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Exodus: segundo Zetro Souza, Tom Hunting foi o baterista mais focado em um álbum que ele já viu

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Em seu programa “Zetro’s Toxic Vault” no YouTube, o vocalista do Exodus, Steve “Zetro” Souza, elogiou a atuação de Tom Hunting no álbum “Persona Non Grata”, dizendo que foi “o mais focado” que ele já viu um baterista ser em um álbum. Zetro disse: “Ele foi um monstro fora de sua mente. Provavelmente o mais focado que já vi em um álbum.”

“A mentalidade era: vamos fazer o melhor que pudermos fazer. E eu acho que é onde estava o esforço de todos e a cabeça de todos. E Tom era como um homem possuído. “Persona Non Grata” foi gravado em um estúdio em Lake Almanor, Califórnia. Foi produzido pela banda e atualmente está sendo mixado pelo maior nome da produção atual, Andy Sneap.”Este álbum tem tudo o que um fã de Heavy Metal e um fã de Exodus desejam. É muito brutal, é muito violento, é muito rápido. As letras são muito agressivas e tem um assunto muito profundo. Não decepciona.”

“Persona Non Grata” ainda conta com a participação especial do ex-guitarrista da banda, Rick Hunolt.

Zetro’s Toxic Vault – Viewer Comments and Mail:

Álbuns Injustiçados: Doro – “Force Majeure” (1989)

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DORO FORCE MAJEURE WARLOCK 12" VINYL LP

Como o adepto e caro leitor bem sabe, este é um espaço no qual podemos rebuscar dentro da discografia das bandas, determinado álbum que por algum ou mais motivos não alcançou um patamar maior. Diferentemente das resenhas, esse quadro a meu ver funciona como uma forma de entender junto com você, que está me acompanhando nessa viagem por escrito, as causas para o sucesso ou o insucesso de um disco. Sem ficar pesquisando números de vendas, prensagens e coisas do tipo. Apenas colocando a cabeça para pensar e analisar possíveis detalhes que puderam contribuir para a jornada do álbum em questão. E o álbum escolhido para esta edição é o “Force Majeure” da gloriosa Doro. Vamos aos fatos!

Quem é mais familiarizado com a banda Warlock deve saber que “Force Majeure” seria o seu quinto álbum, sucedendo o excepcional “Triumph And Agony” de 1987. Muitos o consideram como o melhor álbum da lenda Warlock (inclusive quem vos digita), porém, outra boa parcela dos fãs aponta o sensacional debut “Burning The Witches” (1984) como sendo o melhor. Isso é até importante saber para conseguir enxergar melhor o decorrer da história de Dorothee Pesch à frente de ambos os trabalhos. Doro, como banda, está em algum lugar entre a carreira solo da Rainha do Metal e sua antiga banda.

Por motivos contratuais e a disputa do nome perdida na justiça para o manager da banda, Doro Pesch teve que mudar imediatamente seus planos para que conseguisse lançar o próximo disco sem maiores problemas. Só que o maior desafio era de fato não poder mais usar o já renomado Warlock. Segundo Doro, ela queria ficar com o nome por causa do merchandising que era bem forte naquele tempo. Com isso, seria muito difícil alcançar as metas planejadas desde então. Mesmo com um disco sendo lançado ainda nos anos 80, tendo inserido em sua capa (design elaborado por Geoffrey Gillespie) todo aquele ar característico e traços daqueles tempos, creio que seria realmente complicado trazer a atenção do público para este novo material à época. Vale ressaltar que o Warlock já não era mais a mesma banda de outrora, pois passou a ter diversas mudanças de integrantes e isso acabou complicando todo o alicerce montado. Não que Doro Pesch não fosse competente a ponto de carregar o time nas costas, mas é diferente quando esta equipe muda de nome por obrigação. Aproveite e faça um exercício você mesmo e tente imaginar o seu time de futebol do coração mudando de nome por motivos judiciais. Duvido que não sinta certa estranheza ao imaginar tal situação.

A deusa germânica dourada persistiu e conseguiu obter êxito com o lançamento de “Force Majeure”, que claramente é uma continuação do Warlock. Talvez mais voltado ao Hard Rock do que nos trabalhos anteriores, mas era de fato uma continuação que teve de sofrer alterações. E mesmo assim, Doro Pesch continuou rebuscando canções à época do Warlock para inserir em seu trabalho solo. E isso deu certo, porém, é necessário dizer que jamais conseguiu alcançar o que ela obteve com o Warlock em termos musicais. Agora, em se tratando de grana, ela se saiu bem mesmo que muita gente torça o nariz para alguns discos que a Rainha lançou. Talvez se ela conseguisse manter um time fixo e focado para levar o nome Doro mais ao alto da montanha, seus álbuns alçariam vôos bem maiores, principalmente os álbuns com maior influência de Heavy Metal. Embora, alguns integrantes estejam tocando com ela desde o início dos anos 90.

Para ajudar Doro nessa empreitada, ela contou com o seguinte line up: Jon Devin (guitarra), Tommy Henriksen (baixo e backing vocal), e Bobby Rondinelli (bateria), figurinha carimbada do universo do Rock/Metal. O quarteto ainda contou com os arranjos de teclados feitos por Claude Schnell. Um time de responsa e que juntos conseguiram lançar o que para muitos é o melhor feito da carreira solo de Doro, que foi produzido por Joey Balin. Quanto a mim, tenho preferência pelo terceiro álbum dela. Falo do excelente “True At Heart” de 1991. Agora sobre o debut, além da própria líder, Tommy foi o único integrante da formação desse disco a fazer parte de “Triumph And Agony”, e isso foi um fator muito importante para que o álbum mantivesse a solidez da antiga banda. Doro comanda com sua incrível e poderosa voz abrindo o full-length com “A Whiter Shade Of Pale”, cover do Procol Harum. Ainda pelo lado A destaco as faixas “Save My Soul”, “World Gone Wild” e “Angels With Dirty Faces”. Agora pelo lado B temos “Hellraiser”, “I Am What I Am”, e “Under The Gun”, sendo estas últimas duas muito próximas ao que fora construído no Warlock.

