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Clássicos: Hypocrisy – “Penetralia” (1992)

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Hypocrisy - "Penetralia" (NUCLEAR BLAST RECORDS)
Hypocrisy - "Penetralia" (NUCLEAR BLAST RECORDS)

Se hoje o Hypocrisy possui linhas mais trabalhadas com melodias que se comunicam com as camadas mais graves, no início a coisa era um tanto diferente por apresentar uma sonoridade mais cavernosa, rústica e ríspida. Padrão esse adquirido quando o Death Metal foi construído entre a segunda metade dos anos 80 e início dos anos 90 nos Estados Unidos, e pouco depois ao redor do mundo. Algumas bandas isoladas pelo globo iniciavam algo voltado para essa sonoridade mais assustadora, digamos assim, até por que não era muito comum uma banda executar um som tão sujo nessa época. Observando no planisfério a partir da magnífica Suécia, deixo Estocolmo um pouco de lado para seguir por Ludvika, Dalarna. Calma, ainda estamos em território escandinavo e no mesmo país. Só que a capital não é a bola da vez. Afinal, o Hypocrisy não é de lá. De acordo com informações, Ludvika é uma cidade situada no sul da província histórica da Dalecárlia, no atual condado de Dalarna. É uma cidade pequena com aproximadamente 14 mil habitantes, e é sede do município de Ludvika. Agora com o GPS configurado, vamos ao principal alvo da epístola.

Como um projeto solo, o jovem (à época) Peter Tägtgren montou o Seditious em meados de 1988. Somente em outubro de 1991 é que o nome mudou para Hypocrisy e oficialmente se tornou uma banda. Durante o final dos anos 80 e início dos anos 90, Peter morou nos Estados Unidos e foi fortemente influenciado pela cena Death Metal norte-americana. Voltando para sua terra natal, ele trouxe uma nova perspectiva sobre esta sangrenta e visceral vertente que tanto admiramos. O primeiro logotipo da banda foi idealizado por Masse Broberg (que viria a ser o vocalista) e foi feito por Peter Almlöf.

Em 5 de outubro de 1992 via Nuclear Blast, o Hypocrisy estreou no certame com o álbum “Penetralia”. Masse Broberg foi o vocal nas faixas de 1 a 9, enquanto Peter Tägtgren (guitarra) fez os vocais na faixa 10, além de tocar teclado na mesma. E também tocou bateria nas faixas de 1 a 3 e 5 a 8. Mikael Hedlund (baixo), Jonas Österberg (guitarra), e Lars Szöke (bateria nas faixas 4, 9 e 10) completam o clássico line up desse disco. O próprio Peter Tägtgren ficou a cargo da produção e mixagem, tendo como produtor executivo Markus Staiger. A capa tem a assinatura de Dan Seagrave. Dada a ficha técnica para muitos adeptos recordarem e pegarem seus exemplares em seus respectivos santuários da boa “múzga” para conferirem junto à leitura é hora de entender como esse álbum se tornou clássico do estilo e, consequentemente, uma das principais referências de todo o Metal.

O ano de 1992 foi bastante agitado para os suecos tendo lançado além do debut, o split “Promo EP I” com as bandas Afflicted – esta sim oriunda de Estocolmo que surgiu em 1988 com o nome “Afflicted Convulsion”, sendo que em 1990 reduziram para Afflicted e durou até meados de 1995; Sinister – aquela mesma clássica holandesa que segue firme e nos brindou com mais um álbum em 2020, o ótimo “Deformation Of The Holy Realm”; e Resurrection – banda dos Estados Unidos que surgiu em 1990 e durou até 1995, e retomando as atividades dez anos mais tarde. A faixa escolhida para aparecer nesse split foi “To Escape Is To Die”. Faixa esta que consta no disco de estreia, sendo a oitava no set do álbum. Também no mesmo ano lançou a demo “Rest In Pain”. Ou seja, foi uma estreia de respeito com tudo que tinha direito. Só restava saber se tudo isso daria certo. E acabou dando certo, mas para a mídia “especializada” não era tão bom por não trazer nenhuma novidade. E como o fã mais tradicional não gosta de novidades envolvendo o Metal, a coisa andou melhor no bueiro, ou seja, fez barulho no underground. E como o Death Metal não é uma vertente de elite, temos que analisar por nicho para não perder o prumo da análise.

Enquanto nos Estados Unidos os poderosos Death, Deicide, Obituary, Cannibal Corpse, Master e Possessed comandavam a bagaça, na Suécia tínhamos como dominantes o Dismember, Unleashed, Grave, e também o próprio Hypocrisy. Obviamente que nosso caríssimo leitor vai lembrar outras bandas do estilo de renome e importância igual as que eu mesmo citei e pode até mesmo citá-las para completar o percurso. Agora no caso do Hypocrisy, devido ao que Peter absorveu de sua experiência longe de casa, a sonoridade ficou entre o que as bandas dos países citados proporcionavam ao público. De acordo com a gravadora, desde o debut até o álbum “The Final Chapter”, o Hypocrisy se tornou a banda de Death Metal mais popular no underground. Pode ser somente propaganda, porém não estou aqui para apontar a bazooka para lado nenhum. No entanto, basta olhar ao redor e perceber a quantidade de adeptos do estilo que curtem o trabalho de Peter e cia. Sim, eu sei! Isso não justifica em questão de números de vendas e bolso mais cheio da galera, mas como o Heavy Metal não é um estilo tão popular quanto diversos outros, aplico uma forma mais reduzida para avaliar este pequeno montante. Entre os artistas de diversas bandas do Metal extremo mundial, o Hypocrisy sempre figura entre as várias conversas sobre o assunto regado a muita cerveja e vodka. Depende da região do planeta e do paladar das figuras. Além do próprio “Penetralia”, os dois álbuns seguintes costumam ser citados e reverenciados por diversos artistas dos gêneros e fãs do estilo. “Osculum Obscenum” (1993) e “The Fourth Dimension” (1994) fecham a trinca inicial dos suecos.

Tanto a demo quanto o split lançados no mesmo ano do álbum serviram de aperitivo que foi essencial para chamar a atenção dos mais interessados em sonoridades do tipo. Isso fez com que “Penetralia” se tornasse mais forte ainda, causando um barulho grande em países que já exploravam esse tipo de som. Alguns citam como um Death sueco americanizado ou algo parecido, mas o fato é que esse disco não só abriu caminho para si, como ajudou bandas vizinhas a aparecerem de fato para um público maior tanto dentro do próprio país como também no exterior. É claro que a mudança na sonoridade ao longo dos anos elevou ainda mais o seu público, mesmo que muitos fãs mais tradicionais tenham deixado a banda de lado. O fato é que Peter sabia o que estava fazendo à época de seus três primeiros lançamentos com o Hypocrisy.

Uma curiosidade remetida às canções do primeiro álbum, é que a faixa “God Is A Lie” que aparece no EP mudou para “God Is A…” no disco. Se por acaso aconteceu algum tipo de censura quanto ao nome desta “múzga” eu não posso dizer, mas que ficou mais legal nesse formato, ficou sim. Trouxe um ar de mistério, deixando a letra que é bem simples um pouquinho mais bacana por assim dizer. As outras faixas da demo também figuram em “Penetralia”, porém com uma roupagem muito melhor. Ou seja, o formato ideal para tal sonoridade. Nesse início de jornada, o que as bandas de Death Metal procuravam executar e recitar em seus dizeres era muito mais voltado aos filmes e séries trash da época, juntamente com os temas anti-religião e contrários ao cristianismo e ao protestantismo. Com o Hypocrisy não foi diferente e fazer letras mais elaboradas não era o ponto chave do estilo. Hoje ao relembrar grandes clássicos do esporte sonoro ainda denoto a magia contida em cada verso simples e podre propositalmente em favor do que era feito.

