França é o tema do Metal Sem Fronteiras desse episódio.
Na lista de exportadores do bom e velho Heavy Metal, alguns países ainda aparecem de forma tímida e quase imperceptíveis ao revelarem seus representantes.
Indo direto ao assunto, citaremos a França, país de pouca visibilidade e poucas bandas relevantes, comparados a outros países. Pelo menos esta é a impressão que temos já que diferente de outros, poucos são os grupos oriundos da terra do vinho e da Torre Eiffel.
Mas afinal, a França é de fato um país com poucas bandas, ou apenas mais um na lista dos excluídos no eixo Estados Unidos/Inglaterra?
A Globalização do Metal (França)
A verdade é que voltando no tempo em especial aos primórdios dos anos 80, nomes como Trust, ADX, Sortilege, Killers, Fisc, My-Lai, Vulcain, H-Bomb, Lust, Manigance, Nightmare, Misanthrope, etc, foram alguns nomes da velha guarda do Heavy Metal francês, responsáveis por discos excelentes mas sem atingir o sucesso merecido.
Felizmente este eixo mudou quando Alemanha, Finlândia, Suécia, Noruega, dentre outros, deixaram evidentes que há outras fronteiras a serem exploradas.
Em alguns casos, mais especificamente na Suécia, o país tornou-se um prolífico e importante celeiro dividindo com a Finlândia o título de grandes expoentes do Heavy/Rock nos últimos anos.
A Era do Power Metal – França
Nos anos 90 quando o Power Metal virou febre, a França ganhou notoriedade através do Heavenly, quinteto oriundo de Paris que lançou cinco discos oficiais entre os anos de 2000 a 2009.
Influenciado por nomes como Helloween, Gamma Ray, Iron Savior, Stratovarius, Angra, Freedom Call, Sonata Arctica, Edguy, etc, o grupo colocou o país em evidência já que dispunha de discos relevantes ao mesmo tempo em o Power Metal estava em alta.
Assim como o Heavenly, nomes como Fairyland também mergulharam na onda do Power Metal/Symphonic Metal, lançando discos relevantes e agradando principalmente fãs de grupos como Rhapsody Of Fire, Dark Moor, Luca Turilli, Twilight Force, Ancient Bards, Thy Majestie, etc.
A Nova Geração de Bandas
Enquanto isso, a chamada “Nova Geração de Bandas” tem levantando a bandeira do estilo através de nomes como Headline, Tentation, Aephanemer, Keiron, Hamka, Herzel, Citadelle, Hacride, Gorgon, Seth, Klone, Dagoba, Mantra, Sacral Night, Blackrain, Gojira, Avaland, Alcest, etc, nomes promissores que representam o cenário atual , mostrando que a França pode não ser o centro das atenções quando o assunto é o Heavy Metal. Porém, é fato que assim como em outros países, há uma gama de grupos escrevendo canções que invadem nossos ouvidos e se transformam em gratas trilhas sonoras.
Caso tenha alguma intimidade com os grupos aqui mencionados, então é hora de tirar a poeira dos “LP ‘s” e fazer aquela sessão nostalgia regada a cerveja, na companhia dos amigos.
Assim como fazíamos na década de 80, quando o Rock/Metal era livre de amarras e do politicamente correto.
Vem comigo!
Blastead:
Oriundos de Aix-en-Provence, região de Provence-Alpes-Côte d’Azur, no sul da França, quarteto composto por Bernard Velini (vocais, guitarras), Patrick Ziad (guitarras), Henry Cordola (baixo) e Patrick Labriola (bateria).
Em 1994, lançaram “Come Into My Night”, excelente e único álbum da carreira calcado no bom e velho Heavy Metal, flertando também com a New Wave Of British Heavy Metal.
Apresentando 09 faixas inéditas temos aqui o único registro do grupo que se dividiu tempos depois.
*Em junho de 2021, infelizmente, anunciaram a morte do guitarrista Patrick Ziad.