Aproveitando para fazer um último parágrafo, podemos concluir que se trata de um álbum que teve diversos problemas para ser lançado realmente. E sem esses entraves poderia atingir um nível bem superior ao que conquistou. “Force Majeure” poderia sim estar em um pedestal mais alto até por que muitos artistas consagrados possuem este disco em suas imensas coleções. E muitos fãs fazem questão de ter esse álbum em mãos. Sem comparar as bandas, pode-se obter um grande resultado ao conferir o trabalho mais livre e honesto de Doro Pesch e seus aliados.

“5 million reasons with 10 million pieces to go
Wheelers and dealers with nothing but dreams of control
I helieve, we’re under the gun
I heheec, we’re under the gun
Sold out to madness
Prisoners of sadness
I believe, we’re under the gun
We’re under the gun”

Nightwish: vocalista Floor Jansen grava versão para clássico do Heart

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Vocalista Floor Jansen
Vocalista Floor Jansen

À frente do Nightwish desde 2013, a vocalista Floor Jansen anda utilizando o seu canal do Youtube para apresentar covers e versões inusitadas de algumas canções. No início do mês, a vocalista publicou uma versão para a faixa “Let It Go”, do filme da Dysney, Frozen. Na ocasião, a cantora explicou que resolveu gravar a música pois sua filhinha de 3 anos ouviu e passou a cantar por meses a fio.

Ontem, 28 de novembro, Floor publicou mais um cover em seu canal, trata-se de “Alone”, clássica faixa originalmente gravada pelo Heart. Floor disse o seguinte: “Pegar Alone do Heart para ser meu segundo cover no Youtube pareceu ser a escolha correta. Eu tenho tocado essa música com o Nightwish, After Forever e eventualmente com o Christmas Metal Symphony. Então quando eu vi muitas pessoas pedindo esta música, eu tinha que fazê-la. Espero que vocês apreciem!” Ouça as duas músicas:

Lançamento: Draconian – “Under A Godless Veil” (2020)

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Draconian Under A Godless Veil
Draconian - Under A Godless Veil

Esse ano desastroso em diversos aspectos ao menos no Heavy Metal, mesmo sob dificuldades impostas pela atual crise, têm sido próspero para estilos como o Doom Metal e seus subgêneros, já que vários gigantes do estilo lançaram seus novos e ótimos álbuns, e o Draconian era o que gerava uma grande expectativa e eis que mais uma vez os suecos fizeram a devida lição de casa com a sua mistura envolvente de Death Metal, Gothic e Doom. Álbum após álbum, eles se firmaram como referência em sua empreitada sonora.

Após o ótimo “Sovran” (2015), que foi recebido sob muitos elogios, a banda levou cinco longos anos para conceber seu novo trabalho e lançá-lo precisamente na mesma data do álbum anterior. Eles tinham uma tarefa de igualar e quiçá superá-lo, e já adianto falando (ou melhor, digitando) por mim: Conseguiram! A “bolacha” já causa boa impressão pela capa sombria e pelo fato do logo clássico da banda estar de volta, já que não vinha sendo utilizado desde o debut “Where Lovers Mourn” (2003). Um álbum bem planejado e bem executado. Um requinte de arte e habilidade em abundância. A abertura com “Sorrow of Sophia” é uma manifestação da essência do Draconian em sua forma mais sutil. Inicialmente, uma paisagem sonora onírica é apresentada com a bela e doce voz de Heike Langhans, e após quase um minuto e meio, pelos guturais sombrios de Anders Jacobsson. Essa mescla de sentimentos, de raiva e serenidade, através das interpretações vocais e instrumentais densas, se dá ao longo de toda a música.

Apesar dessa faixa representar o que é o álbum em poucas palavras, a abertura não é a maior destaque. Em um esforço tão cativante e coerente como “Under a Godless Veil”, escolher um destaque é mais uma daquelas situações difíceis, mas pra não ficar em cima do muro, o que pode estar acima de outras talvez seja “Ascend into Darkness”. Com um tempo de execução de aproximadamente 10 minutos, essa é ainda mais próxima daquele Draconian tão incrível. Com as expressões melodiosas e melancólicas de Heike, a entrega vocal de Anders, o riff melodioso de Johan Ericson e Daniel Arvidsson e a bateria cumprindo bem sua função por parte de Jerry Torstensson, “Ascend into Darkness” é a ascensão da banda na tenebrosidade que eles buscam tão insistentemente alcançar. Ótimo! Deixando frisado, “Under a Godless Veil” é coerente, mas diverso para um material de mais de uma hora, deve ser assim. “The Sacrificial Flame” é uma destruição clássica de forma cadenciada, já “Burial Fields” faz fronteira com Dark Ambient, e “Night Visitor” mergulha na destruição atmosférica (o solo é bom demais!). “Moon Over Sabaoth” manifesta o lado austero e mortal da banda, já “The Sethian” em partes adentra ao Atmospheric Black Metal. “Lustrous Heart” segue a forte influência gótica característica e “Claw Marks on the Throne” combinam vários desses elementos em uma mistura gratificante. O tempo todo é, inconfundivelmente, o Draconian que se espera escutar. Em termos de música, a dicotomia do membro fundador Anders Jacobsson e de Heike Langhans assumindo aquele lado angelical faz desse novo lançamento verdadeiramente um pináculo que a banda foi capaz de alcançar.

Pra finalizar, o Draconian não precisa mais de grandes apresentações. “Under a Godless Veil” trata-se de mais um belo capítulo em sua trajetória com uma carreira que cresceu com visão e resiliência. Feito por quem sabe fazer e conhece os caminhos para tal, não por quem simplesmente quer. Nota 9,00

Veja o vídeo clipe oficial de “Sleepwalkers”:

Integrantes:

  • Johan Ericson (guitarra)
  • Anders Jacobsson (vocal)
  • Jerry Torstensson (bateria)
  • Daniel Arvidsson (guitarra, vocal)
  • Heike Langhan (vocal)

Faixas:

  1. Sorrow of Sophia
  2. The Sacrificial Flame
  3. Lustrous Heart
  4. Sleepwalkers
  5. Moon Over Sabaoth
  6. Burial Fields
  7. The Sethian
  8. Claw Marks on the Throne
  9. Night Visitor
  10. Ascend into Darkness

