A banda grega de Thrash Metal, Exarsis, lançou seu quinto full lenght, “Sentenced To Life”, no último dia 27 de novembro, sucedendo o álbum “New War Order” de 2017.
A audição do “Sentenced To Life” é o meu primeiro contato com o trabalho do Exarsis. Confesso que os elementos que mais me chamaram atenção foram os vocais de Nick J. , que são agudos e gritados, porém dentro da medida que me agradam. As guitarras da dupla Christos T. e Kostis F.alternam riffs e bends de ataque, além de solos que aliam técnica, melodia e feeling. A bateria de Panos M. e o baixo de Chris P. formam a cozinha que equilibra a sonoridade do Exarsis.
A pequena intro “Cen$ored” prepara a chegada de “Another Betrayal”, canção de abertura do disco. Um delicioso Speed/Thrash Metal que chega feito furacão, causando destruição por onde passa.
“The Truth Is No Defense”
“The Truth Is No Defense” vem em seguida para aniquilar com o restinho que ainda havia sobrado após a passagem da tempestade “Another Betrayal”. Sobretudo, o Thrash Metal do Exarsis é desaconselhável para ouvintes extremamente sensíveis. Por outro lado, o trabalho conjunto das duas guitarras em “NoTruth Is No Defense” exalta o ponto mais forte da sonoridade da banda, depois dos vocais.
Divulgação / Facebook / Exarsis
“Aiming The Eye”
Aliás, o cataclismo persiste na faixa “Aiming The Eye”. Uma introdução instrumental de quase um minuto exibe uma coleção de riffs aniquiladores. O baterista Panos M. se destaca nos pedais duplos em momentos isolados e Nick J almeja atingir o firmamento dos agudos com seus gritos para lá de insanos.
“Mothtied”
Logo após, “Mothtied” , a qual introduz com um lindo solo de guitarra e tem um dos melhores refrãos do disco, parece que vai ser mais cadenciada, porém essa impressão dura pouco, pois ela logo acelera, mantendo a pegada inicial.
“The Drug”
Em contrapartida, o tema instrumental “The Drug” providencia um descanso para os esmurrados ouvidos. Um dedilhado de guitarra com alguns harmônicos, sutilmente, executados, além de bends que dão a pequena faixa uma atmosfera sombria e de causar suspense.
“The Drug” se converte em “Against My Fears”, que é uma canção com uma sonoridade distinta do restante do full lenght até aqui. Os vocais intercalam os agudos com vozes médias, porém ela se modifica, terminando tão brutal quanto as suas antecessoras.
“One Last Word”
Enquanto isso, “One Last Word” dá o pontapé inicial da trinca final do quinto disco do Exarsis. Ela é a canção mais trabalhada do registro, contendo muitas mudanças rítmicas e os melhores solos do “Sentenced To Life”.
“Interplanetary Extermination”
Ao propósito, “Interplanetary Extermination” acelera o ritmo da bolacha. Os vocais de apoio remetem aos utilizados pelas bandas norte-americanas dos anos 80. A canção que encerra o full lenght, “New War Order”, curiosamente, é homônima ao álbum anterior da banda, inclusive, me levou a pesquisar se não era regravação da faixa título daquele registro, mas não é. O trabalho do duo de seis cordas foi mais uma vez impressionante, dando ao quinto capítulo completo da história do Exarsis um encerramento a altura de sua qualidade.
Divulgação / Facebook / EXARSIS
O ano de 2020 foi feliz para o Metal de modo geral, mas ele foi extremamente gentil com o ThrashMetal. Nessa resenha aprendi que nem só de Suicidal Angels vive o Thrash Metal grego, pois me impressionei com o que eu conheci do Exarsis.
Aprovado e recomendado aos fãs de Thrash Metal de todas as idades, pois o meu palpite é que pode agradar a todos.
Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.
Despretenciosamente, veio o grupo e depois a página no Facebook, aos poucos passamos a utilizar outras redes como Instagram e Youtube e, posteriormente, nosso site oficial veio a luz. Apesar de todas as dificuldades da vida cotidiana, nunca desistimos de nossos objetivos e, hoje, nosso site está em franca expansão.
Sejam muito bem-vindos a nossa casa e desejamos de coração que voltem sempre.
“Straight To Hell” é o sexto full lenght da banda espanhola de Power/Heavy Metal, Vhäldemar, sucessor do álbum “Against All Kings” de 2017. Assim como nos anos anteriores, a árvore do Power Metal deu seus bons frutos em 2020 e“Straight To Hell” do Vhäldemar não é uma exceção. Já que sua sonoridade é uma mescla de Manowar pós “Kings Of Metal” com o clássico Power Metal europeu dos anos 90, ou seja, dificilmente poderia dar errado.
Introdução
“Death To The Wizard!” é a abertura desse épico disco, que demonstra todas as características sonoras supracitadas no parágrafo inicial, evidenciadas pela competência de cada um dos músicos e do vocalista Carlos Escudero. Os riffs invadem a mente e, dessa forma, não desgrudam dela tão cedo e os solos são riquíssimos em feeling e técnica.
Em seguida, “My Spirit” atua como complemento de sua antecessora, transbordando a bela musicalidade que de praxe é proporcionada pelas melhores bandas de Power Metal do mundo. Embora o Vhäldemar não seja considerado parte dessa elite, possui um trabalho que não deve nada a ela.
Por outro lado, “Afterlife” evidencia a potência melódica dos vocais de Escudero. Pois, aquela veia Manowar, que mesclava as duas músicas anteriores, é deixada de lado, e as influências no Power dos anos 90 ficam mais nítidas. Como resultado, um refrão que mais parece um hino e que é facilmente absorvido e decorado.