Venin:
Mais uma banda oriunda de Aix-en-Provence, Provence-Alpes-Côte d’Azur, trazendo no line up:
- Jean-Marc Battini (vocais, guitarras)
- Fabienne Perrio (baixo)
- Patrick Ziad (guitarras)
- Patrick Labriola (bateria)
Formado em 1982, o quarteto deu os primeiros passos com “Malediction”, Demo Tape de 1985 contendo 07 faixas.
Posteriormente, no ano seguinte, o grupo lança “Venin”, EP contendo 04 faixas calcadas no Heavy com influências da New Wave Of British Heavy Metal.
Após longo hiato e mudanças no line up, eles retornam em 2015 com “La morsure du temps”, seu debut (2018).
No entanto, desde então, seu único lançamento.
*A saber, todas as letras de seus respectivos discos, foram escritas e cantadas no idioma oficial da banda.
Demons Eyes:
Formado em 1982, em Sannois, Île-de-France, o quinteto:
Philippe Masson (vocais), Philippe Chastagnol (guitarras), Thierry Masson (guitarras), Remy “Serpent Glenn” Bertelle (baixo) e Bob “Sortilege” Snake (bateria)
É mais uma banda hasteando a bandeira do bom e velho Heavy Metal, bebendo na fonte da NWOBHM, flertando também com o Speed Metal.
Posteriormente a “Demons Eyes”, demo de 1983, o grupo lança “Rites Of Chaos”, excelente álbum de estreia contendo 08 faixas.
Apesar do título em inglês, todas as composições, entretanto são voltadas ao francês, e apesar das faixas “Demons Eyes” e “Ressurection”, tragam seus títulos em inglês, suas letras foram escritas em francês.
Em resumo, os trabalhos seguintes viriam em 1987 com “Garde à vue” e 1990 “Out Of Control”.
Afinal, este seria o último trabalho da banda que encerraria as atividades posteriormente, retornando em 2006, porém nada mais fora lançado
Em contrapartida, em “Out Of Control”, abandonam as letras em francês, pois adotam o inglês como idioma oficial.
Warning:
Oriundos de Paris, o quinteto formado em 1980, composto por:
Raphaël Garrido (vocais), Christophe Aubert (guitarras), Didier Bernoussi (guitarras), Alain Pernette (baixo) e Henry Barbut (bateria).
Contudo, foi um grupo com uma carreira curta e apenas três discos lançados.
A estreia foi em 1981 com “Warning”, homônimo contendo 08 faixas calcadas no Heavy Metal e algumas pitadas de Hard Rock.
Em segundo lugar, o grupo lançou “Warning II” (1982) e “Métamorphose” (1984), consequentemente, o último registro antes de decretar o encerramento das atividades no ano seguinte.
Conforme consta,eEm agosto de 1994, o guitarrista Christopher Aubert teve sua vida ceifada após um trágico acidente de carro, falecendo aos 35 anos.
Pink Rose:
Oriundos de Avignon, França, e formado em 1986, o grupo foi mais um daqueles cuja carreira se encerraria após lançarem apenas um disco.
Posteriormente ao fracasso de “Strike”, terceiro álbum de inéditas, os franceses do Attentat Rock preparavam-se para as gravações de seu quarto trabalho da carreira intitulado “Pink Rose”.
No entanto, no meio do caminho, o grupo decide fazer algumas mudanças, na qual estariam ligadas diretamente ao nome da banda que passaria a se chamar Pink Rose, como também sobre o álbum, que, surpreendentemente, agora seria “Just What You Needed”.
Contudo, o grupo sofre uma baixa, visto que o guitarrista Stéphane Bonneau deixa o posto, reduzindo a banda a um quarteto.
Apresentando uma sonoridade calcada no Heavy Metal, flertando também, com o Hard Rock, o agora quarteto composto por: Marc Quee (vocais), Fabrice Fourgeaud (guitarras), Pierre Bremond (baixo) e Thierry Gaulme (bateria) lançou “Just What You Needed”, excelente debut, ainda que seja o único do quarteto.