Redigido por Thiago De Menezes

Lançamento: Déluge – Ægo Templo

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“Ægo Templo” é o segundo full lenght da banda francesa de Black Metal, Déluge, que sucedeu “Æther” de 2015. Elementos de Black Metal old school mesclados com ingredientes mais atuais e uma produção moderna e excelente. Essa é a melhor forma que encontro para explicar a sonoridade do Déluge. Um dos problemas do Black Metal nos anos 90 era a produção tosca de estúdio. No álbum “Ægo Templo”, sequer existem vestígios de tal problema, pois a produção de estúdio é o ponto mais forte do lançamento, além da musicalidade dos membros e a qualidade de suas canções. O vocalista Maxime Febvet interpreta alternadas linhas de vozes, que vão das mais limpas aos guturais mais agressivos com pitadas de Hard Core. A bateria de Benjamin Marchal é a responsável pelas mudanças rítmicas que em segundos transformam céus em infernos e vice-versa. A dualidade é um artifício muito utilizado no Black Metal praticado pelo quinteto francês da cidade de Metz. As guitarras de Richard De Mello e François-Thibaut Hordé, juntamente com o baixo de Frédéric Franczak, intercalam entre harmonias executadas de forma mais acústica com riffs pesados e sombrios. Canções como “Soufre”, “Abysses”, “Frates” e “Digue” transportam a mente do ouvinte às florestas mais macabras, geladas e cinzentas. É a força brutal da natureza presente na sonoridade da banda. “Ægo Templo”, faixa que intitula o disco, evidencia ainda mais esse contato com os quatro elementos, fazendo com que se possa sonhar mesmo desperto. Ela é a minha favorita desse surpreendente registro. “Oferecido aos porcos / Pernas separadas, de bruços, / Carne a ferros, embriagada com sujeira, / Opróbrio e arrependimento“, pela parte lírica da música “Opprobre”, que assim como todo o álbum, foi escrito em língua francesa, pode-se notar que a temática flerta com a utilizada na velha escola noventista.

“Baïne” invoca uma atmosfera ainda mais bizarra em sua introdução, a qual, porém, é desfeita assim que seu ritmo ganha aceleração. Saliento também a faixa “Béryl”, que sendo mais lenta, se assemelha a Doom Metal em alguns momentos. “Vers”, a canção a qual encerra o full lenght”, tem riffs diferenciados das demais, os quais têm uma pegada que beira o Heavy tradicional, evidenciando a dupla de guitarristas Mello e Hordé de uma forma diferenciada em relação as demais faixas. A pitada de Hard Core do som faz com que se tenha a impressão de estar ouvindo Depressive Black Metal, porém esse impressão é desfeita logo que se ouve a obra com maior atenção e profundidade.

O que mais surpreende na sonoridade do Déluge é que ouço algo que não esperava ouvir e, sair do mais do mesmo é louvável quando bem feito. “Ægo Templo” já está pré-seleciono para o meu top 10 do subgênero Black Metal dos lançamentos de 2020. Aprovado e indicado a legião de fãs do Metal das trevas. Nota: 8,6 Veja o vídeo clipe oficial da canção “Digue”:

Integrantes:

  • Frédéric Franczak (baixo)
  • Benjamin Marchal (bateria)
  • Richard De Mello (guitarra)
  • François-Thibaut Hordé (guitarra)
  • Maxime Febvet (vocal)

Faixas:

  1. Soufre
  2. Opprobre
  3. Abysses
  4. Fratres
  5. Gloire Au Silence
  6. Ægo Templo
  7. Baïne
  8. Digue
  9. Béryl
  10. Vers

Kai Hansen é realmente o pai do Power Metal?

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Quem é o pai do Power Metal?

Particularmente, nunca achei verdadeiro afirmar que determinadas bandas ou artistas são “pais de tal estilo”. Muita gente menciona o Black Sabbath como o “pai” do Heavy Metal, mas simplesmente se esquecem do Judas Priest e do Motorhead, que tiveram parcelas tão importantes quanto as dadas por Iommi, Ozzy e sua trupe. Alguns chamam o Metallica de “pai” do Thrash por ter lançado seu álbum primeiro, mas todos se esquecem do Exodus, do Slayer, de Dave Mustaine e das bandas alemãs, todos esses nomes juntos moldaram o Thrash como conhecemos hoje. O mesmo acontece no Death Metal com a briguinha dos fãs para saber quem entre Possessed, Celtic Frost ou o Death de Chuck Schuldiner, foi o grande responsável pela “criação” do gênero.

Mas quem é o pai do Power Metal?

É claro que no Power Metal isso não seria diferente e uma figura em específico recebe essa alcunha, porém, desta vez (e somente neste caso), acredito que o título “pai” de determinado estilo esteja realmente correto. É claro que estamos nos referindo ao gênio Kai Hansen.

Reprodução / Facebook

Se vocês me perguntarem por que apenas neste caso teríamos uma figura centralizadora na criação de um gênero, eu poderia te responder apenas mencionando alguns álbuns essenciais gravados por Kai, mas obviamente irei muito além disso. Kai Hansen é membro fundador do Helloween e, basicamente, moldou a sonoridade da banda, devo frisar que falamos aqui do nome mais relevante do Power mundial. Ele também fundou o Gamma Ray, que talvez seja a segunda ou terceira mais relevante em termos gerais. Com o Helloween, o músico se destacou amplamente no início de carreira arrasador. Com o lançamento do mítico EP autointitulado e o primeiro full lenght, o sensacional “Walls Of Jericho”, Kai cantou e tocou guitarra, compondo sozinho clássicos do porte de “Victim Of Fate”, “Ride The Sky” e “Metal Invaders”, e assinando em parceria com Michael Weikath, faixas como “Starlight”, “Gorgar” e “Heavy Metal (Is The Law)”.