Aos que ainda não conhecem esta grande obra chamada “Penetralia”, procure por canções como “Impotent God”, “Nightmare”, “God Is A…”, “To Escape Is To Die” e também a faixa-título. Isso já te dirá com toda certeza sobre a importância e relevância desse grande clássico do Death Metal mundial. O Hypocrisy pode ter mudado bastante com o passar do tempo, mas para quem está rabiscando o pergaminho virtual neste exato momento para sua doce leitura continua com sua primeira trinca de ases intacta e valorosa.

“You wake up in the middle of the night,
Wallowing in sweat
I’m the worst of dreams you ever feared
I’m in your dreams, I’m in your soul
You never get away from here, and that’s my goal.”

Nota: 9,4

Integrantes:

  • Masse Broberg (vocal)
  • Peter Tägtgren (guitarra)
  • Mikael Hedlund (baixo)
  • Jonas Österberg (guitarra)
  • Lars Szöke (bateria)

Faixas:

  1. Impotent God
  2. Suffering Souls
  3. Nightmare
  4. Jesus Fall
  5. God Is A…
  6. Left To Rot
  7. Burn By The Cross
  8. To Escape Is To Die
  9. Take The Throne
  10. Penetralia

Ouça a canção “Penetralia”:

Devemos separar o artista de sua obra?

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Aviso prévio: Este é um artigo não recomendado a pessoas sensíveis. O conteúdo apresenta verdades indigestas e você pode não suportá-las. Continue por sua conta e risco!

Vivemos em tempos onde as pessoas precisam se auto afirmar. A necessidade de emitir opiniões e posicionamentos sobre todo e qualquer assunto faz com que as redes sociais fiquem entupidas de declarações propositalmente polêmicas, sem embasamento e com argumentações pífias. Os assuntos variam entre trivialidades e acontecimentos graves, mas a banalidade com que são tratados é a mesma. Com a polarização política do país, o certo e o errado parecem não importar mais e os julgamentos são feitos sob a tutela do politicamente correto e das patrulhas de pensamento baseadas em ideologias político partidárias.

Virou moda ser paladino da justiça neste país e mais do que isso, o discurso inflamado parece valer mais do que as ações do indivíduo. Nem é mais uma surpresa ver pessoas defendendo alguma pauta de maneira ferrenha e pouco depois, descobrimos que aquela pessoa não praticava nada do que pregava. Exemplos não faltam e vocês, certamente devem conhecer muitos. Isso ocorre em decorrência de alguns fatores, o mais vexatório é a hipocrisia. Outro bastante comum é a necessidade de parecer uma pessoa engajada para ser aceito em algum clube do Bolinha particular, onde todos defendem com afinco determinadas pautas e cada um tem o seu telhado de vidro camuflado por discursos caricatos e demagogos.

Aqui neste site, somos frequentemente atacados por não se curvar ao politicamente correto e por defender coisas que não andam muito na moda: sensatez, coerência e imparcialidade, são algumas delas. As análises que fazemos aqui não costumam agradar aqueles que falam mais do que fazem, tampouco os que tem sua régua moral pendendo para determinado espectro político. Agradamos menos ainda aquela patotinha que pensa ter o poder de “cancelar” e se tornam (ao menos em suas cabeças doentias) acusadores, juízes e executores de penas.

Vamos combinar? Ninguém é santo! Olhar e cuidar da vida dos outros é e sempre foi uma saída muito oportuna para jogar os holofotes em cima dos erros alheios e não ter que se explicar ou pagar por seus próprios erros.

“Tá bom, a gente entendeu. Mas Mundo Metal, o que isso tem a ver com o nosso gênero musical preferido?”

Bem, desde que o Rock é Rock, artistas fazem cagadas em suas vidas particulares. E isso acontece porque seres humanos têm o dom divino de fazer cagadas. Ponto. Isso sempre foi tratado sem muita importância, mas com a chegada do politicamente correto ao Rock, pessoas cheias de defeitos e igualmente fazedoras de cagadas, resolveram cobrar e exigir que seus ídolos sejam seres iluminados acima do bem e do mal. Hoje, para agradar, os artistas precisam aparecer na mídia com discursos lacradores e hipócritas. Quem não se posiciona é “isentão” e será desprezado ou hostilizado. Não importa se o músico em questão é apenas um rebelde transgressor e inconsequente. Não importa se é apenas mais um desajustado que acabou dando sorte na vida e ganhou muito dinheiro através da sua música. Para ser aceito por esta nova classe de fãs mimizentos, este músico precisará defender determinadas pautas ou correrá sério risco de ser “cancelado”.

“Mas Mundo Metal, isso não é uma atitude autoritária, cerceadora e, até mesmo, antidemocrática?”

Obviamente sim! Mas essa turminha não se importa, afinal, é o autoritarismo “do bem”, o ódio “do bem” e a censura “do bem”, entende? Então, se você está muito errado, mas está do lado “do bem”, seja bem vindo ao reino encantado da lacrolândia.

A mais nova vítima desse pessoal, como todos devem saber, foram os americanos do Iced Earth. Eu sei, você já deve estar com um paralelepípedo nas mãos e preparado para tacá-lo na minha fuça. Os seus lábios devem estar tremendo de nervoso e pronunciando as palavras: “Como assim, vítima? O Jon Schaffer participou de uma invasão criminosa que resultou em mortes e pessoas feridas, o cara já está inclusive preso!”. Presado amiguinho desatento, peço que releia a frase com mais atenção, o Iced Earth (a banda) é a vítima, não Jon Schaffer (o indivíduo).

Jon Schaffer, assim como qualquer pessoa que vive em uma sociedade organizada, tinha o direito de participar de qualquer manifestação pacífica que quisesse, porém, à partir do momento que ele escolheu ir a um ato que se transformou em uma invasão, com vandalismo, depredação, agressão e lastimavelmente morte de pessoas, ele precisa responder por isso com o mais absoluto rigor da lei. Sim, ele errou e errou feio, não tem justificativa e não seremos nós que vamos fazer vistas grossas “do bem”. Quem faz isso é oooooooutro pessoal que nós inclusive, não simpatizamos nem um pouco.

Após este acontecimento, o FBI divulgou uma lista de pessoas procuradas, assim como fotos e filmagens dos indivíduos participantes da invasão. Jon Schaffer, infelizmente, estava entre estas pessoas e no último dia 17 de janeiro, o músico se entregou para polícia. A repercussão foi bastante negativa e imediatamente a galera do Rock começou a se manifestar e opinar sobre o assunto. É claro que alguns mais exaltados, escolheram adotar o discurso de que não vão mais ouvir a banda por conta dos atos de Schaffer, porém, a galerinha “do bem” começou a sua campanha de “cancelamento”. Os outros integrantes do Iced Earth chegaram a publicar uma nota onde publicamente, se posicionaram contra o comportamento de Schaffer, mas de nada adiantou, a banda (como um todo) continuou sendo vítima de uma campanha absolutamente vexatória de difamação.

Vamos recapitular porque infelizmente, às vezes é preciso desenhar a explicação e depois explicar o desenho. Eu sei que você, amigo inteligente, nem precisaria de todo esse rodeio, mas nem todos compartilham da capacidade de interpretar um texto de forma correta. Para você que não faltou as aulas de português, peço desculpas. A você, que tem dificuldades com a língua portuguesa, vamos lá: Schaffer (o indivíduo) fez uma cagada em sua vida particular, mas quem está pagando o pato é o Iced Earth (a banda). Sejamos francos e honestos aqui, mesmo que os demais membros sejam contra a postura de Schaffer, não importa. E não importa, porque ele é o líder da banda e cometeu um erro prévio terrível que vai muito além da invasão ao capitólio. Estou me referindo ao fato dele ser um apoiador de um político que a turminha “do bem” não tolera. E acreditem, só isso já seria o suficiente para o “cancelamento”. Mas aí teve todo o resto e ficou fácil transformar uma banda excelente, no maior lixo musical de todos os tempos. Entendeu?

