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Álbuns injustiçados: Sabbat – “History Of A Time To Come” (1988)

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Neste quadro iremos destacar discos que são excepcionais em qualidade musical, porém, não obtiveram o reconhecimento que mereciam. Muitos deles são absolutamente desconhecidos do grande público e, é neste espaço, que tentaremos corrigir algumas injustiças históricas que aconteceram no universo do Heavy Metal.

Sabbat – “History Of A Time To Come” (1988)

O Thrash Metal nasceu no início dos anos 80, quase simultaneamente em dois países distintos, Estados Unidos e Alemanha, onde cada uma das localidades apresentou ao mundo escolas bastante diversificadas e diferentes entre si. Nomes como Metallica, Megadeth, Slayer, Anthrax, Exodus, Testament e Dark Angel (do lado estadunidense) e bandas como Kreator, Destruction, Sodom, Tankard e Exumer (do lado alemão), foram protagonistas do gênero durante toda a década e não deram muito espaço para que grupos oriundos de outras localidades fora desse eixo pudessem se destacar. Alguns países como Suiça, Brasil, Dinamarca e Inglaterra também tiveram os seus nomes importantes, porém, à princípio, foram absolutamente subestimados e, por consequência, injustiçados.

Nossa banda de hoje é justamente da Inglaterra. Hoje em dia, todos conhecem Andy Sneap por seus trabalhos como produtor e por sua participação como convidado no lendário Judas Priest, substituindo Glenn Tipton na última turnê dos britânicos. Mas o que muitos não sabem é que Andy é um exímio guitarrista e isso não vem de hoje, o músico esteve à frente do ótimo Sabbat de 1985 à 1991. Com a banda, lançou três obras excepcionais, onde o debut “History Of A Time To Come” é o grande destaque.

O Thrash dos ingleses possui alguns elementos que remetem as duas principais escolas originais, porém, os caras adicionam diversas novas tendências em sua música e isso faz com que soem diferentes tanto dos alemães quanto dos americanos. Uma das principais características do Sabbath é a ótima técnica, outra questão marcante são as composições repletas de viradas e mudanças rítmicas, além é claro, de belíssimas letras.

Pode-se afirmar que o quarteto de Nottingham teve pouco espaço pela época em que debutou, em 1988 o Thrash estava em seu ápice e centenas de novas bandas surgiam sem parar, logo na sequência, no início dos 90, o Metallica se tornaria gigante, mudaria sua sonoridade e muitos dos que não acompanharam essa guinada musical promovida pelos estadunidenses, deixaram de soar relevantes para as gravadoras. O lance das megacorporações sempre foi a grana e a exposição massiva das bandas, tanto que Exodus, Testament, Megadeth e tantas outras pisaram no freio para tentar se enquadrar nesta proposta, os que não seguiram essas diretrizes, com exceção de nomes que já eram bem grandes como Slayer e Sodom, ficaram condenados ao ostracismo. O Sabbat não foi exceção.

É triste constatar que diversas bandas com excelência musical suficiente para ter lançado discos históricos, deixaram de existir por causa de pessoas que não sabiam nada sobre Metal, eram apenas executivos cheios da grana que ditavam qual seria a próxima moda. Se você não conhece o Sabbat, mas aprecia um Thrash Metal old school super trabalhado e repleto de ótimas composições, não perca mais tempo e dê play agora mesmo nesta obra fantástica, porém, injustiçada.

♫ ‘We shall show no mercy to heathen such as thee,
who stand accused and have refused the Church”s clemency,
your wicked acts are endless, though the crimes they cannot name,
innocent or guilty proved, we’ll burn you just the same.”

Burning, into the fire.
Burning, a funeral pyre.
Burning, into the fire.
Burning, a funeral pyre.” ♫

Ouça o álbum na íntegra:

Lovebites: banda feminina japonesa lança single para anime

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Lovebites: banda feminina japonesa
Lovebites: banda feminina japonesa

A banda japonesa de Heavy/Power Metal formada por mulheres da cidade de Tokyo, Lovebites, lançou uma nova canção, “Winds Of Transyslvania”, que será a primeira a ser apresentada em anime. A banda premiada do Metal Hammer Golden Gods ficará encarregada do tema de abertura para “Vladlove”, uma nova série dos aclamados diretores visionários Mamoru Oshii e Junji Nishimura.”Vladlove” é um trabalho novo e original de Oshii, o mundialmente famoso diretor de animação por trás de “Ghost In The Shell” e “Patlabor”, e de Nishimura de “Ranma 1/2” e “You’re Under Arrest”. A dupla criou uma grande impressão na cultura pop japonesa quando trabalharam juntos no icônico anime Urusei Yatsura na década de 1980. Este novo projeto vê os diretores voltando a trabalhar em uma série de comédia repleta de personagens interessantes e únicos, centrada em torno de um entusiasta da doação de sangue e um vampiro de uma linhagem prestigiosa. Lovebites foi escolhida pela equipe de produção do anime que buscava uma banda que pudesse capturar o conceito e a feroz natureza vampírica do personagem principal da série, Mai Vlad Transilvania.

Asami, vocalista da Lovebites, disse: “Estamos ansiosas para entregar uma música pesada e dinâmica para ‘Vladlove’! Fomos nomeadas embaixadoras oficiais da série, então continuaremos a apoiar ‘Vladlove’, tanto quanto possível! Espero que você faça parte, juntando-se a nós em nossa empolgação por esta série!”

“When Destinies Align” official vídeo:

Rock In Rio 2021: Dream Teather, Sepultura, Iron Maiden e Megadeth farão a abertura no Palco Mundo

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Rock In Rio 2021
Rock In Rio 2021

O dia do Metal da edição de 2021 do Rock In Rio contará com as bandas Dream Teather, Iron Maiden, Sepultura + Orquestra e Megadeth. Essas apresentações vão ocorrer no Palco Mundo no dia 24 de setembro, o qual marcará a abertura oficial do evento. Vamos aguardar por informações mais detalhadas.

Megadeth fará a sua segunda aparição no festival. A primeira foi no Rock In Rio II em 1991. Já a banda de Progressive Metal, Dream Teather, tocará pela primeira vez na cidade do Rock. Sepultura e Iron Maiden já se apresentaram várias vezes no evento.

Álbuns injustiçados: Viper – “Evolution” (1992)

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Intercord Record Service

Neste quadro iremos destacar discos que são excepcionais em qualidade musical, porém, não obtiveram o reconhecimento que mereciam. Muitos deles são absolutamente desconhecidos do grande público e, é neste espaço, que tentaremos corrigir algumas injustiças históricas que aconteceram no universo do Heavy Metal.

