Em 2010, em meio ao lançamento do seu décimo primeiro álbum de estúdio “Scream”, Ozzy Osbourne concedeu uma entrevista a Metal Hammer e revelou como se “redescobriu” no então novo álbum:
“Inconscientemente, consigo ouvir minhas raízes do Sabbath nele. Há alguns riffs fortes de ‘Iron Man’ ali. Tenho meu próprio estúdio ProTools em casa. Eu o chamo de The Bunker. Kevin Churko, o produtor, é um cara muito inteligente. Ele e eu lançamos as bases e montamos a banda depois. O que é uma nova maneira de fazer isso para mim.”
Questionado sobre a letra de “Diggin’ Me Down”, e do que ela se trata, Ozzy disse:
“Dizem que Jesus vai voltar. Bom, quão ruim a situação vai ficar antes que ele decida voltar? Houve muitas guerras e muita gente morreu em nome da religião. Quando eu era criança e descobri que Papai Noel não existia e que era tudo besteira… é parecido, não é? Esses fanáticos por Jesus são muito irritantes. Imagine se alguém chegasse até mim e dissesse: ‘Com licença, eu sou Jesus’. Eu responderia: ‘É, e eu sou o Hitler’. Não sei se você é o Filho de Deus, não sei se você é Jesus Cristo. O hospício está cheio deles.”
Indagado se a faixa “Soul Sucker” se refere às pessoas que querem tirar proveito dele e estão sempre tentando obter algum benefício às suas custas, ele respondeu:
“É, as pessoas sempre querem alguma coisa, sabe? Elas querem algo de graça. É uma loucura. Eu só mando elas se foderem, sabe? Outra música interessante do álbum é ‘Let It Die’. Eu gosto bastante dela. A letra é bem repetitiva. Sabe aquela música do Billy Joel? [We Didn’t Start The Fire]. O jogo de palavras é muito inteligente. Queríamos fazer uma música assim. Do jeito que ela pega o ritmo, acelera, eu consigo realmente ouvir o Sabbath nela perto do final. E com o Gus na guitarra, ele entrou e fez um bom trabalho.”
Questionado sobre a demissão de guitarrista Zakk Wylde, Ozzy disse:
“Eu estava começando a soar como a Black Label Society, sabe? Não estou menosprezando ele de jeito nenhum, adoro o trabalho dele, mas venho adiando o inevitável, pensando nisso há dois ou três anos, tentando encontrar um substituto permanente. O Zakk estava tranquilo com isso.
Eu costumava dizer que é melhor o diabo que você conhece do que o diabo que você não conhece. Com o Gus, eu tenho que descobrir como é estar em turnê com ele, mas, ao mesmo tempo, se eu precisasse do Zakk para alguma coisa, eu simplesmente pegava o telefone e ele estava lá no dia seguinte, sabe? Como ele me disse: ‘Nosso relacionamento vai além da música’. Sou padrinho do filho dele. Saímos para jantar, minha família e a família dele, outro dia. Não quero que ninguém pense que brigamos, que eu o demiti e que ele me odeia. Não é verdade. Eu só sabia que tinha que encontrar um substituto em tempo integral no final, porque na última turnê o Zakk estava abrindo o show com a banda dele e fechando com a minha banda. A culpa foi minha, de muitas maneiras, eu ficava pensando: ‘Não consigo passar por essa porra de processo de audição de novo, não consigo.'”
Ozzy foi questionado se com “Scream” ele estava de alguma forma tentando se reencontrar e se reconectar consigo mesmo:
“Sabe de uma coisa? Aquela celebridade da TV que eu virei, eu não gostava nem um pouco. A Sharon adora voar pelo mundo e ser uma estrela da TV. Eu não, eu não suporto, porque meu coração está na música. ‘Oi, pessoal, é bom estar aqui na TV de novo.’ Que se dane. A Sharon disse: ‘Quero fazer um programa de variedades.’ [O malfadado Osbournes: Reloaded]. Eu disse: ‘Por que você quer fazer isso?’ Ela disse: ‘Só uma vez para mim.’ Eu odiei cada segundo. Ela ficava me empurrando para essa porra de coisa.
Eu disse: ‘Vou te dizer uma coisa, Sharon, nem me pergunte, nem pense nisso comigo no futuro, porque eu não quero saber.’ Se chegar a esse ponto, no fim dos meus dias, serei lembrado como apresentador de talk show ou algo assim… bem, eu não quero que isso aconteça, sabe?”
Acesse o link a seguir para ler a entrevista completa: https://www.loudersound.com/features/ozzy-osbourne-scream-album-interview-2010