No último dia 19 de janeiro, a gravadora Century Media simplesmente excluiu o Iced Earth de seu cast, assim como excluiu os produtos do Iced Earth de sua loja online (CDs, DVDs e camisetas). Tudo isso foi feito por que houve pressão de “fãs” cobrando um posicionamento da gravadora e a mesma resolveu sucumbir aos caprichos de meia dúzia de mongolões. Devo mencionar que foi uma atitude bastante oportunista da Century Media, já que o contrato com o Iced Earth estava vencendo (ou vencido, segundo alguns) e Schaffer, publicamente, havia dito que não renovaria. Mas prefiro focar no fato objetivo que é a covardia da gravadora em aparecer como paladinos da justiça para fazer média com fãs idiotizados. A pergunta de um milhão de dólares é: Será que teriam o mesmo posicionamento caso o contrato tivesse sido renovado ou caso o Iced Earth fosse uma banda gigante como o Iron Maiden? Tirem suas conclusões…

O fato é: Jon Schaffer, por livre e espontânea vontade, acabou se envolvendo em um ato criminoso e deve ser julgado criminalmente por isso. Fato. Mas o Iced Earth deve ser “cancelado” por conta disso? A resposta é um sonoro NÃO! As músicas, os álbuns e os shows não deixarão de ser excelentes por causa disso. Rockstars, sempre fizeram muita bobagem em suas vidas particulares e sinceramente, se deixarmos de ouvir todas as bandas por causa disso, não sobrará meia dúzia de artistas. Aliás, se usarmos este mesmo critério de cancelamento em nosso cotidiano, precisaremos nos isolar dentro de uma caverna e viver como eremitas, sem contato com outros seres humanos, afinal, seres humanos fazem cagadas, se lembra? Para aqueles que se acham os arautos da justiça com poder de apontar os erros alheios, tenho certeza que também não são santos e possuem seus telhados de vidro. Julgar os outros é muito fácil, mas essa galerinha é extremamente hipócrita e julga de forma arbitrária e seletiva de acordo com seus interesses. E devo dizer que é muito fácil “cancelar” uma banda que não é tão popular. Por que não fazem o mesmo com os grandes medalhões do Metal? Roqueiro porra louca e vida torta não falta!

Deixaremos alguns exemplos abaixo que vão te fazer se sentir muito mal e antes de qualquer argumentação, você que escolheu cancelar/desqualificar o Iced Earth por que um de seus integrantes fez uma cagada, seja coerente ao menos uma vez na porra da sua vida e pare de ouvir também estes nomes abaixo! O desafio está feito e eu duvido muito que qualquer um de vocês tem culhões para isso. Até por que xingar o Phil Anselmo e o Jon Schaffer, pode ser bem fácil, vamos ver se isso se aplica a essa galera aqui embaixo:

Kerry King usando uma camiseta com a bandeira dos confederados e os dizeres “você usa o seu X e eu usarei o meu!”, James não parecia incomodado ao seu lado…
Para quem “parou de ouvir Pantera”, quero ver parar de ouvir Exodus e Slayer. Na foto, Gary Holt e o saudoso Jeff Hannemann fazendo a famigerada saudação nazi. Obviamente, uma brincadeira, mas para os chorões, certamente, algo imperdoável…
Mais uma do Slayer. Aqui, Tom Araya cometendo o mesmo erro imperdoável de Jon Schaffer ao demonstrar apoio a Trump. Alex Skolnick vai na contramão de Tom e ambos não parecem se preocupar muito com suas visões antagônicas sobre a política.
Lemmy, com sua famosa coleção de artigos da segunda guerra, em especial, os artigos alemães usados pelos nazistas. Será que vocês vão parar de ouvir Motorhead por conta disso?
Sepultura em início de carreira, Paulo Xisto usa uma camiseta “meio estranha”, não é mesmo?

Olha só o Sepultura de novo! Desta vez, é o Igor usando a camiseta “esquisita”. Já sabem né, a partir de hoje, nada de Sepultura antigo rolando na sua playlist, ok?

Como podemos ver, enquanto alguns black metallers se enquadram nos padrões da patrulha de pensamento politicamente correta, outros não estão muito satisfeitos com isso e declaram guerra aos fascistas que se autoproclamaram antifascistas…

“Por que essas fotos Mundo Metal?” Ora, ora, para você largar mão de ser hipócrita e parar de ser seletivo nas suas críticas imaturas. E porque nós sabemos que você viria babando aqui para comentar que estamos “passando pano para o Iced Earth”, sendo assim, é sempre bom apresentar FATOS, já que se você ouve qualquer uma dessas bandas acima, não tem qualquer moral para julgar ninguém.

Para finalizar, está muito claro que devemos separar obra artística e vida particular de músico. De verdade, que se exploda o que os rockstars fazem nas suas vidas particulares, estamos preocupados com suas respectivas músicas e álbuns. Se o cara fizer merda, que responda por seus atos, simples assim. Jamais iremos parar de dar crédito artístico à bandas como Motorhead, Slayer, Exodus, Sepultura, Megadeth, Behemoth, Pantera e CLARO, ao Iced Earth. E mais, se a Century Media não quer mais vender produtos da banda, sem problemas, em nossa loja nós vendemos com muita satisfação (LINK AQUI)!

Resenha: Konquest – “The Night Goes On” (2021)

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“The Night Goes On” é o debut do projeto italiano de Heavy tradicional, Konquest.

Sobretudo, oucas coisas têm me deixado em estado de felicidade no mundo atual, mas no Metal, em se tratando de produção de material, em todos os seus subgêneros, essa realidade é oposta.

Dentro de toda essa produção de qualidade que tem surgido, as dos One-Man-Bands têm me chamado a atenção de maneira especial.

O Metal italiano conquistou e tem conquistado cada vez mais espaço nas últimas décadas. No ano passado, tive a oportunidade de resenhar o debut da banda Crystal Skull, “Ancient Tales”, que apresenta um Power Metal de qualidade produzido de forma integral pelo músico Claudio The Reaper.

Alex Rossi

Logo após, no início de 2021, outro One-Man-Band da Itália me impressionou ainda mais.

O vocalista/instrumentista Alex Rossi gravou sozinho o álbum de estreia do projeto de Heavy Metal tradicional, Konquest.

O disco, “The Night Goes On”, que foi lançado no dia 8 de janeiro pelo selo Iron Oxide Records, tem sonoridade, nitidamente, influenciada na primeira onda de Heavy Metal dos anos 70.

Competente vocalista e multi-instrumentista

Inegavelmente, Alex Rossi possui incontestável talento e competência. Ele é ótimo vocalista, baixista, baterista e, principalmente, guitarrista, pois seus riffs, bends e solos energizam a alma dos amantes de Heavy Metal.

“Theme of the Konqueror”

Confesso que a primeira vez que ouvi o bonito tema instrumental de abertura, “Theme of the Konqueror”, achei que se tratasse de um disco mais comum, sensação que desfiz, definitivamente, logo na segunda audição.

“The Night Goes On“

Em seguida, a faixa título, “The Night Goes On“, tem a energia da qual eu preciso para os atuais dias de trevas e dúvidas.

Portanto, uma canção perfeita, simples assim! Riffs marcantes e refrão que seduz e carimba o espírito. Pois, todas as qualidades musicais de Alex Rossi, já supracitadas por mim no início desse parágrafo, são evidentes nessa música, a qual batiza o seu debut.

Reprodução / Facebook / ALEX ROSSI

“Keep Me Alive”

O ritmo de marcha que introduz “The Night Goes On“, juntamente com a melodia de guitarra, fornecem luz a um coração sem esperança. Assim que, a música de Alex Rossi me faz muito bem.

“Keep Me Alive” é tão fascinante quanto à canção que intitula o full lenght. Alex emana tanta energia de Heavy Metal que deixa minha aura envolta e brilhante. Aliás, o solo de guitarra de “Keep Me Alive” é o mais lindo do disco.

