Running Death
Lá em 2013, quando o Mundo Metal foi criado, a maior diversão dos administradores era passar horas ouvindo discos de bandas novas, pouco conhecidas e pouco divulgadas. A tentativa era sempre encontrar aquele álbum sensacional que a maioria dos meios de comunicação especializados não dariam atenção. Era um trabalho de garimpo em busca dos discos que mereciam ser ouvidos por mais pessoas.
Quase dez anos depois, em pleno ano 2023, nada mudou, nós continuamos ouvindo centenas de lançamentos por ano para trazer aos ouvintes aqueles trabalhos que 95% dos headbangers vão esquecer.
Este quadro foi criado para você que não se contenta com o óbvio. Fizemos para todos aqueles que, apesar de amar os medalhões, sabem que são as bandas menores que precisam mais da sua atenção. E quer algo melhor do que começar as suas garimpagens à partir das nossas garimpagens?
Seja bem vindo ao GARIMPO MUNDO METAL.
A partir de hoje, suas audições vão ficar muito mais interessantes. Nós garantimos.
MUNDO METAL APRESENTA: RUNNING DEATH
Pertencente à nova onda do Thrash Metal, os alemães do Running Death praticam um tipo de som mais ligado ao pessoal da América, principalmente em se tratando de Megadeth.
Assim como temos o também alemão Space Chaser, que lembra bastante o Overkill, o Running Death resgata boa parte das características de Dave Mustaine, tanto como guitarrista quanto vocalista, e sua equipe de exímios músicos.
Isso ainda é a mistura no liquidificador musical juntamente com o tempero do Anthrax e no Annihilator.
Não soando como uma simples cópia, a banda de Kaufbeuren, Bavaria, oferece alta dosagem de riffs, dedilhados precisos e solos que cotextualizam cada canção, assim, tornando-as mais fortes do que já são.
Primeiramente, o início da jornada dos alemães aconteceu em meados de 2005, tendo algumas mudanças de nome e diversas pausas.
Desaster Areatic e Desaster Area foram surgindo entre os anos de 2004 a 2008. Portanto, desde 2010 a banda parece estar firmando o pé e segue de vento em polpa até o presente momento. O primeiro registro oficial foi a demo homônima.
PREPARE SUA PENEIRA E VAMOS AO GARIMPO!
Conforme explicamos acima, o Running Death passou por grandes mudanças até chegar nesse interessante nome.
Ainda assim, desde o seu primeiro registro em 2007 com o nome definitivo, sendo sua primeira e única demo, o Running Death demorou para entregar novos trabalhos.
De fato, somente em 2010 que a banda conseguiu ir mais além ao lançar o EP chamado “Raging Nightmare”.
Posteriormente, dois anos mais tarde, foi a vez de “The Call Of Extinction”, segundo EP dos bávaros. Ambos os trabalhos tiveram lançamentos de maneira idêntica, ou seja, independente.
Além disso, um outro detalhe é que a banda passou por mudanças no lineup desde o seu início, comparável às mudanças de nome.
O segundo EP do Running Death:
Simon Bihlmayer (vocal, guitarra), Julian Gruber (guitarra, vocal), Max Bauer (baixo) e Jakob Weikmann (bateria, violão) fizeram parte do time que gravou o debut.
Ainda assim, faltava o full length de estreia e ele veio em 2015. Intitulado “Overdrive”, o álbum apresenta uma banda convicta de sua sonoridade com diversas variações e mudanças de andamento. Thrash Metal técnico e com boas doses de Metal Tradicional com toda a certeza.
Podemos associar a uma tríade Thrash/Speed/Heavy Metal para a descrição ser mais sucinta, por exemplo.
Sendo assim, as canções “Psycho?”, “Remote Controlled” e “Mercenary” transmitem a estrutura poderosa desse primeiro trabalho da banda.
“Pray For Death” e a faixa-título oferecem mais ingredientes ao prato exótico, caprichado e muito bem temperado.
A gravação ocorreu no Ghost City Recordings e o lançamento via Punishment 18, o álbum teve a produção nas mãos de Jan Kerscher, que também cuidou da gravação, enquanto a masterização ficou na responsabilidade de Philipp Welsing.
