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CLÁSSICOS: DEEP PURPLE – “MACHINE HEAD” (1972)

Apesar de “Machine Head” ser o sexto álbum da lendária banda britânica de Hard Rock, Deep Purple, ele foi apenas minha primeira experiência na música pesada. Em 25 de março de 1972, pelo selo EMI/Purple, o sucessor de “Fireball” chegou a fim de mudar, para sempre, a vida de muita gente. Sua produção fonográfica ocorrera em Montreux, Suiça, em dezembro de 1971, em circustâncias extraordinárias as quais já expusemos em um artigo, porém, a genialidade da produção de Martin Birch soube deixar o resultado final, simplesmente, fantástico.

Deep Purple 1971 Photo By Humberto Gillan

“Highway Star”, a estrela da minha rodovia, o início de tudo

Entre o fim de 1986 e o início de 1987, eu, em plena adolescência, só curtia música POP, mas a curiosidade pelo Rock já nascera dentro de mim. Por qual razão, sinceramente, não consigo me lembrar. O que sei é que tal curiosidade só aumentava, contudo eu demorei para tomar alguma atitude.

Então, certo dia, estava eu na casa de um tio, que tinha vários vinis clássicos. Finalmente, decidi levar uma fita cassete virgem de 45minutos. Assim sendo, pedi a ele que gravasse uma coletânea de músicas de Rock mais pesadas à escolha dele, para que eu conhecesse. Tão logo ele terminou de gravar, somente alguns dias depois, em carona ao trabalho, ele me devolveu a fita já pronta para audição.

Chegando em minha casa, coloquei a fita dentro do tape deck e logo após apertar o play, a canção “Highway Star” mudou minha vida para sempre. Assim que ouvi aquele riff de guitarra, seguido do grito agudo de Ian Gillan, algo mágico começou a acontecer dentro da minha alma. Em seguida, eu pensei, “isso é exatamente o que eu quero para mim, isso sou eu de verdade, isso me faz sentir melhor”. Em outras palavaras, a estrela da rodovia dessa minha existência acabara de acender, já que meu caminho para o Hard Rock e para o Heavy Metal começara a partir daquele instante.

DEEP PURPLE / MARK II / Reprodução / Acervo WEB

“Lazy” – “Smoke on the Water”, o grande hit do Deep Purple

Estava ainda no LADO A desse cassete, entre outras músicas que não vou citar agora, a composição “Lazy”, que só depois descobri que não vinha após “Highway Star”, mas era a segunda faixa do LADO B do “Machine Head”. Uma canção que reune, ao mesmo tempo, Hard Rock, Blues e Jazz, com direito a fantásticos solos de guitarra e teclado, de Ritchie Blackmore e Jon Lord, respectivamente. Além disso, a harmônica tocada por Gillan fomenta ainda mais a atmosfera Blues/Rock.

O LADO B da minha primeiro fita de Rock abria com “Smoke on the Water” e, curiosamente, também é abertura do LADO B do disco. Essa música tem, indiscutivelmente, um dos riffs de guitarra mais famosos do Rock. Talvez, ela tenha um riff tão relevante quanto, “Back in Black” do AC/DC, “Paranoid” do Black Sabbath, “Day Tripper” dos Beatles, assim como “Rock’N’Roll” do Led Zeppelin. Embora, não esteja entre as minhas favoritas do “Machine Head”, ela embala multidões onde quer que seja executada, pelo Deep Purple ou por qualquer outro artista.

“Maybe I’M Leo”, “Pictures Of Home”, “Never Before” & “Space Truckin'”

Após ouvir aquela fita, várias e várias vezes, inevitavelmente, me obriguei a comprar o álbum, ouvindo, desse modo, as canções que ainda não conhecia. Que tal falarmos delas?

“Maybe I’M Leo”, que vem em seguida de “Highway Star”, soa bem mais Classic Rock. A mesma tem um ritmo mais cadenciado, compassado e, inegavelmente, contagiante. Já “Pictures Of Home” não é pesada como “Highway Star”, mas é quase tão rápida quanto. Seus principais destaques vão para o solo de baixo de Roger Glover e para a bateria toda “quebrada” de Ian Paice.

“Never Before”, responsável por encerrar o primeiro lado do “Machine Head”, mistura Hard, Classic e uma pitada de Progressive Rock, que a torna ímpar e especial no contexto. Ainda assim, é o piano de Jon Lord que é a cereja desse bolo incrivelmente saboroso. “Space Truckin'”, por sua vez, dona do riff mais pesado do “Machine Head”, finaliza o full lenght de uma maneira formidável. Todas as canções desse registro histórico soam igualmente maravilhosos. Ou seja, “Machine Head” é um disco perfeito.

O que é perfeito poderia ter ficado ainda melhor se a balada Blues “When a Blind Man Cries” estivesse no track list oficial do disco, mas, ela foi tão somente o lado B do single “Never Before”. Os rumores culpam a arrogância de Blackmore pela exclusão dessa linda canção, entretanto, não é possível confirmar se realmente foi isso que ocorrera na época.

DEEP PURPLE / MARK II / Reprodução / Acervo WEB

“Machine Head”, eternamente em mim

Posteriormente, conheci também outros discos do Deep Purple, “In Rock”, “Burn”, “Perfec Strangers”, “Fireball”, etc, porém, nenhum deles foi capaz de ter a mesma importância que o “Machine Head” tem para mim. Pois o sexto disco do quinteto britânico foi a semente que fez brotar a raíz mais profunda que serviu de alicerce para eu ser o que sou hoje.

Nota 10,00

Integrantes:

Faixas:

Redigido por: Cristiano “Big Head” Ruiz

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