Ahoy! Muitos adeptos sabem que este é mais um dos milhares de projetos do sueco Cederick “Ced” Forsberg, e que seu nome foi tirado do sexto disco da clássica banda Running Wild (1991), além do que a capa desse disco já diz tudo e muito mais sobre toda essa influência e devoção aos germânicos e também dos temas voltados às ricas histórias dos piratas. Lançado dia 26 de abril via Stormspell Records, “Hymns of Triumph and Death” é o quinto álbum do Blazon Stone. A arte da capa ficou por conta de Yannick Bouchard (Isacriot, Perpetratör, Vindicator e Starblind). A esquadra malandriã do Blazon Stone conta com o guitarrista, baixista e baterista Ced (Cloven Altar, Lector, Mortyr, Runelord, Palantír (live), Starblind (live), Breitenhold, ex-Rocka Rollas, ex-The Storyteller, ex-Steelwing (live)), o tecladista polonês Jan Pawel (Pirate Hymn), o guitarrista Emil Westin Skogh (Planet Rain, ex-Rocka Rollas, ex-The Storyteller), e o vocalista Erik Forsberg. Para os shows o time é completo por mais dois integrantes. São eles: o baterista Daniel Sjögren (Bloodbound, Twilight Force, Follow the Cipher (live), Sabaton (live), ex-Mandrake, ex-ReinXeed (live), ex-Billion Dollar Babies, ex-Vobra, ex-Z.I.A.) e o guitarrista Philip Forsell (Tritillion, Antham).
Obviamente para quem segue a linha sonora dos alemães é mais fácil de assimilar o que Ced faz no Blazon Stone, mas isso não impede de qualquer pessoa apreciar tal trabalho. E o que vejo aqui é algo que eu chamo de “Power Metal em alto mar”, onde muitas linhas de guitarra e teclado trazem ao certame muitas características voltadas para os lendários piratas em busca de ouro, rum e outras peças de valor e significado alto. Embora esteja registrado que se trata da junção do que há de melhor dentro do Speed e do Power Metal, as principais influências giram em torno além do já citado Running Wild, Grave Digger, Scanner, Manowar e Blind Guardian. Agora vamos que interessa que é o som!
O mapa do tesouro abre com a intro “Triumph And Death” que traz a marcha inicial para desancorar o navio e seguir horizonte a fio. Passamos a segunda faixa, “Heart Of Stone” – esta que segue toda a linha destacada no início desta escrita contando sobre um rei que possui um coração de pedra. “O patíbulo termina à espera dos que estão em linha / Eles desafiaram as mãos da desgraça / Reinado da morte, transformando tudo em desperdício / Pelo poder do rei nascido com um.” Ced comanda com maestria cada passagem sonora mantendo o pé embaixo sob total controle de cada acorde e solos memoráveis. Os teclados de Pawel elevam ainda mais a proposta sonora. “Dance Of The Dead” chega com toda a potência de uma banda que mostra realmente a que veio com a verdadeira dança dos mortos: “Das ruas da cidade na terra santa / Encantado ou atingido por uma peste misteriosa? / Junte-se a dança dos mortos pela eternidade / Sua alma pertence ao inferno” – a junção do Power com o Speed sem fazem presentes e sempre tendo mais para o Power por conta do poderio dos teclados de Pawel.
A quarta faixa é a mais Heavy do disco. “Iron Fist Of Rock” já entrega só pelo nome e não para por aí, pois os riffs revelam um conjunto de ideias que se adequam e encaixam intrinsecamente, fazendo o ouvinte prosseguir na jornada com direito a um refrão mais puxado pro Hard Rock. “Punho de ferro de … rocha! / Oh é agora ou nunca / Punho de ferro de … rocha! / Quebre as regras do tempo”. Em “Hellbound For The Ocean”, Ced traz à tona um perfil mais voltado ao Power Metal do que nas canções iniciais. Sem firulas ou apelações as levadas rítmicas seguem de vento em polpa enriquecidas por solos capazes de contagiar até quem não é devoto do estilo. Destaco o trecho inicial: “Ooooh, estamos no inferno! / E indo direto para o caminho da glória / Tristezas! São deixados para trás e logo serão esquecidos / As aventuras estão agora à mão e a liberdade será nossa / Horrores! Pode cruzar o nosso caminho embora tudo esteja dito e feito” – completando com o pré-refrão: “Sem mais terra à vista e sem mais guarda costeira / Nós celebramos em rum”.