“Fall of the Konqueror“

Essa atmosfera maravilhosa não vai mudar a realidade que tanto machuca, mas a alivia durante o período de sua duração.

Outro tema instrumental, “Fall of the Konqueror“, destaca os arranjos de baixo e ao contrário da faixa de abertura que demorou um pouco para me convencer, essa já fez a minha cabeça logo de cara. Um tutorial de como Heavy Metal deve ser.

“Helding Back the Tears” tem um riff poderoso, um solo que esbanja feeling, um baixo cheio de consistência e o melhor refrão do disco. Mais alívio chega para as feridas do meu espírito. Minha canção favorita do trabalho, formando poderosa trinca com “Keep Me Alive” e “The Night Goes On”. “Heavy Heart” é mais cadenciada e por alguns segundos a sonoridade da banda espanhola Barón Rojo me veio à mente, mas não sei explicar a razão. Rossi não deixa a vibe baixar em um único segundo sequer, mantendo a qualidade e o interesse do ouvinte durante toda a duração do disco.

O trabalho de estreia de Alex Rossi, “The Night Goes On”, encerra com a música “The Vision”. Ela resgata a pegada das primeiras faixas, usando de forma impecável todos os ingredientes contidos nessa obra. Espero sinceramente que os amantes de Heavy Metal não deixem essa pérola passar sem que a percebam ou lhe deem ao menos uma chance.

Divulgação / Facebook / KONQUEST (Ita)

Em um mundo no qual uma parte deveria ouvir a outra para chegarem juntos a uma ideia nova, um pouco de luz em toda essa escuridão é necessária. “The Night Goes On” fornece essa fagulha para as almas que concedam permissão para tal.

Aprovado e indicado para fãs de Heavy Metal tradicional.

Nota: 9,0

Integrantes:

  • Alex Rossi (vocal / instrumentos)

Faixas:

  • 1.Theme of the Konqueror
  • 2.The Night Goes On
  • 3.Too Late
  • 4.Keep Me Alive
  • 5.Fall of the Konqueror
  • 6.Helding Back the Tears
  • 7.Heavy Heart
  • 8.The Vision

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

CONFIRA A RESENHA DO ÁLBUM “TIME AND TYRANNY” (2022):

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

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Resenha: Tribulation- “Where the Gloom Becomes Sound” (2021)

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“Where the Gloom Becomes Sound” é o quinto full lenght da banda sueca de Death Metal/Gothic Metal, Tribulation, que sucede “Down Below” de 2018.

Enfim, em tempos de tantas trevas, nos quais a esperança se esgotou e o domínio da elite política é cada vez maior sobre os pobres mortais, só o Metal é capaz de acender pequenas fagulhas de luz sobre miseráveis existências.

Em 2020, o Metal consolou e não deixou com que as forças se esgotassem e 2021 está indo para o mesmo caminho.

Histórico

Tribulation iniciou sua história há 20 anos na cidade de Arvika na Suécia. Até 2004, o nome era Hazard, só ai então passou a ser chamado de Tribulation.

Sua sonoridade era Death Metal nos primórdios, mas com o passar dos anos e dos lançamentos, elementos de Gothic Metal passaram a ser adicionados até que fosse definida a personalidade sonora atual.

TRIBULATION / Photo By: vZoltan Jakab / Tribulation- “Where the Gloom Becomes Sound” (2021)

“In Remembrance”

A propósito, retomando o que fora dito no segundo parágrafo, a música do Tribulation serviria de trilho sonora ideal se o momento atual fosse uma produção cinematográfica.

“In Remembrance” soa Gothic Metal com envolvente atmosfera Black Metal. Vestes negras, sepulturas e pinturas em vitrais góticos são todos desenhos da minha mente durante a audição dessa canção.

Em seguida, “Hour Of The Wolf” refaz e insiste na mesma triste leitura:

“Sacerdotes da tristeza / Arrumadores de desespero / Espectros surgiram de onde a escuridão tem som Inclinando-se de cima para baixo / Seus rostos perto dos meus / Deslizaram para este mundo por baixo”. “Leviathans” continua a percorrer a estrada do quinto capítulo completo da história do Tribulation: “Óleviatãs / Exaltado seja seu trono / Escuras, vastas extensões, profundidades infinitas! / Força flui infinitamente / Ascendendo de seu útero / Conduza-nos ao epítome de seus caminhos!”

Assim estamos nós, sendo conduzidos, ao invés de conduzirmos a nós mesmos.

“Dirge Of A Dying Soul” assume uma pegada mais Doom/Gothic, soando um tanto quanto diferente de suas antecessoras. Uma bela melodia leva a minha mente por uma viagem pelo mundo dessa canção.

“Dirge Of A Dying Soul”

Ainda faltava algo para que o disco me conquistasse de vez e “Dirge Of A Dying Soul” trouxe esse elemento dentro de seu cálice de sangue. O pequeno instrumental de piano “Lethe” atua com simples complemento da faixa anterior, porém proporciona um momento ímpar dentro do trabalho.

Logo após. “Daughter Of The Djinn” é mais acelerada que o restante do álbum até aqui, ganhando interessantes ingredientes de Black e Heavy Metal, estando entre minhas favoritas ao lado de “Dirge Of A Dying Soul”.

“Elementals”

Portanto, Tribulation demonstra não estar preso a rótulos e isso funciona muito bem para eles. Os riffs de “Elementals” seguem a sustentar uma pegada Heavy Metal que somada aos vocais guturais a “la Black Metal” do baixista e vocalista Johannes Andersson dão uma personalidade própria a música da banda.

TRIBULATION / Photo by: Ester Segarra

“Inanna” introduz a trinca final do disco. No equilíbrio entre o soturno, o sombrio e o melódico repousa a força do jeito Tribulation de fazer música. Não posso deixar de destacar o elogiável trabalho dos guitarristas Adam Zaars e Joseph Tholl, que parecia morno nos primeiros acordes, mas foi crescendo com o passar das faixas. “Funeral Pyre”, a qual também me chamou bastante a atenção pelos riffs, tem um belo trabalho do baterista Oscar Leander e leva a medalha de bronze na avaliação geral. “The Wilderness”, a qual tem o solo de guitarra mais bonito do disco, é a página final desse prazeroso livro sonoro, o qual é cheio de interessantes riffs, melodias, harmonias e merece ser lido.

Como a sinceridade total é a marca registrada dos meus textos, confesso que “Where the Gloom Becomes Sound” é o meu primeiro contato mais profundo com o trabalho do Tribulation e que fiquei bastante positivamente surpreso.

“Where the Gloom Becomes Sound” é aprovado e indicado para os fãs de Metal e boa música.

Nota: 8,8

Integrantes:

  • Johannes Andersson (vocal e baixo)
  • Adam Zaars (guitarra)
  • Oscar Leander (bateria)
  • Joseph Tholl (guitarra)

Faixas:

  • 1.In Remembrance
  • 2.Hour of the Wolf
  • 3.Leviathans
  • 4.Dirge of a Dying Soul
  • 5.Lethe
  • 6.Daughter of the Djinn
  • 7.Elementals
  • 8.Inanna
  • 9.Funeral Pyre
  • 10.The Wilderness

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

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Marius Danielsen’s: Conclusão da trilogia Legend Of Valley Doom, será lançada em março

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Marius Danielsens
Marius Danielsens

O terceiro e último capítulo da saga “Legend Of The Valley”, já tem data de lançamento e encerramento. Segundo Marius Danielsen, idealizador e criador da saga, “Legend Of The Valley Part III”, será lançado no dia 19 de março.

