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Live Review: Deep Purple em São Paulo/SP, 21/8/1991

A noite de 21/8/1991 jamais sairá de minha memória, já que nessa data, em uma noite paulistana agradável, Deep Purple tocava pela quarta vez na cidade de São Paulo em menos de uma semana. Vinte três anos após sua fundação, o lendário quinteto britânico, finalmente, fazia sua primeira visita ao Brasil.



“Slaves And Masters” Tour

A turnê era do álbum “Slaves And Masters”, décimo terceiro full lenght da história da banda e o único a ter o ex-Rainbow, Joe Lynn Turner, como vocalista, pois Ian Gillan retornaria em seu lugar para o lançamento do último registro da Mark II, “The Batlle Rages On”.

Em suma, foram sete shows ao total, quatro em São Paulo/SP, um em Curitiba/PR, um em Porto Alegre/RS e o encerramento aconteceu no Rio de Janeiro/RJ.

JOE LYNN TURNER com DEEP PURPLE no BRASIL 1991 / Reprodução / Acervo – 21/8/1991

Deep Purple, a minha porta de entrada para o Rock e o Metal

Conforme eu já mencionei anteriormente na minha resenha do álbum “Machine Head”, Deep Purple foi o meu primeiro contato com o mundo do Rock e desde a primeira vez que ouvi “Highway Star” na casa do meu tio, minha vida jamais foi a mesma. Quando eu soube que Deep Purple estaria tão próximo a mim, desde então, comecei a planejar como estaria lá.



DEEP PURPLE / MARK V / REPRODUÇÃO: Live Review: Deep Purple em São Paulo/SP, 21/8/1991

Viajem Bauru/São Paulo para ver Deep Purple no Olympia

Na tarde de 21/8/1991, viajamos para São Paulo, eu, um amigo de infância, o pai dele, a namorada dele na época e o irmão dela, assim como o motorista que nos levou de carro. Chegando lá, fomos até a casa da tia desse meu amigo, pois a prima dele nos comprar os ingressos. Por fim, acabou que a prima dele nos acompanhou ao show, mesmo que não conhecesse muito sobre Deep Purple. Logo que chegamos ao extinto Olympia, no bairro de Pinheiros, no início daquela noite, adentramos ao local.

Abertura épica – “Burn”

Após esperarmos por volta de meia hora, as luzes se apagaram e, em seguida, pudemos ver cada músico tomar o seu lugar no palco para o início da apresentação. Assim que o característico som do riff de “Burn” tomou conta do Olympia, eu entrei em êxtase e um dos meus sonhos estava se realizando bem diante de mim.

Embora eu estivesse assistindo a Joe Lynn Turner e não a Ian Gillan, pude presenciar a execução de um clássico da Mark III, o qual só fez parte do setlist dos shows durante os anos de 1974 e 1975. Ou seja, era uma oportunidade única de ouvir “Burn” na interpretação do Deep Purple e sequer sabíamos disso.

O quinteto, incluindo o ótimo Turner, se apresentou com perfeição, inclusive um fanfarrão a qual chamamos de Ritchie Blackmore estava inspiradíssimo e, desse modo, solando como sempre, em seus melhores momentos.



Do mesmo modo podemos nos referir a Jon Lord, salvo que ele nunca foi encrenqueiro como Blackmore. Ian Paice foi avassalador com seus repiques que pareciam algo de algum multiverso da loucura, enquanto Roger Glover dava toda a sustentação que ele necessitava para tal performance. Aliás, esqueci de mencionar que assistir a Glover tocando “Burn” também foi algo único para essa fase.

A sequência do show

Logo depois de “Burn”, foi a vez de mais um clássico absoluto do Deep Purple, “Black Night”. Se a primeira deixou a platéia presente alvoroçada, a segunda chegou ao propósito de levar todos à insanidade e cumpriu com exatidão o seu objetivo. Como resultado, cinco mil pessoas cantando o riff de “Black Night” em uníssono.