VHÄLDEMAR / Divulgação / Facebook
“Straight To Hell”
A faixa título, por sua vez, é mais cadenciada, explorando outros universos não percorridos ainda dentro do álbum. Novamente, Pedro J. Monge se destaca com seus incríveis solos que dão mais poder a música do Vhäldemar.Já “Damnation’s Here” volta a tornar o ritmo acelerado, sutilmente. Na sequência, chega a vez do tecladista Jonkol Tera se destacar com os seus solos, o que me causou uma surpresa, pois eu esperava novamente pelos solos de guitarra, porém me surpreendi positivamente.
Heavy Power Metal
“Fear” tem uma sonoridade mais voltada ao Heavy Metal na maior parte de seu tempo de duração, porém a veia Power Metal ressurge a cada refrão. Guitarra e teclado, ao mesmo tempo, promovem um fantástico dueto de solos.
“Hell Is On Fire” introduz ainda mais Heavy que faixa anterior. O som encorpado do baixo de Raúl Serrano incrementa o peso da canção, possivelmente essa escolha seja proposital, pois a banda tem uma única guitarra e o peso do baixo pode segurar a onda nas apresentações ao vivo.
Destaco a elogiável produção do disco, que equilibra peso, nitidez de todos os instrumentos e timbres bem selecionados.
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“Black Mamba”
Já “Black Mamba” tem alguns do riffs mais pesados do disco. O ritmo se mantém mais cadenciado, deixando de lado a aceleração de seu início. Os vocais de Escudero seguem transmitindo melodia e feeling.
Ainda faltava uma balada no disco. “When It’s All Over” chega para preencher esse vazio e dá um toque especial ao sexto full lenght do Vhäldemar, pois uma balada é sempre bem vinda no subgênero Power Metal, ainda mais quando tem essa qualidade de “When It’s All Over”. Bela canção em um belíssimo trabalho.
Pedro J. Monge tampouco deixou a desejar nessa faixa, executando alguns dos solos mais bonitos de sua performance nesse registro. “Old Kings Vision (Part VI)” bota um ponto final em “Straight To Hell’. Ela é parte de uma saga que tem outras cinco partes, das quais não posso comentar, pois ainda não tive a oportunidade de conhecer, porém, sobre a parte VI posso dizer que ela é um encerramento a altura do alto nível do atual lançamento do Vhäldemar, que é agradável da primeira a última canção.
Se você já conhece Vhäldemar, vai se deliciar com esse novo trabalho, mas se ainda não, não perca mais tempo e coloque em sua playlist com extrema urgência.
Aprovado e indicado, portanto, para todos os fãs de um primoroso Power Metal.
A banda polonesa de Blackened Death Metal, Hate, está gravando seu décimo segundo álbum, “Rugya” (título ainda provisório), o qual sucede “Auric Gates Of Veles” de 2019, no Hertz Studios. O disco contará com nove faixas e será lançado em 2021 pelo selo Metal Blade Records.
A banda divulgou:
“entramos no famoso Hertz Studios para gravar o sucessor de “Auric Gates Of Veles” de 2019. Atualmente apenas o título provisório “Rugya”, o material contém 9 novas canções que narrarão este momento criativamente frutífero em nossas vidas. Hate sempre foi uma banda que colocou a exploração na linha de frente de suas prioridades, e esses últimos anos nos garantiram definitivamente a passagem para novos horizontes.”
“Auric Gates Of Veles” convenceu grande parte dos fãs de Death Metal, portanto a expectativa é de outro bom disco surgindo em 2021.
Confira os 7 passos para se tornar um metaleiro fracassado.
Assim como em todos os segmentos da sociedade, no Metal as pessoas entraram na modinha mídias, querendo emitir opinião sobre tudo. Mas, quando eu digo tudo, é tudo mesmo!
De uma hora para outra, um técnico em informática se torna um especialista em código penal, um balconista de loja se torna expert em ciências políticas, um médico se torna especialista em engenharia e, um engenheiro, como em um passe de mágica, passa a ter mais conhecimento técnico que um infectologista de renome internacional. Óbvio que essas pessoas não estão preparadas para falar sobre nenhum desses temas de forma mais aprofundada, mas de uma maneira quase infame, acreditam piamente que estão e, o pior, falam com autoridade e propriedade.
Por outro lado, temos os que dão palanque para estes “sabe-tudo” que não sabem nada, e aí vira uma tremenda bagunça. A partir do momento que temos um número alto de pessoas espalhando falácias sem qualquer embasamento e um número estrondosamente maior de pessoas acreditando nesses discursos desvairados e cheios de devaneios, o caos se instaura e a informação de qualidade passa a ser um artigo de luxo,
Fãs de Heavy Metal sabem falar sobre qualquer coisa, será?
Os fãs de Heavy Metal não são diferentes das outras pessoas e, além de opinar sobre qualquer assunto (desde que seja o assunto do momento), também resolveram trazer esta metodologia idiotizada para temas ligados a música extrema. Já faz alguns anos que politizaram/imbecilizaram o gênero aqui no Brasil e os responsáveis por fazer do underground nacional um verdadeiro campo de batalha, podem ser facilmente identificados. Suas atitudes na grande maioria das vezes são bem caricatas, não possuem muito fundamento e geralmente pendem para a defesa explícita de alguma ideologia política.