Kai Hansen, a peça chave para o desenvolvimento do Power Metal

Nos trabalhos seguintes, veio o sucesso comercial. Kai, sem a menor dúvida, foi a peça chave para que tal sucesso acontecesse. Sentindo que não teria condições físicas ideais para seguir cantando e tocando durante diversos shows consecutivos e, tendo o exato feeling que a banda poderia crescer exponencialmente, o baixinho resolveu se dedicar somente à guitarra e às composições. Primeiro, tentou trazer Ralph Scheepers para cantar na banda, mas como o vocalista estava ocupado no momento, encontrou Michael Kiske. Como todos sabem, Kiske se tornou um dos maiores cantores de Power Metal de todos os tempos e os dois “Keepers Of The Seven Keys” são os principais álbuns do gênero até hoje. Kai escreveu “Future World”, “I’m Alive”, “Twilight Of The Gods”, “Save Us”, “I Want Out”, “March Of Time” e os dois épicos “Halloween” e “Keeper Of The Seven Keys”. “Só isso”…

Gamma Ray

Percebendo que o caldo do Helloween iria começar a entornar, estrategicamente, Kai pula fora do barco no auge do sucesso e monta o Gamma Ray, desta vez, atingindo o objetivo de contar com Ralph Scheepers como vocalista da banda. O Gamma Ray grava com Ralph seus três primeiros discos, “Heading For Tomorrow”, “Sigh No More” e o pesadão “Insanity And Genius”. A banda ia de vento em popa mas foi neste momento que Ralph recebeu a notícia que provavelmente substituiria Rob Halford no Judas Priest, obviamente, Kai Hansen apoia o amigo e resolve assumir os vocais do Gamma Ray, lançando uma sequência invejável de clássicos do estilo.

Caros amigos, estamos falando aqui de nada menos que “Land Of The Free”, “Somewhere Out In Space”, “Power Plant” e “No World Order”. Como todos sabem, Ralph acabou não assumindo o posto no Judas Priest e Glenn Tipton acabou escolhendo Tim Owens aos 45 do segundo tempo, mas isso é assunto para uma outra ocasião. Mas segurem a onda por que Kai não deixaria seu amigo Ralph na mão, como veremos adiante.

Blind Guardian e o suporte de Kai Hansen

Voltando ao tema inicial, se analisarmos a influência de Kai Hansen em outras bandas gigantes do estilo, iremos nos surpreender de verdade. No caso do Blind Guardian, por exemplo, a ajuda direta de Kai em composições e participações especiais foram um tremendo empurrão tanto nas vendagens dos álbuns em questão, como em termos de status para os bardos. Hansen ouviu o disco de estréia dos seus compatriotas, o ótimo “Batallions Of Fear”, e adorou o petardo. Logo, procurou conhecer os músicos e acabou participando do segundo registro, “Follow The Blind”, tocando guitarra em “Hall Of The King” e cantando no clássico “Valhalla”.

Depois disso, ainda se juntou ao Blind mais duas vezes. No terceiro álbum (“Tales From The Twilight World”) tocando guitarra em “The Last Candle” e fazendo um dueto vocal insano com Hansi Kursh no hino “Lost In The Twilight Hall”. Eu juro pra você, essa é uma das músicas mais perfeitas do Power Metal! Á propósito, a outra vez em que Kai tocou junto com o Blind Guardian foi no trabalho seguinte. Em “Somewhere Far Beyond”, ele toca guitarra em “The Quest For Tanelorn”.

Iron Savior

O ótimo Iron Savior é conhecido hoje como uma das bandas de maior retidão em sua discografia, daquelas que nunca te decepciona e sempre mantém sua proposta inicial intacta. O que muitos não sabem é que a banda nasceu como um projeto de colaboração entre Kai Hansen, Piet Sielck e o baterista do Blind Guardian Thomen Stauch. Thomen gravou apenas o autointitulado “Iron Savior”, de 1997. Enquanto Kai permaneceu e ajudou a criar mais uma das ótimas bandas do estilo, gravando além do debut, os obrigatórios “Unification”, “Interlude” (EP) e “Dark Assault”.

A influência de Kai Hansen no Angra

Partindo para mais um gigante, os brasileiros do Angra foram gravar seu disco de estréia na Alemanha em 1992. Vamos ver se vocês adivinham, é claro, gravaram no estúdio de Kai Hansen. Alguém tem dúvida que o baixinho, juntamente com o produtor Charlie Bouerfeind, foram decisivos na guinada da musicalidade de “Angels Cry”? Os brasileiros passaram a soar, basicamente, como um Helloween com tempero latino? Lembra que eu mencionei que Ralph Scheepers ainda receberia uma força do brother Hansen?

Pois é, segundo reza a lenda, Ralph estava muito mal por ter ficado de fora do Judas Priest. Pois, Kai deu aquele empurrão necessário para que o amigo não desistisse da música. Quando Ralph reencontrou com Matt Sinner (o primeiro encontro havia sido antes do cantor ingressar no Gamma Ray) ambos resolveram formar uma banda. E lá estava Kai Hansen, que prontamente, gravou algumas faixas no debut de 1997. Dessa forma, ele ajudou a dar aquele empurrãozinho necessário para que a banda decolasse.

A influência de Hansen nas novas bandas de Power Metal

Se pararmos para pensar de forma mais abrangente, Kai Hansen participou de diversos álbuns de bandas novatas. Isso, inegavelmente, deu certa visibilidade para as mesmas (Stormwarrior, Heavenly, Rampage, Headhunter, Heavenwood e diversas outras). Mas mesmo as bandas em que o músico jamais teve qualquer contato, tiveram influência direta de seus discos e composições. O Stratovarius é um exemplo clássico. Já que os finlandeses cresceram e apareceram na década de 90, justamente, quando apostaram em uma guinada que fazia com que sua musicalidade remetesse diretamente ao Helloween da fase “Keeper Of The Seven Keys”.

O Edguy idem, o Hammerfall mais discretamente, mas, mesmo assim, com influência clara do Helloween. O gigantesco projeto de Tobias Sammet, o Avantasia, além de beber na fonte de Kai e do Helloween, ainda trouxe o próprio Kai para participar das duas “Metal Opera” junto com o ex-parceiro Michael Kiske. Se olharmos para bandas que surgiram mais tarde no gênero, Sabaton, Bloodbound, Brainstorm, Paragon e outras, lá está a influência de quem? Dele mesmo, Kai Hansen…

Definitamente, o pai do Power Metal é Kai Hansen

Enfim, o cara moldou o som de praticamente todas as bandas mais importantes do Power Metal. Por isso, podemos afirmar que o baixinho, é sim, o pai do estilo. Mais do que isso, Kai é uma figura absolutamente agregadora. Mesmo com milhares de ocupações, se prontificou a tocar com Michael Kiske no Unisonic. Quase ao mesmo tempo, fazia turnês abrindo para o Helloween com seu Gamma Ray. Manteve bom relacionamento com todos com quem já tocou e, certamente, foi o cara por trás da reconciliação entre Kiske e Weikath. Se hoje temos um Helloween turbinado com quase todos os seus integrantes clássicos e originais (com exceção do falecido Ingo), isso se deve muito as ações de Kai Hansen.