Era uma vez, uma banda nascida na cidade São Paulo e criada por cinco moleques que mal haviam saído da adolescência, mas que possuíam genuína paixão pelo Heavy Metal. Tal banda foi precursora em levar a música pesada brasileira para fora do país e, através do talento de seus integrantes, fez estrondoso sucesso em diversos países da Europa e também no Japão. Os dois discos que lançaram neste período, apesar de lançados sem a menor pretensão, se tornaram obras históricas e sem precedentes para o nosso Metal. Essa banda se chamava Viper!

Claro que trabalhos como “Soldiers Of Sunrise” e “Theatre Of Fate” são acima de qualquer crítica. Mas aqui, vamos falar do terceiro registro dos caras, o ótimo, porém, extremamente subestimado, “Evolution”.

O início avassalador dos paulistanos é algo absurdamente incrível. Muito disso se deu pelo carisma e pelas qualidades vocais de André Matos. Só que André tinha outros planos para sua vida naquele momento e resolveu abandonar o barco, fazendo com que o Viper se virasse para arranjar um substituto. Pit Passarell, que já era o principal compositor da banda, assumiu o posto e, em 1992, foi lançado “Evolution”.

O álbum, além de não trazer Matos nos vocais, era uma espécie de passo atrás com relação a musicalidade extremamente melódica e cheia de elementos clássicos e orquestrados de “Theater Of Fate”. “Evolution” traz consigo muito pouco da musicalidade do seu antecessor e, ao invés disso, procura resgatar aquela veia mais porrada do Heavy Metal puro e direto contido em “Soldiers Of Sunrise”. Claro, estávamos no início dos anos 90, onde um turbilhão de bandas surgiam e o Heavy tradicional estava um tanto enfraquecido. Certamente, isso fez com Pit olhasse para outros horizontes na hora de compor, mas nada que fosse capaz de manchar o legado do Viper até então. Ao mesmo tempo em que o disco te apresentava uma balada mais moderninha como “Dead Light”, tínhamos sons extremamente tradicionais e porradas como “Evolution” e “Coming From The Inside”. O álbum traz canções energéticas e cheias de punch como “The Shelter” e o hit “Rebel Maniac”, baladas incríveis como “The Spreading Soul”, momentos de pura inspiração como em “Still The Same” e “Dance Of Madness”, além da totalmente ‘theater-of-fateana’ “Wasted”.

Dá pra entender a decepção dos fãs que queriam André Matos e outro disco na linha de “Theater Of Fate”? Sim, é perfeitamente entendível. Só que não tem como dizer que “Evolution” é um trabalho ruim ou médio só por causa disso. É um álbum extremamente criativo, bem executado, com canções grudentas e uma pegada avassaladora. Pit, apesar de ser um vocalista infinitamente menos técnico que Matos, manda muito bem e compensa suas deficiências com muita garra e performances ao vivo cheia de sangue no olho. Com toda certeza, “Evolution” fecha uma trinca inicial perfeita e sem deslizes, de um dos nomes mais importantes do Metal BR. O que viria à seguir, com o fraquinho “Coma Rage” e o bizarro “Tem pra todo mundo”, aí sim, é motivo para críticas e narizes torcidos, mas isso é pauta pra outra publicação e em outro quadro…

Se você não conhece este baita álbum do Viper, esqueça as críticas que você viu e ouviu até hoje, não perca mais tempo, ouça “Evolution” na íntegra e corrija este erro o mais rápido possível. Se curtiu o quadro e conhece algum disco que poderia ser abordado por aqui, comente e faça seu pedido.

♫ “Evolution
Self destruction
Evolution
No solution
Disease and fear
I walk every night to see the end
Come see the end
By my side.” ♫

Redigido por Fabio Reis

Álbuns injustiçados: Nuclear Assault – “Out Of Order” (1991)

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I.R.S. Records

Cá estou para somar forças com meus compatriotas e relembrar mais um álbum, que por determinados motivos, não alcançou um patamar maior do que obteve, não somente em questão de vendas, mas de relevância e indicações posteriores. Como se sabe, eu costumo provocar boas misturas e para adivinhar o que eu vou escolher para falar não é uma tarefa tão simples assim. A bola da vez acabou de ser lida pelo caríssimo e fiel leitor a partir do subtítulo desta epístola. Lançado no dia 10 de setembro de 1991, via I.R.S. Records, o Nuclear Assault dava prosseguimento ao seu legado musical em uma década que estava prestes a tomar novos rumos em se tratando de música pesada. Após a trinca imbatível que reúne os álbuns “Game Over” (1986), “Survive” (1988), e Handle With Care (1989), os norte-americanos tinham um árduo trabalho pela frente que era de formar uma quadra ainda mais sólida do que acontecera com sua trinca inicial. Porém, mais uma vez a arte visual fez o público ficar em dúvida quanto ao novo disco à época. Tudo bem que a capa ainda mostra coisas referentes às guerras como nos discos anteriores, porém, o caso aqui ficou bem diferente ou até distante para muitos que acabaram por torcer o nariz ao ver a imagem.

Boa parte das bandas sofreu mudanças drásticas em suas artes de capa na virada para os anos 90, e desde então dificilmente conseguiram manter o mesmo nível sonoro de outrora. Ah, mas então você está dizendo que o Metal morreu nos anos 90? Não, meu nobre leitor! Estou dizendo com relação à influência das gravadoras que estavam pendendo muito mais para o que estava surgindo do que para as tradicionais bandas de Metal já existentes na qual faziam com que as bandas pensassem ou fossem obrigadas a tomar outro rumo. Se você analisar bem as capas, verá que a moda de recortes e imagens disformes todas embaralhadas tomaram conta dos trabalhos lançados nessa década. E isso é tão evidente que muitas pessoas dizem que as capas dos anos 80 são as melhores que já foram criadas. O Nuclear Assault pode até não ter ganhado tanta grana assim com seus clássicos insubstituíveis, mas a visão sobre eles era e continua sendo muito mais clara do que com os álbuns subsequentes.

