“From Days Unto Darkness” é o terceiro disco da banda americana de Thrash Metal, Hatriot.
Em 2014, o retorno de Steve “Zetro” Souza aos vocais do Exodus foi oficialmente anunciado, e em seguida, ele deixou o Hatriot, banda a qual ele formara com os seus filhos Cody e Nick, que recentemente havia lançado o seu segundo álbum, “Dawn of the New Centurion”.
Cinco anos foram necessários para que o terceiro full-lenght, “From Days Unto Darkness”, fosse finalmente disponibilizado, o primeiro registro sem Zetro. O resultado não poderia ter sido mais surpreendente.

Cody Souza
Jamais uma semelhança havia me deixado mais impressionado do que a da voz de Cody Souza com a do seu pai, pois, não fossem alguns pequenos trechos os quais ele usa vocais guturais, eu realmente iria acreditar que o próprio Steve havia gravado o álbum. Como resultado, Thrash Metal brutalmente agressivo, insano, visceral e direto. Não há possibilidades de ser fã do subgênero e se manter indiferente a essa obra prima da nova geração.
“Blood In, Blood Out”
Achei inclusive superior ao “Blood In, Blood Out”, álbum do Exodus gravado com Zetro, logo após seu retorno ao grupo.

Trinca inicial
“One Less Hell” dá início ao massacre, em primeiro lugar com um dedilhado, depois com um lindo solo de guitarra, seguido pelo ritmo acelerado para qual a canção se alterna. O refrão é de fácil memorização, pois gruda nas mentes metalizadas feito imã. Já a faixa “Daze Into Darkness” é um pouco mais cadenciada, mas não menos violenta que sua antecessora.
“Carnival Of Execution” volta à aceleração rítmica. Nick Souza demonstra que não fica devendo absolutamente nada em sua performance, pois seus arranjos de bateria são mais do que suficientes para um Thrash Metal empolgante e diferenciado.
Mais pancadaria na fuça
Thrashers sendo trashers, essa é a melhor maneira de descrever “Organic Remains”, quarta faixa do álbum. Riffs absurdos elevam ainda mais o nível de deleite da audição. Desse modo, por conta disso, a pancadaria sonora domina plenamente a atmosfera. Ou seja, quem acreditava que a mudança no line-up afetaria a banda, se enganou profundamente.
“World, Flesh & Devil” é contra indicada para apreciadores de Thrash de plástico, pois é uma desgraceira linda para ser apreciada sem moderação alguma. Iniciada por um riff que remete ao old school, “Frankenstein Must Be Destroyed” é toda recheada de monstruosos solos de guitarra, os melhores do disco estão nessa canção, indubitavelmente.
Trinca final
“In The Mind Of The Mad” dá inicio a trinca final do full-lenght. Devido ao timbre da voz de Cody, não tem como não pensar em Exodus durante a audição, mas concomitantemente se nota uma banda madura buscando a sua própria personalidade musical. Pois, existe um equilíbrio perfeito entre a identidade Hatriot e as suas semelhanças. Em seguida, a canção “Delete” segue o conceito proposto sem apresentar novidades, sendo tão boa quanto as demais. O álbum se encerra com “Ethereal Nightmare”, que já se inicia com o riff mais interessante de todos.
Todos os ingredientes apresentados no disco são utilizados nessa música, porém de forma ainda mais agradável e convincente, fazendo dela a minha favorita. Geralmente, as bandas escolhem as melhores faixas para a abertura do álbum, mas não existe preço que pague ser ainda pego de surpresa na canção derradeira. Assim sendo, não haveria como ter sido melhor.
Dentro dos muito bons álbuns de Thrash Metal lançados em 2019, eu tive, obviamente, minhas preferências, mas sei que alguns sairão mais rápido que outros da minha play list, e dificilmente o disco “From Days Unto Darkness” do Hatriot será um dos que sairá brevemente.
O senhor Steve “Zetro” Souza, além de talentoso e performático, é uma excelente referência e inspiração para os seus filhos.
Nota 8,9
Integrantes:
- Kevin Peterson (guitarra)
- Kost V. (guitarra)
- Cody Souza (vocal, baixo)
- Nick Souza (bateria)
Faixas:
- 1.Only Less Hell
- 2.Daze Into Darkness
- 3.Carnival Of Execution
- 4.Organic Remains
- 5.World, Flesh & Devil
- 6.Frankenstein Must Be Destroyed
- 7.Into The Mind Of Mad
- 8.Delete
- 9.Ethereal Nightmare
Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz