Atualmente, existem muitas ferramentas que trazem informações, indicações e atualizações sobre as coisas “mais importantes” que acontecem no mundo da música pesada. Tais ferramentas (leia-se blogs, páginas, sites, perfis, podcasts, canais e etc.) prometem aproximar o fã das novidades mais interessantes do momento, mas a verdade é que, dependendo de quais fontes você estiver utilizando, não existe este real interesse. Ao invés de aumentar o seu escopo de conhecimento, por motivos pessoais ou simplesmente financeiros por parte dos envolvidos, pode ser que você sinta um real sentimento de estagnação.
É muito provável que você esteja preso em uma emboscada onde tudo o que chega até você são: notícias de bandas extremamente modernas sendo veiculadas como se fossem a salvação da lavoura; matérias com ênfase em estilos novos que misturam inúmeros elementos que você não gosta e/ou não se interessa; nomes mais recentes detentores de sonoridades tendenciosas sendo alçados a patamares estratosféricos no mainstream e, para fechar com a chave de chorume, declarações e mais declarações de músicos sobre política e outros assuntos que só causam segregação em uma cena já frágil e fragmentada.
Tudo manipulado
Isso é o que nos é vendido por boa parte da mídia dita especializada. Isso é o que nos é empurrado goela abaixo como se fossem as únicas atualidades do Rock e Metal possíveis.
Perceba que tudo isso pouco acrescenta no quesito musicalidade, mas por outro lado consegue fazer o público consumidor interagir incessantemente em publicações onde as únicas métricas que realmente importam aos tais veículos são a quantidade de views, os números de engajamento, o montante de compartilhamentos e, por fim, quanto dinheiro uma publicação conseguiu gerar para os donos do negócio.
E é com esta enxurrada de notícias insossas que somos levados a crer que nomes como Five Finger Death Punch, Greta Van Fleet, Ghost, Gojira, Avenged Sevenfold, Disturbed, Three Days Grace, Bring Me The Horizon, Volbeat, A Day To Remember, Skillet, Mastodon, Lamb Of God, Jinjer e outras, são as únicas opções disponíveis quando pensa-se em bandas novas ou relativamente novas. Não é a toa que muitas pessoas vivem propagando bobagens como “o Rock e o Metal estão mortos” ou “o Rock e o Metal estão morrendo”.
Entendam, não temos nada contra nenhuma dessas bandas, algumas delas nós até gostamos, mas existe muito mais do que isso para ser falado e apresentado ao público. Existem camadas e mais camadas de lançamentos interessantíssimos em praticamente todos os subgêneros do Rock e Metal. Existem verdadeiras pérolas sendo apresentadas e, caso você esteja buscando informações em “lugares não confiáveis”, está sendo levado a crer que somente determinadas bandas estão em evidência.
Sorria, você está sendo enganado
Bobagens sobre bandas antigas que ainda fazem seu trabalho dignamente são ditas quase todos os dias. Não vai ser difícil achar textos e resenhas onde nomes como Saxon, Accept, Sodom e outras, sejam mencionados e tratados como “bandas moribundas” ou “irrelevantes”. Para esse pessoal, tais ícones deveriam “se aposentar logo”, já que seus álbuns são fabricados em uma espécie de “produção em série” e “serão esquecidos pouco depois de seus respectivos lançamentos”. Muito cuidado com esse tipo de conteúdo nocivo.
A intenção em casos como este é uma só. De forma velada, tentam impor aos leitores que as bandas precisam sempre buscar a famigerada evolução, devem sempre se transformar, sempre se metamorfosear e, por fim, dar luz a novas formas de composição e novas formas de sonoridade jamais exploradas antes. E veja bem, não somos contra isso, torcemos que apareçam novos nomes fazendo coisas absolutamente diferentes, mas nós também gostamos muito da música pesada sendo tocada do jeito que ela foi concebida, isto é, da maneira antiga. Acreditem, tem espaço para todo mundo e não é necessário criticar os medalhões ou a nova geração de grupos que faz um som mais retrô para se autoafirmar.
