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Indicação Prog: Adamantra – “Act II: Silent Narratives”

Power Prog

Que a Finlândia é um berço de excelentes bandas de inúmeros estilos, isso é fato, e contra fatos não há argumentos. Do pequeno país brotaram bandas que conquistaram o mundo e algumas delas tornaram-se gigantes em poucos anos de existência. Porém, é fato também que alguns bons grupos vindos de lá ainda permanecem desconhecidos, apesar de lançar discos com qualidade musical inquestionável, estes passaram despercebidos e/ou não obtiveram o devido reconhecimento, já que musicalmente são trabalhos brilhantes que trazem consigo aquela marca característica das bandas finlandesas.

Uma dessas bandas é o Adamantra, quinteto oriundo de Helsinki, e um dos representantes do Progressive Power Metal, ou Progpower, como costumamos chamar. Formado em 2003 e contando com Tuomas Nieminen (vocais), Panu Kiskola (guitarras, backing vocals), Christian Pulkkinen (teclados, backing vocals), Jukka Hoffrén (baixo, backing vocals), e Mikko Sepponen (bateria, backing vocals), o grupo lançou, em maio de 2014, o excelente “Act II: Silent Narratives”, segundo álbum da carreira, e arrisco-me a dizer que temos aqui um disco espetacular, indicado a fãs do referido estilo bem como aos amantes de grupos como Shadow Gallery, Seventh Wonder, Adagio, Vanishing Point, Evergrey, Amaran’s Plight, Even Flow, Balance Of Power, Circus Maximus, Pagan’s Mind, DGM, Poverty’s No Crime, Vanden Plas, Arena, Symphony X, Threshold, entre outros.

Em exatos 63 minutos de duração, “Act II: Silent Narratives” oferece ao ouvinte uma viagem ao mundo do Progpower, Neo Prog, Prog Rock, etc, através de nove excelente composições recheadas de melodias, coros e doses maciças de virtuoses onde os exageros não têm vez.

Divulgação / Facebook / ADAMANTRA

Apresentações feitas ,é hora de mergulhar nas melodias/harmonias de um discaço, daqueles que dispensam comentários.

Vem comigo!

O disco abre com a longa e épica “Lionheart”, faixa que apresenta em seus dezoito minutos de duração uma viagem por estágios de diferentes estilos. Dotada de excelente construção rítmica, suas melodias viajam através de sonoridades que vão do Heavy ao Hard, do Power ao Prog e do Neo Prog ao Symphonic Prog, tudo isso sem soar maçante e/ou cansativo.

Destaques para as linhas de guitarras, que num encontro perfeito com os teclados e baixo, formam uma base sólida e precisa para os vocais poderosos de Tuomas, que transitam entre os graves e agudos de forma perfeita, auxiliados por coros excepcionais, lembrando em dado momento o que fazem os suecos do Therion.

Como é costumeiro dizer: Excelente faixa de aertura!

Um encontro entre Threshold, Symphony X e DGM. Esta é a impressão após os acordes iniciais de “Three”, excelente composição que mergulha nas ondas do Power Prog com largos passos pelo Neo Prog, numa combinação perfeita de estilos. Destaques para o trio composto por teclados, contrabaixo e bateria, formando a linha de frente genial de uma música espetacular. As variações rítmicas de “In The Shadow Of The Cross” nos remetem aos suecos do Seventh Wonder, já que suas harmonias soam aparentes bem como os vocais de Tuomas, lembrando Tommy Karevik em determinados momentos.

Destaques para os trabalhos brilhantes de teclados,conduzidos com maestria por Christian Pulkkinen, cuja impressão é que Henrik Klingenberg (Sonata Arctica) assumiu o instrumento.

Em resumo: Mais uma excelente faixa

Divulgação / ADAMANTRA / Photo By: Otto Markkanen & Rene Mallenius

Apresentando linhas pesadas de contrabaixo, “The Oracle” é mais um momento grandioso do disco, onde o quinteto une de forma inteligente o Heavy Metal com o Neoclassical e o Prog, numa junção de estilos cujo resultado não poderia ser outro senão perfeito. Ouso dizer que temos aqui um híbrido sonoro entre Majestic, Midnight Sun, Kenziner, Balance Of Power, Time Requiem e Richard Andersson’s Space Odyssey. É preciso destacar os agudos de Tuomas Nieminen que auxiliados por backing vocals (excelentes, diga-se de passagem) fazem desta mais uma excelente faixa.

