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Judas Priest: “no fundo, um ótimo disco de Heavy Metal”, disse Ian Hill sobre “Nostradamus”

Ian Hill / Foto: Chiaki Nozu

Ian Hill, baixista do Judas Priest, cedeu entrevista ao canal Chris Akin Presents e assim que lhe questionaram se houve algum álbum que ele e seus companheiros de banda se arrependeram do lançamento, ele respondeu:

“Sim, se você fizer uma retrospectiva… ‘Point Of Entry’ foi provavelmente a primeira vez que demos um passo para o lado. E fomos um pouco mais comerciais. E pensamos que talvez fosse para lá que deveríamos estar indo. E entramos nisso com toda a grande intenção, com toda a boa intenção, e, claro, fomos recebidos com críticas mistas. Voltamos, é claro, depois disso com ‘Screaming For Vengeance’. E então foi a vez de ‘Turbo’. É engraçado porque havíamos lançado ‘Defenders Of The Faith’, e quase chegamos ao fim da linha. Poderíamos ter feito outro ‘Defenders Of The Faith’ facilmente, mas não teríamos dado esse passo. E Roland veio com esses grandes sintetizadores de guitarra e nos deram a primeira chance com eles. Nós pensamos, ‘Bem, talvez seja isso.’ E, claro, fizemos isso. E, novamente, ele nos fez perder muitos fãs, mas também ganhamos muitos novos. Então, ele se equilibrou no final do dia de um ponto de vista puramente comercial. E então, é claro, depois disso, fomos com uma pegada mais pesada com ‘Ram It Down’ e depois ‘Painkiller’, e é assim que tem sido desde então.”

A respeito do álbum “Nostradamus”, Ian Hill completou, em seguida:

“Mas, sim, tivemos alguns desvios, e ‘Nostradamus’, provavelmente, era algo que precisávamos tirar do nosso sistema. Mas é um desses álbuns — é muito longo, muito complicado também, e foi projetado para ser ouvido de uma só vez, o que é uma das razões pelas quais não tocamos nenhuma música daquele disco. É ótimo — quero dizer, é, no fundo, um ótimo disco de Heavy Metal; realmente é — mas é escolher as músicas que se encaixariam no set no momento. E não há nada lá que pudesse melhorar o set. Mas, por uma questão de propósito, poderíamos fazer isso — [tocar uma música] de ‘Nostradamus’ — mas não teria ajudado o set de nenhuma outra forma. E é difícil fazer isso, quando você está montando um setlist, porque você tem que encontrar aquela mistura de material novo, obviamente velhos favoritos que você seria linchado se não tocasse, e então temos poucas coisas que podemos escolher. E fica mais difícil a cada álbum, porque toda vez que você coloca uma música nova, você tem que tirar a favorita em potencial de alguém. Mas nós fazemos o nosso melhor, e eu acho que nós acertamos bastante até agora de qualquer maneira.”

Opinião

Quando o vocalista Rob Halford retomou a sua posição de vocalista no Judas Priest, o álbum “Angel of Retribution”, em 2004, marcou esse retorno, trazendo consigo um pouco da sonoridade mais raíz do quinteto. Logo depois, em 2008, foi a vez do conceitual e progressivo “Nostradamus”, um álbum duplo bem diferente do que o Judas Priest apresentara até então. A recepção do disco não poderia ser mais negativa, já que superou qualquer outro dos considerados deslizes anteriores. Dessa forma, nem “Point of Entry” e nem “Turbo” ou “Raw in Down” foram capazes de causar tanta rejeição. Indo ainda mais longe, nem sequer os dois discos da era Tim “Ripper” Owens, “Jugulator” e “Demolition”, provocaram tanto repúdio, já que há uma parcela de fãs dos Metal Gods admira essa fase.

O mais importante é que Judas Priest voltou a acertar. “Firepower” (2018) e “Invincible Shield” (2024) são excelentes lançamentos que honram a história do quinteto britânico.

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