O Thrash Metal é um estilo que passou por idas e vindas e, como bem sabemos, por períodos de altos e baixos. Nos anos 80, quando surgiu, foi avassalador e elevou diversos nomes ao mainstream, já na década de 90 decaiu e quase deixou de existir. Como uma fênix, ressurgiu no início de 2000 e, de lá para cá, vem se mantendo no topo do underground mundial. Há de se destacar o poderio de fogo das bandas veteranas que há anos vem nos presenteando com álbuns de extrema competência, porém, também precisamos nos atentar aos discos lançados pela nova geração. Afinal, grupos como Havok, Suicidal Angels, Warbringer, Evile, Woslom, Angelus Apatrida, Lich King, Power Trip, Vektor e, é claro, os suiços do Comaniac, estão afiadíssimos e concebendo grandes obras.
Se você gosta bastante do gênero Thrash, mas sente certa dificuldade em acompanhar os novos e promissores nomes da cena, aconselhamos que comece por estes que vamos indicar nesta sequência de publicações. No primeiro episódio te apresentamos o Havok e, além de uma playlist com algumas das principais músicas da carreira da banda, trouxemos informações importantes que te ajudarão a conhecer melhor os detalhes sobre a carreira desta grande revelação do Metal mundial. No segundo episódio fizemos a mesma coisa com os gregos do Suicidal Angels e na terceira parte foi a vez do Angelus Apatrida, da Espanha. Nesta quarta publicação, vamos para a Suiça conhecer o trabalho absolutamente diferenciado do Comaniac.
Os episódios anteriores podem ser conferidos abaixo:
Quem ouve o terceiro e, até o momento, último registro de estúdio dos suiços do Comaniac, o sensacional “Holodox”, lançado no dia 4 de setembro de 2020, via Metalworld, logo percebe estar diante de uma banda absolutamente diferenciada e com muito potencial. O álbum é extremamente técnico, criativo, instrumentalmente insano e possui uma energia tão intensa que conquista instantâneamente o ouvinte mais exigente.
Esta trajetória começou pouco antes de 2012 com o baterista Cédric Iseli o vocalista/guitarrista Jonas Schmid, dois garotos fanáticos por bandas como Coroner, Overkill e Sepultura, que também queriam dar os seus pitacos e escrever seus nomes na história do Thrash contemporâneo. Para isso, se juntaram ao baixista Raymond Weibel e ao guitarrista Dominic Blum e fundaram a Compania de Maníacos (The Company Of Maniacs), que pouco tempo depois ficou conhecida apenas pela abreviatura: “Comaniac”.
Com duas demos lançadas e muita vontade de se estabelecer na cena local, começaram a tocar em várias cidades, ganhar experiência de palco, até que finalmente em 2014, conseguiram adentrar o KHW Recording Studio para gravar seu disco de estréia, “Return To The Wasteland”. A maior característica desse álbum é ser extremamente maduro para uma banda que apenas debutava e isso, obviamente, chamou a atenção dos thrashers ao redor do mundo. Músicas como “1, 2, Rage”, “Secret Seed”, “Cut Throat”, “Killing Tendency”, “…And There Is No Job” e “Flakhead”, apresentavam uma formação que se entendia e sabia o que estava fazendo.
Na turnê do primeiro registro, o Comaniac tocou por toda a Suiça e fez suas primeiras aparições em países como Alemanha, Áustria, Itália e Croácia. Tudo vinha bem, mas um dos membros fundadores, o baterista Cédric Iseli, e o guitarrista Dominic Blum, resolveram deixar o grupo. Ray e Jonas assumiram o papel de liderança que os cabia e, prontamente, chamaram o baterista Stefan Haberli e o guitarrista Valentin Mössinger para integrar a famigerada Compania de Maníacos. Em 2017, gravaram o poderoso “Instruction For Destruction”, ainda mais maduro que “RTTW” e com poder para estabelecer o Comaniac como banda de Thrash mais promissora da Suiça desde o surgimento dos mestres do Coroner.
Alavancado por composições do porte de “Coal”, “Suborned”, “Bow Low”, “How To End It All”, “Heart Of Stone” e a canção título, “Instruction For Destruction”, o disco ascendeu o quarteto em toda a Europa Oriental e ocasionou o período mais intenso da história do Comaniac até então, com shows em diversos festivais e a possibilidade de tocar com seus grandes ídolos do Overkill e Cavalera Conspiracy, entre outros nomes consagrados. Em 2018 a banda se aventurou em shows insanos pelo Japão, deixando sua marca na terra do sol nascente. Com toda esta boa repercussão, em 2019, anunciaram que começariam a composição, produção e gravação de seu terceiro álbum de estúdio no New Sound Studio, em Pfäffikon, nada menos que a casa de Tommy Vetterli (do Coroner), talvez a maior inspiração da banda desde o início.
Durante as gravações, Ray resolveu deixar o Comaniac, mas Joel Strahler assumiu o posto de baixista, mostrando que a banda não pretende parar ou deixar se abater por nenhum percalço. “Holodox” acabou sendo lançado apenas no final de 2020 por conta da pandemia do Covid-19, mas assim que foi apresentado ao público headbanger, causou euforia e impactou positivamente por conta de sua estrutura de composição diferenciada e pelo poder da banda em criar músicas extremamente intrincadas sem abandonar o Thrash visceral e cortante dos primórdios.
Como vocês sabem, o Mundo Metal é um site feito de fãs para fãs e, desde o começo, nós ficamos antenados no poderio avassalador do Comaniac. Resenhamos todos os três trabalhos da banda e, caso você queira saber um pouco mais sobre esta grata revelação do Metal suiço, deixamos os links abaixo para que o amigo leitor possa comprovar cada elogio aqui proferido à respeito da banda.
Como de costume, preparamos uma super playlist com nossas faixas favoritas do Comaniac. Ouça sem moderação!