Neste texto, nós faremos o seu amiguinho que se julga o conhecedor-supremo-de-todas-as-coisas morrer de vergonha e chorar em posição fetal enquanto chama pela mamãe. Prepare-se por que é aqui que você vai conhecer os 7 passos para se tornar um metaleiro fracassado!
Passo 1: não tenha conhecimento musical adequado
Para se debater um assunto de maneira satisfatória, é necessário ter o mínimo de conhecimento sobre ele. Se você ouve Heavy Metal há muitos anos e sempre foi um “estudioso” do gênero e das principais bandas, certamente você irá conhecer alguns detalhes históricos e passagens importantes sobre o assunto. Fatalmente, você irá conhecer muito bem os álbuns mais clássicos e, talvez, até tenha vivido a época de seus lançamentos, dessa forma, irá se recordar de detalhes sobre aquela época, sobre a repercussão de tais registros e demais curiosidades.
Se você é um jovem padawan que adentrou este universo a pouco tempo, é muito comum que você possua algumas idéias equivocadas sobre coisas do passado, dessa forma, tentar argumentar sobre a importância de “The Number Of The Beast” com um tiozão de 50 anos que vivenciou esse lançamento, não é um atitude muito inteligente da sua parte. Também é pouco inteligente simplesmente se desfazer de um dos discos mais importantes da história do Metal, só por que você não conhece a sua história ou tem preguiça de ler a respeito.
Procure equilibrar as audições entre novidades e clássicos. Leia à respeito das bandas que você mais gosta e, ao invés de estereotipar os mais velhos, aprenda com eles.
Passo 2: “apoie a cena“
(sendo desleal e hipócrita com os headbangers)
Eis um tema polêmico e, que já renderia um artigo, mas vamos sintetizar os principais pontos e apontar alguns erros crassos que são cometidos frequentemente. A questão mais relevante é: deve-se apoiar a cena local com afinco? Claro que sim! Mas temos que nos atentar que muitos se utilizam deste discurso para te empurrar obrigações das quais você não tem. O Metal nacional está repleto de bandas maravilhosas e que merecem o seu apoio, porém, também está cheio de chorumes dos mais diversos tipos. Você precisa respeitar as suas preferências pessoais e apoiar os nomes que realmente aprecia.
Nunca deixe que regrinhas impostas por aproveitadores tirem o seu foco. Não, você não é obrigado a pagar quinze reais pra ver o seu amigo tocar se a banda dele for uma porcaria. Negativo, você não é obrigado a deixar de comprar o material da sua banda gringa favorita pra adquirir CDs de bandas nacionais ovacionadas por meia dúzia de trues sendo que você sequer gostou destas bandas.
Não, você não é obrigado a ir naquele evento localizado dentro de um buraco fedorento sem o mínimo de infra estrutura, para tomar cerveja quente e assistir cinco bandas onde, ás vezes, se salva uma e, mesmo quando isso acontece, você não conseguiu ver o show direito por que o som estava uma tremenda porcaria. Amigo, vai por mim, cena nenhuma paga as suas contas, sendo assim, nenhum “representante máximo do underground” tem o direito de apontar o dedo na sua cara e te dizer o que você deve ou não fazer.
Obviamente, existem muitas exceções, muita gente trabalha seriamente em prol do underground e produz eventos de qualidade que merecem o seu apoio. Posso até mencionar como exemplo, os amigos do Metal BR e alguns eventos organizados pela Praelli Produções, que defendem a cena underground com afinco, mas não se esquecem que o público e as bandas precisam ser tratados com respeito e dignidade.
Passo 3: Seja um militante
Creio que todos já se depararam com algum “rosqueiro” metido a politizado afirmando com convicção, que o Heavy Metal é um movimento político.
O cara faz uma baita ginástica mental, volta lá no começo do estilo, romantiza o surgimento do Black Sabbath e do Judas Priest, menciona as letras de “War Pigs” e “Breaking The Law”, depois vai citar o PMRC e contar mais um monte de baboseiras senis. É lamentável que muitos jovens comprem esse tipo de falácia e acabem se tornando os famosos “militantes do Metal”.
A verdade nem sempre é doce e nem sempre é agradável, mas nós estamos aqui para dizê-la! Por tanto, por mais que você sinta que seu coração está sendo dilacerado, precisamos te informar que: NÃO! O ROCK E O HEAVY METAL NÃO SÃO MOVIMENTOS POLÍTICOS! Muito menos partidários e a favor de ideologia x ou y.
Rock e o Heavy Metal são apenas estilos musicais, apenas arte, entretenimento e diversão.
Se você realmente achou isso, eu só posso lamentar. O Rock e o Heavy Metal são apenas estilos musicais, apenas arte, entretenimento e diversão. Os movimentos políticos já se utilizaram do Rock em diversas ocasiões, mas o Rock nunca se utilizou da política. É simples e de fácil absorção. Todos os movimentos relacionados ao Rock não foram de cunho político. A única exceção foi o movimento Punk e, mesmo assim, tínhamos bandas que se posicionavam de formas diferentes. O Heavy Metal nasceu com garotos no interior da Inglaterra tentando ganhar dinheiro através de letras impactantes e uma sonoridade diferenciada. Você nunca viu uma entrevista sequer de Tony Iommi, Ozzy, Halford ou Tipton levantando qualquer tipo de bandeira política.
