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Indicação: Lumberhead – “Erase” EP (2022)

Quando o assunto é Heavy Metal e seus principais subgêneros, a Alemanha é um dos países mais tradicionais e certeiros no que diz respeito à música de qualidade. Dificilmente se encontra algum tipo de decepção extrema quanto a algum trabalho mal feito. Entendendo a proposta, fica mais difícil ainda apontar um deslize tão grande que te faça excluir o país do mapa musical. Dentro desse cenário criativo e positivo, encontramos o Lumberhead, natural de uma cidade que ficou mais conhecida devido à compra de seu time de futebol local pela Red Bull. Estamos falando de Leipzig, que possui o Red Bull Leipzig como seu principal representante na Bundesliga, primeira divisão do futebol alemão.



Direcionando o radar para a ala musical da coisa, o Lumberhead surgiu em 2014, com a ideia de misturar elementos do Groove, Thrash e Death Metal, buscando algo sólido e com identidade própria. Sua sonoridade, conforme o enunciado, é calcada em bandas como Pantera, Deserted Fear, Motörhead, Lamb Of God, Mastodon, Gojira, entre outros, o Lumberhead busca o seu espaço no cenário da música pesada. Com a largada feita em 2014, logo no ano seguinte, a banda lançou o primeiro EP chamado “Woodcutting Madness”, e somente lançando o seu debut alto-intitulado em 2019. Agora, no ano de 2022, no exato dia 25 de fevereiro, via Daredevil Records, a banda lançará “Erase”, segundo EP da banda e produzido pelos próprios caras. O EP contém quatro músicas das quais estaremos mergulhando em seus detalhes logo adiante.

Foto Promocional/Digisleeve

No quesito EPs, as bandas de Metal têm lançado trabalhos muito dignos a ponto de quase serem chamados de álbuns completos por conta da qualidade e da dedicação de grande parte das bandas ao redor do mundo. Veremos nesse instante se os alemães do Lumberhead poderão fazer parte deste grupo de campeões da boa “múzga”.

O caminho inicial mata adentro é cortado com o facão bem afiado, e no cabo desse facão está escrito “The Same”, faixa de abertura do novo trabalho do Lumberhead, e que aparece sob uma faceta mais vagarosa. A arrastada introdução se assemelha ao traços pertencentes ao Doom Metal, mas só por um breve momento. A receita se encaixa mais ao Stoner e entra em uma mar de lava borbulhante do chamado Death n’ Roll. A guitarra de Peter Bucks caminha firme ao lado do baixo pulsante e presente de Theo. Rich demonstra habilidade em seu drive vocal, combinando com a distorção dos riffs pesados e cadenciados. As variações permeiam ao Death Metal quase que em sua plenitude, mas sem deixar suas variantes de lado. Um bom começo para quem estava anunciando um som qualificado que acompanha a trilha de pegadas quase apagadas pela ventania.



A sequência da jornada mostra a continuação do caminho feita ao cruzar um rio revolto e cheio de piranhas. Por sorte, temos peritos que conseguem atravessar as águas sem sofrer arranhões, e ao chegar do outro lado, vemos escrito no caule de uma das árvores centenárias o nome da segunda canção intitulada “Thousand Suns”. Canção esta que inicia com mais fervor que sua antecessora, tendo em sua variação, um ritmo que retoma o lado mais denso e demorado do cardápio sonoro. Talvez pudessem explorar o lado mais sombrio, veloz e cortante, porém, a própria distorção e formato dos riffs impedem bastante isso. O mais extremo acontece quando exploram por mais tempo o Death n’ Roll, lembrando o Entombed A.D. O rio está bravo e bastante vivo, mas ao ouvir as linhas desta segunda faixa, se aquietam por um momento, deixando os exploradores passarem. Após chegarem à outra margem, a música toma uma forma mais agressiva, agitando as águas do rio e dando mais energia para as piranhas que dominam e controlam o local. O que não se destaca tanto são as junções para as variações de riffs ocorrerem com maior destaque.

Foto Promocional/Lumberhead Live

A terceira etapa do percurso traz armadilhas dentro de um trecho de mata coberto de névoa que é chamada pelos exploradores de “D-Fens”. Faixa esta que inicia com o baixo intimidador, e logo após surge a guitarra com seus harmônicos afiados, quase desejando homenagear o Immolation. Logo após a introdução, o Groove toma conta de todas as estruturas, com vocais mais abertos e drives mais agudos. Olli explora moderadamente o seu kit para variar a fórmula e se assemelhar ao que é tocado por bandas da atualidade como Mastodon e Gojira. As melodias meio arrastadas e dissonantes surgem brevemente, enquanto os riffs pesados de guitarra controlam parte da canção, até que somente o baixo dá continuidade e toda aquela estrutura inicial retoma o seu espaço.

Encerrando a aventura, temos escrito próximo a uma caverna contornada por uma galeria imensa de vales, os dizeres “House Of Terror”. O início é falado, mas por poucos segundos, indicando que há alguém que toma conta da casa aterrorizante. Olli resolve por ordem na casa e ativa sua bateria para que comande a missão sob à batuta em proximidade ao Death Metal mais tradicional. Com elementos de Thrash e Stoner, a canção segue através dos ventos que permeiam a região dos vales. Sem sombra de dúvida, podemos definir como o melhor trecho da aventura. Em alguns aspectos a sonoridade do Lumberhead lembra o Virtual Void da República Tcheca (Chéquia é o escambau!). O final termina de forma falada também, desligando o áudio na sequência.

Logo Oficial

Pontos positivos: por ser um EP, ficou de bom tamanho quatro faixas. Todas com o devido peso e sem esconder a real proposta da banda, que é a de tocar Groove com doses de outros subgênero. Quando a bateria acelera o ritmo, traz mais empolgação ao ouvir o disco, tanto pela técnica quanto pela segurança em relação ao andamento do álbum. O baixo possui um volume na medida e bem aparente com uma guitarra que, apesar de opaca e sem muito vislumbre, oferece um bom peso ao time. Os vocais quando exploram lances mais agitados sem se arrastar tanto quando os acordes apontam para esse caminho, são os pontos ideais da trama.



Pontos negativos: guitarras em determinados momentos mais inofensivas, somadas à distorção que não é tão boa por conta do que é colocado também. Tremolos e harmônicos que poderiam fazer a diferença acabam por passar direto e só se tornam aparentes segundos depois do que foi feito. As emendas e viradas, tanto de bateria, quanto de baixo e guitarra, que se assemelham às bandas que fazem esse tipo de som mais moderno tiram a força e a potência das músicas, deixando a troca de acordes mais morna.

Official Facebook/Divulgação

Lumberhead é uma banda que apresentou bastante potencial para o seu segundo álbum e se levarem “The Same” e “House Of Terror” mais a sério, poderão lançar um ótimo segundo full length. Explorando mais o Death Metal e aproveitando o poder de fogo de seu baterista, poderão ser mais extremos e destacarão mais suas canções. Mas, o EP “Erase” não é ruim e pode muito bem funcionar para os seus ouvidos. Aproveite e desfrute desta novidade que não é de todo o mal. Ouça “Erase” e divirta-se com o “German Modern Groove” do Lumberhead.

Nota: 7,6

Integrantes:

  • Theo (baixo)
  • Olli (bateria)
  • Peter Bucks (guitarra)
  • Rich (vocal)

Faixas:

1. The Same
2. Thousand Suns
3. D-Fens
4. House Of Terror



Redigido por Stephan Giuliano

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