Vamos te dar a ferramenta!
Quando uma banda renomada e respeitada como o Judas Priest lança um álbum do calibre de “Firepower” ou do novíssimo “Invincible Shield”, nosso trabalho fica um pouco mais fácil, afinal, temos um disco que endossa nosso discurso e sendo comentado à exaustão. “Invincible Shield” é um disco onde o Heavy tradicional não deixa de ser tradicional em nenhum momento e, mesmo em pleno 2024, vemos o gigante britânico ressurgindo para mostrar que esse tipo de sonoridade, enfim, ainda pode render muito interesse por parte do público headbanger.
Obviamente, algumas bolhas são furadas com um evento como este e um pouco do Metal que nós verdadeiramente amamos chega aos ouvidos daqueles que estão presos na armadilha descrita acima. É aonde nós entramos para lembrar que existe muito mais a ser apresentado. Tanto há, que nesta matéria vamos te indicar alguns dos grandes lançamentos deste começo de ano (nesse sentido, perceba que não são poucos).
Não seria justo ou coerente vir aqui denunciar essa verdadeira panela midiática se não fosse possível provar o que estamos afirmando. Sendo assim, vamos te apresentar a discos excepcionais que dificilmente você vai ler resenhas ou divulgações nas grandes mídias especializadas. Um ou outro talvez, mas a maioria aqui é o fruto de garimpo de nossos redatores. Todo o nosso trabalho é para trazer o MELHOR da música pesada para você, e não para agradar assessorias, gravadoras e produtoras. Por fim, o foco do Mundo Metal está nos estilos mais tradicionais, portanto, não esperem ver aqui álbuns de Metalcore, Nu Metal ou coisas assim, aqui nós vamos te apresentar discos de Heavy, Power, Speed, Thrash, Death, Black, Doom e etc.
Aproveite sem moderação, pois janeiro, fevereiro e o começo de março estão sendo absolutamente frutíferos!
Preparados? Então vamos lá! (lembrando que a lista está em ordem alfabética)
Anubis – “Dark Paradise”
A premissa básica do Anubis é muito interessante. Imagine uma banda que tente mesclar com eficácia a velocidade e a agressão de bandas de Thrash como Havok, Megadeth e Testament, assim como com as guitarras gêmeas e refrãos épicos de nomes do Heavy e do Power como Iron Maiden e Helloween. Para esta massaroca sonora se tornar mais interessante, adicione uma dose generosa de criatividade, ousadia e identidade. Pronto! Você já está pronto para ouvir “Dark Paradise” sem se surpreender. Mas acredite, você vai se surpreender…
Carnal Savagery – “Into The Abysmal Void”
Fundada em 2020, o Carnal Savagery é um verdadeiro fenômeno dentro do Death Metal. Os suecos chegam com “Into The Abysmal Void” ao seu quinto trabalho de estúdio em apenas quatro anos e, o mais legal dessa história, não são discos para cumprir tabela ou que se limitam a repetir fórmulas em uma espécie de produção em série. Os discos gravados pela dupla Mikael Lindgren (bateria, baixo e guitarra) e Mattias Lilja (vocal), trazem aquele Death old school com elementos de Doom Metal. A produção é muito balanceada entre a sujeira e o claramente audível, fazendo das audições uma experiência muito proveitosa. Gosta de Master, Obituary e Cannibal Corpse? O Carnal Savagery transita entre estes três mundos!
Durbin – “Screaming Steel”
O vocalista James Durbin ficou conhecido por ter integrado o line up do veterano Quiet Riot de 2017 à 2019. O cantor também chegou em quarto lugar no programa American Idol em 2011 e, hoje, investe em uma carreira solo que chega ao segundo lançamento. A musicalidade é focada no Heavy Metal tradicional e presta reverência a nomes seminais como Judas Priest, Accept, assim como o próprio Quiet Riot em seus melhores dias. As primeiras audições dos discos de Durbin talvez podem não ser das mais entusiasmadas, mas conforme você insiste – e você deve fazer isso – a experiência vai se tornando cada vez melhor e as músicas vão grudando no seu subconsciente ao ponto de te surpreender cantarolando os refrãos durante o resto do dia.
