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Lançamento: Crystal Skull – “Ancient Tales” (2020)


“Ancient Tales” é o debut do projeto de Power Metal, Crystal Skull, o qual é executado pelo músico italiano Cláudio “The Reaper” Livera, que é baixista da banda de Heavy Metal, Sacro Ordine dei Cavalieri di Parsifal. assim como baixista da banda de Doom/Black Metal, Akroterion.

Claudio Livera

Antes de mais nada, Claudio Livera tem uma maneira ímpar de fazer Power Metal, sendo esse o seu principal adjetivo. A narrada faixa “The Book”, a qual abre o álbum, já eleva ao máximo o meu nível de curiosidade para todo o restante da obra, pois dá a ideia de que o disco é conceitual. Em seguida, a rápida canção “Land Of The Dead” revela os talentos de Livera, os seus riffs energéticos e seus arranjos vocais que liberam uma atmosfera, completamente, épica.

“No começo eu procurei por esse esquecido manuscrito / desde os corredores do tempo até as obscuras câmaras desta poderosa fortaleza / E agora, o livro das crônicas perdidas está na minha trêmula mão / Hoje, tentei traduzir essas páginas esgotadas, escritas em uma linguagem, contando a primeira origem do nosso mundo / Na capa consumida, apenas duas palavras: ‘Contos Antigos’”.

Claudio Livera / Reprodução / Facebook

“Stormaxe”

A batalha continua na faixa “Stormaxe”, que embora seja discretamente mais cadenciada que a anterior, é ainda mais poderosa. Além disso, o solo de guitarra está entre os mais lindos do disco. Podemos afirmar que, esse álbum não foi composto, ele foi, literalmente, forjado, ao mesmo tempo, no aço, no sangue e na fúria. Metal espadinha? De jeito nenhum! Mas sim Metal aço inox dilacerante.

“Lá em cima no céu seu grande machado da tempestade / Chama os poderes dos trovões / Roda no mal seu grande machado da tempestade / Destrua seus inimigos com seu poder”.

“Crystal Legions”

O equilíbrio entre a melodia e a intensidade que as canções do álbum transmitem me impressiona e, dessa forma, “Crystal Legions” mantém o alto patamar do full lenght. Além disso, o nível do trabalho vocal de Livera se intensifica a cada minuto da audição.

”Nós, nós somos a luz / Nós, nós somos a maré / Contra este mentiroso”.

“Tears Of The Night”

Apesar da maior influência desse projeto ser o Power/Speed alemão, nota-se uma interessante pitada de Manilla Road no contexto. Já “Tears Of The Night” não permite com que a temperatura da audição reduza, aliás, essa redução não ocorre durante toda a duração do disco, sendo ele muito envolvente do primeiro ao último acorde.

“Olhe através das estrelas no céu / Lágrimas da noite / Sentindo o toque da noite”.

Claudio Livera / Divulgação / Facebook

“The Eyes”

“The Eyes” é a mais pesada do disco. Tanto o riff de guitarra, quanto os arranjos vocais são mais agressivos nessa canção. A letra também demonstra essa mudança.

“Olhando as chamas do ódio / Aos olhos dos condenados / Deixe seus sonhos de liberdade / Aos olhos dos mortos”.

“Die By My Axe”

O ser humano em toda a sua história vive tentando se livrar das opressões que o aprisionam, sacando suas liberdades. “Die By My Axe” afunda o pé do acelerador até arrebentar o cabo. A faixa não é tão pesada quanto sua antecessora, porém se ambienta na mesmíssima atmosfera.

“Morrer pelo meu machado / Esta é a hora do seu inferno / Siga o caminho do carrasco / Sobre a escuridão sob esta bandeira / Siga o caminho dos imortais”.

“The Last King

Em “The Last King”, Claudio “The Reaper” Livera mostra, definitivamente, toda a técnica e feeling do seu vocal, sua afinação impecável, assim como sua interpretação marcante. Só essa canção já teria feito o trabalho todo valer à pena, porém ela é só a melhor entre todas as ótimas peças desse quebra-cabeça.

“Esta é a história do herói desta terra / Fogo perdido queimando no fundo de seu coração / Sorria para o céu e lembre-se de minhas palavras / O brilho das estrelas iluminará seu tempo”

Claudio Livera / Facebook – Reprodução

A derradeira canção desse excelente álbum, “Lake Of Dreams”, soa, realmente, como uma despedida, porém com a esperança de um retorno ainda mais triunfal. O solo de guitarra transborda feeling e a musicalidade de Livera conquista o seu espaço definitivo em minhas melhores lembranças. Um disco dessa magnitude, não poderia encerrar com outro nível que não fosse com esse gigantesco.

Já elogio o trabalho das One-Man-Bands há bastante tempo. Acho corajoso dar conta de todos os instrumentos e da voz na gravação de uma obra. Nos últimos anos tem sido comum surgirem trabalhos One-Man-Band de alta qualidade, porém esse ano ele se sobressaíram.

Aprovado e indicado para os fãs de Power Metal e de boa música.

Nota 9,1

Integrantes:

Faixas:

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

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