Eu, particularmente, considero o quarto full-length até melhor que o glorioso “Survive”, que por ordem é o segundo lançamento de Dan Lilker (baixo), John Connelly (vocal) e amigos. Já outro fato interessante sobre a capa é que mantiveram o logo original mesmo que de forma mais escondida, porém, o formato permaneceu intacto. Isso dava a entender que a sonoridade poderia não ter mudado tanto assim. É engraçado o modo que as capas se comunicam com o público. Por mais que uma capa seja feia, se ela for sincera te fará querer ouvir o álbum. Talvez não fosse esse o contexto por trás das imagens feitas de 1990 até próximo dos anos 2000. Se bem que por volta de 1998 ou até antes já se investiam em imagens no formato 3D, tendo inclusive umas capas que ficaram tão embaçadas que eu fico tonto se olhar muito. Não sei se acontece com mais alguém, mas esse tipo de capa eu procuro não olhar tanto. Completam o clássico time, o guitarrista Anthony Bramante e o baterista Glenn Evans.

Todos os adeptos sabem que o Nuclear Assault passou por diversas pausas e que desde 2011 vem mantendo-se em atividade, embora já tenha anunciado que encerraria de vez os trabalhos após o EP “Pounder” (2015). Tanto que este é o último registro de estúdio dos novaiorquinos. Eu como gosto da banda adoraria conferir mais um novo lançamento deles, porém, isso parece estar longe de acontecer. Agora quanto ao impecável “Out Of Order”, ao contrário do nome do disco, tudo está na mais perfeita ordem com músicas amplamente equilibradas e que se não são tão afiadas e cortantes como as faixas dos álbuns anteriores, ainda sim possuem todo o peso e energia, dos quais o Nuclear Assault sempre se dispôs a entregar aos seus fãs.

Com uma gravação mais concisa e um som mais encorpado, “Out Of Order” promove ao ouvinte uma mistura de técnica, agressividade e solos primordiais para um estilo tão exigente quanto o Thrash Metal. Ah, e sem esquecer o Crossover que aparece em menor escala aqui do que nos trabalhos anteriores e acrescentando um tempero a mais de Heavy Metal. Esse álbum remete a bandas do porte do compatriota Anthrax, além dos russos do Shah (banda essa que se tornou um dos ícones do dito ‘cult’ para quem hoje a conhece). Para quem gosta de ler as informações técnicas aqui está um breve resumo da obra: a produção executiva ficou nas mãos de Glenn Evans e Casey McMackin; a bateria e o baixo foram gravados no The Hit Factory, Nova York; o álbum foi mixado no Presence Studios em East Haven, Connecticut.

Agora que conheceu mais essa pérola ou recordou dela, vá conferir do início ao fim esse grande álbum e para apimentar essa audição, indico para prestar bastante atenção nas faixas “Too Young To Die”, “Resurrection” (com direito a descarga na privada no final) e “Stop Wait Think“ (com sua intro sinistra e bastante “metallicana”). Garanto que tais faixas não sairão da sua cabeça, isso sem contar as outras que são de altíssimo nível também. Ah, “Hypocrisy” também é sensacional! E não podemos deixar passar em branco a genial participação do tecladista John Quinn na faixa “Save The Planet”. As outras performances no teclado ficaram a cargo do próprio Dan Lilker. Finalizando o texto e a obra, temos o incrível cover de “Ballroom Blitz”, clássico do Sweet.

“Stop wait think
Maybe what I’m trying to say
Stop wait think
Your hands aren’t clean, there’s blood on them
Stop wait think
Every death that needn’t be
Stop wait think
The pain of it rests on your head”

Redigido por Stephan Giuliano

Álbuns injustiçados: Riot – “Thundersteel” (1988)

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CBS

Neste quadro iremos destacar discos que são excepcionais em qualidade musical, porém, não obtiveram o reconhecimento que mereciam. Muitos deles são absolutamente desconhecidos do grande público e, é neste espaço, que tentaremos corrigir algumas injustiças históricas que aconteceram no universo do Heavy Metal.

Muitos nunca sequer ouviram falar dos estadunidenses do Riot, outros ouviram uma música aqui e outra ali, mas pouquíssimos são os que realmente conhecem a obra completa desta banda tão fantástica. Em meio a tantos trabalhos de qualidade acima da média, um deles se destaca em absoluto: “Thundersteel”, de 1988. Sem medo de estar falando uma tremenda besteira, digo a vocês com total certeza e conhecimento de causa, “Thundersteel” se equipara em qualidade, criatividade e construção, com grandes clássicos ovacionados como “Powerslave” (Iron Maiden), “Painkiller” (Judas Priest) e “Restless And Wild” (Accept), entre outros de mesma estirpe.

Você ao ler isso pode pensar que é um mero exagero deste que vos escreve, pode achar que é uma supervalorização de obra feita por um fã ou, até mesmo, achar que devo estar sofrendo de delírios e devaneios oriundos de alguma enfermidade. Mas não! O sexto registro de estúdio do Riot é tão espetacular quanto poderia ser e qualquer elogio não seria capaz de traduzir em palavras o poderio de fogo apresentado no álbum.

O Riot tem uma carreira bastante peculiar desde seu início e, através dos anos, sofreu com diversas tragédias e acontecimentos fatídicos, mas nunca deixou de se reinventar e seguir em frente. Nesta altura do campeonato, o Riot já havia experimentado bastante em sua sonoridade, desde o debut “Rock City”, com uma vibe Hard and Heavy setentista, passando por petardos Heavy como “Fire Down Under” e explorando novos horizontes no subestimado “Born In America”, a banda sempre demonstrou muitas qualidades. Nestes tempos, também já tinham sofrido com perdas importantes no line-up, como a do vocalista Guy Speranza, mas nada que fosse capaz de frear o imparável líder e guitarrista Mark Reale.

Em 1988, a banda nos apresentava uma versão de si mesma que era mais porrada e cascuda que as anteriores. “Thundersteel” é um disco que mescla a rapidez do Speed Metal com a solidez do Heavy tradicional e as melodias estonteantes do Power. Se comparado a seus registros anteriores, é de longe o mais veloz e pesado, e estas características se encaixaram com perfeição às características dos próprios integrantes da época. Tony Moore canta de forma sublime e nos entrega uma performance quase inigualável, os guitarras de Mark são um show de riffs, linhas e solos viscerais, Don Van Stavern tritura seu baixo de maneira descomunal e os dois bateristas que gravaram o disco, Bobby Jarzombek e Mark Edwards, alternam momentos de brilhantismo.

