Seu lugar é no Mundo Metal

Mudanças na apresentação do ranking
O trabalho foi árduo, mas valeu a pena. Esperamos de verdade que vocês gostem!
A arte de se fazer Doom Metal
De lá para cá, o gênero ganhou camadas, adquiriu uma vasta gama de elementos novos e passou a ser fundido com outros subgêneros. O Doom Metal de hoje é uma espécie de criatura em processo de transmutação. As bandas tem surgido aos montes e, o mais legal, é que muitas delas aparecem nos apresentando horizontes musicais ainda não explorados pelo Doom tradicional.
Aonde será que este estilo vai parar? A resposta ainda é uma incógnita, mas seguiremos firmes e fortes acompanhando este desenvolvimento mais do que bem vindo.
Stay Doom!

Chegou a hora de conhecer os nossos favoritos de Doom/Stoner Metal em 2024!
10º: Grain Of Pain – “The Moon Lights The Way”

9º: Yaşru – “Bilinmeze”

A banda não se utiliza do inglês para apresentar suas composições, o idioma natural dos músicos é o escolhido de maneira muito acertada. E pode parecer algo bobo, mas em um estilo como o Doom Metal e com criações repletas de camadas, este é um fator preponderante para o resultado final.
8º: Sarajah – “Sarajah”

O Sarajah lançou seu primeiro trabalho de estúdio autointitulado neste ano de 2024 e, senhores, que trabalho! O quarteto investe em um Epic Doom com vocais limpos e muito climas sombrios sempre acompanhados de ótimos riffs. Um dos temas prediletos dos integrantes é a cultura nórdica e mitologias ao entorno.
A produção é muito boa, nem partindo para algo muito clean e tampouco deixando a sujeita sempre muito bem vinda de lado. Canções como “Sarajah”, “Journeys Of Willem Barentsz”, “Home Of Arktos” e a épica “Underworld”, com seus mais de 8 minutos de duração, são destaques repletos de classe e bom gosto musical.
7º: Forgotten Tomb – “Nightfloating”

6º: Officium triste – “Hortus Venenum”

Banda holandesa formada em 1994, portanto, uma das grandes veteranas desta lista. O Officium Triste aposta em um Doom atmosférico com pitadas generosas de Death Metal e muitas climatizações extremamente bem construídas.
O baterista Martin Kwakernaak também é o responsável pelos teclados (ao menos em estúdio) e o cara manda muito bem. As partes calmas e com a presença de pianos mais evidentes são belíssimas e não deixam o som da banda mais leve. As melodias e linhas construídas pela dupla de guitarristas Gerard de Jong e William van Dijk é outro show a parte. Evidentes em toda a audição, tinham tudo para cansar o ouvinte, mas não soam repetitivas e elevam a qualidade do disco em alguns degraus.
Com apenas 6 músicas e distribuído em pouco mais de 40 minutos de duração, “Hortus Venenum” consegue acertar o alvo em cheio. A trinca inicial formada por “Behind Closed Doors”, “My Poison Garden” e “Anna’s Woe” é realmente espetacular. Posteriormente, ainda apreciamos a belíssima “Angels With Broken Wings”, com seus mais de dez minutos de pura classe e bom gosto.
5º: Ecclesia – “Ecclesia Militans”

Com uma veia teatral bastante aflorada incluindo vestimentas de época que simulam membros da santa inquisição, o Ecclesia chega ao seu segundo e melhor trabalho até o momento. O Epic Doom praticado pelos franceses soa como uma espécie de Witchfinder General atualizado e renovado.
Os vocais de Arnhwald R. que, infelizmente, deixou a banda este ano, são excelentes e dão um tom mais Heavy tradicional para as músicas em determinados momentos. Indicado para amantes de Candlemass, Sorcery e todas as bandas que sabem fazer com perfeição esta mescla entre a cadência e o peso do Doom Metal e riffs neoclássicos.
A produção do álbum é primorosa, deixando uma timbragem mais carregada nas guitarras e acertando a mão no volume das vozes. Faixas como “If She Floats”, “Antecclesia”, “Ecclesia Militans” e “Havester Of Sinful Souls” tem muito potencial e soam como um sopro de ar fresco ao estilo.
4º: The Quill – “Wheel Of Illusion”