“Blood Of The Fallen” segue o mesmo propósito da faixa anterior na qual destaco uma pequena parte: “Perdido e rastejando na sujeira / Entre os corpos sem alma ao redor / Meus irmãos se foram / E logo eu também”. “Cheating The Reaper” mantém o navio intacto em busca da terra prometida com vistas para o mar de Heavy / Power e uma dose de rum sabor Speed. “Dias cansados e céus de trovão acima de nós rugindo alto / Mais selvagem que um leão, nossa jornada nos deixam orgulhosos” – início bem bacana e final sarcasticamente letal: “Estamos traindo o ceifador hoje à noite!”
Regada a bons contratempos e passagens contagiantes “Slaves & Masters” seguem com a viagem proposta pelo disco. Aqui o percurso é navio, qualquer outro veículo será detido e naufragado. “Pendurado, na borda, até os últimos restos de velas rasgadas / Como o vento, sopra frio o escuro cruza a nossa vista.” Quebrando a banca, “Wavebreakers” chega com tudo e não alivia para nenhum navio fantasma sequer. “Venha a bordo, estamos decolando / Para levantar algum maldito inferno / Maníacos piratas do mar / O mundo é nossa morada.”
O fim da aventura se aproxima com a décima faixa, “Ride High” – esta que possui um andamento também mais Heavy, com algumas quebras e solos bem tradicionais. “Estamos andando no mar da loucura / Novos portos toda noite / Sob as estrelas e a lua acesas”. “Prepare a galera para o próximo assalto / Nós vamos conquistar todas as margens / Com nosso volume e nossa força”. Décima primeira música, “Howell’s Victory” soa mesmo como tema de vitória. Muito bem equilibrada dentro de sua elegância e obstinação. As cifras casam com cada trecho da canção. No final temos um pouco de percussão que faz uma alusão aos tempos de saques de ouro, terras e muito rum. “Secando as garrafas de rum e salões do tesouro / Eles estão bebendo e atirando de alegria / Secando as garrafas de rum e salões do tesouro / Saqueada viva por Howell.”
“Wild Horde” fecha o livro sonoro de forma astuta e eficaz sem manchar de bebida o vestido da donzela que distrai a todos com seu decote e os faz esquecerem de todo o ouro saqueado por algum momento. “Viva para sobreviver com sabres e armas / Cães resistidos e vagabundos sem lei.” – esses são a Horda Sem Lei. E com Ced e sua trupe contratada para ajudá-lo em suas jornadas e experiências com o Blazon Stone, estes desbravadores do mundo ancoram em uma ótima condição podendo alcançar um reconhecimento ainda maior de futuros fãs.
“Hasteie sua Jolly Roger (bandeira pirata) e desbrave o mundo ao som do Blazon Stone”.
Nota: 8,8
Integrantes:
- Cederick “Ced” Forsberg (guitarra, baixo e bateria)
- Jan Pawel (teclado)
- Emil Westin Skogh (guitarra)
- Erik Forsberg (vocal)
- Músicos de shows:
- Daniel Sjögren (bateria)
- Philip Forsell (guitarra)
Faixas:
- Triumph And Death (Intro)
- Heart Of Stone
- Dance Of The Dead
- Iron Fist Of Rock
- Hellbound For The Ocean
- Blood Of The Fallen
- Cheating The Reaper
- Slaves & Masters
- Wavebreakers
- Ride High
- Howell’s Victory
- Wild Horde
Redigido por Stephan Giuliano