O disco conta com 12 faixas e traz vários convidados especiais. Dentre eles: Ralf Scheepers (Primal Fear), Daniel Heiman (Warrior Path), Tim Ripper Owens (ex, Judas Priest, ex, Iced Earth), Olaf Hayer (Luca Turilli, Dionysus), Herbie Langhans (Avantasia, Firewind), Mathias Blad (Falconer), Alessandro Conti (Twilight Force), Tommy Johansson (Majestica), Elisa C. Martin (Fairyland), John Yelland (Judicator, Dire Peril), entre outros.

Numa clara referência a Nárnia e Lord Of The Rings, a trilogia que teve início em 2015, traz em seu enredo um roteiro perfeito para os filmes acima citados, já que a história gira em torno de um grupo em busca dos sete artefatos antigos, que lhes dará o poder para destruir o Lorde Das Trevas, colocando um fim ao seu reinado de terror, trazendo a tão sonhada paz para os habitantes de Valley Doom. Será que eles conseguirão?

Resenha: Midnight Spell – “Sky Destroyer” (2021)

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“Sky Destroyer” é o álbum de estreia da banda norte-americana de Heavy Metal, Midnight Spell. Formado em 2017 na cidade de Miami/Florida, o quinteto chega tentando ser mais uma das forças no New Wave Of Traditional Heavy Metal.

NWOBHM, Midnight Spell

Em primeiro lugar, mesmo bebendo nas fontes do NWOBHM, Midnight Spell consegue ter personalidade em sua música.

O vocalista Paolo Velazquez se destaca por sua voz que é média, aguda, afinada e que lembra vagamente a de Geddy Lee, vocalista do Rush, em alguns momentos.

Sobretudo, seus gritos agudos são recursos que ele não usa exageradamente, assim sendo, eles funcionam perfeitamente na sonoridade da banda.

The Hammer e Denver Cooper

A Dupla de guitarristas, The Hammer e Denver Cooper, capricha em seus riffs de ataque, os quais são bem variados, usando leve distorção, belíssimos bends e solos que equilibram feeling e técnica, como nos da faixa “Midnight Ride” e no tema instrumental “Mercy”.

Cam Martell

Enquanto isso, Cam Martell executa um baixo que sustenta o peso da sonoridade do Midnight Spell, executando uma marcação intensa e belas frases soladas como nas canções

Logo após, “Lady Of The Moonlight” e “Cemetery Queen”. Brian Wilson segue a linha da maioria dos bateristas de Heavy Metal da década de oitenta, sendo ritmado grande parte do tempo e fazendo viradas brutais quando necessárias.

No entanto, a música que intitula o disco é o melhor momento de Brian dentro do debut.

MIDNIGHT SPELL / Divulgação / Facebook

Considero todas as faixas do “Sky Destroyer” boas, mas a minha favorita é “Cemetery Queen”. Midnight Spell colocou nela uma singela pitada de modernidade que a fez especial dentre as demais. Seus riffs e suas variações rítmicas têm um toque de suspense que os tornam pegajosos a mente. “To The Stars” remete a fase oitentista do Scorpions, principalmente ao álbum “Black Out”, unindo todas essas tendências sonoras que eu amo, ela não poderia deixar de estar na minha play list pessoal.

“Última chance de chegar um pouco mais perto / mais perto das estrelas”.

Todos os agradáveis elementos dessa produção se reúnem na canção “Headbangin’till Death”. Com título imensamente “pesado” como esse, ela não poderia decepcionar e não decepciona mesmo. Ela encerra o trabalho de estreia do Midnight Spell, deixando um gostinho de quero mais e ansiedade pelo próximo lançamento da banda. Tomara que não tardem a lançar sua sequência.

MIDNIGHT SPELL / Photo By: Roberto Badillo

Antes que os leitores pensem que esqueci logo da abertura, “Blood For Blood”, digo que a deixei separada para comentar nesse instante. Assim como eu mencionei sobre a faixa de encerramento, “Headbangin’til Death”, “Blood For Blood” mete o pé de cabra na maçaneta jogando a mostra tudo bom que há na sonoridade do Midnight Spell.

“Sangue por Sangue demorou muito para chegar / O que é tudo por um se torna um por todos / Sangue por sangue, não paramos por nada / E pela lâmina você encontrará sua morte”

As letras épicas sempre tem voz em álbuns de Heavy Metal, sendo “Blood For Blood” uma delas.

“Entre os olhos, fique atento, esteja pronto / A sede, o sonho, o desafio finalmente é liberado / De costas para a parede por muito tempo / Em um mundo de estrelas falsas, fracas e superestrelas, enfrentamos o destino / Então venha, esteja pronto, é hora de subir no topo”

Eis o trecho da letra da canção “Between The Eyes”, o qual, nas entrelinhas, tem muito a ver com o nosso momento atual.


Assim como fiz em 2020, abro minhas resenhas do ano com mais uma promessa do NWOTHM. Dentre as audições do gênero Heavy Metal que fiz nessa primeira metade de janeiro, eu escolho esse disco para indicar.

Aprovado e indicado aos amantes do Heavy Metal tradicional.

Nota: 8,5

https://open.spotify.com/album/08omLBFwzamTggA5Kr5zRc

Integrantes:

  • Paolo Velazquez (vocal)
  • Cam Martell (baixo)
  • The Hammer (guitarra)
  • Brian Wilson (bateria)
  • Denver Cooper (guitarra)

Faixas:

  • 1.Blood For Blood
  • 2.Between The Eyes
  • 3.Lady Of Moonlight
  • 4.Midnight Ride
  • 5.Mercy
  • 6.Sky Destroyer
  • 7.Cemitery Queen
  • 8.To The Stars
  • 9.Headbangin’til Death

Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

Despretenciosamente, veio o grupo e depois a página no Facebook, aos poucos passamos a utilizar outras redes como Instagram e Youtube e, posteriormente, nosso site oficial veio a luz. Apesar de todas as dificuldades da vida cotidiana, nunca desistimos de nossos objetivos e, hoje, nosso site está em franca expansão.

Sejam muito bem-vindos a nossa casa e desejamos de coração que voltem sempre.

Crypta: debut começa a ser gravado em São Paulo

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Crypta

A banda brasileira de Death Metal, Crypta, a qual conta com ex-membros da Nervosa e da Burning Withces, começou ontem a gravar seu álbum de estreia no Family Mob Studio em São Paulo.

A banda publicou:

“Hoje foi o pontapé inicial de todo o processo de gravação, no Family Mob Studio, em São Paulo, Brasil. Confira o lapso de tempo da configuração da bateria abaixo e diga-nos o que você achou! Além disso, não se esqueça de ficar atento às nossas redes sociais – publicaremos atualizações do estúdio em nosso feed e muito material extra de ‘bastidores’ em nossas histórias todos os dias!”

Vídeo do estúdio:

Integrantes:

  • Fernanda Lira (vocal e baixo)
  • Luana Dametto (bateria)
  • Sonia Anubis (guitarra)
  • Tainá Bergamaschi (guitarra)

Top 10 (duplo): Os álbuns mais aguardados para 2021

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Nem parece verdade, mas 2020 finalmente está dando seus últimos suspiros. E que bom, já que foi um ano totalmente atípico e cheio de notícias pesarosas para todos nós. A pandemia consumiu basicamente o ano todo e, no mundo do Metal, tivemos enormes perdas.

Caso o calendário não resolva nos pregar uma peça e depois da meia noite deste 31 de dezembro, ele realmente marque 01/01/2021 e não 01/13/2020 (vai saber né!), podemos começar a fazer prognósticos para o ano que se inicia.

Fizemos uma pesquisa entre os trabalhos que já estão confirmados para 2021 e preparamos DUAS listas pra vocês. Sim, duas! Por que vocês merecem isso. Uma delas será com os discos que estão deixando os fãs com a hype mais alta e a outra trará as nossas apostas para este novo ciclo que se iniciará no Metal mundial.

Começaremos com as nossas apostas.

