Ícone do site Mundo Metal

Guns N’ Roses: “Não acredito que a banda seria o que é hoje se eu tivesse permanecido”, diz Tracii Guns

Guns N' Roses: "Não acredito que a banda seria o que é hoje se eu tivesse permanecido", diz Tracii Guns

Marc S Canter/Getty Images

Tracii Guns, guitarrista do L.A Guns e cofundador do Guns N’ Roses, relembrou seus tempos na banda ao lado de Axl Rose, e compartilhou suas memórias sobre os membros obscuros da banda que pouca gente se lembra, e isso inclui um baixista (Ole Beich) que se afogou e um baterista (Rob Gardner) que sofria pressão da namorada para deixar a banda. Muita gente sequer se lembra desses caras, mas Tracii estava lá para nos contar essas histórias hoje.

Durante uma entrevista com David Slavković da Ultimate Guitar, ele disse:

“Ole, ele veio para Los Angeles por volta de 1982, da Dinamarca. Ele é da Dinamarca, tocou com o Mercyful Fate e acho que também pode ter tocado com algumas coisas solo do King Diamond.

Ele veio e eu o conheci por meio de um amigo. Ele queria estar no LA Guns porque éramos uma banda pesada naquela época. Foi quando Axl estava cantando no LA Guns. E Rob Gardner também, o baterista – ele é alguém com quem estudei no ensino médio e basicamente começamos o LA Guns juntos [em 1983].

Nosso empresário demitiu Axl em um dos nossos shows. E naquela mesma noite, depois que ele foi demitido… Nós todos morávamos juntos – decidimos que iríamos continuar e mudamos o nome da banda, mudamos nosso nome para Guns N’ Roses.

E nós adicionamos Izzy [Stradlin, guitarra], essa foi a única diferença real no começo. Então éramos Rob Gardner, Ole Beich, eu, Izzy e Axl.

Acho que Ole foi o primeiro a sair. Ele realmente queria tocar metal e nós nos tornamos mais uma banda de heavy-rock influenciada pelo blues com um pouco de glam-rock ali.

E ele não queria realmente fazer isso, ele queria fazer outra coisa. Infelizmente, ele nunca encontrou o que estava procurando. E quando eu deixei o Guns N’ Roses [em 1985] e comecei o LA Guns, ambas as bandas estavam indo muito bem.

Com o tempo, ele lutou contra a depressão. Eventualmente, ele se afogou em um corpo d’água na Dinamarca no início dos anos 90.

Eu realmente amava aquele cara – um cara muito sério, tinha um ótimo senso de humor. Ele me ajudou com muitas coisas. Ele era cerca de 10 anos mais velho que eu. Um cara legal.

E então Rob… Rob era um ótimo baterista. E a namorada dele deu um ultimato a ele quando estávamos no Guns N’ Roses: ‘É a banda ou eu.’ Então ele deixou a banda e ela o deixou. Então isso não funcionou muito bem, realmente.”

Como você sabe, quando “Appetite for Destruction” foi lançado em 1987, Tracii já havia deixado a banda e, naquele momento, o L.A Guns estava gravando o seu álbum homônimo de estreia. Slash já era o guitarrista do Guns. Tracii contou como ele e seus parceiros do L.A Guns reagiram a “Appetite for Destruction” ao ouvirem o disco pela primeira vez.:

“Estávamos gravando o primeiro disco do LA Guns, e alguém da Geffen me enviou uma fita cassete quando eles terminaram de masterizar ‘Appetite for Destruction’.

E eu fui para um estúdio separado, estávamos no Village Recorder – lembro como se fosse ontem. E eu coloquei aquele disco e fiquei impressionado. Eu adorei. Era como um disco novo do Aerosmith com mais coragem. Foi assim que eu o descrevi naquela época.

E quando ‘It’s So Easy’ começou, naquela audição, onde Axl tinha uma voz grave e uma aguda ao mesmo tempo – eu fiquei realmente impressionado com isso. Eu amei o disco.

Então eu fui para o estúdio e disse: ‘Ei, pessoal, vamos dar um tempo, vocês precisam ouvir esse disco do Guns N’ Roses.’ E eles realmente não deram a mínima porque foi tipo, ‘Ah, vocês se importam com isso porque essa era a banda de vocês’, blá blá blá.

Eu fiquei, tipo, ‘Não, esse é um disco foda’. E eles realmente não ligaram para ele até que saiu e explodiu na cara de todo mundo. E então todo mundo ficou, ‘Oh, uau, é um disco ótimo.’

Não é nem um grande disco – é um disco devastador. É incrível. Eu ainda ouço esse disco.”

Refletindo sobre sua saída do Guns N’ Roses e a entrada de Slash, Tracii afirmou que Slash era exatamente o que o Guns precisava naquele momento, e que, possivelmente, eles seriam outra banda hoje se ele tivesse permanecido lá:

“É… Quer dizer, eu não penso nisso há muito tempo. Mas veja bem, Slash estava tocando na banda Hollywood Rose na mesma época em que o LA Guns estava rolando. Isso foi com Axl e Izzy.

Então eles já estavam meio que estabelecidos e tinham algumas músicas de qualquer forma. E Slash na verdade era fã do Guns N’ Roses. Ele fez nosso logotipo e um flyer para nós e coisas assim.

Então fez muito sentido para mim. Ele definitivamente trouxe mais contraste entre ele e Axl, para a coisa ao vivo. Eu e Axl éramos apenas, tipo, dois caras parecidos.

Slash realmente tinha uma imagem unida e realmente era como – quase como um alienígena chegando e salvando o mundo. Você sabe o que quero dizer. Foi realmente… Sério, a química é inegável.

Quando eu tocava na banda, eu ainda estava sob a influência de Randy Rhoads e tentando entender como incorporar aqueles estilos e coisas no que eu estava fazendo.

E Slash já estava tocando praticamente do jeito que ele vem tocando desde sempre – tipo, um ótimo guitarrista de blues-rock pesado. E era exatamente disso que a banda precisava.

Não acredito que a banda seria o que é hoje se eu tivesse permanecido naquela banda.”

Por fim, ele contou se ainda mantém contato com seus ex-companheiros do Guns N’ Roses:

“Não, eu não mantenho contato com eles, mas eu os vejo. Não vejo Axl desde 1988, eu acho. Mas eu saí com Duff [McKagan, baixo] algumas vezes. Eu toquei com Slash algumas vezes.

Izzy, acho que eu tive… nós conversamos pessoalmente uma vez, há uns 10 anos. E é isso. Nada de estranho aí, mas eu não saio com ninguém.”

Sair da versão mobile