É inaceitável que um trabalho que contenha verdadeiros hinos do porte de “Fight Or Fall”, “Flight Of The Warrior”, “Bloodstreets” e a faixa título “Thundersteel”, só pra mencionar algumas, não tenha vendido milhões de cópias e não seja colocado no panteão de obras imortais do gênero. Eram épocas difíceis, as gravadoras escolhiam quem seria o próximo Iron Maiden ou o próximo Metallica e, infelizmente, o Riot era uma banda subestimada para os engravatados donos do dinheiro. O álbum até conseguiu chamar certa atenção na época, mas nada que pudesse de fato alavancar o grupo e fazê-los alçar voos mais altos, uma pena…

Bom, se você não conhece está obra de arte, não perca mais tempo e ouça sem moderação. Se já conhece, sabe muito bem do que estou falando. Se quiser nos mandar sugestões de álbuns para figurar neste quadro, deixe o seu comentário e faça seu pedido. Desejo a todos uma boa audição!

Ouça o álbum na íntegra:

Integrantes:

Tony Moore (vocal)
Mark Reale [R.I.P. 2012] (guitarra)
Don Van Stavern (baixo)
Bobby Jarzombek (bateria nas faixas 1, 4, 6, 8, 9)
Mark Edwards (bateria nas faixas 2, 3, 5, 7)

Faixas:

  1. Thundersteel
  2. Fight or Fall
  3. Sign of the Crimson Storm
  4. Flight of the Warrior
  5. On Wings of Eagles
  6. Johnny’s Back
  7. Bloodstreets
  8. Run for Your Life
  9. Buried Alive (Tell Tale Heart)

2020 trágico para a música pesada e a a velha guarda

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Na virada de 2019 para 2020, como em toda virada de ano, todos esperávamos que tempos melhores viessem, porém, este ano nos mostrou que nada é tão ruim que não possa piorar.

Pandemia, lockdown, economias em frangalhos, milhares de mortos ao redor do mundo.

As coisas foram ficando cada vez mais estranhas, tempestades de areia, ciclones bomba, nuvens de gafanhotos, vespas gigantes, terremotos, furacões, manifestações, terrorismo, quebra-quebra…

Pois, só faltou mesmo a tal invasão alienígena (mas é melhor não eliminar a possibilidade ainda).

Enfim, em um ano destes, seria muita ingenuidade pensar que o Rock ‘N’ Roll e, consequentemente, o Heavy Metal passariam impunes. Pois, não passaram mesmo.

2020 foi um ano de muitas e doloridas perdas para nós amantes da música, e alguns heróis insubstituíveis do primeiro escalão nos deixaram precocemente.

Se existir um outro lado, os shows por lá ganharam reforços de peso, afinal, por aqui, ficamos sem Neil Peart, o mítico baterista do Rush que foi inspiração para quase todos os bateristas do mundo.

Ainda no campo das baquetas, perdemos Frank Banali, do Quiet Riot, e Lee Kerslake, do Uriah Heep, aliás, o Uriah Heep teve perda dupla com a recente passagem do tecladista Ken Hensley.

UFO

Além disso, outra banda que sofreu horrores neste foi o UFO, com as perdas de dois grandes músicos, o baixista Pete Way e o guitarrista Paul Chapman.

Tivemos o falecimento do jovem Riley Gale, do ascendente Power Trip, e os falecimentos do guitarrista original do Riot, Lou A. Kouvaris e do mega produtor (já aposentado) Martin Birch.

Eddie Van Halen foi outro ceifado em 2020

Como se não bastasse tantos nomes importantes indo embora deste mundo, quis o destino que no último dia 6 de outubro, perdêssemos um dos ícones máximos da guitarra, o inigualável Eddie Van Halen. É muita tragédia para pouco tempo…

“Poxa Mundo Metal, em um ano tão esquecível como este, por que vocês ainda fazem questão de listar quase todos os grandes nomes que se foram?”

Porque chegou a hora de rever alguns conceitos. É necessário retirar aprendizados importantes de momentos devastadores e essa é a nossa reflexão de hoje em diante.

Pois, perdemos uma quantidade absurda de músicos importantes em 2020, sem querer soar pessimista (apenas sendo realista), a tendência é esta lista ir aumentando exponencialmente.

O Rock ‘N’ Roll é datado de meados da década de 50, os grandes ícones que ainda estão vivos, tem mais de 75 anos.

O Hard setentista e o Heavy Metal nasceram no fim da 60s e comecinho dos 70s, portanto, temos os grandes dinossauros batendo perto ou passando dos 70 anos.

Decerto, devo mencionar que muitos destes músicos possuíram uma vida promíscua na juventude e suas trajetórias foram mascadas por abusos e inconsequências dos mais diferentes tipos.

Muitos desses caras trazem graves sequelas destas aventuras juvenis e os que não trazem, sofrem com o peso da idade

Se pararmos pra pensar, quantos anos mais será contaremos com a presença ativa nos palcos de nomes como Paul McCartney, Keith Richards, Mick Jagger, Pete Townshend e Brian May?

E se pensarmos apenas nos músicos que fazem parte do Heavy Metal e do Hard dos anos 70?

Quantos anos mais teremos Ozzy, Ian Gillan, Tony Iommi, Robert Plant, Rob Halford, Paul Stanley ou Angus Young?

Uma breve análise mostra que até mesmo algumas bandas um pouco mais “jovens”, que nasceram no início ou em meados dos anos 80, já vem sofrendo com o peso da idade.

O Iron Maiden é um bom exemplo, eles ainda entregam um bom show?

Sim, entregam, mas venhamos e convenhamos, a performance vem diminuindo a cada ano e, cada vez mais, eles investem em mais aparatos e efeitos de palco para conseguir entregar um espetáculo digno. Por outro lado, Metallica não é mais o mesmo dos anos 80 e 90 e o Slayer já até parou.

Infelizmente, eu me deparo todos os dias com jovens fãs que desdenham de bandas absolutamente seminais para a existência do Rock e do Metal.

Inúmeros são os comentários e esculhambações em cima dos novos discos de Ozzy, Deep Purple, UFO, Uriah Heep e, mais recentemente, do AC/DC.

Obviamente, estes novos trabalhos dificilmente farão frente a discos clássicos lançados nas eras de ouro das bandas, porém, muitas dessas bandas, mesmo com todas as limitações físicas e técnicas, ainda conseguem apresentar registros muito legais.

Gente, vamos para para pensar, as novas gerações possuem muitos nomes realmente bons e promissores, mas 100% dos grandes festivais no mundo todo, dependem de grupos consagrados.

Tiozões que fazem a diferença

Esses tiozões ainda fazem total diferença para que as engrenagens do mercado da música pesada continuem funcionando.