10. Ronnie Atkins

Previsto para março de 2021, “One Shot” será o primeiro disco solo da carreira do fantástico vocalista Ronnie Atkins (Pretty Maids e Nordic Union). O músico enfrenta um câncer já em estágio 4 (inoperável e incurável) e, portanto, esta pode ser a sua última contribuição ao universo da música. Torcemos por um milagre e, sem dúvidas, apostamos nossas fichas que será mais um trabalho classudo e digno de toda a carreira deste grande mestre dos vocais.

9. Blaze Bayley


Em 9 de abril, poderemos conferir o mais novo trabalho do vocalista mais odiado pelos fãs chorões do Iron Maiden. Nós do Mundo Metal, obviamente, não ligamos para nada disso e amamos muito toda a carreira de Bayley. A discografia do cara já é bastante extensa e, sem dúvidas, muito boa, até o momento não derrapou e tão pouco vimos Blaze tentando viver de sua ex-banda. Caso você seja um hater detrator, chora na cama por que vem aí outro excelente registro. O nome da criança é “War Within Me”.

8. Sweet Oblivion

Eis que o colossal vocalista Geoff Tate ressurge das cinzas com este projeto maravilhoso e, sim, já temos a confirmação de um novo álbum do Sweet Oblivion para o primeiro semestre de 2021. A banda será a mesma que gravou o debut e o patrão, dono da Frontiers Music, Serafino Perugino, anda rasgando elogios ao material nos bastidores da gravadora.

7. Asphyx

Em 22 de janeiro, os veteranos holandeses do Asphyx apresentarão “Necroceros”, o seu décimo álbum de estúdio. Nos baseando nos dois singles disponibilizados, “Botox Implosion” e “Knights Templar Stand”, não dá pra não apostar nesse disco. Gosta de Death Metal old school feito por quem entende do assunto? Fica ligado por que o Asphyx jamais erra!

6. Living Metal

Com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2021, o aguardado primeiro full lenght do quarteto paulistano sucederá o aclamado EP de estréia e o split feito em conjunto com o Torture Squad. Se gosta de Heavy tradicional a lá Judas Priest e Accept, e curte as bandas reveladas pela NWOTHM, o primeiro registro do Living Metal será imperdível para você.

5. KK’s Priest

Às vezes, as tretas entre os membros de bandas gigantes do Metal resultam em bons projetos, suspeitamos que seja este o caso da nova banda criada pelo guitarrista KK Downing (ex-Judas Priest). O cara recrutou mais dois músicos que já passaram pelo Priest (o excepcional vocalista Tim Owens e o baterista Les Binks), formou o KK’s Priest e promete um disco de inéditas para o início do ano. A chance desse projeto dar certo é enorme, para isso, basta que os músicos entreguem um arroz com feijão bem feitinho e o álbum já deve ser um dos mais badalados do ano.

4. Cradle Of Filth

Depois de um período meio apagado e sem muita criatividade, Dani Filth e seus comparsas voltaram as boas com o lançamento dos dois últimos álbuns, “Hammer Of The Witches” e “Cryptoriana”. Os registros são realmente ótimos e trouxeram a boa fase de volta. Segundo Dani, o novo trabalho do Cradle será o melhor da atualidade, senão de toda a discografia. Como eles estão com crédito na casa, apostamos bastante nessa bolacha que sai em 2021, porém, ainda não tem título e nem data de lançamento.

3. Overkill

Se existe uma banda veterana no Thrash mundial que não para de lançar ótimos álbuns, esta banda se chama Overkill. Os últimos seis registros de estúdio dos norte americanos são excepcionais e nós não somos loucos o suficiente para apostar que este novo não será. Apesar de não terem divulgado muitas informações sobre o disco, o baixista DD Verni recentemente disse que o petardo pode pintar no começo do ano. Estamos aguardando.

2. Witherfall

Os norte americanos do Prog Power chegam com tudo em 2021 e, em 5 de março, apresentarão o aguardado terceiro registro de sua carreira batizado de “Curse Of Autumn”. Além do guitarrista Jake Dreyer (Iced Earth) e do vocalista em ascensão Joseph Michael (Sanctuary), os caras recrutaram nada menos que Jon Schaffer (Iced Earth) para produzir a bagaça. Já foram lançados 3 singles e eles são muito promissores. Fica de olho nesse lançamento!

1. The Troops Of Doom

Creio que todos que ouviram o EP de estréia, “The Rise Of Heresy”, devem estar muito ansiosos para ver o que Jairo Guedz, Marcelo Vasco e sua trupe irão aprontar no primeiro álbum de estúdio da banda. O EP foi um verdadeiro pé na porta e o full promete balançar as estruturas do Metal BR em 2021. Se a sua praia é aquele Death Metal old school praticado pelo Sepultura no início de carreira, o Troops Of Doom é, sem dúvida, a sua banda.

Obviamente, agora vamos aos mais aguardados por todos!

10. Therion

Os veteranos do Therion lançarão no dia 22 de janeiro de 2021, o seu décimo sétimo álbum de estúdio, intitulado “Leaviathan”. O disco chegará às lojas de todo o mundo via Nuclear Blast records e a banda já começou o trabalho de divulgação, disponibilizando alguns singles. Se você é fã dos suecos e não achou o trabalho anterior empolgante, fique ligado por que “Leviathan” promete ser uma reviravolta na carreira do sexteto.

9. Nervosa

Após as mudanças ocorridas no line-up da banda, apenas a guitarrista Prika Amaral permaneceu para representar a antiga formação. De trio, o Nervosa passou a ser um quarteto e as meninas soltarão no dia 22 de janeiro seu mais novo álbum, “Perpetual Chaos”. Dois singles já foram disponibilizados e as faixas “Guided By Evil”, além da canção título, “Perpetual Chaos”, parecem ter recebido total aprovação dos fãs.

8. Epica

“Omega”, o décimo primeiro registro dos holandeses do Epica chegará às lojas no dia 26 de fevereiro e a banda já disponibilizou dois singles, “Abyss Of Time” e “Freedom – The Wolves Within”. Para os amantes da voz de Simone Simons e do Symphonic Metal, este é um dos discos mais esperados dos últimos tempos.

7. Blind Guardian

Após o projeto sinfônico, “Twilight Orchestra: Legacy Of The Dark Lands”, lançado em 2019, os bardos alemães do Blind Guardian deram indícios que seu próximo disco promoverá a tão aguardada volta às raízes. Uma faixa nova (“Violent Shadows”) foi executada ao vivo e, realmente, a canção é muito mais pesada que qualquer coisa gravada por eles após “Nightfall In Middle Earth”. Será que, finalmente, veremos o velho Blind com sangue nos olhos novamente? O jeito é aguardar!

6. King Diamond/Mercyful Fate

“The Institute” era para ter sido lançado em 2020, porém, King Diamond resolveu abortar a missão em razão da pandemia. O disco já está gravado desde o final de 2019 e, em 2021, deve, finalmente, ser apresentado aos fãs. “Ué, mas por que vocês colocaram o nome do Mercyful Fate junto?” Calma pequeno gafanhoto, eu te explico! Como todos sabem, o Mercyful Fate anunciou o seu retorno e, em meados de novembro de 2020, King Diamond disse que estava gravando novas músicas da banda, sendo assim, é bem provável que role uma dobradinha do capiroto com lançamentos tanto da carreira solo de King, como também do lendário Mercyful Fate. Que tal isso? Tá bom para você?

5. Carcass

Após 7 fuckin’ years, os demônios da medicina legal “deathmetaliana” irão finalmente nos brindar com mais um banho de sangue em formato de CD, LP e todas as demais mídias. Os planos eram lançar o novo trabalho em 2020, porém, a pandemia deixou os cadáveres impróprios para que as autopsias do tinhoso fossem realizadas. Com isso, lançaram um EP maligno mergulhado no formol como prévia e estão afiando os bisturis para dar início a carnificina em 2021.