Dwarrowdelf – “The Fallen Leaves”
Aqui temos um tipo de Black Metal totalmente questionável se pensarmos nos padrões pré estabelecidos. Mas como não estamos nem aí para padrões, podemos afirmar que este Black Metal bem produzido, que fala de fantasia medieval e mescla elementos de Folk, é uma verdadeira aventura musical repleta de camadas e nuances inesperadas.
Firewind – “Stand United”
O que dizer de uma banda que conta em suas fileiras com os talentosos Gus G (guitarrista de Ozzy e Arch Enemy) e Herbie Langhans (vocalista no Avantasia e The Lightbringer Of Sweden)? Se é fã de Power Metal, mas curte quando o gênero se envereda pelas estradas ensolaradas do Hard Rock, deveria dar mais atenção ao Firewind.
Griffon – “Da Republica”
Da nova safra de bandas de Black Metal, os franceses do Griffon nos apresentam seu terceiro e também melhor registro. Esqueça aquele Black Metal mal produzido, mal tocado e repleto de chiados e sussurros inaudíveis, em outras palavras, isso ficou no passado. Aqui temos uma banda extremamente técnica e criativa. O som, apesar de pesado, possui melodias, harmonias e climatizações das mais acertadas. Se você é um daqueles ouvintes que tem o pé atrás com o Black Metal, dê uma chance para o Griffon.
Iron Curtain – “Savage Dawn”
Speed Metal espanhol do mais alto calibre. “Savage Dawn” é o quinto disco da discografia e, sem exagero, já pode ser considerado o melhor do quarteto. O poder devastador de faixas como “Devil’s Eyes”, “Tyger Speed”, assim como “Evil Is Everywhere” é praticamente unânime. Tudo o que os entusiastas do estilo esperam está aqui, guitarras cortantes, riffs certeiros e refrãos para cantar com os punhos para o alto. Jogo ganho.
Karkosa – “Esoterrorcult”
Outro nome que desponta na concorrida cena do Metal extremo é o Karkosa, com seu Blackened Death Metal feroz e afiado. O quarteto estadunidense é original de Indiana e inspira-se em nomes consagrados como Belphegor e Behemoth. Sua musicalidade é bastante diversa e deverá agradar tanto aos amantes da brutalidade sonora quanto os admiradores da técnica. Em meio a uma infinidade de bandas que lançam discos longos, cansativos e sem variação, “Esoterrorcult” soa como um sopro de ar fresco. Mas não se engane, o disco não abandona as principais características do gênero em momento algum.
Messiah – “Christus Hypercubus”
Após encerrar atividades em 2003, um dos ícones do Metal extremo suiço reapareceu na cena mundial em 2017 remodelado e pronto para mais alguns rounds. O disco de 2020, “Fracmont”, agradou bastante os fãs e tudo parecia se encaixar, mas o vocalista Andy Kaina, faleceu vítima de uma parada cardíaca.
4 anos depois, o Messiah nos apresenta “Christus Hypercubus”, seu mais novo disco. Para o lugar de Kaina, temos Marcus Seebach e a adição de mais uma guitarra. O novo trabalho é digno da bela discografia da banda e traz composições mortais. Se você é fã da velha escolha do Death Metal e ama ouvir discos como “Morbid Tales” (Celtic Frost), “The Day of Wrath” (Bulldozer) e “To The Glory End” (Cancer), somados a influências de Doom Metal e uma veia Thrash que vez ou outra se faz presente, este é um álbum que merece sua atenção.
Midnight – “Hellish Expectations”
O Speed Metal com inspirações em bandas mais obscuras como Venom e Bulldozer faz com que a audição aprofundada de toda a discografia do Midnight se transforme em uma experiência gratificante. Neste novo trabalho, o sexto de estúdio do músico que atende pela alcunha de Athenar, a saber, o cara responsável por tocar todos os instrumentos, cantar, compor todas as músicas e escrever todas as letras, traz em seu tracklist 10 faixas capazes de comprovar que a fórmula para muitos já batida ainda consegue soar altamente funcional. Tire suas conclusões.