Nas famigeradas letras, as bandas podem falar sobre absolutamente tudo, desde a política até qualquer outra coisa. Nem Black Sabbath e nem Judas Priest são bandas políticas por essência. Basta ler as letras e a infinidade de temas abordados que vai constatar isso. A própria letra de “War Pigs” quando menciona os políticos, faz de forma generalizada, não são apenas os políticos de ideologia a ou b, são todos. Portanto, se você defende que o Rock é um movimento político apenas para embasar a sua militância, além de ser um mongolão, também se enquadra no passo 1 e seu desconhecimento sobre o gênero é preocupante. O Rock sempre baterá forte em tudo e todos, coisa que você nunca será capaz de fazer por que a sua ideologia política não vai permitir, não é mesmo?
Passo 4: diga que as bandas morreram depois de determinada fase
É muito comum ver determinados fãs repetirem as frases:
“Metallica morreu no …And Justice For All”
“Sepultura acabou depois que Max saiu da banda”
“Iron Maiden só desce até o Seventh Son Of A Seventh Son”;
“O Metal morreu nos anos 80″…
Deixando claro que a música é subjetiva e você tem direito de gostar dos discos que quiser, mas cara, é somente sua opinião. Ela não é uma verdade absoluta que precisa ser comprovada. Não adianta importunar o amiguinho que resolveu ir além e gosta dos álbuns que você “não ouviu mas não gostou”. Por mais que determinado trabalho ou fase de alguma banda seja intragável para o seu gosto pessoal, sempre existirá quem aprecie aquela arte. Portanto, você ficar repetindo frases como as mencionadas acima, só vai te fazer ser um chatão insuportável e inconveniente.
Todos nós temos bandas, álbuns ou estilos que não gostamos, isso é muito comum. Eu tenho diversos amigos que desaprovam certos registros ou bandas e esses amigos fazem piadas sobre isso. Mas veja bem, SÃO MEUS AMIGOS e estão acostumados a brincar comigo dessa forma, eles tem o meu endosso para isso. É algo sadio e sem qualquer problema. Você cair de paraquedas em conversas alheias ou querer impor que seu gosto é melhor e mais apurado que o do coleguinha é algo nonsense. Ainda mais se for com pessoas que você não conhece e não tem qualquer intimidade. Portanto, se toca, mané, ninguém liga para a tua opinião!
Passo 5: segregue o seu público
Todo mundo sabe que ao abrir um negócio, você busca o lucro. Ninguém abre uma empresa para tomar prejuízo e não progredir. No Metal parece ser um pouco diferente…
Se tornou uma “obrigação” para muitos participantes da tal cena, se posicionar publicamente sobre aspectos da política e demais temas que nada tem a ver com a música. Acontece que quando você tem uma banda, uma produtora, uma assessoria, uma casa de shows ou um veículo de imprensa, segregar significa deixar de ganhar dinheiro. Quando você é o Angra, o Sepultura, ou tem uma assessoria milionária que cuida desse tipo de artista já consagrado, talvez você não se importe muito com isso, afinal, sua vida está ganha e, às vezes, a polêmica pode até ser uma estratégia funcional que vai trazer retorno ao seu negócio.
O problema é que estas instituições grandes geralmente preferem não se manifestar sobre estes assuntos e se abster de polêmicas inúteis. “Talvez” por que sejam inteligentes o suficiente para entender que seu negócio irá prosperar enquanto puderem contar com todo o público e não apenas uma parte dele.
Música é uma arte, mas também é um negócio
Bom, eu nem preciso dizer que são os músicos iniciantes ou as pessoas que possuem pequenos negócios que caem nessa arapuca e se engajam na defesa de ideologias. Sem um público fiel formado, sem fama e sem ter onde cair morto, estes seres de extremo brilhantismo intelectual (só que não) tomam a estupenda decisão (só que não parte II) de se posicionar de forma absolutamente grosseira, indelicada e sem educação, dividindo o seu público que já é mínimo e ganhando a antipatia dos demais. É claro que isso vai dar errado, né criatura!
Use essa “peça” importante do seu corpo chamada cérebro e entenda que o Tom Morello, o Ted Nugent, o Roger Waters e o Tom Araya já ganharam todo o dinheiro que eles podiam ganhar, se eles quiserem ficar falando groselhas o dia inteiro no twitter, será absolutamente indiferente, Já você precisa percorrer um longo e tortuoso caminho até chegar a esse patamar. Eu sei que se conselho fosse bom, se vendia, mas mesmo assim eu vou te dar um: trabalhe mais e fale menos, foque no seu negócio, pare de segregar e comece a AGREGAR. Se não der certo, ao menos você não será um idiota odiado por todos.
Passo 6: seja um cagador de regras
Quando vejo um cagador de regras, posso ouvir a musiquinha tocando de fundo na minha cabeça:
E geralmente dá merda mesmo!
Bom, não tem nem lógica um estilo que se baseia na liberdade individual como é o Heavy Metal, possuir regras e dogmas. O ser humano que se acha no direito de dizer o que você pode ou não ouvir, o que você pode ou não gostar, qual a forma que você deve ou não se posicionar e quais crenças você deve ou não ter, é uma criatura próxima de uma ameba.
Dentro do Heavy Metal só existe uma regra:
Não existem regras!
Ouça o que quiser, seja o que quiser, se comporte como quiser, se posicione como quiser, acredite no que quiser e siga o que quiser. Claro que a liberdade está sujeita as regras da sociedade e, portanto, se você levar isso às últimas consequências, irá responder por seus atos. Mas basicamente, eu quero dizer que você não precisa seguir a cartilha de lazarento algum para ter o direito de ouvir Heavy Metal.