4. Accept

Sem o baixista Peter Baltes, porém, com três guitarras, o Accept lançará o seu quinto disco após o retorno em 2010. “Too Mean To Die” chegará às lojas em 15 de janeiro e duas faixas já foram liberadas para audição. Além da tipicamente Accept canção título, “Too Mean To Die”, pudemos ouvir a “diferente”, porém, matadora, “The Undertaker”. A hype está lá no alto e os alemães não tem errado há anos, portanto, espere mais um trabalho de alto nível forjado no mais puro aço teutônico.

3. Exodus

“Persona Non Grata” será o nome da mais nova insanidade produzida pelo Exodus. Segundo o chefe, Gary Holt, em junho de 2021 poderemos ouvir as novas músicas dos thrashers estadunidenses. Já segundo o vocalista Steve ‘Zetro’ Souza, “o álbum é muito brutal, é muito violento, é muito rápido. As letras são muito agressivas e tem assuntos muito profundos. Não decepciona.” Sinceramente? Eu acredito!

2. Megadeth

Após enfrentar um câncer e mostrar quem é que manda, titio Mustaine está de volta mais carrancudo, ácido e pistola do que nunca. Segundo o fiel escudeiro, David Ellefson, o novo álbum está rápido, complexo, pesado e com momentos que remetem aos clássicos da banda. Se você não acredita, espere até metade de 2021 e confira o novo trabalho do Megadeth.

1. Helloween

O álbum ainda não teve o seu título divulgado, porém, as gravações aconteceram em dois estúdios diferentes, no Home Studios, em Hamburgo, que foi onde tudo começou em 1984 e, no Valhalla Studios, onde gravaram “Master Of The Rings”, “The Time Of The Oath” e “Better Than Raw”. A preocupação da banda foi tanta em voltar as raízes que o baterista Daniel Löble tocou no kit de bateria que foi usado por Ingo Schwichtenberg nas gravações de “Keeper Of The Seven Keys”. Se você está ansioso para ouvir um novo trabalho do Helloween que conta novamente com Kai Hansen e Michael Kiske, acalma-se, o primeiro single será lançado em março e trata-se de um épico com 12 minutos de duração escrito totalmente por Kai Hansen.

Observação importante: bandas como Anthrax, Kreator, Iron Maiden, Metallica, Judas Priest e Coroner, podem lançar seus novos álbuns também em 2021, porém, ainda não confirmaram oficialmente isso e, portanto, não foram listadas aqui.

Redigido por Fabio Reis

Playlist: Heavy Metal no mundo em 2020

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2020 finalmente se foi, porém, apesar de todos os problemas que tivemos neste ano fatídico, o Heavy Metal como sempre foi a nossa válvula de escape e nos presenteou com muitos trabalhos de altíssimo nível. Preparamos uma mega playlist com tudo o que de melhor foi lançado no decorrer destes doze meses. Se você não teve tempo para acompanhar todos os lançamentos, mas gostaria de ter feito, esta playlist vai te auxiliar em pesquisas futuras e você vai poder ter as reais dimensões de como o ano foi frutífero para o Metal. Nossas escolhas vão do Hard ao Black Metal, do Power ao Thrash, e as bandas avaliadas são de basicamente todas as partes do globo. Nossas regras para listar estas mais de 130 faixas foram simples, a música que consta na playlist precisa ter sido lançada em 2020, não importa se foi em formato de single, EP ou full lenght. Obs: a única exceção à regra foi a faixa “Masquerade Of Madness” do King Diamond, que foi lançada no finalzinho de 2019 como single do vindouro álbum “The Institute”. O disco seria lançado em 2020 e acabou sendo adiado para 2021, sendo assim, é uma música que passou o ano todo como se fosse uma faixa de um trabalho prestes a ser lançado e, por isso, acabou sendo mantida na lista. Obs2: o plugin do Spotify no site limita a lista em 100 músicas, mas a playlist possui mais de 130 músicas. Se preferirem, acessem diretamente no Spotify clicando AQUI: Aperta o play e boa viagem!

Redigido por Fabio Reis

Nos bastidores da música: a patrulha do Metal segue tentando cancelar…

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Escrever conteúdo opinativo para o público do Rock e Heavy Metal é uma via de mão dupla quando é necessário abordar determinados assuntos. Ao mesmo tempo em que muitas pessoas conseguem captar as principais mensagens e entendem determinados pontos sensíveis que precisam ser debatidos mais à fundo, outras não são minimamente capazes de interpretar frases simples e objetivas. Apesar desse retrospecto um tanto desanimador, alguns temas são necessários e nós seguiremos colocando o dedo na ferida até que o público do Rock entenda que certos comportamentos são destrutivos para o próprio Rock.

É impressionante como algumas pessoas não conseguem avaliar situações e acontecimentos sem enfiar suas malditas ideologias políticas no meio de tudo. Recentemente, publicamos um artigo que expunha algumas atitudes caricatas de alguns headbangers e, obviamente, quem se sentiu atingido não foi capaz de fazer uma auto avaliação (patrulhar a casa do vizinho é sempre mais fácil e cômodo, não é mesmo?). Como já era esperado, alguns nos acusaram, deturparam nossas falas, fizeram campanhas fracassadas para nos “cancelar” e, claro, passaram muita vergonha na internet (sim, mesmo que não percebam, essas pessoas passam muita vergonha quando resolvem incarnar o militante partidário detentor da verdade absoluta).

Um dos assuntos abordados no artigo mencionado era o ato de dividir o seu público estabelecendo posicionamentos extremos sobre temas polarizados. É um fato que essa não é uma boa estratégia para quem deseja viver de música, principalmente, nestes tempos atuais onde a política se tornou uma guerrinha de egos em frangalhos. Talvez, como fã de determinada banda, você ache bacana ver que os músicos possuem uma ideologia política, filosófica ou religiosa igual a sua, mas á partir do momento que esse artista se torna um militante chato, ele automaticamente vai falar para um público menor (mais especificamente, aqueles que concordam com ele). Dependendo do teor das declarações e, aqui devo registrar que muitos artistas cometem exageros e ultrapassam o limite aceitável partindo para declarações ofensivas, esses caras vão perder fãs, vão perder dinheiro e, claro, vão perder relevância.

Se você pensar em nomes como Roger Waters, Ted Nugent, Paul Stanley, James Hetfield, Dee Snider, Tom Araya ou qualquer outro desse núcleo mais badalado, é claro que não estarão nem aí para nada e falarão o que pensam sem pestanejar. Estão ricos, alguns milionários, suas vidas já estão ganhas e, independente das suas declarações e opiniões serem polêmicas, isso não vai impactar seus negócios e nem seu conforto. Todos eles serão capazes de falar o que bem entenderem em uma entrevista e depois, independente da repercussão, voltar para suas enormes casas e suas contas bancárias abundantes.

A mesma realidade não se aplica a esmagadora maioria dos músicos do Rock e Metal, e aqui me refiro a aqueles músicos que precisam matar um leão por dia e, mesmo assim, tem sofrido com um patrulhamento nonsense. É sobre esta classe que vamos falar.

Me deparei com uma entrevista muito interessante e reveladora concedida pelo vocalista Jeff Scott Soto e, peço que reparem bem, não estamos falando de um músico iniciante, mas de um cara com história. Soto tem em seu currículo bandas como Sons Of Apollo, Talisman, Journey e Yngwie Malmsteen, além disso, conta com uma carreira solo sólida e bastante frutífera. Na entrevista concedida ao “The Ron Keel Podcast”, o cantor foi questionado sobre como era ter que se equilibrar entre a linha tênue entre entreter seu público com sua arte e falar o que pensa sobre questões políticas. Ao contrário de muitos, Jeff Scott Soto evitou as respostas óbvias e fez uma análise contundente, mais aprofundada e, deveras, interessante. A resposta foi a seguinte:

“É meio que no mesmo contexto de ‘conheça o negócio, mantenha o negócio’. Percebi que há muita divisão de pensamentos, sentimentos e emoções. E não sou de deixar de ser um amigo ou de falar com um membro da família porque seus pontos de vista são diferentes dos meus, a menos que você esteja falando sobre pedofilia, a menos que você esteja falando sobre algo tão extremo como, ‘bem, eu acredito que Charlie Manson foi um profeta’. É aí que eu traço um limite. Mas quando se trata de religião, gênero ou pontos de vista políticos, se você é meu amigo, você é meu amigo. E você é meu amigo porque gosto de você como pessoa, não porque você torce para o mesmo time, por assim dizer. E isso é o que considero um grande problema hoje.

