Logo no ínicio de 2020, o NWOTHM nos presenteou com o debut da banda espanhola War Dogs. Somente dois anos após o lançamento de seu registro de estreia, o EP homônimo, os espanhóis disponibilizaram o seu primeiro full-lenght no dia 7 de janeiro do referido ano pelo selo Fighter Records. Eis aqui um Heavy tradicional com nítidas influências no NWOBHM.
Em primeiro lugar, a faixa título abre o petardo com maestria. “Die By My Sword” é a representação fiel da sonoridade Heavy Metal do War Dogs.
Porém, destaco o cantor Alberto Rodriguez, o qual tem uma voz semelhante ao ícone Brian Ross (Satan, Blitzkrieg), em seguida o baterista José V. Aldeguer, que consegue transmitir a energia de suas baquetas para a dinâmica das canções.
Eduardo Antón e Enrique Mas
Enquanto isso, os guitarristas Eduardo Antón e Enrique Mas formam o perfeito trio de cordas com o baixista Manuel Molina. Essa abertura faz com que a audição já se inicie em altíssima temperatura.
Em seguida, o riff de “Castle Of Pain” não deixa a vibração cair, parecendo até uma continuação de sua antecessora. Pois, as linhas de baixo de Molina dão a ela um toque de classe. O ritmo se acelera no Speed/Heavy “Wings Of Fire”. O solo de Antón é a cereja do bolo dessa bela canção.
No entanto, as semelhanças com Blitzkrieg se acentuam ainda mais em “Masters Of Revenge”. Ademais ela tem os melhores solos de guitarra do disco. Fantástica e é minha favorita.
“Kill The Past”
“Kill The Past” tem um dos riffs mais intensos do álbum, sendo rápida, pesada e visceral, porém ela só serve de cartão de visitas para ainda mais violenta “Ready To Strike”. Ambas proporcionam o momento mais acelerado do debut do quinteto espanhol. A grande surpresa do disco vem com a canção que faz um tributo a Mark Shelton, falecido guitarrista e líder do Manilla Road. Essa faixa conta com a participação de ninguém menos que Bryan Patrick, vocalista da banda norte americana durante as últimas décadas. Não há como não se emocionar com “The Shark”.
“The Lights Are On (But, Nobody’s Home)” se diferencia por possuir o supremo trabalho conjunto dos dois guitarristas e pelas variadas entonações vocálicas de Rodriguez no refrão. A banda mostra uma maturidade sonora incomum ao seu curto período de existência. “Gorgon Eyes” destaca a bateria de Aldegue em sua introdução. Ela é uma faixa rápida, simples e direta, que antecede o encerramento do primeiro full-lenght do War Dogs. ”Wrath Of Theseus” finaliza o álbum mantendo incandescente a chama acessa desde a sua primeira faixa, “Die By My Sword”. Não há nenhuma inovação na sonoridade do War Dogs, mas isso não significa que a banda não possua uma personalidade própria em sua música, pois isso ela indiscutivelmente a tem.
A Espanha que um dia no passado nos presenteou com Barón Rojo, na nova onda já nos deu Leather Heart, HITTEN e agora o War Dogs. Aguardemos outros registros vindouros do War Dogs, que tem potencial para crescer como banda.
Audição indicada.
Nota: 8,5
Integrantes:
- Alberto Rodríguez (vocal)
- Enrique Mas (guitarra)
- José V. Aldeguer (bateria)
- Manuel Molina (baixo)
- Eduardo Antón (guitarra)
Faixas:
- 1.Die by My Sword
- 2.Castle Of Pain
- 3.Wings Of Fire
- 4.Masters Of Revenge
- 5.Kill The Past
- 6.Ready To Strike
- 7.The Shark
- 8.The Lights Are On (But, Nobody’s Home)
- 9.Gorgon Eyes
- 10.Wrath Of Theseus
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz
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