Morbid Saint – “Swallowed by Hell”
O primeiro disco dos thrashers norte americanos, “Spectrum of Death”, foi lançado em 1990 e, com o passar do tempo, se transformou em um disco cult. A banda tentou retornar ao batente com o bom “Destruction System”, de 2015, mas tiveram algumas dificuldades e pararam novamente. Quando ninguém imaginava que o Morbid Saint poderia ressurgir, eis que “Swallowed by Hell” chega em 9 de fevereiro de 2024, trazendo o trio clássico formado por Pat Lind (vocal), além da dupla Jim Fergades e Jay Visser (guitarra). O grupo nos presenteia com uma verdadeira aula de velocidade e visceralidade. Isso aqui é Thrash Metal em estado bruto.
Morta Skuld – “Creation Undone”
Após lançar alguns álbuns bastante cultuados no underground no início e meados dos anos 90, o Morta Skuld não conseguiu o mesmo destaque de bandas como Morbid Angel, Cannibal Corpse, Carcass e outras. Decidiram então colocar um fim prematuro na carreira da banda em 1998 e tentaram a sorte com um projeto esquisitinho chamado MS2. Nele, mesclavam Thrash moderno, Nu Metal e outros elementos não muito confiáveis. Ainda bem que resolveram voltar atrás. O Morta Skult foi ressuscitado em 2012 e de lá para cá foram 3 trabalhos com o puro creme do Death Metal old school americano. “Creation Undone” é o melhor dos três e se você é fã de Death Metal, não pode deixar de ouví-lo.
Necrophobic – “In The Twilight Grey”
Existem bandas que insistem em manter suas discografias imaculadas e sem deslizes. O Necrophobic jamais lançou um álbum sequer mediano e “In The Twilight Grey” mostra um resultado semelhante. Veja bem, não estamos falando de um gênero fácil (Death/Black Metal) e tampouco de uma banda novata, o quinteto sueco está na ativa desde 1989 e este é seu décimo registro de estúdio. Os caras são do ramo, sabem o que fazem e apresentam discos que, para os entusiastas do Metal extremo, podem e devem ser considerados como pequenas obras de arte. Banda seminal que merecia muito mais atenção da mídia especializada, principalmente, aquela que trata de bandas extremas.
Skeletal Remains – “Fragments of the Ageless”
Formada em 2011, o quarteto californiano chega ao seu quinto registro de estúdio. “Fragments of the Ageless” é aquele Death Metal brutal e técnico, repleto de blast beats, vocais guturais e solos de guitarra inspirados, tudo de acordo com a cartilha do Death clássico estadunidense. Indicado a verdadeiros amantes do estilo.
Refore – “Illusion of Existence”
Quer mais Thrash? Então pega essa dica. Banda nova formada em 2016, oriunda de um país pouco provável como a República Tcheca e lançando seu segundo registro de estúdio, “Illusion of Existence”. A sonoridade do quarteto é caracterizada pela agressão sonora violenta e imponente, com riffs cortantes e vocais berrando em desespero. Apesar da premissa em soar cru e direto, os integrantes tocam muito bem e transformam a audição em uma promissora aventura cheia de técnica.
Smoking Snakes – “Danger Zone”
Alguns dos discos mais clássicos da saudosa década de 80 nasceram da mescla bem feita entre o Heavy e o Hard Rock. É fato que esta amálgama precisa ser bem feita para alcançar o resultado esperado, mas quando a banda acerta a mão e consegue dosar os principais elementos de ambos os gêneros, é quase sempre sinônimo de uma audição prazeirosa. Os suecos do Smoking Snakes nos apresentam o seu disco de estréia, “Danger Zone”, que traz a capacidade incrível de satisfazer em praticamente todas as faixas. Indicado para fãs de WASP, Ratt, Dokken e Twisted Sister.