Mesmo que você não goste nada dos últimos discos destas bandas, elas ainda impactam a cena mundial e, o mais importante, impactam jovens ouvintes a ponto de trazê-los para o mundo do Rock e garantir que o estilo continue se perpetuando. Pois, basicamente, são estes os caras que mantém o mercado aquecido.

Dinossauros do Rock

Veja bem, não se trata de simples análises técnicas sobre a fase atual de um dinossauro do Rock, mas sobre o respeito pela obra criada e o poder de engajamento massivo que estes dinossauros ainda concentram.

Não se trata do quanto “Woosh!” pode ser comparado a “Machine Head”, nem se “Ordinary Man” pode ser comparado a “No More Tears” e, tão pouco, se “The Book Of Souls” e “Hardwired” podem ser comparados a “Powerslave” e “Master Of Puppets”, é sobre a continuidade do gênero.

Não temos bandas novas com potencial de crescimento suficiente para substituir um Metallica, um Iron Maiden, um Judas Priest, um Kiss, um AC/DC ou um Ozzy.

Inegavelmente, esta não é uma informação subjetiva, é factual. Entendendo isso, nós temos duas tarefas bastante importantes pela frente e ambas precisam ser executadas com maestria. Se falharmos em qualquer um delas, o preço a ser pago será amargo e desastroso.

Tarefa 1:

Respeite os grandes ícones do passado. Mas não só isso, é preciso aproveitá-los ao máximo. Vá assistir o seu herói mais uma vez, ouça sem tantos critérios técnicos os seus novos álbuns, se divirta com eles e, principalmente, tenha plena consciência que eles não são imortais. Os legados serão imortais, mas a pessoa padece dos mesmos males que qualquer um de nós.

Tarefa 2:

Olhe com mais atenção para os novos nomes, dê valor para os jovens talentos e os apoie. Se puder, vá nos shows, compre material e divulgue ao máximo estas bandas.

São elas que precisam crescer e criar uma base de fãs sólida para que no futuro, quando não pudermos mais contar com os veteranos para carregar os grandes festivais nas costas e manter a indústria aquecida, tenhamos nomes capazes de fazer isso e, assim, honrar os legados de nossos heróis.

Reflitam!

Redigido por Fabio Reis

Quem é Mundo Metal?

Mundo Metal nasceu em 2013, através de uma reunião de amigos amantes do Rock e Metal. Com o objetivo de garimpar, informar e compartilhar todos os bons lançamentos, artistas promissores e tudo de melhor que acontece no mundo da música pesada.

Despretenciosamente, veio o grupo e depois a página no Facebook, aos poucos passamos a utilizar outras redes como Instagram e Youtube e, posteriormente, nosso site oficial veio a luz. Apesar de todas as dificuldades da vida cotidiana, nunca desistimos de nossos objetivos e, hoje, nosso site está em franca expansão.

Sejam muito bem-vindos a nossa casa e desejamos de coração que voltem sempre.

Resenha: Surma – “The Light Within” (2020)

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Metal Blade Records

Vários artistas ao redor do mundo acabam por montar projetos paralelos aos seus principais trabalhos por diversos motivos, sendo os mais comuns poder explorar diferentes horizontes e também apoiar trabalhos de parentes e amigos de forma ativa. Também existem projetos que envolvem doações para causas nobres e também junção de figuras simplesmente para entreter o público. Todas essas propostas são bem-vindas e quando isso resulta em algo bom só faz o universo do Rock/Metal crescer cada vez mais. Dessa vez quem resolveu iniciar um novo projeto foi Heri Joensen (líder e guitarrista da banda Týr, das Ilhas Faroe) ao lado da cantora tcheca Viktorie Surmøvá (Bohemian Metal Rhapsody). Diferente do som praticado pelo Týr que envolve elementos de Folk, Power e Prog Metal, esse novo projeto intitulado Surma está inserido no chamado Symphonic Metal, ou Sympho Metal para os mais econômicos.

“The Light Within” é o álbum de estreia do Surma, que busca seu espaço em um cenário bastante rico e disputado referente a esta vertente. Como característica principal do estilo, os vocais de Viktorie trazem aquela voz doce muito presente em uma banda desse tipo. Embora a sonoridade caminhe para esse estilo em uma fatia maior do gráfico musical, o álbum possui outros elementos que veremos a seguir em mais uma viagem que faremos juntos. O projeto/banda foi fundado em 2018 e para completar o time foram escalados o baixista holandês Rens Bourgondiën, e o baterista russo Andrey Ischenko (ex-Arkona). O disco foi gravado por Heri e Viktorie no estúdio do guitarrista que fica em sua própria residência. Lars Vinther ficou a cargo das orquestrações somando forças com Heri e a bateria foi gravada em Moscou na gloriosa Rússia. Já que a ficha técnica foi entregue vamos ao que mais interessa que é saborear essa torta de morango. Calma, garanto que o açúcar não está em excesso por aqui.

Divulgação / Facebook

A luz que emana de dentro se sobressai perante o olhar junto ao amanhecer. O início está perfeito demais com “Rendition”, mas você está atrasado para o trabalho! Vamos! Ligue o som mais alto para que consiga enxergar toda essa energia estrondosa e magnífica a qual todos nós pertencemos. O seu trabalho é vencer o exército da escuridão que ameaça rachar os céus, tornando a alma dos bondosos turva e corrupta. Um rito em coro abre alas para nos guiar através da luz que resplandece toda a planície deste planisfério espectral. “Reveal The Light Within” conduz o impactante início para um lugar ainda melhor em que busca alinhar todos os instrumentos convencionais ao que mais importa em um disco: a “múzga”! Tal faixa sensacional recebeu um lyric video que pode até ser chamado de videoclipe mesmo por contar com a participação das duas principais figuras no video. Viktorie e Heri, respectivamente. “Revele a luz dentro / Uma liberação bioluminescente / Através de linhas na minha pele / Minha pedra vai durar para sempre“ – a luz que emana do ser é eterna e se você favorecer o seu brilho, a sua história poderá o tornar imortal para quem pertence a este plano astral e que é agraciada por melodias que compõem um vibrante solo de violão oferecido por Heri. Contemplada por uma breve introdução, “Like The River Flows” invade os alto-falantes surpreendendo até o mais adivinho dos magos das montanhas vermelhas de fogo. Heri esbanja técnica ao arriscar um gutural no melhor estilo “A Bela e a Fera” somado ao doce cantar de Viktorie. Um doce natural que não enjoa e faz bem para a alma. Um rio de solos poderosos é despejado por Heri até que Viktorie retome o comando da canção. Não podemos parar de cavalgar caro amigo do esporte barulhento, pois a caminhada apenas começou!

