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[Isto é clássico!] – Demon (UK – NWOBHM)

Rebuscando a história do Rock, ainda impressiona a quantidade de rótulos aos quais as bandas e seus discos foram (e ainda são) submetidos.

Tudo seria muito mais simples se usássemos apenas a palavra “Rock” para definir um grupo ou um disco o qual gostamos. A mesma banda que particularmente soa como Rock, ganhou subgênero, rótulo e vários apelidos: Acid, Rock, Soft Rock, Art Rock, Arena Rock, Southern Rock, Stoner Rock, Modern Rock, Prog Rock, Hard Rock e tantos outros.

Porém, foi em meados dos anos 60 que surgiu o Classic Rock, definição dada a músicos de Rock ‘N ‘ Roll, surgidos naquela década, passando pelos anos 70 , indo até o começo dos anos 80. Embora, não seja especificamente um estilo, o rótulo foi dado a bandas como: Beatles, Kinks, Rolling Stones, The Who, Led Zeppelin, Creedence Clearwater Revival, Yardbirds, Free, Cream, Bad Company e tantas outras.

Abrindo um espaço para o estilo, vamos falar de discos (e grupos) que merecem atenção e audição especial. Alguns destes por trazerem em sua sonoridade elementos simples que influenciaram e continuam influenciando inúmeras bandas. Algumas delas, chamadas de “Nova Geração do Rock”.

Preparem seus ouvidos afinal de contas, “Isto… É Clássico”.

Nossa máquina do tempo aterrissa no ano de 1979, no vilarejo de Staffordshire, Inglaterra, quando cinco amigos decidem montar uma banda de Heavy Metal e aproveitar o momento “em alta” do estilo que fazia parte da nova onda batizada de New Wave Of British Heavy Metal, também conhecida por suas inicias “N.W.O.B.H.M”.
Formado pelos amigos Dave Hill (vocais) e Mal Spooner (guitarras), o DEMON despontou no ano de 1981 ao lançar seu disco de estreia, o excelente “Night Of The Demon”, indiscutivelmente, um dos registros mais legais da banda e um dos discos essenciais aos fãs da New Wave Of British Heavy Metal e de nomes como Judas Priest, Accept, Saxon, Iron Maiden, Manilla Road, Diamond Head, AC/DC (fase inicial), Thin Lizzy, Motorhead, Uriah Heep (fase David Byron), Raven, Magnum (fase inicial), ZZ Top, dentre outros.

No entanto antes de adentrarmos aos discos que serão mencionados nesta matéria, é importante dizer que ao lado de Dave e Spooner, estavam Les Hunt (guitarra), Chris Ellis (baixo) e John Wright (bateria) que abraçaram a ideia e juntos formaram todo o embrião musical do DEMON.

Após a solidificação de seu line up, o quinteto dá o primeiro passo em agosto de 1980 ao lançar “Liar”, single contendo as faixas “Wild Woman” e a faixa que batiza o single.

* É preciso dizer que as duas canções são excelentes cartões de visitas para a banda que estava ensaiando o lançamento de seu debut e que apenas 500 cópias foram disponibilizadas.

O segundo passo foi dado em maio de 1981 com “One Helluva Night”, mais um single contendo as faixas “Into The Nightmare”, além da homônima.

Trazendo uma produção melhor, o single já demonstra a sonoridade calcada da banda que a essa altura do campeonato mergulha nas composições que integrariam seu álbum oficial de estreia, lançado no mês subsequente.

Junho de 1981: Oficialmente o mês de lançamento de “Night Of The Demon”, excelente álbum de estreia do quinteto e um dos melhores discos da década de 80.

Ele contém 10 faixas, incluindo três das quatro lançadas nos singles anteriores. Das canções presentes no disco, exceção apenas para “Wild Woman” que não entrou no track list.

Calcado no Heavy Metal simples e direto, “Night Of The Demon” é considerado como um dos registros que ajudaram a moldar e consolidar o estilo, sendo descrito por alguns grupos e músicos como um disco fundamental na história do Heavy Metal, também chamado de Heavy Tradicional ou “Oitentista”.

Apesar de um disco espetacular onde todas as faixas merecem destaques, cometerei um ato desleal onde citarei: Night Of The Demon, Into The Nightmare, Father Time, Liar e Big Love como minhas prediletas, embora, seja tudo perfeito.

Após o sucesso do disco de estreia, o prestígio entre fãs, críticos e bandas que abraçaram sua sonoridade, o quinteto lança em junho de 1982, “The Unexpected Guest”, segundo álbum da carreira e assim como seu debut, um dos melhores trabalhos do Demon.

Lançado oficialmente em julho de 1982, ele conta com 11 faixas onde o quinteto aposta na mesma fórmula de seu antecessor e o resultado não poderia ser outro senão um trabalho primoroso e musicalmente calcado na sonoridade de nomes como Raven, Judas Priest, Coney Hatch, Magnum, Boston e Accept.

O disco foi precedido por “Have We Been Here Before?”, single contendo a faixa título e “Victim Of Fortune”, presentes posteriormente no álbum.

Bem recebido, “The Unexpected Guest” atingiu a 47a posição da UK Albums Charts, elevando o nome do Demon na cena emergente da New Wave Of A British Heavy Metal, sendo o disco de maior repercussão do quinteto e transformando a faixa “Don’t Break The Circle” em hit e futuramente a mesma entraria na lista de clássico absoluto da banda.

Talvez soe exagero tal afirmativa, porém classifico este como o disco perfeito da banda onde os destaques vão para TODAS as canções (sem exceções).

Em seus 42 anos de vida, o DEMON lançou 13 álbuns oficiais de estúdio, diversos singles, além de algumas Compilações, Live Albums, Split e um DVD.

Em outubro de 2016, foi lançado “Cemetery Junction”, décimo terceiro e desde então seu mais recente
registro

Observações acerca dos full lenghts:

* Night Of The Demon ganhou relançamentos em 1988, 1990, 1992, 2001 e 2002. Em suas novas versões os discos contam com quatro faixas bônus.
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* The Unexpected Guest
ganhou relançamentos em 1987, 1990, 1992, 2001 e 2002. Em suas novas versões, os discos contam com quatro faixas bônus.

* Em setembro do ano passado foi lançado “Demonic Decade 1981-1991”, Boxed Set contendo oito discos que abrangem a carreira do quinteto no período citado no título.

* Em 1989, os alemães do Blind Guardian lançaram sua versão para “Don’t Break The Circle”. A faixa integra o álbum “Follow The Blind”, segundo registro da banda.

N do R: Talvez o DEMON ainda seja um nome “cult” para alguns e talvez muitos sequer ouviram falar da banda e/ou pararam para ouvir um de seus discos. A verdade é que o grupo trilhou o caminho das bandas injustiçadas. Aquelas mesmas que deveriam ter um pouco mais de prestígio e notoriedade, tendo em vista que sua música seguiu a mesma cartilha de nomes que se tornaram grandes com o passar dos anos, atingindo o estrelato.

Sem se prender a rótulos, embora sua essência seja o Heavy Metal Tradicional, a banda flertou com estilos diversos. Dentre eles, o Hard Rock e o Progressive Rock.

Apesar de uma discografia perfeita, destaques para: The Plague (1983), Breakout (1987), Taking The World by Storm (1989) e os supracitados Night Of The Demon (1981) e Unexpected Guest (1982).

Em resumo: Uma banda com uma discografia feita para ouvidos apurados.

Vida longa ao grande Dave Hill e sua entidade sutilmente batizada de DEMON.

Redigido por: Geovani “Fox On The Run” Vieira

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