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Resenha: Children Of Bodom – Hexed (2019)

Homenagem (Alexi Laiho): Children Of Bodom – Hexed (2019)

Ontem, 29/12/2022, a morte do guitarrista/vocalista Alexi Laiho completou dois anos. Laiho morreu no dia 29/12/2020, vítima de cirrose e pancreatite.

ALEXI LAIHO / R.I.P

Nuclear Blast Records

“Hexed” é o décimo full-lenght da banda finlandesa Children Of Bodom, a qual foi fundada na cidade de Espoo no ano de 1997. A sonoridade do álbum remete a essência do Melodic Death Metal, que equilibra, ao mesmo tempo, Death e Power Metal com elementos de outros subgêneros. A musicalidade do Children Of Bodom impressiona, poi seu som revela influências surpreendentes. A competência de cada músico em seu respectivo instrumento é notável até para os mais leigos.

Children Of Bodom

Um dos destaques do disco vem logo na abertura. A canção “This Road”, a qual tem uma pegada Thrash Metal, já funciona como uma mensagem de boas vindas ao ouvinte, enquanto as guitarras de Daniel Freyberg e Alexi Laiho, que também é o vocalista, fazem um incrível trabalho de riffs.

“Hecate’s Nightmares”

Os belos solos são executados primeiramente pelo tecladista Janne Warman. E em seguida por Laiho. Também destaco “Hecate’s Nightmares”, que inicia com uma sombria introdução de teclado e concomitantemente é a faixa mais melódica do álbum, pois poderia até flertar com AOR se não usasse vocais guturais.

CHILDREN ON BODOM / Reprodução / Facebook

Logo após, “Kick In A Spleen” é a canção mais rápida e pesada do full-lenght. Não fossem os teclados, poderia ser um Death Metal old school. A linha de bateria de Jaska Raatikainen ajuda a intensificar essa característica citada. “Platitudes And Barren Words” é a única faixa na qual os vocais de Alexi Laiho alternam de guturais para um pouco mais limpos.

Alexi Laiho alternando vocais

A canção que intitula o álbum é de longe minha favorita, pois as maravilhosas linhas de teclado, incrivelmente, remetem a Rainbow em sua fase Turner e até a Malmsteen. Eu jamais esperaria deparar com tal sonoridade em um trabalho de Melodic Death Metal. As inspirações do Children Of Bodom são bem diversificadas e isso dá a audição momentos surpreendentes. “Hexed” se encerra com um emocionante solo do baixista Henkka Blacksmith, que não é inovador, porém é algo que jamais deixará de funcionar como um elemento o qual transmuta a música para uma atmosfera cósmica. Agradeçamos a Jaco Pastorius por isso.

“Soon Departed” seria classificada como Heavy Metal tradicional não fosse o vocal. Mais um ingrediente adicionado com sucesso ao “Hexed”. “Knuckleduster” se destacou para mim, justamente, por não repetir a fórmula utilizada no restante do álbum. Ela tem riffs bem menos sofisticados, porém com um andamento diferenciado e um clima épico que a torna singular. Enfim, que bela faixa que também encerra o disco em uma versão alternativa remix que destaca muito mais a bateria em relação aos demais instrumentos.

ALEXI LAIHO / R.I.P / Reprodução

Afinal, preconceito é a definição do que muitos têm em relação ao Melodic Death Metal. Para mim, portanto, pode existir tanta qualidade e prazer tanto em sua audição quanto na de Brutal Death, dependendo do local, estado de espírito e ocasião as quais nos encontramos. Assim sendo, indico esse disco dos finlandeses do Children Of Bodom aos preconceituosos mais resistentes, dizendo a seguinte frase:

Pode haver, ao mesmo tempo, brutalidade e melodia juntas, se o trabalho for bem feito’, e com certeza, o ‘Hexed’ é um exemplo do que foi bem construído”.

R.I.P Alexi Laiho

Nota: 8,7

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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