Contendo 10 músicas inéditas, e apostando no sucesso da faixa “Just What I Need”, single voltado às FM ‘s da época, eles naufragam após o vocalista Marc Quee sair.
Como resultado, abalados com a saída do vocalista, os membros remanescentes decidiram consequentemente que era hora de encerrar as atividades em 1987.
H-Bomb:
Fundado em 1982 em Draveil, Île-de-France, o quinteto composto por Didier Izard (vocais), Armando Ferreira (guitarras), Paul Ferreira (guitarras), Philippe Garcia (baixo) e Gérard Michel (bateria) integra a famosa lista de bandas efêmeras, pois em seus breves quatro anos de existência, lançaram efetivamente apenas dois álbuns oficias e dois EP’s.
Executando um excelente Heavy com algumas pitadas de Speed, o grupo deu os primeiros passos com “Coup De Métal”, EP de estreia contendo seis faixas inéditas.
O primeiro full lenght, chegava às lojas no ano seguinte, “Attaque”, excelente álbum contendo 10 faixas, distribuídas em aproximadamente 40 minutos. Ambos (EP e debut), traziam letras no idioma oficial da banda, o francês.
Em 1986 o grupo lançou “Stop The Light”, single contendo uma faixa inéditas, além de uma versão para “Space Station No. 5″, originalmente gravada pela banda americana Montrose.
Aqui, a banda abandona o francês e passam a cantar em inglês, tendo em vista que o vocalista David Potter (Cloven Hoof) assume os vocais deixados por Didier Izard.
Ainda em 1986, lançam “To Feel The Pain”, EP, contendo três faixas inéditas e este seu último registro, antes de encerrarem as atividades.
Em meados de 2009, a gravadora francesa Axe Killer Records, lançou “Axe Killer Warrior’s Set”, boxed set contendo os dois primeiros registros do quinteto.
Semelhantemente, no ano de 2019, foi a vez da Mémoire Neuve (gravadora) lançar uma compilação intitulada “Massacre”, contendo 12 faixas.
Fisc:
Naturais de Metz, Grand Est (França), com fundação em 1981, o quinteto composto por André Balzer (vocais), Jean-Michel Mauffray (guitarras), Alain Aimé (guitarras), Pierre Bechet (baixo) e Dominique Henry (bateria) é o grande responsável por lançar quatro excelentes trabalhos no período de 1984 a 1988.
Posteriormente ao lançamento da Demo tape auto-intitulada em 1982, o grupo lança “Tracker”, álbum oficial de estreia editado em setembro de 1984.
Contendo 09 faixas, o disco apresenta uma sonoridade calcada no Heavy Metal, flertando com o Hard Rock em alguns momentos.
Break Out :
Após mudanças no line up, o grupo lança no ano seguinte “Break Out”, segundo álbum de inéditas. O novo trabalho marca a estreia do vocalista Alain Duva, substituindo André Balzer que resolveu deixar o posto.
Too Hot For Love :
O terceiro álbum, o ótimo “Too Hot For Love” chegou às lojas em 1987, trazendo o estreante Jimmy Martin, substituindo Alain Duva e consequentemente a nova voz do Fisc.
Contendo 10 faixas distribuídas em apenas 43 minutos de duração, o disco transita entre o Hard Rock e o Heavy Metal, fundindo muito bem os dois estilos e agradando os fãs de ambos.
Handle With Care :
O quarto e último trabalho “Handle With Care” chegava às lojas em 1988 e por incrível que pareça, Jimmy Martin ainda era o vocalista.
Em 1995 a gravadora Long Island Records lançou um Split contendo “Too Hot For Love”, álbum de estreia de Martin no Fisc e “Rhythm For Life”, primeiro álbum de sua carreira solo após Fisc.
Diferente de outras bandas oriundas da França e certamente almejando o mercado americano, o Fisc adotou o inglês como idioma oficial em seus discos.
Redigido por : Geovani “Namo do Aldo” Vieira
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