Passo 7 (último dos 7 passos): defenda que o Metal é politicamente correto
Eu sei, eu sei, não tem o mínimo de cabimento, mas tem gente que acredita nisso piamente. Eu nem deveria argumentar, apenas mostrar trechos de letras, fatos históricos, exibir o comportamento destrutivo, violento e inconsequente de alguns rockstars, mas vamos lá…
Não, se tem algo que o Rock e o Metal não é e nunca foi, é politicamente correto. Nosso gênero sempre foi a ovelha negra dos estilos musicais. As declarações e posicionamentos mais polêmicos, as letras mais infames, blasfemas e chocantes, os músicos mais porra loucas, baderneiros, sexistas e problemáticos, as performances mais alucinadas e os fãs mais apaixonados (pra não dizer insanos) estão no meio do Rock e do Metal. Nosso estilo foi constituído e expandido em meio ao caos, o tumulto e a diversão desenfreada.
Por mais que você tenha se descoberto uma alma caridosa e super engajada em salvar o mundo do apocalipse iminente, por mais que você queira disseminar o amor e demonstrar compaixão pelo próximo, preciso te dizer que do dia para a noite não dá para querer encarnar o bom mocismo e fazer arruaceiros profissionais virarem coroinhas. A história do Rock foi escrita por linhas tortas, meu caro. O mundo é mal, as pessoas fazem coisas ruins, existe guerra, fome e desesperança. Por isso nossa música é do jeito que é, crua, direta, agressiva e visceral, não dá para cantar sobre a morte ao ritmo de “Imagine”, não dá para expulsar seus demônios internos soando como os Bee Gees. Nós somos o que somos, nós temos as nossas batalhas internas, nossas dificuldades, fraquezas e a música é nossa válvula de escape.
O politicamente correto é uma idiotice
Se você quer ser o representante do politicamente correto onde o politicamente incorreto reina soberano, faça isso, mas saiba que o Black Metal seguirá fazendo escárnio da sua fé, o Death Metal seguirá cantando sobre a brutalidade humana, o Thrash irá gritar alto que o sistema não funciona, o Hard seguirá promovendo arruaças, orgias e bebedeiras e o Heavy, como sempre, será um quebrador de regras. Se você está pronto para isso, seja bem vindo, se não estiver, o sertanejo universitário estará sempre de braços abertos te esperando.
Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.
Despretenciosamente, veio o grupo e depois a página no Facebook, aos poucos passamos a utilizar outras redes como Instagram e Youtube e, posteriormente, nosso site oficial veio a luz. Apesar de todas as dificuldades da vida cotidiana, nunca desistimos de nossos objetivos e, hoje, nosso site está em franca expansão.
Sejam muito bem-vindos a nossa casa e desejamos de coração que voltem sempre.
Todos nós sabemos que os anos 80 foram os grandes responsáveis pela disseminação do Heavy Metal ao redor do mundo. Mais do que isso, foi neste período que houve a criação de boa parte dos principais estilos.
A década iniciou com a saudosa NWOBHM em ebulição no Reino Unido, revelando uma infinidade de nomes seminais como Iron Maiden, Saxon, Tokyo Blade, Angel Witch, Satan, Diamond Head, Grim Reaper e tantas outras. Dentro da New Wave Of British Heavy Metal, já tivemos o surgimento de bandas pioneiras em outros segmentos. Venom (Black Metal) e Witchfinder General (Doom Metal) são dois ótimos exemplos. A resposta ao movimento inglês aconteceu em diversos países. Na Alemanha foram revelados nomes importantes como Accept, Warlock, Running Wild e Stormwitch. Enquanto na Suécia apareceu o Heavy Load, no Canadá o Anvil, o Japão revelou o Loudness e, um pouco mais tarde, o Anthem. E assim foi em diversas outras localidades.
A resposta mais veemente aos britânicos, aconteceu nos EUA com a criação de todo um cenário voltado ao Heavy Metal, O US Metal ou, se preferir, US Power Metal, foi o grande responsável por colocar no mapa nomes como Manowar, Savatage, Omen, Jag Panzer, Virgin Steele, Sanctuary e por aí vai.
Anos 80
Obviamente, da metade para o final dos anos 80, tivemos o surgimento do Thrash, do Death e outros subgêneros que se tornaram muito importantes nos anos seguintes, mas isso será tema para nossa próxima playlist. Nesta, focaremos neste período mais tradicional, com uma ou outra adição cirúrgica de algum nome mais voltado ao Speed Metal. Espero que gostem e, se você é um jovem ouvinte que ainda não tem um domínio satisfatório sobre os nomes mencionados acima, mergulhe de cabeça nesta audição por que, certamente, esta lista te servirá como um norte para buscar conhecimento sobre grupos importantes e/ou cults. Se já é um macaco velho como eu, basta dar play e cantar junto do início ao fim.
Duelo Mundo Metal:“Dark Root Of Earth” (2012) X “Titans Of Creation” (2020)
Nesse quadro nós faremos o confronto entre dois álbuns, que podem ser do mesmo artista ou não. Após todas as faixas serem confrontadas, nós nomearemos “vencedor” o disco que somar a maior pontuação. Os confrontos vão seguir a ordem das faixas nos respectivos registros, salvo se houver duas “baladas” ou músicas de características muito similares, as quais façam um confronto mais “justo”.
De antemão, gostaríamos de deixar claro que esse quadro trabalha com a subjetividade e o seu resultado não tenta alcançar uma verdade absoluta e tampouco se aproximar da mesma, já que no campo subjetivo ela sequer existe. Ademais, o quadro tem um fundo de entretenimento, sendo que o mais interessante é debatermos sobre grandes lançamentos que fazem parte da carreira dos mais diversos artistas.