Tenho certeza que você já entendeu tudo o que precisava sobre este lendário músico. Assim sendo, que tal ouvir uma playlist feita no capricho com músicas de bandas em que Kai participou como membro ou mesmo como um mero convidado? Aperta o play e boa viagem!

Playlist: melhores de Metal internacional em 2020 – 2

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Playlist: melhores de Metal internacional em 2020 – Parte 2

No dia 28 de maio, nós apresentamos uma playlist selecionada das melhores músicas internacionais de 2020. Na ocasião, nossa escolhas foram referentes aos discos lançados até aquela data.

Portanto, hoje vamos apresentar uma nova playlist, elegendo vinte e cinco canções presentes entre os melhores lançamentos internacionais até este momento, sem repetir nenhuma banda que participou da primeira lista e, além disso, abrindo precedente para que aja uma terceira parte até o final do ano.

Claro que muita coisa boa acabou ficando de fora, devido ao grandioso número de excelentes lançamentos nesse período, mas é assim mesmo.

Portanto, ouça a playlist agora mesmo.

Playlist:

  1. Iron Savior – “Our Time Has Come”
  2. Iron Angel – “Sands Of Time”
  3. Niviane – “Niviane”
  4. Benediction – “Rabid Carnality”
  5. Carcass – ” Slaughtered In Soho”
  6. Raven – ” Top of the Mountain”
  7. Anaal Nathrakh – “The Age of Starlight Ends”
  8. UADA – “No Place Here”
  9. Neptune Band – “Last Man Standing”
  10. Stalker – Speed Metal – ” Of Steel and Fire”
  11. Sodom – “Friendly Fire”
  12. Alcatrazz – “London 1666”
  13. Sorcerer – “Lamenting Of The Innocent”
  14. Satan’s Empire – “Hail The Empire”
  15. ACCEPT – “Too Mean To Die”
  16. Grave Digger – “Fields Of Blood”
  17. Oz (OZ Official) – “Switchblade Alley”
  18. Magick Touch – “To The Limit”
  19. Hellspike – “Storm Of Fear”
  20. Primal Fear – “Along Came The Devil”
  21. Blue Öyster Cult – “The Alchemist”
  22. Deep Purple – “Throw My Bones”
  23. Traveler – “Termination Shock”
  24. Stallion – “Die With Me”
  25. NECROPHOBIC – “Dawn Of The Damned”

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal, com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

Em primeiro lugar, veio o grupo, depois a página no Facebook, Instagram, Youtube e, posteriormente, nosso site oficial veio a luz. Apesar de todas as dificuldades da vida cotidiana, nunca paramos de crescer.

Sejam muito bem-vindos a nossa casa e desejamos de coração que voltem sempre que quiserem.

Além disso, todos os dias, publicamos notícias, indicações, resenhas e artigos que interessam aos que são, como nós, amantes do Rock e de todos os subgêneros tradicionais do Heavy Metal.

Contudo, divulgar a underground está entre os nossos preceitos.

Portanto, se vocês amam a música pesada de alguma forma, o lugar de vocês também é aqui conosco.

Lançamento: Grave Digger – “Fields Of Blood” (2020)

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Grave Digger - Fields Of Blood
Grave Digger - Fields Of Blood (Gravadora: Napalm Records)

Já que esta analise trata da mais nova obra destes verdadeiros “dinossauros” do Heavy/Power mundial, começamos com o esporro do “tiozão” aqui.

A mais nova moda entre os headbangers novatos naturais desta república de bananas é se desfazer e caçoar daqueles ouvintes mais velhos. Isso acontece mesmo que esses tais “velhinhos” escutem Heavy Metal bem antes dos bebês chorões tratados a base de leite com pera sub-existirem dentro dos bagos de seus pais, também acontece mesmo que os malditos fedelhos criados pela vovó não sejam capazes de estabelecer uma única conversa decente sobre música. E o motivo é claro, lhes falta conhecimento, lhes falta entendimento e, principalmente, lhes falta amor ao gênero, então, eles buscam desmerecer aqueles que tem tudo isso com sobras. Não se preocupe, este não é mais um daqueles textos de opinião já tradicionais aqui em nossa página, mas se tratando de um disco novo do Grave Digger, creio que seja hora de tirar as crianças da sala (relaxa, me refiro somente aquelas birrentas e sensíveis, saca?) por que o papo aqui é para adultos. Você, bobalhão que adora replicar falas sem qualquer embasamento, vive dizendo por aí que os “tiozões do Metal” só sabem ouvir as mesmas bandas de sempre e blá blá blá, fique sabendo que esse álbum não é para os seus ouvidinhos sensíveis de porcelana, ele não se enquadra na sua listinha pobre e perecível de discos moderninhos sem sal. O todo poderoso Grave Digger está de volta as boas e, certamente, não vai te apresentar nenhuma ideologia politicamente correta, não vai militar em favor do seu político de estimação e muito menos vai cagar discursos fajutos aos seus fãs, esses caras transpiram Heavy Metal por todos os poros e, por isso, nada vindo deles vai se enquadrar nos seus devaneios distópicos de realidade. Se você não é um verdadeiro amante do estilo e coloca ideologias que nunca representaram o Heavy Metal na frente da própria música, tchau, corre para suas audições medíocres, pois “Fields Of Blood” é forjado no mais puro aço e dispensa opiniões de amadores.

Agora que separamos os homens dos meninos, vamos ao que interessa.