Uh, que susto! Como diria o narrador futebolístico Osvaldo Maciel. Logo quando “Fire And Wind” começou pensei em se tratar de “Bullet The Blue Sky”, canção dos irlandeses do U2, só que na versão do Sepultura. Não sei se essa foi a intenção, mas que é bastante parecido esse início da faixa isso não dá para negar. O que não é nenhum ponto negativo, apenas uma baita surpresa. Após esse início a mesma toma forma e fica mais parecida com o mundo em que estamos percorrendo neste exato momento. Destaque para a cozinha pesada e consistente de Rens e Andrey, representantes do fogo e do vento. Achou que não teríamos momentos de reflexão em um disco de Sympho Metal? “Desire” está aí para desmentir isso e mostrar que canções em formato orquestral também possuem um poderio forte e com ampla capacidade de manter o álbum no prumo. Obviamente que eu sinto falta do trio famoso (guitarra, baixo e bateria), porém a voz de Viktorie está aí para tirar a escuridão de vossas mentes e dar um tom de razão para quem deseja seguir em frente perseverando e lutando para que ao pôr do sol, possam estar prontos para… “The City Of Winds”! Seu início é breve e logo descamba para tudo que faltou antes. Falo do peso contido em boa parte das canções, mas sem perder a melodia e quebrar nenhuma corda. Heri participa com um tom de voz mais limpo dando um ar ainda mais límpido que serve de abertura para mais um solo arrebatador de mentes insanas e pobres de espírito.

“The Selkie Koüpakonan” começa bastante imponente e deixa o baixo de Rens correr solto pela grama, acompanhando os cascos do seu cavalo dourado graças ao brilho do sol. Viktorie alcança notas tão altas quanto os saltos do possante que quase voam pelo planalto em direção a glória e a honra da ilha de Selkie, uma ilha nativa das Ilhas Faroe. Este som foi inspirado na estátua de uma mulher segurando uma pele de foca que fica nas costas. “Until It Rains Again” é talvez a mais complexa e variante de ritmos. Seu refrão beira o Metal alternativo, mas não de forma desastrosa. Quando você escuta com a devida atenção passa a entender a proposta e vê isso como apenas um sustinho. Observe que sua sela quase se soltou quando se arriscou a ir pelo caminho mais perigoso. Eu te perdoo por não me ouvir antes e o melhor a fazer é juntar forças e acabar com os desentendimentos conforme o videoclipe relata. “Emptiness Is No More” abre o caminho pantanoso com um dedilhado misterioso, contornado por pequenas orquestrações que enfeitam e alegram o caminho, mesmo que para isso tenha que passar por este rio pesado e repleto de pensamentos sofridos e recheados de cobranças por não ter alcançado resultados melhores. Guiado pelo peso das linhas de cordas e bumbos, o vazio se esvai e as sombras somem de sua visão. A faixa possui melodias desconcertantes que abrem o leque do lado bom da vida que é definitivamente viver.

Ao passar por trechos dominados pelas tropas rivais, avistamos ao longe presos em gaiolas toda a raiva de um mundo cada vez mais disputado e sem maiores riquezas a oferecer aos tais gananciosos de terno e gravata. “Cages Of Rage” traz consigo um ritmo contagiante com aquela linha primorosa de baixo que testa o seu rádio para ver se ele é potente mesmo, conforme diz a propaganda. Em diversos momentos o kit de Aleksandr alavanca toda a estrutura, deixando o patamar da canção ainda mais elevado. Crianças encaminham o comunicado para que possa chegar mais rápido ao líder rival que o aguarda ansiosamente para decidir quem reinará nos próximos tempos, se é a liberdade pacífica ou a arte cadavérica. Depois disso a cavalaria percorre o caminho na forma dos solos de Heri para que todos deem a volta pelo desfiladeiro e se encontrem na cantoria final. Sobre as crianças não há nada fora do lugar, pois a canção é baseada em uma escultura do escultor ucraniano Alexander Milov, chamada “Love”. São duas estátuas de crianças frente a frente, em pé dentro de duas estátuas de adultos sentados costas com costas. Com um início bem mais Power/Heavy, “Downfall” inicia sua jornada com aquela intro que chama todo mundo para atacar junto, porém de forma organizada sem que um atropele o outro. O tempo está aberto sem risco de chuva e quem sorri por isso é o seu cavalo que gosta de correr sob a luz do sol. É bom manter o passo firme para que não tenha uma queda livre e reduza o seu destino a uma cabeçada no chão de pedras com limo próximo de uma cachoeira. Heri não permite e te salva com mais um solo protuberante e envolvente causador de fortes ondas próximas do local da batalha.

Reprodução / Facebook

Está pronto para o combate? Então, vamos com a melhor faixa do disco: “Lost To Time”! Uma ciranda é feita em formato de notas musicais que acaba por confundir o seu adversário e te dá uma boa vantagem de atacar em cheio o falastrão com o peito de pombo aberto que ri impiedosamente da sua cara mal lavada. Não se preocupe e não se distraia, pois o Surma fará a sua trilha sonora da vitória! O dueto de Viktorie e Heri aumenta o nível de todos em prol do bem guiados pela luz emanada através do interior de cada ser que abrilhanta a paisagem e desarma aos contrários a tudo isso. Correndo horizonte adiante, as crinas de nossa cavalaria balança ao vento e brilha sob o anoitecer após uma gigantesca vitória. Essa grandiosa canção é baseada em uma estátua do escultor norueguês, Fredrik Raddum, que retrata vários eventos nas Ilhas Galápagos, quando um grupo de alemães tentou escapar da civilização, buscando refúgio que resultou em algumas baixas que não foram resolvidas até então. “Deconstruction” encerra da mais “classuda” forma esta nova história de forma orquestral e teatral. O clima cinematográfico paira no ar e termina a obra de forma única e excepcional. O Surma mesmo de forma menos destacada possui características do Týr, só que o que mais fica aparente é um formato unificado e muito bem construído envolvendo temas voltados ao Folk com um pouco de modernidade, sem desequilibrar a balança. Não é aquele Sympho aguado em que por vezes os teclados cobrem as guitarras e que por mais vezes ainda são utilizadas distorções que deixam o som ainda mais vazio e… “aguado”. Não sei se essa seria a palavra certa, mas é mais ou menos isso para retratar o vazio costumeiro em diversas bandas dessa vertente.

