Xtreem Music
Quando vi tal nome achei bastante engraçado, embora eu saiba muito bem que bandas com nomes terminados em “er” e “or” costumam entregar material de exímia qualidade aos seus fãs, não pude deixar de notar o clichê. Indo ao que interessa, o Cruentator é oriundo da cidade de Como (Quê? Quando? Onde? Por quê?…), cidade pertencente à província da Lombardia ao norte da Itália. A banda descreve seu estilo como War-Obsessed Thrash Metal, mas vamos ficar só com o Thrash Metal mesmo, né?!…
Ainda citando o território da boa massa, este vive um grande momento em se tratando de Metal. Nos últimos anos temos presenciado o nascimento de grandes bandas de Thrash e também de outros estilos que estão nos oferecendo uma extensa sequência de ótimos lançamentos. De mesma vertente posso citar bandas como Hyades, Final Fright, Ultra-Violence, Burning Nitrum, entre outras.

Formados no final de 2015 por Riccardo e Omar (ambos membros da banda de Splatter Brutal Gore Grind, Bowel Stew) o Cruentator debuta na cena com este ótimo “Ain’t War Hell?”, onde os temas giram em torno de guerras, batalhas, muita morte e violência exacerbada. E a violência é bem mais alarmante em sua sonoridade, claro que pro lado positivo da coisa, caro girino!
A escalação completa do time começa com o vocalista Ambrogio “Ambro” Viganò (ex-Bowel Stew), para as guitarras temos a dupla Omar (Bowel Stew, Mindful Of Pripyat) e Massi FD (Bloody Weep), e na parte rítmica, Vanni Fae no baixo e o baterista Riccardo (Bowel Stew, ex-Horrid). E sem perder tempo a bolacha já começa com “Merciless Extermination”, na qual se abre uma fenda sonora no chão, ocasionando uma demolição de casas de vizinhos movidos à “funkadaria”. E só para citar um trecho do hino, se liga: “Extermínio implacável através do fogo e das chamas”, pode-se dizer que esta singela canção te passa a sensação de ser queimado vivo (isso para quem não está tão acostumado a uma dose potente de pancadaria). A faixa exibe excelentes contratempos, viradas insanas e solos capazes de estourar as lâmpadas dos postes da sua rua, vai segurando.

A abertura é tão explosiva, que rapidamente já me vejo escutando a segunda faixa e isso serve para lembrar que em um álbum calcado na velha escola e tendo como inspiração bandas do porte de Demolition Hammer, Sodom e Kreator, tudo é bastante veloz, esse tipo de trabalho não foi feito para que você fique admirando belas construções ou harmônias bonitinhas, aqui o lance é dilacerar seus tímpanos de maneira crua e eficaz! “Tyrants Of The Wasteland” abre os portões do inferno com o vocal rasgado e voraz de Ambro. Com riffs e solos causadores de trovões e tempestades que alagam as caixas de som, podemos até ouvir os ecos das bombas atômicas caindo, tudo culpa da dupla mentecapta Omar e Massi FD.
“Barbaric Violence” inicia de modo mais moderado, mas logo descamba para “Aço, fogo, minas terrestres, granadas, guerra!” Sim! A barbárie não pára um só segundo e aqui podemos ver o ímpeto e a supremacia da cozinha formada por Riccardo e Vanni Fae. Em algumas passagens lembram a horda brasileira Krisiun, e nas partes mais cadenciadas, o gigante Slayer. “Evil Is Prowling Around” lembra em vários momentos o todo poderoso Kreator (da época de ouro que fique claro!), mas apesar de ser uma música muito bem construída, é fato que não tem o mesmo apelo destrutivo das três faixas anteriores, todas devastadoras de lares ortodoxos recheados de action figures de santos e bíblias abertas.
Com uma introdução curta, seca e direta, “The Nightstalker” convida a todos para um mosh aniquilador de costelas e cotoveladas no beiço! A composição em certo momento possui aquele “breque de boi” característico do estilo e parte pra uma levada mais cadenciada. Já na emenda constitucional do disco, “Marching Into A Minefield” entrega uma grande dose de pedradas no cocuruco sem dar tempo de chamar a “ambulança”! Riffs e mais riffs são desferidos por Omar e Massi oferecendo um cardápio repleto de “Detonação, conflagração, infiltração, devastação!”.
O brilho de “The Shining Hate” estala e ofusca os desavisados brindando o ouvinte alucinado com mais uma bordoada de riffs e acordes monstruosamente bem encaixados e desferidos sem piedade. Se a parada boa é o baixo, Vanni se destaca por aqui logo na abertura da lata de molho, e sem pestanejar, o fim do álbum de estreia dos italianos chega com “Cluster Terror” trazendo mais uma sequência de tiros de baqueta com Riccardo se mostrando um polvo incansável. O cara está sempre presente e demonstra ampla afinidade com seu kit do início ao fim do registro.

Em suma, “Ain’t War Hell?” tem um início avassalador, passando a administrar o marcador na metade do papiro em diante. Na parte final volta a se destacar e, dessa forma, mantém um equilíbrio positivo de sua musicalidade. Mesmo sendo primeiro disco do Cruentator, seus integrantes são experientes em se tratando de música extrema, isso facilitou um bocado as coisas para os caras, já que puderam lançar um material primeira logo em sua estréia. Essa bagaça é tão legal que não me admiraria se ela figurasse em algumas listas de melhores do ano no estilo. A cena italiana pede passagem e não deve nada a nenhum outro lugar, sendo assim, nada como um bom vinho para acompanhar essa extinção em massa sonora. Confiram e cuidado com os tanques e os lança chamas!
Nota: 8,5
Integrantes:
- Ambrogio “Ambro” Viganò (vocal)
- Omar (guitarra)
- Massi FD (guitarra)
- Vanni Fae (baixo)
- Riccardo (bateria)
Faixas:
1. Merciless Extermination
2. Tyrants Of The Wasteland
3. Barbaric Violence
4. Evil Is Prowling Around
5. The Nightstalker
6. Marching Into A Minefield
7. The Shining Hate
8. Cluster Terror
Redigido por Stephan Giuliano
Brutal, gostei!!!! Lembra algo de Kreator e coisas boas do Trash metal dos anos 90!!!! som dukralho, valeu!!!!