Na sequência, veio uma dobradinha de canções do “Slaves And Masters”, “Truth Hurts” e “The Cut Runs Deep”, sob as quais o público presente permaneceu beirando a indeferença, salvo algumas almas perdidas que tentavam sintonizar tais novidades. Certamente, os fãs queriam saber de curtir os clássicos que esperaram tanto tempo para ver.

Tão logo Jon Lord tocou a introdução de “Perfect Strangers”, o calor humano voltou a estar presente no Olympia e, mais uma vez, os presentes foram a loucura. Porém, tudo voltou a desanimar com a execução de “Fire in the Basement”. Inegalvemente, as músicas do álbum que estava sendo divulgado não caíram nas graças do público, pelo menos não no Brasil.



Live Review: Deep Purple em São Paulo/SP, 21/8/1991

Ao mesmo tempo, Deep Purple e Rainbow

“Hey Joe”, cover de Billy Roberts, presente no debut “The Shades Of Deep Purple”, que ficou famosa na interpretação de Jimy Hendrix, até que agradou, mas foi a balada “Love Conquers All” que fez com que os isqueiros fossem acesos. Em outras palavras, essa foi a única faixa do “Slaves And Masters” que pareceu fazer sucesso no repertório, ainda que se pareça mais com uma música do Rainbow.

Por falar em Rainbow, o tema instrumental “Difficult To Cure”, faixa título do sexto full lenght da banda de Ritchie Blackmore, fomentou um momento único naquela noite. Curtindo o show, eu lembro de haver pensado, temos aqui, ao mesmo tempo, 80% da Mark II do Deep Purple e 60% da mais recente formação do Rainbow.

Bloco de clássicos avassaladores

Daí em diante, acabou a brincadeira, pois Deep Purple executou só clássicos imortais, um atrás do outro. Primeiramente, “Knocking at Your Back Door”, música que tem alguns dos melhores solos que Blackmore gravou em toda a sua carreira. Até aí, eu estava curtindo o show, mas senti falta do disco que me trouxe até aquele momento, “Machine Head”. Entretanto, foi só eu pensar isso, que eles começaram a tocar “Lazy” e ,obviamente, meu coração implorava para saltar para fora. Nem bem ela terminou, juntamente com todos que estavam alí, me transformei em um “Estrela da Rodovia”, ao passo que a minha mente deslumbrou a primeira vez que ouvi “Highway Star” na casa do meu tio.

Ouvi “Smoke on the Water” tantas vez em minha vida, que acabei enjoando dela, de certa forma. Ainda sim, ter testemunhado ela com Deep Purple foi sensacional. Para finalizar essa inesquecível noite, surpreendentemente veio “Woman From Tokyo” do “Who Do We Think We Are”, álbum o qual a banda menosprezou tanto na época de seu lançamento por conta dos vários desentendimentos. Foi assim que a nossa noite encerrou de uma forma tão incrível quanto ela iniciou.



Valeu cada segundo, mesmo que esse tenha sido só o primeiro de muitos shows internacionais que presenciei em minha vida.

Setlist: Deep Purple em São Paulo/SP, 21/8/1991

  • 1.Burn
  • 2.Black Night
  • 3.Truth Hurts
  • 4.The Cut Runs Deep
  • 5.Perfect Strangers
  • 6.Fire in the Basement
  • 7.Hey Joe
  • 8.Love Conquers All
  • 9.Difficult To Cure
  • 10.Knocking at your Back Door
  • 11.Lazy
  • 12.Highway Star
  • 13.Smoke on the Water
  • 14.Woman From Tokyo

Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz

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Comentários

  1. O Olympia ficava no bairro da Lapa, nao Pinheiros (esse onde ficava Aeroanta, Dama xoc) saudosa casa onde assisti tambem Sabbath, Uriah Heep , Nazareth, Fish, Musical box, Bruce Dickinson, Pantera, Manowar e muitos outros

  2. Momento inesquecível eu os vi no ginásio do Ibirapuera setlist praticamente igual, ver esses caras tocando pela primeira vez N tem como não esquecer! Parabéns pela reportagem sr Ruiz!

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