O primeiro duelo será entre dois álbuns do Testament:
“Dark Root Of Earth” (2012) X “Titans Of Creation” (2020)
Faixas de abertura:
“Rise Up” (Dark Roots Of Earth) X “Children Of The Next Level” (Titans Of Creation):
Apesar de “Rise Up” ser uma excelente canção, “Children Of The Next Level” é uma música com muito mais pegada para a abertura de qualquer disco. Os maiores clássicos do Thrash Metal, geralmente, abrem com faixas matadoras. “Holy Wars”, “Bonded By Blood”, “Hell Awaits”, “Among The Living” e “Battery” iniciam os seus respectivos discos, metendo a voadora na porta. Uma exceção que me vem à mente é o “South Of Heaven” que introduz com a sua faixa título e deixa a brutal “Silent Scream” na sequência. Se a ordem das duas fosse invertida, o resultado seria bem melhor. Assim sendo, esse ponto vai pra “Titans Of Creation”.
“Native Blood” (Dark Roots Of Earth) X “WWIII” (Titans Of Creation):
“WWIII” foi devidamente escolhida para esse mais recente trabalho do Testament. O momento atual do mundo sugere a ocorrência de uma “Terceira Grande Guerra Mundial”, mesmo que ela não tenha sido oficialmente declarada. Porém, compará-la com “Native Blood” é até algo desumano. “Native Blood” está tranquilamente no TOP 10 de músicas do Testament. “Dark Roos Of Earth” empatou o “embate”.
“Dark Roots Of Earth” (Dark Roots Of Earth) X “Dream Deceiver” (Titans Of Creation):
A faixa título do álbum “Dark Roots Of Earth” é muito boa, mais do que isso, eu diria que já se trata de um clássico da banda, porém “Dream Deceiver” é arrasadora com a sua insana variação de riffs. Ambas são músicas ideais para o set list da banda, mas “Dark Roots Of Earth”, por ser uma composição extremamente marcante e de um dos discos mais aclamados pelos fãs, leva a melhor por muito pouco. “Titans Of Creation” Toma uma virada que não estava nos planos.
“True American Hate” (Dark Roots Of Earth) X “Night Of The Witch” (Titans Of Creation):
“True American Hate” tem tudo para ser eternizada como clássico moderno do Testament e, até mesmo, do Thrash Metal como um todo. Inclusive, ela me faz lembrar a pegada de outro super álbum da banda, “The Gathering”, lançado em 1999. Porém, “Titans Of Creation” vai levar este ponto com “Night Of The Witch”. Sei que talvez até minha mãe seja homenageada após isso, mas fazer o quê? Esta é uma das melhores músicas compostas pela banda e, mesmo com todo o chororô dos senhores, ela bate na poderosa “True American Hate”. “Tá dado o papo” (como diria nosso redator, Fabio Reis).
“Cold Embrace” (Dark Roots Of Earth) X “City Of Angels” (Titans OF Creation):
Com o placar empatado em 2×2, eis o primeiro confronto entre “baladas” deste novo quadro. Introduzo dizendo que ambas não são capazes de golpear “The Legacy”, do clássico “Souls Of Black”, quarto álbum da banda, lançado em 1990. “The Legacy” é a melhor “balada” da história do Testamente e todos concordam (todos! Sem exceção!). Bom, e entre essas duas do confronto de hoje? Não há chance para “Cold Embrace”, pois “City Of Angels” marca um dos grandes momentos de “Titans Of Creation”, deixando a disputa em 3×2. E não é que temos mais uma virada?
“A Day In The Death” (Dark Roots Of Earth) X “Ishtars Gate” (Titans Of Creation):
Essa disputa é até covarde, pois, apesar de “A Day In The Death” honrar a linda história do Testament no Thrash Metal, “Ishtars Gate” simplesmente arrasa. É daquelas composições que pisa com desprezo sobre a carcaça sem vida de suas adversárias, pelo menos nesse caso aqui. Você pode até estar meio perplexo e pensando: “como assim?”, mas a verdade é dura e nós estamos aqui para jogá-la na sua fuça. Temos um 4×2 para o disco mais recente do quinteto de Oakland e começa a ficar ruim para o clássico “Dark Roots Of Earth”.
“Man Kills Mankind” (Dark Roots Of Earth) X ”Symptons” (Titans Of Creation):
Confesso que esse foi o momento mais complicado do “confronto”. “Symptons”, apesar de ser uma das músicas mais cadenciadas de “Titans Of Creation”, tem um refrão poderosíssimo. Mas não o suficiente para bater à arrasadora “Man Kills Mankind”. E assim, mais uma vez temos um placar apertado marcando 4×3. “Dark Roots Of Earth” começa uma reação e este final de batalha parece caminhar para um desfecho dramático. Se você possui um coração debilitado, ouvidos de porcelana ou esteja se sentindo um tanto sensível demais, recomendo que… bom, eu recomendo que CONTINUE e teste a sua data de validade.
“Throne Of Thorns” (Dark Roots Of Earth) X “False Of Prophet” (Titans Of Creation):
Recapitulando, temos um incrível 4×3 até aqui e “Titans Of Creation” está se dando bem. Mas o jogo é jogado, o lambari é pescado e a partida não acaba antes do apito final do juiz, no caso, eu! Que sacanagem nós estamos fazendo com “False Prophet”. Coloca-la para “confrontar”, justamente, “Throne Of Thorns”, uma das canções que fez “Dark Roots Of Earth” ser o que ele é. Sem essa música, talvez a relevância do disco pudesse ser comprometida e, sendo assim, a reação continua e temos um novo empate. 4×4 no placar e a tensão está no ar.
