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Resenha: Benediction – “Scriptures” (2020)

Art / Cover / Scriptures / Benediction

“Scriptures” é o oitavo disco da discografia do Benediction.

Após um hiato de doze anos, a banda de Death Metal britânica, Benediction, lançou o seu oitavo full lenght, “Scriptures”, em 2020, o qual sucede o álbum “Killing Music” de 2008. “Scriptures” marcou o retorno do vocalista Dave Ingram, que havia atuado na banda de 1990 a 1998.

O retorno de Dave Ingram

Desse modo, Ingram substituiu Dave Hunt, vocalista de longa data do Benediction, que havia sido seu substituto em 1998. Além da volta de Ingram, o baterista Giovanni Durst e o baixista Dan Bate fizeram seu disco de estreia no quinteto.

Reprodução / Facebook / Benediction

Death Metal como nos velhos tempos

O oitavo “abençoado” filho do Benediction começa a ser gerado em “Iterations Of I”, a qual introduz com um riff cortante. Enquanto Dave Ingram mostra que o bom filho sempre retorna a casa e ele o faz com méritos, Giovanni Durst exibe o seu cartão de visita com precisão e técnica.

Mesmo que seus solos de guitarra sejam bem simples, fomentam uma atmosfera que espalha Death Metal a todo o nosso universo metalhead. Sendo assim, os guitarristas Peter Rew e Darren Brookes prestam o ótimo serviço de sempre, tendo o competente Date Bate como o companheiro de quatro cordas.

Já “Scriptures In Scarlet” é menos acelerada que a anterior, no entanto, igualmente, leva Metal da Morte de qualidade aos insaciáveis ouvidos que por ele suplicam. Death feito em 2020, mas com corpo e alma old school.

Em seguida, “The Crooked Man”, que encerra o lado A do disco um da versão em vinil duplo, mantém a pegada da velha escola, mostrando a personalidade Benediction explícita em sua agradável sonoridade. Ou seja, o disco soa como o fã da banda espera.

Lado B

Iniciando o lado B, “Stormcrow” tem como ponto forte suas mudanças de andamento. Ouço uma produção que prioriza a nitidez de cada instrumento, contudo sem comprometer o seu peso, algo que é sempre bem vindo.

Logo depois, “Progenitors Of A New Paradigm” conta com riffs mais simples e diretos, discretamente diferenciados das faixas anteriores, principalmente na introdução, chegando a ter uma pegada Heavy, a qual ganha, rapidamente, elementos característicos de Death Metal. Ela está entre minhas favoritas e entre as melhores canções de Death de 2020.

O primeiro sigle de “Scriptures”

O primeiro single do álbum, “Rabid Carnality”, já havia servido de prenúncio para a qualidade satisfatória que desfruto agora, pois até os solos de guitarra, que não são ponto forte da banda, são divinamente bem empregados nessa música.

“In Our Hands, The Scars” chega a fim de dar início à segunda metade do oitavo capítulo completo da história do Benediction.

“Chama nascente, de uma ruína violenta / A estrela da manhã / Com a extração de sangue, libere o dilúvio / Em nossas mãos, as cicatrizes”.

Uma linda linha de baixo de Dave Bate comanda “Tear Off These Wings”, a qual sustenta um ritmo mais cadenciado por pouco mais de um minuto e meio, ao passo que o poder gutural da voz de Ingram também se destaca nessa canção, escrevendo sua nova história dentro da banda de forma promissora.

“Embrance The Kill” da sequência a obra com uma veia Thrash/Death, elemento que encaixa muito bem na proposta sonora do álbum. Já a canção “Neverwhen”, que abre o Lado B do disco dois da versão em vinil, sem deixar de lado, por completo, a pegada Thrash/Death da faixa anterior, ainda assim, busca ir de encontro com a fórmula que é utilizada nas primeiras faixas. Além disso, seu solo de guitarra fornece uma pitada de feeling e melodia que brilha no meio de tanto peso.

“The Blight At The End” é o anúncio de que o fim está próximo. O fim do mundo? Não ainda, mesmo que o ano de 2020 tenha dado essa impressão, mas ela é a penúltima música do full lenght, que mantém a alta temperatura do mesmo.

Finalizando um dos melhores do Death Metal de 2020

Falando novamente dos solos do Benediction, embora não sejam tão técnicos, são bonitos e tem características sonoras próprias, o que sempre é elogiável.

A canção “We Are A Legion” finaliza o oitavo registro completo da banda com uma chuva de riffs matadores que vem acompanhados por uma marcha que chama pra guerra. A letra apenas confirma essa minha leitura da faixa:

”Amaldiçoados adoradores de deuses negam a besta no homem / Dente e garra / Possuída pelo inferno, elite alienígena / Legião em armas para a guerra – Guerra!”

Death Metal quebrou tudo em 2020

Que o Death Metal quebrou tudo em 2020, ninguém contraria, porém, uma banda veterana clássica voltar de um hiato prolongado e apresentar um disco de alta qualidade é sempre algo que contenta.

Aprovado e indicado, portanto, para os amantes de Death Metal e Metal extremo em geral.

Nota 9,5

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