É sempre bom ouvir aquele Doom sabático cheio de inspiração. E o The Quill demonstra saber fazer isso de forma muito eficiente e, mais do que isso, fazem com muita competência. Em alguns momentos você pode jurar que está ouvindo alguma composição perdida do Black Sabbath da época de álbuns essenciais como “Master Of Reality”, “Paranoid” ou “Vol. 4”.
Os veteranos suecos estão na estrada desde 1992 e chegam ao seu décimo primeiro disco de estúdio demonstrando que não perderam a mão. A faixa título “Wheel Of Illusion” tem toda a cara de hino e, caso tivesse sido lançada algumas décadas atrás, certamente, seria um clássico absoluto do gênero.
Mas se acalme, não somente da faixa título vive o álbum. Canções como “We Burn”, “Rainmaker”, “L.I.B.E.R.” e “Wild Mustang” trazem toda a mágica dos anos 70 de volta e fazem o ouvinte embarcar em uma verdadeira máquina do tempo.
Bronze: Orange Goblin – “Science, Not Fiction”

E não poderíamos deixar de fora do pódio um dos maiores expoentes do Stoner/Doom Metal. Os ingleses do Orange Goblin chegam ao seu décimo disco de inéditas com este ótimo “Science, Not Fiction” e, assim como nosso quarto colocado, podemos ouvir muitas referências do Black Sabbath, só que aqui com uma dose adicional de peso.
É muito legal ver como determinadas bandas conseguem se manter fieis ao seu DNA musical desde a época de suas fundações. Este é exatamente o caso do Orange Goblin, que nunca se desviou daquilo que acredita e jamais teve qualquer tipo de deslize na discografia.
Eis um nome que merece ter mais da sua atenção empenhada. De repente, um mergulho mais profundo em todos os seus registros pode render uma experiência realmente recompensadora. Já que a banda apesar das influências claras não se propõe a ser uma mera cópia ou clone, podemos dizer que mesmo dentro de uma musicalidade específica como esta, ainda conseguem tirar leite de pedra e apresentar novos caminhos para ser trilhados em velhas estradas.
“The Fire At The Centre Of The Earth Is Mine”, “Ascend The Negative”, “Cemetary Rats” e “Gemini (Twins Of Evil)” são os destaques óbvios em um álbum que simplesmente não possui pontos fracos.
Prata: My Dying Bride – “A Mortal Binding”

Não é de hoje que o My Dying Bride vem lançando discos absolutamente inspirados e certeiros. Pode não parecer, mas estamos falando aqui de uma banda fundada em 1990 e com 15 discos na discografia. É claro que muita gente se lembra com nostalgia do começo da carreira, quando o Death Metal ainda aparecia com bastante evidencia e se mesclava ao Doom com perfeição cirúrgica. Mas mesmo depois que o Gothic passou a ser um elemento primordial e o Death foi desaparecendo, a banda evoluiu tanto musicalmente que fica impossível julgar os músicos pelas escolhas.
E venhamos e convenhamos, em “A Mortal Binding” temos muitos momentos pesadíssimos. Mesmo os fãs dos primórdios deveriam deixar a birra de lado e dar uma chance ao material. Como aqui, o nosso julgamento é em cima do Doom Metal, e este estilo jamais deixou de ser fundamental para o My Dying Bride, não havia possibilidade de deixar um disco tão rico de diversas formas diferentes de fora desta lista.
Seja nas faixas que investem mais nos vocais guturais, seja naquelas onde os vocais limpos de Aaron Stainthorpe aparecem com frequência, o que temos aqui é um show de complexidade, técnica, inspiração e belíssimas melodias. Não se deixe levar por qualquer crítica leviana e ouça o álbum com calma e atenção, nós garantimos!
Ouro: Crypt Sermon – “The Stygian Rose”

Uma das mais gratas surpresas dos últimos anos, o Crypt Sermon finalmente chega ao ser terceiro e melhor álbum da carreira. Os norte americanos atingiram um grau de maturidade impressionante e fizeram de “The Stygian Rose” um marco para o Doom contemporâneo.
O trabalho do guitarrista solo Steve Jansson é nada menos do que brilhante. O cara consegue realmente se superar em diversos momentos chave da audição. O baixista e vocalista Brooks Wilson é outro que merece ser destacado individualmente por conta da performance estonteante. Aliás, dá pra afirmar que a banda como um todo conseguiu ter um resultado completamente acima do esperado em “The Stygian Rose”.
Um registro que inicia com a épica “Glimmers In The Underworld” e finaliza com a majestosa “The Stygian Rose”, não poderia estar em uma posição abaixo do ouro. Mas o bom disso tudo é que não é “só isso”. O disco como um todo funciona muito bem e passa ao ouvinte uma única certeza: o Crypt Sermon chegou para colocar seu nome entre os grandes do estilo.
Audição mais do que obrigatória!
PLAYLIST DOOM/STONER METAL 2024

Não conseguiu acompanhar todos os principais lançamentos do gênero? Tudo bem, afinal, nós preparamos uma playlist para você ficar atualizado com o que de melhor rolou no Doom/Stoner Metal durante todo o ano de 2024.
Não se esqueça de seguir o perfil do Mundo Metal no Spotify.