O Emperor foi uma das bandas seminais do Black Metal norueguês e construiu um nome muito forte dentro do gênero, principalmente, com o lançamento de seus primeiros trabalhos ainda na década de 90.
Apesar de ainda serem um dos nomes fortes da cena extrema e atraírem um grande público em todas as ocasiões em que se reuniram sob o nome Emperor, os músicos não lançam nenhum disco de estúdio desde “Prometheus – The Discipline of Fire and Demise”, de 2001.
Ihsan, o vocalista, multi instrumentista e um dos grandes líderes da banda, sempre se manteve cético e irredutível quanto a possibilidade de gravar algo novo. Desde o trabalho de 2001, inteiramente composto por ele, o músico vem lançando registros solo cheios de experimentações e flertes com diversas musicalidades muito distantes do Black Metal. É preciso dizer que apesar ter um nome reconhecido e solidificado no underground, ele vem decepcionando boa parte de seus fãs mais antigos com estes trabalhos.
Em uma nova entrevista concedida ao site Heavy, da Australia, Ihsan finalmente declarou algo diferente do habitual quando questionado se “Prometheus – The Discipline of Fire and Demise”, de 2001, algum dia terá alguma espécie de continuação. Veja o que ele disse:
“Se eu ganhasse um centavo para cada vez que alguém me pergunta isso…
Essa é, claro, uma pergunta que tem surgido muito e eu acho que é fácil de responder e é meio difícil ao mesmo tempo. Para começar, por 20 anos, eu tenho dito que ‘Sem chance’. Não vejo sentido em fazer isso. Mas a pergunta sempre surge de novo e de novo. É um tema com o qual eu e Samoth temos que nos relacionar e às vezes tocamos nesse ponto mais como algo descompromissado.
Do meu ponto de vista, e só posso falar por mim, até agora tem sido muito difícil ver onde iríamos continuar. O legado do Emperor consiste no fato de nunca nos comprometermos. Acho que foi isso que atraiu as pessoas que se interessaram por essa música, ela não foi feita de uma certa maneira para as pessoas gostarem. Foi feita totalmente sem concessões e as pessoas perceberam isso provavelmente por causa dessa honestidade.
Se fôssemos fazer outro álbum do Emperor, deveríamos fazer algo que soasse como o material antigo? Isso seria fácil, mas não seria realmente uma verdade. Ou devemos continuar de onde paramos com ‘Prometheus’, comigo fazendo mais e mais coisas experimentais? Não tenho certeza se isso seria o que os fãs gostariam. No final, qual seria a motivação fora de qualquer lance comercial? E eu acho que para isso acontecer teríamos que chegar a um lugar onde nossas ideias se alinhassem e que parecesse algo certo a se fazer, da mesma forma que os shows aconteceram e agora estamos em um lugar onde parece certo fazer esses shows, todos estão no mesmo lugar.
Então, antes eu teria dito imediatamente que não faríamos outro disco, mas se as circunstâncias permitirem que nos conectemos criativamente e nós possamos criar algo com os mesmos tipos de valores puros que fizemos antes, isso está primeiro lugar, então eu estaria aberto para fazer isso.”
