“Black Moon” é o décimo primeiro álbum da clássica banda alemã de Hard Rock, Lucifer’s Friend. Porém seu maior nome não é alemão, mas sim o vocalista britânico John Lawton, o qual também lançou três álbuns com o Uriah Heep. Lawton é tão lendário quanto David Byron e ainda mais subestimado que ele. Infelizmente, os dois já nos deixaram.
Três desses quatro membros do Lucifer’s Friend pertencem à formação clássica da banda, a qual gravou o incrível debut homônimo em 1970. A faixa título abre o álbum de forma soberana. Um típico Hard Rock que transporta a imaginação imediatamente para o início da década de 70 e para o mundo da “Black Moon”.
“Passengers”
A princípio, os metais presentes no primeiro single da história do grupo de Hamburgo, “Ride The Sky”, marcam presença aqui também.
“Passengers” parece mais uma canção dos primórdios do Uriah Heep, na qual Lawton mostra todo o seu costumeiro talento interpretativo e uma invejável boa forma. O solo de guitarra de Peter Hesslein é tudo o que um fã dessa sonoridade espera ouvir.
Dieter Horns
“Rolling The Stone”, em seguida, mantém a fórmula das duas primeiras faixas, porém destaco as poderosas linhas de baixo que eram a marca registra de Dieter Horns.
Em contrapartida, há uma atmosfera mais progressiva inicia “Behind The Smile”, que logo se mescla com o Hard Rock característico da banda, usando variações dinâmicas e contra tempos que fazem a diferença.
“Palace Of Fools”
Um riff arrogante e sincero introduz “Palace Of Fools”, uma canção que parece reunir influências das melhores bandas Prog e Hard dos 70’s.
O solo de teclado a la Jon Lord de Peter Hesslein torna a faixa ainda mais especial. “Call The Capitan” é daquelas músicas que se tornam obrigatórias para o set list.
Estou apaixonado por ela desde a primeira audição e é de longe minha favorita do full lenght. Todos os músicos foram impecáveis em suas performances e realmente fizeram dessa canção o grande momento do “Black Moon”.
“Little Man”
No entanto, “Little Man” é o tipo de Blues que seduz até as mais insensíveis almas. Pois, os solos de Hesslein e a interpretação divina de Lawton escancaram qualquer coração de pedra. Um momento ímpar para os amantes de Blues e de boa música.
“Freedom”
Por outro lado, “Freedom” é puro setentismo caricato. Sobretudo, ma canção Hard Rock recheada de fantásticos repiques do baterista Stephan Eggert e um rifferama insano que adicionam um swing diferente a receita do contexto da obra.
John Lawton (R.I.P)
Entretanto, a cada nova audição fico impressionado o quão gigantesco ainda estava John Lawton na arte de cantar. Seus 73 anos de idade pareciam não pesar nada para ele. Sua voz simplesmente não envelheceu. “Taking It To The Edge” pode exemplificar isso claramente, pois se você disser a alguém que Lawton gravou essa canção nos anos 70, a pessoa vai acreditar. “Glory Days” encerra o disco com a mesma energia positiva com a qual ele começou. Bela composição para o encerramento.
Lucifer’s Friend provou que ainda tinha lenha pra queimar e não estava somente cumprindo tabela ou enchendo linguiça. Certamente a banda alemã ainda tinha muito a oferecer aos seus admiradores e talvez servir de referência para a grande maioria das novas bandas de Hard Rock, que parecem um tanto quanto perdidas, as vezes. Ouçam e desfrutem bons momentos.
Dieter Horns faleu em 2020 e John Lawton em 2021. “Black Moon” foi seu derradeiro registro oficial.
Nota 8,9
Integrantes:
- John Lawton (vocal) (R.I.P)
- Peter Hesslein (guitarra e teclado)
- Stephan Eggert (bateria)
- Dieter Horns (baixo) (R.I.P)
Faixas:
- 1.Black Moon
- 2.Passangers
- 3.Rolling The Stone
- 4.Behind The Smile
- 5.Palace Of Fools
- 6.Call The Captain
- 7.Little Man
- 8.Freedom
- 9.Taking It To The Edge
- 10.Glory Days
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
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