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Lançamento: Arch Enemy – “Deceivers” (2022)

Arch Enemy - Deceivers

Arch Enemy - Deceivers (Century Media Records)

Pesado e mais melódico, “Deceivers” mostra que Arch Enemy ainda é a principal referência dentro do Death Metal Melódico.

Décimo e primeiro trabalho de estúdio do grupo liderado por Michael Amott aposta em riffs pegajosos e vocais limpos sem perder sua essência.

O Arch Enemy voltou a apostar e abusar da versatilidade vocal da cantora canadense Alissa White-Gluz em “Deceivers”. O 11º álbum de estúdio da banda de Death Melódico, lançado nesta sexta-feira (12/08), com o selo da Century Media Records, mostra que é possível trilhar novos caminhos e alcançar patamares ainda maiores sem perder sua essência.

ARCH ENEMY / Reprodução / Facebook

Desde o lançamento de “War Eternal”, em 2014, a banda tenta atingir um novo público ao criar musicas com uma pagada cada vez mais Metalcore e com linhas vocais mais voltadas para o Screamo. “Will To Power”, o penúltimo trabalho apresentado pelo grupo, em 2017, deixou essas referências mais explicitas em seu som, mas só agora com “Deceivers” é que atual formação pôde mostrar todo o seu potencial.

O disco é pesado e melódico, como toda a discografia do Arch Enemy, mas faz valer o uso de linhas vocais limpas que não puderam ser devidamente exploradas em trabalhos anteriores. Já aviso de antemão que se você é um fã mais oldschool e viúva de Angela Gossow, é bem provável que você deteste esse play.

ARCH ENEMY / Divulgação / Facebook

O álbum começa com “Handshake With Hell”, uma música bastante diferente do que o fã mais ortodoxo está acostumado a ouvir, pois ao mesmo tempo que incorpora uma gama de elementos bastante sólidos do material antigo da banda, os vocais limpos são o grande destaque da canção, o que gera um belíssimo contraste entre dois universos totalmente distintos. Já em “Deceiver, Deceiver”, o grande destaque vai para a bateria de Daniel Erlandsson, que nos presenteia com uma introdução que vai derreter os seus ouvidos, enquanto “In The Eye Of The Storm” resgata as famosas e marcantes guitarras gêmeas que se tornaram sua assinatura dentro do gênero.

Em “The Watcher”, a banda traz uma intro melódica e cadenciada, que esconde todo o poder e agressividade por trás da música que faz uma bela ponte para a próxima faixa “Poisoned Arrow”, que nos entrega uma abertura orquestral recheada de elementos melódicos que fluem muito bem e que devem ficar ainda mais bonitos ao vivo.

A próxima faixa é “Sunset Over The Empire”, que logo de cara apresenta uma abertura de baixo feita por Sharlee D’Angelo. A música é rápida, conta com riffs frenéticos e um refrão bastante cativante. Podemos dizer que é uma verdadeira aula de como se fazer uma música de Metal extremo com elementos que beiram a perfeição.

As guitarras melódicas de Michael Amott e Jeff Loomis, que abrem “House of Mirrors”, são capazes de levar o fã da banda em uma viagem ao túnel do tempo, que assim como “In The Eye Of The Storm”, faz muito bem o uso dos duetos guitarrísticos que ficaram muito populares quando Christopher Amott, irmão de Michael, ainda estava presente no grupo. Em “Spreading Black Wings”, a banda aposta em uma atmosfera mais obscura que, em alguns momentos, mostra ao ouvinte algumas pitadas de Doom Metal em sua composição.

O disco caminha para o fim com um interlúdio instrumental chamado “Mourning Star”, que diminui o ritmo e te prepara para “One Last Time”, que funciona basicamente como um resumo bem apresentado do que vimos em todo o trabalho até aqui.

ARCH ENEMY / Divulgação / Facebook / Instagram

Por fim, surge “Exiled From Earth”, que fecha mais um capítulo na renomada carreira do Arch Enemy.

“Deceivers” é, sem sombra de dúvidas, o melhor disco composto pela atual formação e boa parte das músicas lançadas devem ser incorporadas ao novo setlist da banda. O grupo se mostra entrosado e pronto para lançar trabalhos que trazem novas influências, mas sem abandonar o passado que consolidou o Arch Enemy como um dos maiores nomes no segmento do Death Metal Melódico.

Nota: 9,0

Integrantes:

Faixas:

Redigido por: Jonathan Vieira

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