“Fields Of Blood”, o vigésimo álbum dos alemães, é uma verdadeira viajem nostálgica aos anos 90, período em que o Grave Digger vivia o seu auge e ditava as regras do Metal alemão. Essa sensação de deja-vu acontece não apenas pela temática aqui proposta (que remete ao trabalho mais emblemático da carreira dos caras, o insuperável “Tunes Of War”, de 1996) mas, principalmente, por que traz a musicalidade daqueles tempos de volta. É verdade que Chris Boltendahl não tem mais ao seu lado um guitarrista como Uwe Lulis e nem um baixista da estirpe de Tomi Göttlich, também é verdade que percebe-se nitidamente um certo envelhecimento e desgaste de sua potente voz, mas nada disso é um problema por aqui. O novo álbum faz jus a brilhante trajetória dos coveiros teutônicos e a cada audição soa melhor e mais digno dos quase 40 anos de estrada dos caras.

Posso afirmar sem qualquer medo que este disco é uma das mais gratas surpresas do ano. Depois de dois trabalhos medianos, “Healed By Metal” e “The Living Dead”, respectivamente de 2017 e 2018, creio que nem o mais ardoroso fã esperava algo tão forte como esta nova obra. Praticamente tudo em “Fields Of Blood” é acertado, desde os timbres de guitarra, até a produção no ponto, cortesia do Principal Studios (GER), tudo soa nivelado por cima. Para chegar aos finalmentes na chamada trilogia das “Highlands” iniciada em “Tunes Of War”, o quarteto original de Gladbeck apresentou o segundo capítulo desta saga no bom “The Clans Will Rise Again”, em 2010, e percebe-se que houve um genuíno esforço para que encerrassem sua história mais grandiosa com um álbum majestoso. Não falharam!

Desde os primeiros momentos da introdução “The Clansman’s Journey”, com aquele som emblemático e característico de gaita de fole, “Fields Of Blood” já nos arremessa de volta em 1996. Quando a intro termina, você jura que vai começar a tocar “Scotland United”, mas ao invés disso é a belíssima “All For The Kingdom” que invade os falantes com um riff poderoso e um ritmo vibrante (como a muito tempo eu não sentia em um disco da banda). O refrão: “All, all for the Kingdom/ Together we fall and forever we stand/ All, all for the Kingdom/ We fight for the right, for the right to survive/ For the king, all for the land, all for one” é pra cantar junto bradando à plenos pulmões e com os punhos cerrados para o alto. “Lions Of The Sea” é mais melodiosa e possui um refrão que, a primeira vista, você não vai dar muita moral, mas depois de algumas audições ele não vai sair da sua cabeça. “Freedom” vem na sequência e, neste ponto da audição, você já percebe que o Grave Digger não veio para brincadeiras. Que música! Acelerada, com um bridge magistral e outro refrão formidável. Só não te deixa mais embasbacado por que isso vai acontecer de fato logo na sequência com a maravilhosa “The Heart Of Scotland”. Há muito tempo eu não ouvia uma música do Grave Digger tão grandiosa como esta, e olha que eu nem posso dizer que é a melhor do álbum, como vamos descobrir um pouco mais adiante. Sabe aqueles sons pomposos, que parecem já nascer clássicos? É disso que se trata esta música.

Chegando mais ou menos na metade da audição, temos um outro momento que remete diretamente a “Tunes Of War”, trata-se da balada “Thousand Tears”, uma clara referência a “The Ballad Of Mary (Queen Of Scots)”, com participação da vocalista Noora Louhimo (Battle Beast). “Union Of The Crown” dá início a segunda metade do disco com um ritmo veloz e outro refrão de primeira. Pasmem, por que esta sequência final consegue ser ainda mais empolgante que a primeira. “My Final Fight” é simplesmente o Grave Digger soando como o Running Wild, e como eles fizeram isso de maneira elegante e sem soar clichê. “Gathering Of The Clans” e é um soco no estômago, aquele típico som que você ouve e, sem qualquer informação prévia, já sabe que banda é. Devo mencionar que temos novamente um refrão absolutamente cativante, aliás, esta é uma marca registrada neste disco. “Barbarian” é daquelas músicas mais cadenciadas que você ouve pela primeira vez e já se identifica. Note que já se foram 10 músicas e até aqui temos uma audição impecável, até mesmo o guitarrista Axel Ritt, vítima de algumas críticas dos fãs por não ser um genuíno riffmaker como seus antecessores, neste disco se superou e tem a sua melhor performance desde que entrou na banda em 2009.

Para finalizar com chave de ouro, temos a faixa-título “Fields Of Blood”, e aqui não se trata de qualquer música, mas da melhor música do Grave Digger em décadas. Ao longo dos seus mais de 10 minutos, temos absolutamente tudo que resume a sonoridade desta verdeira lenda do Metal alemão, são muitas as passagens épicas, o refrão é grandioso, os solos são belíssimos e em meio a ótimas climatizações e alternâncias rítmicas, ficamos com a sensação de estar ouvindo um novo clássico. O tema instrumental “Requiem For The Fallen” encerra o registro de forma introspectiva e a sensação de “quero mais” permanece no ar durante algum tempo.

Quem conhece mais a fundo o Grave Digger, sabe que os caras sempre mantiveram certa coerência em seus lançamentos, dificilmente você ouvirá qualquer registro lançado ao longo dessas 4 décadas de carreira e vai se decepcionar por completo. O que acontece é que depois daquele auge estrondoso nos anos 90, os caras passaram a colecionar alguns altos e baixos, no que diz respeito aos baixos, é bom deixar claro que um “baixo” do Grave Digger consegue superar “altos” de muitas bandas por aí e, quando os caras estão com a inspiração lá em cima e acertam a mão, como ocorreu no excepcional “Return Of The Reaper” (2014) e neste “Fields Of Blood”, somos agraciados com trabalhos de primeira grandeza. Obviamente, Chris Boltendahl e sua trupe não precisam mais provar nada pra ninguém, mas é sempre bom ver aquela banda moldadora de caráter que você ouviu até a exaustão na sua adolescência, lançar um disco em pleno 2020 que te faça cravar o que vou cravar: se não for o melhor álbum de Power do ano, certamente, estará ao menos no top 3.

Obrigatório a qualquer fã do estilo. E aqui me refiro a fãs de verdade, não a esses moleques mongolões mencionados no começo deste texto, a estes, recomendo ir ouvir aquelas bandas ideologizadas/polarizadas que mal sabem tocar, mas vociferam todas as porcarias ideológicas que fazem esses roqueiro(a)s juvenis melarem suas cuecas e calcinhas. Como já foi dito, Grave Digger é papo para adulto. Ainda bem!

