo após o lançamento do “Bent Out of Shape”. Em seguida, a Mark II do Deep Purple anunciou o seu retorno e o clássico “Perfect Strangers” saiu em 1984. Após gravar quatro full lenghts com Deep Purple, “Perfect Strangers” (1984), “The House Of Blue Light” (1987), “Slaves & Masters” (1990) e “The Battle Rages On…” (1993), Blackmore deixa o quinteto novamente.
Da mesma forma como acontecera em 1974, o guitarrista retornou com a sua própria banda, porém obteve um resultado bem inferior àquele que obtivera antes. Com um line-up completamente novo e o vocal de Doogie White, Rainbow lançou seu oitavo full lenght, “Stranger in Us All”, em 21 de agosto de 1995. Apesar de White ser um bom vocalista, seu estilo não conseguiu de forma alguma reviver a sonoridade primordial que levara a banda ao suecesso anterior. Ainda que algumas pessoas defendam a faixa “Ariel” como um clássico do Rainbow, ela nem de longe remete a grande fase do quinteto. Assim sendo, “Stranger in Us All” segura a lanterna com todos os méritos.
7) “Straight Between the Eyes” (1982)
“Straight Between the Eyes” é o segundo disco do Rainbow a contar com a famosa voz de Joe Lynn Turner, sendo o sexto álbum do grupo, que saiu logo depois de “Difficult To Cure” (1981). Apesar de conter faixas como “Stone Cold”, “Miss Mistreated” e “Eyes Of Fire”, creio que feito algo a mais nesse registro. Se o single “Jealous Lover”, lançado anteriormente a ele, estive presente em seu tracklist, o mesmo seria mais atrativo. Sendo que “Jealous Lover” é o espírito AOR na medida exata, mas infelizmente ficou somente como single, só saindo na coletânea “Final Vinyl”, que reune toda as gravações da banda que não saíram em álbuns oficiais.
6) “Bent Out Of Shape” (1983)
“Bent Out Of Shape” foi o terceiro e último disco a contar com Joe Lynn Turner no vocal e somente o seu LADO A já o torna superior ao seu antecessor, porém ainda inferior a “Difficult To Cure”, que foi a grande estreia de Turner como frontman. “Stranded”, “Can’t Let You Go”, “Fool for the Night”, “Fire Dance” já fazem a audição valer à pena, ainda que as demais tampouco sejam ruins. Esse deveria ter sido o último lançamento do Rainbow, já que “Stranger in Us All” é pífio.
5) “Down To Earth” (1979)
Vou repeitir a frase que eu disse quando escrevi a resenha do “Down To Earth”: “assim que o saudoso Ronnie James Dio deixou de fazer parte da banda, Blackmore recrutou Graham Bonnet (Alcatrazz, MSP) para a difícil missão de assumir o seu lugar”. Ou seja, Bonnet encarou uma difícil missão e não se saiu mal. Contudo, o que Blackmore buscava era surfar na onda do AOR que estava fortíssima na ocasião e o resultado ficou aquém do que ele esperava. Além do cover de Russ Balard, “Since You Been Gone”, o disco conta com as fantásticas, “All Night Long”, “Eyes Of the World”, “No Time To Lose”, “Makin’ Love”, “Love’s No Friend”, “Danger Zone” e “Lost In Nollywood”. Além disso, o single “Bad Girl”, a exemplo de “Jealous Lover” no caso do “Straight Between the Eyes”, poderia ter feito parte do tracklist, mas só saiu depois do “Final Vinyl”.
4) “Difficult to Cure” (1981)
“Difficult to Cure”, quinto full lenght do Rainbow, é talvez provavelmente o álbum no qual Blackmore atingiu de forma mais plena a sonoridade que ele sempre buscou alcançar. O single de abertura, “I Surrender”, pode estar entre as canções obrigatórias do movimento AOR, já que ela fez com que a era Lynn Turner e um novo Rainbow surgissem.
“Spotlight Kid”, “Can’t Happen Here” e o tema instrumetal que dá nome ao disco são canções obrigatórias na trajetória do Rainbow, inegavelmente. Aliás, o tema instrumental “Difficult to Cure” representa a “Nona Sinfonia” de Ludwig van Beethoven com os arranjos de Blackmore, do tecladista Don Airey e do baixista Roger Glover. A capa do álbum, de acordo com o que conta a história, deveria ter sido a capa do álbum “Never Say Die” do Black Sabbath. Mas isso é assunto para outro artigo em outra ocasião, vamos seguir com o ranking do Rainbow.
3) “Ritchie Blackmore’s Rainbow” (1975)
Após sair do Deep Purple, Blackmore recrutou o vocalista Ronnie James Dio, o tecladista Micky Lee Soule, o baixista Craig Gruber e o baterista Gary Driscoll, todos que anteriormente eram membros do ELF. Ou seja, o primeiro line-up do Rainbow era o ELF sem o guitarrista David Feinstein com Blackmore em seu lugar. Embora muita gente torça o nariz para esse disco, um álbum que canções como “Man on the Silver Mountain”, “Self Portrait”, “Catch the Rainbow” e “The Temple of The King” deve no mínimo ser respeitado.
2) “Long Live Rock’N’Roll” (1978)
Não condeno que considerem “Long Live Rock’N’Roll” como campeão em um ranking pessoal, no entanto, não tenho como concordar. Apesar de quase perfeito, o terceiro disco do Rainbow perde para o seu antecessor. “Long Live Rock’n’ Roll”, “L.A. Connection”, “Gates of Babylon”, “Kill the King”, “Sensitive to Light” estão acima do bem e do mal, ainda sim, elas não são suficientes para levar a “medalha de outro”. Um fato triste sobre esse disco é que foi a última vez que os saudosos Dio e Cozy Powell estiveram juntos em uma banda.
1) “Rising” (1976)
Não há dúvida “Rising” seja o merecedor dessa medalha de ouro, pois, ele é mais do que um disco perfeito, ele é revolucionário. Ao mesmo tempo, Ritchie Blackmore (guitarra), Cozy Powell (bateria), Ronnie James Dio (vocal), Jimmy Bain (baixo) e Tony Carey (teclado) estavam em um de seus melhores momentos como músicos e esse fato foi um dos fatores que fizeram a diferença. Além disso, o que podemos dizer de um disco que carrega simplesmente, “Tarot Woman”, “Run With The Wolf”, “Starstruck”, “Do You Close Your Eyes”, “Stargazer” e “A Light In Black”? Nenhuma outra palavra além de perfeição é aceita, já que aqui não existe erro algum.
Acima de tudo isso, “Rising” serviu de inspiração para o Heavy Metal e alguns de seus subgêneros mais importantes, como o Power Metal, por exemplo. “Rising” cravou o nome de Ronnie James Dio na história do Rock/Metal de acordo com o mérito dele.
Qual é o seu campeão?
Gostou? Concorda? Se a resposta para ambas as perguntas forem não, isso faz parte. O importante é que falamos de toda a discografia de um lendário quinteto do Hard Rock.