Soulmass – “Principality Of Mechanical Violence”
Nos trabalhos anteriores, temos uma competente banda de Doom Metal e elementos de Death, mas neste novo álbum, o Soulmass decidiu pisar forte no acelerador e adicionar influências de Thrash e Death old school ao seu som. O resultado é um registro que transita muito bem entre o Doom, o Death e também possui passagens totalmente Thrash. O detalhe interessante é que as letras falam sobre as séries de animes Mobile Suit Gundam e MSG: The Origim, fugindo totalmente dos assuntos predominantes nos estilos mencionados. Ótima pedida!
Suicidal Angels – “Profane Prayer”
E pensar que o Suicidal Angels já está nos apresentando seu oitavo trabalho… Realmente, o tempo voa! O bom disso tudo é que os gregos nunca erraram e mantém uma discografia imaculada. Nenhum disco dos caras pode ser considerado sequer mediano. É verdade que desde o ótimo “Dead Again”, lançado em 2010, Nick Melissourgos e seus comparsas só nos bombardearam com artilharia pesadíssima e “Profane Prayer” não é uma exceção. Entre as cinco melhores bandas de Thrash da atualidade, com toda a certeza.
Surgical Strike – “24/7 Hate”
Autoproclamada uma banda de Power/Thrash, na prática o que temos aqui é um Thrash padrão com algumas guitarras um pouco mais melodiosas e trabalhadas. O Surgical Strike mescla muito bem a fúria da escola alemã do estilo com a complexidade e alguns padrões americanos. “24/7 Hate” é o segundo álbum do quinteto germânico e soa como uma sequência óbvia ao ótimo “Part Of A Sick World”, de 2020. Se a sua pegada são bandas como Kreator, Exodus, Tankard e Overkill, pode se jogar de cabeça pois o que temos aqui é uma espécie de amálgama entre as sonoridades de todas essas bandas.
The Grandmaster – “Black Sun”
O que esperar de uma banda que tem em suas fileiras, o guitarrista e um dos membros fundadores do Edguy, Jens Ludwig? Respondendo: podemos esperar Power Metal de qualidade! Sim, mas não é o que você está pensando, o The Grandmaster não se parece muito com os primórdios do Edguy, apesar de ter elementos que remetam a esta fase, o que a banda realmente executa é algo parecido com o que o Masterplan fazia em seus primeiros discos, mas com doses cavalares de identidade própria e sem soar cópia. O vocalista Per Johansson (que substituiu Jorn Lande no projeto Pentakill) ajuda muito com seu timbre belíssimo e um alcance vocal intimidador. Se você é fã do gênero em questão, não se abstenha deste lançamento ou arrependa-se para sempre.
Toxikull – “Under The Southern Light”
Mais um nome novo na cena portuguesa, o Toxikull é um autêntico representante da NWOTHM (New Wave Of Traditional Heavy Metal), movimento que invadiu o mundo nos últimos anos e despejou sobre nossas cabeças uma infinidade de boas novas bandas. O Heavy tradicional tocado em seu estado mais puro tem se provado muito resiliente e ainda capaz de entreter headbangers das mais diversas localidades. “Under The Southern Light”, o segundo disco do grupo, é uma viagem a todos os clichês do estilo e, apesar das músicas serem novas, você vai sentir uma ótima sensação de nostalgia durante toda a audição.
Traveler – “Prequel To Madness”
Formada no Canadá e atualmente residindo nos Estados Unidos, o Traveler chega ao seu terceiro full lenght apostando na fórmula infalível que mescla o Heavy tradicional com o Speed Metal. “Prequel To Madness” é o trabalho melhor produzido da banda e, consequentemente, os talentos do vocalista Jean-Pierre Abboud se sobressaíram se comapararmos aos discos anteriores. Outro ponto de destaque são as linhas e solos da dupla de guitarristas formada por Matt Ries e Toryin Schadlich. Ambos também tocam em uma banda de Thrash Metal chamada Hazzerd, demonstrando que suas raízes são mais amplas do que se imagina.