Nota: 9,3

Integrantes:

  • Chris Boltendahl (vocal)
  • Jens Becker (baixo)
  • Axel “Ironfinger” Ritt (guitarra)
  • Marcus Kniep (bateria e teclado)

Faixas:

  1. The Clansman’s Journey
  2. All For The Kingdom
  3. Lions Of The Sea
  4. Freedom
  5. The Heart Of Scotland
  6. Thousand Tears
  7. Union Of The Crown
  8. My Final Fight
  9. Gathering The Clans
  10. Barbarian
  11. Fields Of Blood
  12. Requiem For The Fallen

Os dois melhores e os dois piores: Metallica

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Antes de começar a choradeira, deixamos claro que este é um quadro meramente opinativo, de humor e com o intuito de entreter o leitor. “Melhor” e “pior” são conceitos subjetivos, o que é ótimo para alguns é péssimo para outros e vice versa.

Ficando estabelecido estes meros detalhes, vamos ao que interessa!

Deixei dois álbuns importantíssimos de fora.

“Kill ‘Em All” estaria entre os dois de cima caso os quesitos importância ou relevância histórica estivessem em jogo, além disso, “Black Album” não figurou nem entre os melhores e nem entre os piores. Os motivos são meio óbvios, mas vamos a eles: não está entre os melhores por que vendagem não traduz qualidade musical, porém, não está entre os piores por que apesar da reclamação dos radicais, é um ótimo registro.

Os dois melhores trabalhos são “Ride The Lightning” e “Master Of Puppets”. O primeiro traz o Metallica sendo Metallica pela primeira vez na história. Os caras lapidaram todas aquelas primeiras idéias contidas no debut e criaram uma sonoridade própria, as músicas são mais encorpadas, mais pulsantes e mais intensas, fugindo um pouco de algumas composições anteriores que tinham e muito a cara de Dave Mustaine. “Fade To Black” foi um grande trunfo, uma canção belíssima com uma letra pra lá de irada, mas essa bolacha maravilhosa ainda tinha escondida na manga sons capazes de triturar o seu cérebro. O que dizer de “For Whom The Bell Tolls”, “Fight Fire With Fire” e “Creeping Death”?

Já o segundo disco escolhido, pega todas aquelas boas idéias contidas em “Ride The Lightning” e as amadurece ainda mais. É importante não esquecer que “Master Of Puppets” foi o disco que fez do Metallica o que ele é, abrindo as portas da grande mídia e popularizando o Thrash Metal no mundo todo. A faixa título é algo épico, cheia de climas, nuances e camadas, aquele solo é absurdo de bom! Assim como em “Ride”, não fica nisso, ainda temos as pancadas “Battery” e “Damage, Inc”, a fadetoblackiana “Welcome Home” e um dos meus sons favoritos da discografia, a subestimada “The Thing That Should Not Be”, com uma letra baseada nos contos do mestre do horror cósmico, H. P. Lovecraft.

Bem, chegamos a hora da verdade, e ela pode ser bem dolorida. Os dois piores…

Depois daquele começo de carreira quase perfeito. todo mundo sabe que a banda foi mudando, mudando, mudando e mudando. Até que virou uma espécie de gosma disforme irreconhecível. Os caras que gravaram aqueles discos poderosos, chegaram a esse ponto lastimável aí da foto.

Vocês podem até me xingar, me ameaçar e desejar a minha morte, mas a realidade é que se Load já não era lá grande coisa, Re-Load é o disco que os responsáveis por ele deveriam apanhar de gato morto até o gato miar. Para os de mente mais aberta, talvez até se salvem sons como “Fuel”, “The Unforgiven II” e “The Memory Remains”, mas no geral, o disco é fraquíssimo. Um amontoado de sobras de estúdio bisonhas, daquelas de fazer o peão chorar de desgosto, e eles empurraram essa bagaça na nossa goela dizendo que era a “evolução do Metal”… eu mando se f#@* ou vocês mandam?

Se “Re-Load” é digno de uma surra de gato morto, “St. Anger” é pior do que bater na mãe. O troço é ruim demais. O que o Lars queria com aquele som de bateria? Cadê os solos fodalhões de Mr. Hammet? E aquela distorção groovada a lá Nu Metal? Cacete Metallica, vocês tão de parabéns, viu! Foram do céu ao inferno com uma facilidade impressionante. Eu juro que quando essa bugiganga foi lançada eu consegui ficar mais puto do que quando o Brasil perdeu a final da Copa de 98. E aquele documentário? Sério, ainda bem que os caras “saíram” dessa “fase” por que eu, sinceramente, não sei o que eles queriam. Gravaram uma coleção de músicas horrendas, onde todas elas foram tecidas como uma concha de retalhos, já que a banda estava em pé de guerra e não se reuniu para trabalhar nas composições. O álbum não tem solos, os riffs são fracos e o som de bateria é uma espécie de Timbalada tentando tocar New Metal…

Chega!

Agora fica com vocês a missão de colocar o meu nome na boca do sapo. Este quadro se encerra agora! E se encerra com uma foto atual pica onde a banda ao menos soa honesta e não tenta chamar atenção com polêmicas inúteis.

Deixa seu comentário, compartilha e, se gostou da zoeira, manda pra aquele seu amigo fãzete, por que… a treta é never ends!

Os dois piores e os dois melhores: Iron Maiden

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Title: 'Early Years' DVD Images Artist: Iron Maiden Photographer: Ross Halfin Date: 01 October 2004 Copyright: Iron Maiden Holdings

Antes de começar a choradeira, deixamos claro que este é um quadro meramente opinativo, de humor e com o intuito de entreter. “Melhor” e “pior” são conceitos subjetivos, o que é ótimo para alguns é péssimo para outros e vice versa.

Ficando estabelecido estes meros detalhes, vamos ao que interessa!

Na estréia deste quadro, eu disse que vocês podiam colocar o meu nome na boca do sapo caso discordassem das escolhas, mas como vocês são fraquinhos de macumba, aqui estou eu novamente, firme e forte para mais uma análise totalmente excelente dos dois melhores e dos dois piores discos de uma banda. Desta vez, os escolhidos foram eles, os britânicos mais célebres da NWOBHM: o Iron Maiden!