Reprodução / Facebook

Enquanto prosseguíamos nossa viagem rumo ao enfrentamento do inimigo, pudemos notar diversas estátuas que nos mostravam seus valores e a imponência de cada uma delas. Isso faz pensar que as pessoas possuem destaque devido às suas situações e motivações. O fato é que em tempos de depressão entre outras coisas ainda piores, podemos sim encontrar a luz interior e prosperar por algo melhor com o apoio dos entes queridos trocando boas energias. Finalizando, o debutante Surma estreia de forma esplendorosa com sons robustos e distorções certeiras, podendo citar algumas bandas como Sirenia, Silentium, Darkwell e Ancient Bards como comparativo inicial. Espero que muito em breve a banda possa apresentar seu trabalho aqui pela redondeza assim que as coisas se normalizarem. “The Light Within” foi lançado no dia 6 de novembro de 2020 pelo selo Metal Blade!

Nota: 9,0

Formação:

  • Viktorie Surmøvá (vocal)
  • Heri Joensen (guitarra)
  • Rens Bourgondiën (baixo)
  • Andrey Ischenko (bateria)

Faixas:

  1. Rendition
  2. Reveal The Light Within
  3. Like The River Flows
  4. Fire And Wind
  5. Desire
  6. The City Of Winds
  7. The Selkie Koüpakonan
  8. Until It Rains Again
  9. Emptiness Is No More
  10. Cages Of Rage
  11. Downfall
  12. Lost To Time
  13. Deconstruction

Redigido por Stephan Giuliano

🤘

Resenha: Palace – Reject The System (2020)

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A banda alemã de Heavy Metal, Palace, lançou o seu oitavo full-lenght, “Reject The System”, no último dia 3 de abril pelo selo Massacre Records.

Impossível não notar a marca da escola germânica 80’s na sonoridade do trio, lembrando Accept em muitos momentos, porém com uma pegada própria bem nítida. O agradável e afinado vocal de Harald “HP” Piller, que também é o guitarrista da banda, se assemelha, ao mesmo tempo, ao vocal de Mark Tornillo e de Udo, pelo menos nesse álbum.

PALACE / Divulgação / Facebook

As faixas de “Reject The System”

Assim que a rápida “Force Of Steel” começa a soar, o legítimo Heavy Metal alemão mostra a sua cara. O talentoso vocalista Harald Piller mostra a sua qualidade também na guitarra, através de seus riffs grudentos, da mesma forma através de solos equilibrados em técnica e feeling.

Logo depois, introduzida por um riff de ataque, “Soulseeker” dá sequência a sessão Metal tradicional. Tom Mayer, responsável pelo baixo e vocal de apoio, por sua vez, executa a espinha dorsal das canções junto com a bateria de Harald Reite. A canção “Final Call Of Destruction” tem um riff mais complexo no início, reassumindo, em seguida, a tônica das primeiras faixas do registro. Os solos, do mesmo modo que os riffs, também são superiores aos anteriores. Já a composição The Faker mantém a chama do disco acessa, enquanto Piller tenta ao máximo variar os seus solos em casa música.

O Hard’N’Heavy pede passagem através de “Hail To The Metal World’s, relaxando, portanto, o ritmo cardíaco. Ao contrário dela, “Bloodstained World” é bem mais acelerada, recheada de riffs avassaladores, destacando, igualmente, a performace do baterista Harald Reite.

Frequentemente, tema de canções de Heavy Metal, a cidade mitológica nórdica batizada “Valhalla Land”, que é o nome da minha preferida do disco. Por outro lado, Harald Piller mistura uma linda melodia somada ao drive de sua voz, que dá a essa canção uma atmosfera diferenciada no full-lenght, sendo o melhor momento da audição.

PALACE / Divulgação / Facebook / Resenha: Palace – Reject The System (2020)

O tridente final do full lenght

Iniciando o tridente final do disco temos “Legion Of Resistance”, a qual segue com afinco a bem sucedida fórmula do disco. Já a intensa e agressiva faixa “Wings Of Storm” flerta com o Speed e o Power, porém sem se distanciar tanto assim da sonoridade proposta no trabalho.Em suma, uma variação bem feliz e que enriquece o álbum.

Enfim, “No One Break My Will” coloca ponto final no oitavo full-lenght da carreira do Palace, seguindo a receita para não correr o risco de cometer algum erro. Como resultado, mais uma excelente audição de Heavy Metal em 2020.

A Alemanha é uma das principais escolas do Metal mundial, a qual sempre nos traz agradáveis registros. Esse ano não está sendo uma exceção, felizmente. “Reject The System” do Palace é aprovado e indicado para apreciadores das raízes do Heavy Metal da década de 80.

Nota: 8,8

Integrantes:

  • Harald “HP” Piller (vocal e guitarra)
  • Tom Mayer (baixo e vocal)
  • Harald Reite (bateria)

Faixas: Reject The System

  • 1.Force Of Steel
  • 2.Soulseeker
  • 3.Final Call Of Destruction
  • 4.The Faker
  • 5.Hail To The Metal Lord
  • 6.Bloodstained World
  • 7.Valhalla Hand
  • 8.Legion Of Resistance
  • 9.Wings Of Storm
  • 10.No One Break My Will

Lançamento: Vicious Rumors – “Celebration Decay” (2020)

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Gravadora: Steamhammer

“Celebration Decay” é nada mais nada menos do que o 13º full lenght da devastadora banda de Heavy/Power Metal americana, Vicious Rumors. Consolidada nos áureos anos da Bay Area, nos quais o Thrash Metal caminhava em passos largos, a banda liderada pelo guitarrista e fundador Geoff Thorpe apostava no Heavy tradicional com requintes de Speed Metal, assim lançando um dos melhores álbuns do ano de 1985, o devastador, porém classudo, “Soldiers of the Night”. De 1985 até 2020, houve muitas mudanças que surgiram pelo caminho, em específico no início década de 90, devido à morte prematura do saudoso Carl Albert, responsável pelos vocais em três dos maiores clássicos, sendo um dos membros mais importantes para o desenvolvimento da sonoridade da banda.