A elaboração da capa ficou por conta de Gyulia Havancsák e Julian Gruber, sendo o segundo com a missão de construir o layout ao lado de Aleksandra Cutkovic, tendo Joel Sanchez a cargo da arte de trabalho, o que garantiu um excelente visual e ótimo desempenho quanto à timbragem dos instrumentos, voz e tracklist de boa organização.
Ouça “Overdrive” e se divirta com mais uma joia da nova safra do Thrash!
“DressAge” foi lançado em 2017 também pela Punishment 18 e marca uma grata passagem inicial da banda, agora com dois discos em seu currículo. Foi gravado, mixado e masterizado por Sebastian Moer no Grotesque Studios com a arte de trabalho e layout executados por Joel Sánchez Rosales.
Mais mudanças aconteceram e o guitarrista Daniel Baar retornou para o lugar de Julian. Daniel esteve na banda de 2012 a 2013. Andrej Ramich assumiu as linhas de contrabaixo após a saída de Max, enquanto os remanescentes Jakob e Simon mantiveram o equilíbrio para que a próxima jogada fosse ainda mais certeira com a continuidade do Thrash/Speed/Heavy Metal de autoria germânica.
A faixa que carrega o nome do disco é sem dúvida um dos pontos altos do álbum com suas variações e uma linha percussiva muito eficaz, mas não para por aí. “Delusive Silence” possui uma apresentação bastante agressiva e possui várias quebras com linhas que alternam do mais veloz ao Groove, principalmente na condução de bateria solo. Em “Heroes Of The Hour”, o vocalista e guitarrista, Simon, emula bastante dos vocais de seu mestre Dave Mustaine, porém com características próprias. Destaque também para as linhas precisas de baixo de Andrej. Fechando os destaques, temos “Beneath The Surface” como “aquela que quebra qualquer informação quadriculada sobre uma banda”, ou seja, ela é tão alternante que tende muito mais ao Heavy Metal e abre espaço para Simon explorar outros campos e notas vocálicas, fugindo de uma alcunha completa como filhote de Mustaine, por assim dizer.
Confira toda a jogada certeira de uma banda que conseguiu o tempero encontrado em bandas do calibre de Anthrax e Annihilator!
Em 1º de julho de 2022 foi lançada uma compilação que reúne as primeiras gravações do Running Death, além de um DVD contendo todo o seu registro histórico. O material dos bravos bávaros foi batizado por “Unleashed From The Tomb”, lançado pela Zann’s Records.
A compilação “Unleashed From The Tomb” pode ser conferida através do link do Bandcamp oficial do Running Death:
https://runningdeath.bandcamp.com/album/unleashed-from-the-tomb
Para quem gosta de apreciar os tempos árduos de uma banda antes do lançamento do seu primeiro álbum, é um prato bem cheio. A capa é uma obra muito boa e que remete diretamente a esses tempos. Detalhe: atualmente a formação conta com Simon Bihlmayer (vocal e guitarra), Markus Heilmeier (guitarra), Andrej Ramich (baixo) e Jakob Weikmann (bateria).
Pesquisar e conhecer novas bandas, e antigas também, ajudam a exercitar a mente e torna a brincadeira sempre atrativa e divertida, ocasionando grandiosas descobertas em meio a tantas bandas das quais mal fazemos ideia que existem. O seu vizinho pode ter uma banda e você nem sequer sabe disso, para tomar como exemplo do quão vasto e escondido é esse mundo.
A descoberta aconteceu numa época frutífera para o Thrash e o que resta aos bávaros, é gravarem, divulgarem e lançarem aquele que fechará sua primeira trinca de ases, a qual consideramos como a consolidação de uma banda. É a partir do terceiro disco que notamos se a banda tem combustível para seguir por essa toada ou se ficará no ostracismo até chegar ao seu fim. O Running Death apresentou muito potencial para figurar entre as maiores e melhores bandas de sua geração. Resta saber se a banda pretende dar sequência ao belo material que construiu até o momento. Esperamos que se junte à turma de Havok, Angelus Apatrida, Suicidal Angels, Crisix, entre outras.
Garimpeiro da vez: Stephan Giuliano
Quem é Mundo Metal?
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Além disso, todos os dias, publicamos notícias, indicações, resenhas e artigos que interessam aos que são, como nós, amantes do Rock e de todos os subgêneros tradicionais do Heavy Metal.
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