Sem mais delongas e indo direto ao ponto, os dois melhores são, indiscutivelmente, “Powerslave” e “The Number Of The Beast”. Claro, você pode discordar, e eu conto que você discorde, senão esse quadro não teria a menor graça…

Poderia ter colocado entre os melhores, algum outro trabalho? Poderia. Registros como “Killers”, “Piece Of Mind”, “Seventh Son Of A Seventh Son” e alguns outros, realmente teriam cacife para figurar neste humilde pódio, mas os dois escolhidos são duas obras de arte daquelas em que você escuta sem pular faixa e todos os momentos, do primeiro ao último segundo de audição, são irrepreensíveis. Começando por nossa medalha de ouro, “Powerslave” representou o ápice da fase clássica da donzela, foi nele que o quinteto de Londres alcançou o estrelato propriamente dito. Mas só por isso? Claro que não! O quinto disco de estúdio representa o pico criativo do Maiden, é nele que temos os músicos mais entrosados, confiantes e arriscando sem perder um traço sequer de suas principais características. Músicas como “Aces High”, “2 Minutes To Midnight” e a canção título, se tornaram clássicos da banda, enquanto as demais composições se destacam e vão muito além do que o esperado. “Rime Of The Ancient Mariner” é assombrosa, “Flash Of The Blade” é dona de um dos riffs mais fantásticos do Metal e os solos de “The Duellists” é uma verdadeira aula da dupla Murray/Smith.

Escolher a medalha de ouro foi relativamente fácil, a de prata nem tanto, porém, “The Number Of The Beast” a merece por diversos fatores. É o primeiro disco gravado por Bruce e, logo de cara, o novo frontman conquistou números expressivos, assim como também foi alvo de polêmicas e a tentativa frustrada de censura por conta de alguns grupos religiosos da época. Pensa numa galera que se borrou de medo do infame “666, The Number Of The Beast” do refrão, acho que esse povo achou que o próprio rei do inferno iria sair de dentro da caixa de som para caguetar que eles eram todos uns hipócritas pecadores. Vai saber, né. Mas voltando ao que interessa, aqui temos nada menos que “Run To The Hills”, “Hallowed Be Thy Name”, e a faixa título, todas essas virando hinos supremos do estilo. A bolacha ainda conta com as maravilhosas “Children Of The Damned”, “The Prisioner” e “22, Acacia Avenue”. Ta bom ou quer mais?

Ai, ai, ai, ai… agora que fãzete endoida…

Vamos combinar? Depois de ler o restante do texto, não vale se encolher em posição fetal debaixo da cama e nem chorar no banho gritando pela mamãe, ok?

Eu sei, principalmente os fãs mais novos adoram essa fase mais recente do Iron Maiden, até entendo isso. Já que foi com estes disquinhos mequetrefes que vocês conheceram a banda, nada mais justo que defendê-los, mas putz, “A Matter Of Life And Death” e “The Final Frontier” são ótimos… ótimos remédios para insônia. Sério, se o Pink Floyd tocasse Heavy Metal, provavelmente seria mais animadinho do que isso.

“A Matter Of Life And Death” é surreal! Tem 1 hora e 11 minutos de duração de pura mesmice sonora. Com exceção de um ou outro som, o restante é pra esquecer. Tem música de 6 minutos, de 7 minutos, de 8 minutos, de quase 9 minutos, dois com MAIS de 9 minutos… não dá, O pior é que as músicas são todas semelhantes, cheias de partes que saem do nada e vão pra lugar algum, sabe? Olha, se você gosta desse trem, eu to seriamente preocupado com você, certamente, seu Gardenal já deve estar vencido ou você precisa urgentemente de aparelhos auditivos. Me ajuda a te ajudar, brother, cuida da sua saúde e depois a gente volta a conversar, quando você recuperar um pouco da sanidade.

Eu tô de cara, por que se o detentor da penúltima colocação já é uma gororoba nonsense, o último lugar é pra sentir muita raiva do Steve Harris. Quem foi que falou pro tio Steve que a gente gosta de tanta música chata? É sempre a mesma patifaria, começa uma introdução lenta sem fim, ganha um pouco de velocidade ou peso, repete o refrão 897 vezes, tem uns “ô ô ô ô ô” no meio, fica lenta de novo e acaba, mas pra fechar esse ciclo, sempre leva no mínimo 8 minutos…

Vamos ver pelo lado bom, ouvir isso aqui com frequência cura até depressão, por que se você não morrer de desgosto durante a audição, amigão, tu não morre mais! “The Final Frontier” é o ápice da picaretagem. Se tiver umas duas músicas realmente boas é muito. Algum clássico? Nem pensar! Em nenhum desses dois tem, e é bom que fique claro isso.

Eu sei que você deve estar se corroendo de ódio nesse momento e querendo soltar aquele grito libertador: “cadê Virtual XI e The X-Factor nessa lista de piores?”. Sinto muito, tanto um como outro, apesar de não ter o seu ídolo mór nos vocais, são muito (mas MUITO) melhores do que “A Matter” e “Final Frontier”. Músicas como “Sign Of The Cross”, “Man On The Edge”, “Lord Of The Flies”, “Edge Of Darkness”, “Futureal”, “The Clansman” e outras, dão um banho e, além de tudo, já venceram o teste do tempo. Eu sei que agora você ficou mais brabão, e por isso, sei que minha missão por aqui se encerrou….

Como sempre, no final deste quadro, aquela foto épica pra gente admirar e esquecer um pouco os dois piores e também esquecer todas as blasfêmias (ou verdades) que eu disse. Saca só essa imagem, meu amigo!

Gostou? Não gostou? Faz parte. Isso aqui é apenas diversão.

Preparem seus bonequinhos de vodu e comecem a me espetar por que senão eu volto na semana que vem pra falar mal de outra banda que vocês gostam. Não é ameça, é promessa. E pode ser o Manowar, hein… “pode ser”…

Deixa a sua curtida, compartilha, comenta e manda pra aquele seu amigo fãzete, por que… a treta é never ends!

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