Em 20 de agosto de 1890, nascia em Providence, Rhode Island, o escritor norte-americano Howard Phillips Lovecraft. Ele é conhecido por seus trabalhos atemporais, bem como por suas entidades indescritíveis e universos que carregam grandes segredos repletos de um terror inimaginável.
Lovecraft morreu em 1937, na pobreza e praticamente desconhecido. Mesmo após mais de 80 anos de sua morte, o autor continua sendo celebrado por meio de suas criaturas, atmosferas sombrias e forças cósmicas.
A importância da obra de Lovecraft na cultura pop
Hoje, o escritor é considerado uma das figuras mais importantes da literatura, por desenvolver amplamente em suas obras, os gêneros de fantasia, terror e suspense.
Lovecraft influenciou diretamente diversos escritores de sucesso, como Stephen King, Clive Barker, Ramsey Campbell e muitos outros que bebem da fonte do horror cósmico — inclusive a mim. E não para por aí: além da influência na literatura moderna, muitos de seus contos também estão presentes em filmes, séries, jogos, quadrinhos e música.
Neste artigo, abordaremos seis bandas que se debruçam sobre o universo de Lovecraft! Então, prepare seu chapéu e sobretudo, pois vamos mergulhar no terror cósmico e nos mistérios insondáveis do “Cthulhu Mythos”.
Black Sabbath
Em Birmingham, na Inglaterra, surgia uma banda que, para muitos, viria a se tornar a precursora do Rock pesado como o conhecemos hoje. Em 1968, portanto, os jovens ingleses liderados por Ozzy Osbourne (vocal) tinham como objetivo comum se distanciar da música hippie produzida em massa.
Na década de 1970, a banda lançou seu álbum homônimo, que inclui a canção “Behind The Wall Of Sleep”, cujo nome foi certamente inspirado em um conto de Lovecraft, publicado em 1919. A história combina horror psicológico, máquinas telepáticas e dimensões além da realidade humana.
Metallica
Todo fã de Metallica, em algum momento, já deve ter ouvido falar na famigerada faixa “The Call Of Ktulu” — mas hoje vamos nos aprofundar em outra música do grupo.
Lançada no álbum “Master of Puppets” (1986), “The Thing That Should Not Be” carrega em sua atmosfera sombria todo o horror cósmico que H. P. Lovecraft é capaz de proporcionar.
A canção emula com perfeição o sentimento de impotência humana diante de algo terrivelmente monstruoso assim como incompreensível — seria essa uma clara referência ao próprio Cthulhu?
Septicflesh
Na música de abertura do álbum “Communion”, encontramos horror cósmico, medo ilógico e primordial: o tormento que Lovecraft impõe a seus personagens. Dessa forma, a composição busca reproduzir com precisão as ideias centrais do autor, especialmente a insignificância do homem diante de forças incompreensíveis.
Outro ponto em destaque são os trechos em que a letra, escrita por Seth Siro Anton (vocal/baixo), faz referência à entidade cósmica Azathoth, à fantasiosa cidade de Dagon e aos versos sinistros do Necronomicon.
Worgohm
O nome Worgohm não possui um significado específico, é talvez uma onomatopeia. Inspirado pelo horror cósmico de Lovecraft, o brasileiro Michel Oliveira (vocal/guitarra) utiliza do projeto para explorar, através de suas letras, a realidade diante da vastidão de um universo desconhecido e amedrontador.
Na música “Fungi From Yuggoth” a banda aprofunda os conceitos do escritor através de uma guitarra cadenciada, das linhas de baixo marcantes e de um gutural insano, que versa sobre uma espécie alienígena chamada “Yuggoth” que habita nos confins de um planeta desconhecido pela raça humana.
Sulphur Aeon
A banda de Blackened Death Metal, Sulphur Aeon, formada na Alemanha, tem quase toda sua obra estruturada e habitada no universo de Lovecraft.
O grupo é descrito como “cosmicamente pesado” e “apocalíptico”, com temas recorrentes envolvendo o cosmos, a morte, o ocultismo e a destruição cósmica. A faixa “Incantation” faz referência direta a algumas das entidades mais notáveis da mitologia lovecraftiana, como Yog-Sothoth, Nyarlathotep e Cthulhu.
Cradle Of Filth
E aqui finalizamos com mais uma obra que bebe diretamente das fontes do terror cósmico de Lovecraft.
“Cthulhu Dawn”, presente no álbum “Midian” (2000), é uma sombria ode aos escritos lovecraftianos. Mergulhe de cabeça no caos e na destruição apocalíptica do universo de Cthulhu, e se entregue a uma sonoridade vívida, repleta de elementos grotescos que descrevem o renascimento e a ascensão de seres abissais. Aqui, o Cradle Of Filth evidencia o início de uma nova era de reinado de entidades imemoriais — e deixa claro o fim inevitável da existência humana.