Entre trancos e barrancos e um verdadeiro rodízio de vocalistas, Geoff Thorpe e companhia não lançaram nada menos do que ótimos álbuns durante mais de 30 anos de estrada, e isso é impressionante meus caros. O mais novo registro dos caras, estreando uma nova “encarnação”, é mais um exemplo de como uma banda veterana pode envelhecer extremamente bem, sendo capitaneada por dois membros fundadores (Geoff Thorpe e Larry Howe) a todo vapor. Sirenes apocalípticas e noticiários alarmantes anunciando um holocausto nuclear dão inicio a “Celebration Decay”. Após uma intro sinistra e melódica, surge um devastador e veloz riff, destruindo tudo no caminho. Logo em seguida podemos ouvir o poderio vocal versátil do nosso estreante Sr. Nick Courtney, alternando entre vocais ríspidos e agudos que lembram muito o lendário Biff Byford nos últimos registros do todo poderoso Saxon e Ralf Scheepers (Primal Fear) nos primórdios.

“Pulse of the Dead”, primeiro vídeo clipe do álbum, tem uma pegada forte que lembra aquela atmosfera do disco “Jugulator” do Judas Priest. Um brutal som forte, contundente com a essência da banda, mantendo o ritmo para o que vem a seguir. “Arrival of Desolation”dá inicio a poderosa trinca “Triple A” do álbum, uma musica que define perfeitamente o que me vem na mente quando imagino como um hino de Heavy Metal deve soar, um som agressivo, cheio de “palhetadas” estridentes, um vocalista inspiradíssimo e uma produção fantástica que permite que todo mundo mostre serviço.

“Any Last Words”, segunda parte da trinca, revela uma intro muito bem trabalhada que engana muito na primeira audição, porque logo em seguida, um riff cadenciado e escabroso toma conta de tudo, impossibilitando manter o pescoço parado durante os 3 minutos e meio de audição. O refrão é extremamente convidativo e cativante, e fixa na mente com força. Minha favorita do registro, sem dúvidas. “Asylum of Blood” fecha trinca “Triple A” com um riff incansável e cavernoso, e a presença pulsante do baixo fica evidente o tempo todo, desde a intro, dando um peso incomparável, sendo contribuição do Sr. Cody Green no “fazedor de graves”. O desempenho vocal do Sr.Courtney não nega suas influências caro leitor, o que não é descrédito nenhum, até porque o rapaz deve ter escutado bastante um certo Metal God ai, nos tempos do volumoso Fight.

“Darkness Divine”, digamos que seja uma meio balada, um desempenho espetacular do Senhor Capitão Geoff Thorpe e o Sr.Günnar no instrumental, criando um misto de atmosfera obscura na parte acústica e uma sonoridade épica nos refrãos, com solos intercalados muito bem arranjados, que se encaixam perfeitamente na composição lírica. Os dois últimos minutos da faixa são como um anúncio de fim dos tempos feito por uma entidade tirânica incorporada pelo Sr.Courtney em uma mudança de andamento bem sinistra.

“Long Way Home” tem uma pura sonoridade Hard`Heavy 80´s desde o inicio, com guitarras gêmeas e a aquela harmonia dos vocais em camadas, uma característica inconfundível que não poderia faltar em um álbum da banda. “Cold Blooded” se mantém firme no Hard`Heavy, porém aqui o caldo engrossa, o ritmo volta a diminuir, e quanto mais cadenciado mais escabroso é o riff. Aquele som pra escutar no talo e sem desculpa, porque temos aqui mais um exemplar de refrão chiclete. E DÁ-LHE RIFF! Os últimos 23 segundos dessa faixa, simplesmente, destruíram o meu pescoço. “Death Eternal” conclui essa parcela mais calcada no saudoso Heavy Metal oitentista, já supracitado antes, com uma maestria impressionante. A junção da sonoridade do épico com o melódico é um regalo, a essência da banda não é perdida em momento nenhum!

“Collision Course Disaster” é talvez a faixa que mais tem a cara da Vicious Rumors old school, aquele Speed/Heavy veloz e sem massagem, e quem volta a brilhar nessa são os fundadores Sr. Thorpe e Sr. Howe (guitarra e bateria, respectivamente), mantendo aquela sonoridade sólida e ríspida de quem tá no ramo já faz tempo. O refrão dessa música é o melhor de todo o registro! Os serviços vocais emprestados pelo sr. Courtney só enriquecem esse álbum ainda mais. Essa é aquela parte do registro que agrada a gregos e a troianos. “Masquerade Of Good Intentions” se mantém no mesmo nível da antecessora, eu diria que até melhor, porque temos um vislumbre de outra veia da banda menos citada aqui, aquele Power/Heavy inconfundível com selo Vicious Rumors de qualidade. Guitarras gêmeas, mais uma vez, criam terreno para uma sequência avassaladora de riffs destruidores, aquela galopada insana e precisa, ninguém pega leve aqui, é pedrada pura. E preciso citar aqui, como a composição lírica do álbum é bem direta e reta na maioria de duas mensagens, sem medo de apontar o dedo em certas feridas. Chegando à metade desse festival de riffs, surge um solo inspiradíssimo cheio de feeling, que toca na alma… Até os caras engatarem a marcha novamente, sem aviso prévio, encerrando o álbum no mesmo nível de seu início. É provável que leitor nunca tenha lido a palavra “riff” tanto quanto aqui, mas é basicamente isso mesmo que você vai encontrar no disco.

Apesar do som da banda ser definido como um Heavy/Power, já faz 15 anos que eles transitam muito bem entre os estilos mais tradicionais, sem perder aquela sonoridade brutal e seca. Dito isso tenho que dar os devidos cumprimentos ao trabalho, absurdamente, fantástico da produção e mixagem dessa obra, não deixa a desejar em nada, todos os excelentes músicos têm seus momentos dentro da audição. É um algo muito estranho, uma banda do quilate do Vicious Rumors não ter o devido o reconhecimento que merece, ainda mais, considerando o nível altíssimo de talentos que fazem e fizeram parte da banda nessas três décadas de atividade.

Nota 8,8

  • Integrantes:
  • Geoff Thorpe (guitarra)
  • Larry Howe (bateria)
  • Gunnar DüGrey (baixo)
  • Nick Courtney (vocal)
  • Cody Green (guitarra)
  • Faixas:
  • 1. Celebration Decay
  • 2. Pulse Of The Dead
  • 3. Arrival Of Desolation
  • 4. Any Last Words
  • 5, Asylum Of Blood
  • 6. Darkness Divine
  • 7. Long Way Home
  • 8. Cold Blooded
  • 9. Death Eternal
  • 10. Collision Course Disaster
  • 11. Masquerade Of Good Intentions

Redigido por Giovanne Vaz

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