Vitriol – “Suffer & Become”
Eu poderia tentar descrever a musicalidade do Vitrial, mas a própria banda fez isso de uma forma muito madura para descrever seu EP, antecessor de “Suffer & Become”. Eles se autodescreveram assim: “Através das quatro faixas do EP, a banda de Portland, Oregon, ataca com um estilo enraizado nas obras da virada do milênio de nomes como Morbid Angel, Hate Eternal e Nile. Os três membros do Vitriol – o guitarrista/vocalista Kyle Rasmussen, o baixista/vocalista Adam Roethlisberger e o baterista Scott Walker – atacam o gênero sagrado com uma agressividade tão nova e expontânea que não pode ser fingida. Denso, visceral, avassalador, o tornado de som do Vitriol é familiar, mas soa novo”. Esperem muita técnica, rapidez, peso e uma avalanche sonora poucas vezes vista com tamanha intensidade. Somente para reais amantes do Brutal Death Metal técnico.
Vltimas – “Epic”
Banda nova formada por figuras pra lá de conhecidas dos fãs de Death Metal. “Epic” é o segundo trabalho do quarteto formado por nada menos que o vocalista David Vincent (Morbid Angel), o guitarrista Rune “Blasphemer” Eriksen (Aura Noir), o baixista Ype TWS e o renomado baterista Flo Mounier (Cryptopsy, Tribe of Pazuzu). Como o próprio nome do álbum sugere, o Death Metal praticado aqui é de primeira linha e não se limita a buscar influências nos trabalhos paralelos e passados dos integrantes. O Vltimas é uma banda com DNA próprio e deve em breve conquistar uma legião de fãs. A qualidade dos discos indica isso.
Como funciona…
O que você vai ver por aí à exaustão são divulgações óbvias e excessivas dos discos novos de Bruce Dickinson, Judas Priest, Ace Frehley, Green Day, Sum 41, Mick Mars, Bring Me The Horizon, Blackberry Smoke, While She Sleeps, Deftones, Korn, Nightwish, Ozzy, Pearl Jam, Spiritbox, Slaughter To Prevail e outros. Mais uma vez, deixamos claro que não temos nada contra essas bandas, tampouco contra os sites que promovem os materiais, nunca é demais dizer que há espaço para todos. O que realmente chateia é ver que pouquíssima divulgação é dada para bandas realmente boas, parece que não existe mais merecimento, somente “quem pode pagar pelo espaço”.
Se uma banda hoje lança um ótimo trabalho, na maioria das vezes grande parte da imprensa não irá divulgar… à menos que esta mesma tenha algum tipo de “parceria” com “alguém influente” ou faça parte de alguma patotinha. Nós entendemos que é um negócio, nós apoiamos que as pessoas envolvidas no meio ganhem dinheiro, mas as mídias ditas especializadas não podem se reduzir a um papel ínfimo de apenas divulgar os “reclames dos patrocinadores”. Deve haver espaço para expor as propagandas, mas onde estão os conteúdos autorais? Onde está o trabalho de garimpo, de pesquisa, de envolvimento?
A solução
É um negócio, mas também é arte. A Roadie Crew é um ótimo exemplo de negócio sustentável, mas que não perde suas principais características. Na revista e no site, há os espaços destinados para propaganda e há os espaços destinados para indicações, matérias autorais e outros quadros. Sempre fizeram desse modo e parece que sempre seguirão por esse caminho. Sempre serão uma inspiração.
Não adianta, existem aqueles que encaram apenas como um produto a ser vendido e há aqueles que encaram como arte. Os que encaram como arte sabem que ela pode ou não ser consumida devido a sua qualidade e, consequentemente, pode ou não gerar renda, mas sempre será arte, não apenas um produto descartável. E há uma quantidade grande de produtos descartáveis circulando por aí, cabe a você, amigo leitor, escolher melhor as suas fontes de aquisição.
Indicamos a nossa playlist “Radar de Novidades”. Atualizada praticamente todos os dias e fruto de audições minuciosas da nossa equipe de redatores, nela você vai ficar verdadeiramente antenado em lançamentos que estão sendo indicados por sua qualidade e não por que alguém recebeu um pix ou transferência. Aprecie sem moderação:
Redigido por Fabio Reis