“Last Stand For Independence” (Dark Roots Of Earth) X “The Healers” (Titans Of Creation):
Essas duas canções têm um nível muito parelho. Confesso que foi muito difícil determinar a “vencedora” entre elas, mas “The Healers” ganha por muito pouco, diria que ela ganha por que é um pouco mais consistente e, como isso aqui não é nada mais do que a minha análise, esta faixa me cativou mais. Obviamente, a tão reação de “Dark Roots Of Earth” freiou mais uma vez pela coesão do novo trabalho, que cá entre nós, não vacila em um momento sequer. Placar final: “Dark Roots Of Earth” 4 X 5 “Titans Of Creation”.
Duelo Mundo Metal:“Dark Root Of Earth” (2012) X “Titans Of Creation” (2020)
Você deve estar se questionando, “como que acabou se ambos os discos possuiem mais faixas?”. Calma, meu caro amiguinho precipitado!
O álbum “Titans Of Creation” ainda tem mais duas composições inéditas, “Code Of Hammurabi” e “Curse Of Osiris”, além do “outro”, “Catacombs”.
Já “Dark Roots Of Earth” possui três covers, “Dragon Attack” (cover do Queen), “Animal Magnetism” (cover do Scorpions) e “Powerslave” (cover do Iron Maiden), porém seria inadequado confrontar canções autorais da banda com versões de clássicos. Portanto, “the winner is”: “Titans Of Creation”!
Ouça o tracklist vencedor:
O que achou do quadro? Concorda com o resultado? Deixe o seu elogio ou reclamação nos comentários e, mande suas sugestões para os próximos “confrontos”.
Redigido por Cristiano “Big Head” Ruiz com os pitacos intrometidos de Fabio Reis
Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.
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“Sleep Paralysis” é o full lenght de estreia da One-Man-Band russa de Black Metal, Tragedy InHope,o qual será lançado no dia 12 de fevereiro de 2021 de forma independente. O projeto é executado pelo músico Sasha Giller, que grava todos os vocais e quase todos os instrumentos.
Já me surpreendo logo na faixa de abertura. Já inicialmente, “Lucid Dream” me mostra um Black Metal que eu nunca havia escutado. Sasha Giller demonstra que tem uma forma peculiar de produzir sua música, desenvolvendo vocais bem mais complexos do que já ouvi dentro do subgênero.
Sasha Giller
As variações vocálicas são, ao mesmo tempo, o calmo/melódico e o extremamente raivoso, com um toque psicodélico que faz toda a diferença. ”The Celebration Of Despair And Woe” se aproxima um pouco mais do que conheço por Black Metal, porém Sasha mantém a chama do seu estilo próprio plenamente acesa.
As alternâncias de voz chamam ainda mais a atenção nessa segunda faixa. Noto também algo de Alice Cooper e King Diamond, porém pode ser apenas impressão particular.
SASHA GILLER / Divulgação / Facebook
“Fighting With The Rain”
Em seguida, “Fighting With The Rain” tem um lindo solo de guitarra. Talvez haja certa influência no Progressivo dos anos 70, eu não fiquei 100% convencido disso, mas é o quê a sonoridade me transmite.
” Bonecos de pano sombrios / encharcado até os ossos / pobres crianças das trevas / afogado em tristeza / é como lutar contra a chuva / é como lutar contra a chuva / perseguindo um arco-íris dia após dia”.
“Winter Wedding Ceremony” reúne em uma única canção todos os ingredientes propostos até então. Além disso, a atmosfera é, concomitantemente, sombria e psicodélica.
“The Mistress Of Dark Art”
A cada faixa que passa, percebo mais elementos diferentes na sonoridade. Após “The Mistress Of Dark Art”, eu conclui que há um toque de Depressive/Black Metal em todo o contexto.
SASHA GILLER / TRAGEDY IN HOPE / Reprodução / Facebook
“Nightmare Lullaby” é o tipo de canção de ninar que faria com que as crianças jamais voltassem a querer dormir. Há uma sensível pitada de Doom Metal, o que torna o disco cada vez mais interessante. A temática lírica e a sonoridade de Tragedy In Hope são ideais para os melhores filmes dos gêneros terror e suspense. Quase no fim de debut, “Insomnious Autumnal Night” continua a assombrar as almas posers indefesas. Sasha Giller mostra durante todo o álbum a sua competência e versatilidade musical, já que não há como lhe negar tais adjetivos. A faixa título encerra o álbum com maestria, introduzindo com um riff fantástico.
Esse disco me faz ter a esperança que, assim como 2020, o ano de 2021 nos presenteará com incríveis lançamentos em todos os subgêneros do Metal e não há nenhuma tragédia em tal esperança.
Se você é fã de Black Metal, deve-se dar a chance de conhecer o trabalho do russo Sasha Giller de seu projeto chamado Tragedy In Hope.
A banda de Death Metal portuguesa, Inhuman Architects, é recém formada e já se destacou na cena de Metal extremo de Portugal. Eles lançaram o seu single em formato de vídeo clipe, “Interplanetary Surffering”, estando para lançar seu debut a qualquer momento, porém sem mencionarem maiores detalhes.