Eu odeio o fato de que não podemos falar abertamente o que pensamos, não podemos fazer nossas vozes serem ouvidas, porque as pessoas querem apenas que nós nos calemos e cantemos. Eles dizem ‘não nos importamos com seus pontos de vista’. Mas espere, o que faz você pensar que eu me importo com os seus pontos de vista? Você é um fã, você é alguém que compra minha música, você é alguém que me ouve cantando. Eu também não quero saber suas opiniões políticas, mas eu sou obrigado a saber porque você parece jogá-las e atirá-las em mim toda vez que tento fazer uma declaração que nem tem nada a ver com algum político. Eu postei outro dia sobre meu amor pelos Lakers e estou muito feliz que os Lakers trouxeram o campeonato para casa este ano, e eu fui detonado. Os Lakers e a NBA decidiram apoiar o ‘Black Lives Matter’ em toda a temporada, então o fato de eu torcer para o Lakers para muitos significou que eu automaticamente sou um extremista de esquerda, porque estou seguindo a plataforma deles e aceito isso, e se eu estivesse na ala da direita, eu teria que ter dito para o meu time tirar umas férias. Veja bem, você está entrando na minha cabeça sem nem mesmo saber quem e o que sou!

Estou empolgado e comemorando um momento do esporte e você está falando mal disso porque acha que estou tentando fazer uma declaração política. É por isso que, pessoalmente, acabei por recuar. Percebo, especialmente no meu nível, e eu não estou no nível de um Bono ou um Brian May, onde se eu perder 50% da minha base de fãs, eu vou ficar bem Se eu perder 50% da minha base de fãs, eu posso muito bem começar a trabalhar em um posto de gasolina.

Digo aos meus amigos: ‘Escute, contanto que você não tenha problema com isso, eu não tenho’. Mesmo quando divirjo de meus amigos, nós meio que brincamos e rimos, falamos coisas como ‘você é um idiota. Não há como você acreditar nisso.’ E isso sem dizer nada sobre de quem estou falando ou do que estou falando. Esqueça a política. Estou dizendo no geral, você pode concordar ou discordar e ainda assim amar um ao outro, e isso é uma coisa que eu realmente sinto que está faltando neste momento no mundo todo.”

Estas declarações de Jeff Scott Soto levantam muitos pontos que nós aqui já ressaltamos há tempos e precisam ser debatidos com seriedade. Quando nós falamos que dividir o público é algo extremamente nocivo e os que embarcarem nesta onda, correm o risco de perder dinheiro, entre outras coisas, precisamos enxergar que outros problemas seríssimos estão enraizados nesta questão. O correto seria Jeff Scott Soto e qualquer outro artista poder falar sobre o que bem entender e os fãs simplesmente tratarem isso como algo normal. Porém, com a polarização, isso nem sequer é mais possível. Um músico entrega arte para o seu fã, um músico não precisa ser o espelho ideológico do fã. Um músico jamais deveria se sentir coagido a replicar um discurso só por que parte da sua base de fãs embasa esse discurso, um fã não deveria exigir que um músico exponha suas posições se ele assim não desejar. Mais do que isso, as pessoas precisam aprender que ninguém perde seu talento ou importância na música por que deu uma declaração pessoal sobre o que pensa à respeito de um tema extra-música.

O Rock e o Heavy Metal vem se tornando um ambiente hostil à todos por que meia dúzia de idiotas resolveram bradar que dentro do ambiente musical, a política é mais importante que a própria música. Isso não existe! Em um gênero que sempre foi, desde os seus primórdios, um grito de liberdade, estamos vendo uma galera restringir a liberdade dos próprios artistas e dos fãs por que “é um absurdo ser roqueiro conservador”, “é um absurdo ser um roqueiro socialista”, “é um absurdo ser do Metal e cristão”, “é um absurdo não passar pano para determinado corrupto de estimação”. Galera, sabe o que é um absurdo? É um absurdo pregar tanta tolerância, amor, ser todo politicamente correto e engajado, mas ao mesmo tempo, não saber respeitar as individualidades, opiniões divergentes e, pior que isso, covardemente atacar quem não faz parte do seu clube do bolinha particular. Um absurdo, é você no alto da sua arrogância, se achar mais headbanger que o outro por que você segue uma ideologia político partidária diferente.

Tom Araya e Mille Petrozza, ambos “preocupadíssimos” com a posição política um do outro

Por mais que seja indigesto, o direcionamento desta conclusão precisa ser ao roqueiro militante. E você precisa ter plena consciência que, não, o seu amigo militante não se politizou, ele apenas polarizou. E escolher um time para torcer não faz de ninguém um expert em economia, um cientista político, um sociólogo, tão pouco, dá a uma pessoa superpoderes para escolher o que é certo ou errado. Entenda, o que uma pessoa expressa, é apenas a opinião dela. Como uma pessoa se posiciona sobre determinado assunto e as coisas que ela decide seguir ou acreditar, não é da sua, nem da minha e nem da conta de ninguém, simples assim. Está na hora de amadurecer e deixar de ser aquele menininho(a) mimadinho(a) da quarta série que quer que a sua vontade seja imposta sobre a vontade dos demais. Por mais que alguns acreditem que tem esse direito, ninguém tem o direito de patrulhar ou exigir nada dos outros, não existe nenhuma polícia virtual do Metal que precisa ser obedecida.

Diretamente a patrulha agora: quando alguém não fizer o que vocês querem, não pensar como vocês querem e não agir como vocês querem, podem espumar de raiva à vontade, mas não adianta se desfazer, caluniar, detratar, taxar, tentar humilhar ou demonizar. Se vocês não conseguirem argumentar e, no campo das idéias, perderem a discussão, significa que não conhecem seu “time” como deveriam. E aí no caso, o famoso “vai estudar” repetido por muitos talvez sirva para si. Partir para o ad hominem só demonstra ignorância e intolerância.

Por aqui, nós já estamos mais do que acostumados com ataques e, não importa quantas vezes essa galera aparecer para nos taxar ou criticar, nós sempre vamos levantar a única bandeira possível em uma mídia como esta, que é a bandeira do Rock e do Heavy Metal. Nós sempre vamos apontar esse tipo de atitude escrota, doa a quem doer e, não importa se o que falarmos irá magoar as suas convicções políticas, a grande verdade é que seja você de esquerda ou direita ou do raio que o parta, se você for um chato cagador de regras onde em um ambiente feito para se falar de música, coloca as suas baboseiras político partidárias na frente da arte, você na verdade não gosta de Rock e nem de Metal, você gosta de ideologia. Se você vê o coleguinha do lado como um inimigo e um ser abominável só por que ele tem posições diferentes da sua, você é um intolerante preconceituoso incapaz de conviver em sociedade. Se você acha que uma letra política com a opinião pessoal de um mero músico é mais importante do que a própria música feita por ele, esta na hora de você ouvir menos Rock e ler mais livros.

Definitivamente, existe uma galera que não aprendeu nada com o Rock.

Um gênero que sempre se caracterizou pela liberdade, atitude, rebeldia e pelo politicamente incorreto, está infestado de cagadores de regras, mimizentos e passadores de pano de político safado. Certamente, Lemmy se revira no túmulo…

Redigido por Fabio Reis

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