Não! você não está ouvindo “Odyssey” do Symphony X. Trata-se de “Angel Of Music”, belíssima canção trazendo consigo a sonoridade esculpida dos americanos, bem como os vocais de Tuomas que lembram (e muito) as linhas de vozes de Russel Allen.

Em seus quase sete minutos de duração, uma viagem por melodias serenas e encantadoras, amparados por belos vocais feminino criando uma atmosfera sutil e serena. Apesar das similaridades musicais com “Accolade II”, “Communion and The Oracle” e “Paradise Lost” do já cirtado Symphony X, há também semelhanças musicais com a excelente “Fade Away”, faixa presente no álbum “Future’s Calling” da banda sueca Dreamland.

Além dos vocais femininos, destaques também para os trabalhos excepcionais de teclados no formato piano, e das linhas excepcionais de violinos, aqui, soando como a cereja do bolo.

Em mais um momento Prog, “Red Death” pede passagem com suas orquestrações e andamentos quebrados, amparados por doses sutis de virtuoses. Aqui, os trabalhos precisos dos vocais de apoio, fazendo também as vezes de coro, dão um ar encantador em mais uma faixa grandiosa. Com suas harmonias transitando entre Anubis Gate, Even Flow e Seventh Wonder, “Wicked Chain of Events” é mais uma música onde o Prog Metal encontra o Power Metal, formando assim uma combinação perfeita de estilos e o resultado final não poderia ser outro senão, genial.

Destaques para o dueto entre teclados e guitarras, formando assim uma simbiose perfeita numa música que traz todos os elementos que o estilo pede. As aparentes linhas complexas da majestosa “Circle Of Sorrow” são na verdade um mergulho no Power Metal. Aqui, o quinteto explora de forma brilhante os dois estilos, trazendo um equilíbrio sonoro em uma canção onde os vocais nos remetem a Marco Pastorino (Even Flow), Michael Eriksen (Circus Maximus) e Lars Säfsund (Enbound).

Em mais um momento espetacular do disco, os destaques vão mais uma vez para as guitarras e teclados, além dos trabalhos primorosos de backing vocals.

Encerrando o full lenght, temos a longa “On Embers Remains”, mais uma canção nos moldes do que fazem os suecos do Seventh Wonder e certamente a música mais virtuosa do disco, já que aqui o quinteto abre mais espaço para os teclados que soam mais intensos e mais presentes, lembrando em momentos a sonoridade de grupos como Threshold, Manticora, Royal Hunt, Symphony X e os já citados do Seventh Wonder.

Apesar de “virtuosa” e de sua intensidade instrumental, é bom lembrar que não se trata daquelas composições cheia de viagens longas, maçantes, sonolentas e/ou desnecessárias, já que tudo aqui envolve melodias e instrumentação impecáveis. Embora algumas passagens lembram os grupos acima citados, há também notáveis hormonais de bandas como Cloudscape, Circus Maximus, Teramaze, Manticora Pagan’s Mind, dentre outros.

Divulgação / Facebook / ADAMANTRA

Particularmente, achei a parte instrumental um primor em uma música cuja construção é absurdamente perfeita. Destaques para o encontro entre as guitarras e seu solo espetacular, com os teclados mais “na cara” e para a bateria monstruosa e muito bem conduzida por Mikko Sepponen. O que esse cara faz nessa música é simplesmente perfeito!

Em seus minutos finais, as melodias instrumentais que encerram esta obra genial são as mesmas de “Lionheart”, faixa de abertura dessa maravilha em forma de música.


Alguns pontos a serem apontados no disco:

Em maio de 2009, o grupo lançou “Revival”, excelente álbum de estreia e um disco que vale a pena conhecer/ouvir. Anteriormente em 2006, lançaram “For Ever”, EP contendo 04 faixas. Duas delas estão presentes no debut.

Apesar da ausência de um novo registro de inéditas, o quinteto permanece firme e forte. Enquanto não temos uma amostra sequer de um novo single, resta-nos continuar ouvindo as duas únicas obras musicais na torcida para que algo seja lançado o quanto antes. Aguardamos.

Banda e discos altamente recomendados.

Faixas:

Integrantes:

Tuomas Nieminen (vocal)
Panu Kiskola (guitarra)
Jukka Hoffrén (baixo)
Mikko Sepponen (bateria)
Christian Pulkkinen (teclado)

Faixas:

Redigido por: Geovani “Dentadura Mal Lavada” Vieira

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