Integrantes:
Marcus Reis (Bateria)
Fabio Azevedo (guitarra)
Emanuel Carmo (baixo)
Luis Almeida (guitarra)
Fábio Infante (vocal)
Confira o vídeo da canção “Interplanetary Suffering”:
Immolation - Close To A World Below (Gravadora: Metal Blade Records)
Uma das grandes forças do Metal Extremo, o Immolation têm se fortalecido em seus mais de trinta anos dedicados a um Death Metal incomparável. Lançando álbum após álbum numa consistência que poucos conseguem manter, até mesmo para outras bandas longevas. Em 2000, o quarteto lançou o que muitos consideram sua obra-prima. Intitulado “Close To A World Below”, logo de cara traz uma capa que chama a atenção. Almas torturadas e atormentadas em toda parte por demônios envoltos em chamas infernais e um grande crucifixo no centro. Desde a forte introdução da abertura da estúpida “Higher Coward”, até os riffs finais da faixa-título, este álbum é impiedoso do início ao fim.
Em vez de passar pelo álbum música por música, decidi simplesmente focar em algumas faixas que se destacaram entre as demais. Agora, isso não quer dizer que haja alguma música ruim no álbum, não, esse não é o caso por aqui. O álbum está repleto de riffs excelentes fornecidos por Thomas Wilkinson e Robert Vigna, temos também a poderosa bateria de Alex Hernandez e um bom som de baixo fornecido por Ross Dolan, que também lida com os vocais.
“Higher Coward” inicia a pancadaria com uma introdução lenta que te prepara para a surra que está prestes a receber. Como declarado, as coisas começam um tanto lentas e vão se enfurecendo mais e mais. Mas não tenha dúvida, a música atinge força total, onde o excelente baterista Alex Hernandez massacra os bumbos, e a dupla de guitarristas Robert Vigna e Tom Wilkinson despejam os característicos riffs dissonantes (marca registrada do Immolation) num andamento que define o ritmo para o resto da música. Em seguida, os vocais entram em cena por parte do frontman e também baixista Ross Dolan, que vale frisar, tem alguns dos melhores e mais bem executados guturais do estilo há décadas. O cara urra como poucos ao mesmo tempo que é compreensível o que ele diz, sendo possível até entender sem acompanhar as letras no encarte, algo que nem sempre é possível para um vocalista de Death Metal. A letra dessa música, e conforme o disco vai seguindo, dispara veneno e ódio pela religião (claro que não da mesma forma que o Deicide) com Dolan fazendo um excelente trabalho em transmitir o desgosto da banda. Basta conferir a letra: “How can you glorify and praise/ One so weak, imperfect and insane/ The magnitude of his madness is so clear/ In the eyes of the herd that he keeps.”
Outra que vale destaque é “Father, You’re Not A Father”, focada em abordar os padres roubando a juventude e a inocência de crianças, apenas para se esconder atrás de seus colares e fingir que ainda são justos. É nessa faixa onde o ódio vociferado por Dolan é transmitido com maior intensidade. Repleta de riffs destruidores, segue parte da letra: “I hailed Mary… over and over again/ You’ve failed Mary/ You’ve raped Mary… over and over again”. Pode-se ouvir na voz de Dolan uma repulsa num nível maior de raiva.
“Close To A World Below” representa o que é o Immolation e sua valiosa contribuição para a música extrema, onde esses velhos de guerra sempre estão dispostos a mostrar como é que se faz. E isso é feito por quem realmente sabe fazer sem ter uma única mácula em sua discografia, e assim como nesse álbum não há nada que se possa descartar entre as faixas. Bandas como essa são daquelas que forçam a correr atrás de todos os seus lançamentos, e aqui está mais uma demonstração do porque disso, pois de fato é um dos grandes discos de Death Metal dos anos 2000, e talvez o melhor da banda. Pode não ser considerada do “primeiro escalão” do gênero e por incrível que pareça, é até negligenciada por não ter a fama de um Cannibal Corpse ou um Morbid Angel, mas a qualidade ímpar em sua própria fórmula de fazer música brutal, dita quem é o Immolation. Querendo ou não, fazem parte da elite do Death Metal.
Atualmente, o Stratovarius pode até estar um pouco apagado na cena Power mundial, porém, durante toda a década de 90 e se estendendo até o começo dos anos 2000, os finlandeses foram um dos nomes referência no Metal mundial.
A ascensão da banda começou com a entrada do vocalista Timo Kotipelto no álbum “Fouth Dimension”, em 1995, e chegou a patamares globais com os trabalhos seguintes., “Episode” (1996), “Visions” (1997), “Destiny” (1998) e “Infinite” (2000). Depois disso ainda apresentaram seu projeto mais ambicioso (as duas partes de “Elements”) em 2003, mas esse período já foi de certa decadência. A ladeira foi totalmente descida em 2005 com o fraco disco autointitulado e as tretas internas saltaram aos olhos de todos, chegando inclusive a rolar porrada, bicuda, rodo e voadora nos bastidores. Sim, os caras saíram no braço e essa esculhambação foi parar na imprensa…
Depois da sessão do descarrego, o líder e único remanescente da formação original, Timo Tolkki, acabou sendo chutado da banda e foi só aí que o outro Timo, o Kotipelto, começou a por ordem na casa. Em 2009 lançaram o ótimo “Polaris”, onde aquela sonoridade que consagrou a banda parecia estar de volta. Nos discos seguintes, “Elysium” (2011), “Nemesis” (2013) e “Eternal” (2015), mantiveram o bom nível, porém, aquele “boom” do Power Metal já havia passado e a banda nem de longe conseguiu reviver o auge dos anos 90.
Para quem não conhece, vale bastante a pena ouvir os álbuns mencionados aqui e, principalmente, dar uma conferida nos três primeiros que contavam com o doidão Tolkki nos vocais.
Para este início de final de semana, fizemos uma playlist com os melhores momentos da trajetória dos finlandeses mais célebres do Power Metal. Aperta o play e boa viagem!